sexta-feira, 23 de janeiro de 2004

Americana vence e conquista o título inédito



As emoções da série final do Campeonato Nacional feminino de basquete entre Pão de Açúcar/Unimed/Ourinhos e Unimed/Americana só acabaram no último quarto. Americana levou a melhor, vencendo por 83 a 74 (40 a 36 no primeiro tempo) e fechando a série melhor-de-cinco por 3 a 2 na noite desta quinta-feira, em Ourinhos (SP).
Este é o primeiro título do torneio para a cidade e foi a primeira derrota de Ourinhos em casa na competição. Com as duas vitórias na final, Americana foi o único time capaz de superar as adversárias no Nacional.

Nesta temporada, a equipe de Paulo Bassul conquistou todos os torneios que disputou. Foram campeões dos Jogos Abertos, Jogos Regionais e do Campeonato Paulista. Na temporada passada, Americana ficou com o vice-campeonato.

O jogo - Assim como foi na disputa jogo a jogo, as duas equipes lutaram até o último momento pela vitória no quinto duelo, alternando a liderança do placar a cada final de quarto. A equipe do técnico Antônio Carlos Vendramini fechou o primeiro quarto do jogo contra o Unimed/Americana, vencendo por 17 a 13, apesar de Janeth não ter atuado em boa parte da etapa.

Na partida decisiva, Vendramini resolveu mudar o quinteto titular e começou com a armadora Ana Flávia no lugar de Gattei. A etapa foi marcada pelo equilíbrio com ligeira vantagem para o grupo de Americana que, a exemplo do primeiro jogo, começou com determinação total em quadra.

A equipe visitante manteve a ponta no marcador até faltarem 2min40, quando Érika empatou o jogo com uma cesta de dois. Ela também foi responsável por colocar seu grupo na dianteira, 32 segundos depois, mas Americana não demorou a reagir, deixando tudo igual.

Êga teve a oportunidade de abrir vantagem com dois lances livres, mas errou. Equívoco que Bethânia, substituta de Janeth, não cometeu do outro lado abrindo dois no marcador para Ourinhos. Depois de uma seqüência de erros de ataque dos dois lados, as donas da casa ainda tiveram tempo de marcar mais uma cesta antes do soar da campainha.

A equipe visitante tirou a diferença que as donas da casa haviam construído no primeiro quarto e fechou a etapa com 40 a 36. Ourinhos voltou do intervalo do primeiro tempo com uma defesa bem mais forte e não demora para passar à frente no placar. O preço, porém, foi a quarta falta da pivô Érika, que fica em situação delicada na partida - o limite de faltas é cinco, quando a jogadora é desqualificada.

A solução do técnico Antônio Carlos Vendramini e substituí-la, colocando Eliane no jogo. A briga é sem tréguas pela liderança com as equipes investindo pesado nos contra-ataques em velocidade. Faltando 2min25s10, o marcador era de 54 a 53 para Ourinhos.

E apesar de uma cesta de Americana, as donas da casa conseguiram marcar duas seguidas em uma descida errada das adversárias. Ana Flávia aproveitou a bobeada e converteu. Para sacramentar o resultado, Janeth também deixou a sua marca, colocando Ourinhos com 60 a 55, faltando 50 segundos para o final. Jacqueline ainda aproveitou dois lances livres para Americana, mas Ourinhos levou a melhor, fechando a etapa em 60 a 57.

Assim como foi na disputa jogo a jogo, as duas equipes lutaram até o último momento pela vitória no quinto duelo, alternando a liderança do placar a cada final de quarto. Ourinhos voltou para a etapa decisiva determinada a garantir o título em casa e foi para cima no ataque.

Na base da pressão, a equipe do técnico Antônio Carlos Vendramini comandou o placar até 3min16s9, quando Êga igualou o marcador em 72 a 72, convertendo um lance livre. Depois de passar boa parte do terceiro quarto no banco, a pivô Érika (com quatro faltas) voltou para a quadra para reforçar Ourinhos. Paulo Bassul também mexeu em Americana, recolocando Geisa em quadra.

Quando Americana virou o jogo em 74 a 72, Érika cometeu sua quinta falta e foi definitivamente para o banco. Além de perder a principal pivô, Ourinhos também tinha a ala Janeth pendurada com quatro faltas. Êga ainda converteu mais um lance livre, abrindo três pontos de vantagem a 1min39. Com uma falta em Jacqueline, Americana ampliou a dianteira em cinco pontos.

Mas Ourinhos não se entregou e continuou na briga. Silvinha tentou de três para encostar, mas a bola ficou no aro. A 32 segundos do final, Jacqueline sofreu mais uma falta e converteu os dois lances. Janeth ainda desceu para uma bandeja, mas a bola não caiu. Na seqüência, a ala cometeu sua quinta falta e foi desqualificada, em mais duas cobranças de lance livre para Jacqueline, a armadora não perdôou e converteu.

Silvinha descontou do outro lado e com mais uma cobrança de lance livre Jacqueline deixou o placar em 82 a 74 com 10 segundos para o final. Foi dela também o último ponto de Americana em mais um lance livre, definindo o placar: 83 a 74.

Veja o resultado dos jogos anteriores da decisão. No primeiro confronto, Americana venceu por 80 a 59, Ourinhos deu o troco nas duas partidas seguintes, fazendo 88 a 74 e 78 a 77. No quarto jogo, nova vitória de Americana: 86 a 84.

Campeãs dedicam título à companheira morta



No meio do Campeonato Nacional feminino de basquete, a equipe do Unimed/Americana recebeu um choque com o acidente automobilístico que matou a armadora reserva Regininha. Desde então, o time joga com uma faixa preta no uniforme em sinal de luto. Nesta quinta-feira, no meio da festa pelo título nacional, as campeãs não esqueceram a ex-companheira e dedicaram a conquista para Regininha.
'O time jogou para ela. Minha medalha é para ela. O título é para ela', afirmava o técnico Paulo Bassul, enquanto lembrava que a armadora sempre dizia que desde que fora contratada o time sempre vencia as competições. A pivô Êga também ofereceu a conquista à ex-companheira. 'Com certeza só penso nela. O título é para ela, que estava sempre dando força para o time. Para a família dela', disse chorando.

A ala Sil, reserva que fez pontos decisivos nos dois últimos jogos da série, fez coro aos companheiros. 'O time treinou muito por este título. Ele foi para a Rê que estava aqui presente'.

Érika agradece apoio da torcida e promete mais



Depois de ser campeã na temporada anterior com o São Paulo/Guaru, a pivô Érika teve de se contentar com o vice no Campeonato Nacional feminino de basquete deste ano. Apesar de triste pela derrota do Pão de Açúcar/Unimed/Ourinhos no último jogo da série final contra o Unimed/Americana, a jogadora fez questão de agradecer o apoio da torcida da cidade.
'A gente só tem que agradecer a torcida por todos os jogos que vieram torcer', disse depois da partida, prometendo mais para o futuro. 'E dizer que no ano que vem tem mais'.

A ala Janeth também valorizou os torcedores e lamentou o resultado. 'A torcida é fanática', afirmou. 'Infelizmente, a gente perdeu algumas bolas. Mas são coisas que acontecem', explica, analisando a campanha da equipe na decisão. 'Não fomos para lá (primeiro jogo) preparados para jogar uma final. Aqui jogamos bem. No quarto jogo teve influências que nós não gostaríamos de comentar'.

Quebramos um tabu, diz Geisa


Conquistar o título do Campeonato Nacional feminino de basquete nesta quinta-feira teve sabor de superação para a pivô Geisa do Unimed/Americana. 'Quebramos um tabu', afirmou, referindo-se à invencibilidade que o Pão de Açúcar/Unimed/Ourinhos conseguiu manter durante as etapas classificatórias do torneio.
Ourinhos venceu todos os 17 jogos que disputou até chegar na fase final. A equipe só foi parada por Americana no primeiro jogo da final. O time do técnico Antônio Carlos Vendramini venceu os dois duelos seguintes, mas voltou a ser superado no quarto jogo, deixando a série em 2 a 2. Até então, quem tinha jogado em casa na final tinha levado a melhor, apenas na quinta partida essa situação mudou com Americana vencendo no ginásio das adversárias.

Para Geisa, o resultado foi fruto do trabalho duro do grupo. 'A gente reconhece o mérito da equipe de lá (Ourinhos), que tem grandes jogadoras. Mas nada se ganha sem trabalhar nem antes e ficamos mordidas com algumas declarações', explicou, numa alusão aos problemas no quarto jogo quando Ourinhos reclamou da arbitragem e deixou a quadra sem cumprimentar as adversárias.

A ala Lílian e a armadora Jacqueline parabenizaram o esforço do grupo na conquista do título. 'Eu tenho muito orgulho desta equipe', disse Lílian com eco em Jacque. 'Só tenho que agradecer este time maravilhoso, que sempre trabalhou muito forte. A equipe está de parabéns'.

Campeãs desfilam em carro dos bombeiros



Um dia depois de conquistar o inédito título Nacional feminino de basquete, a equipe do Unimed/Americana vai festejar com a cidade. Nesta sexta-feira, o técnico Paulo Bassul e suas jogadoras desfilam pelas ruas da região central de Americana em carro aberto do Corpo de Bombeiros. O desfile começa às 19 horas, com saída do ginásio do Centro Cívico.
A festa no time de Americana não vai ser apenas pela conquista do título. Bassul e sua mulher Mila Rondon anunciaram que vão ter um filho. Mila está com um mês de gravidez e contou a novidade ao grupo depois da conquista do título.


Fonte: Gazeta Esportiva




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