quinta-feira, 13 de novembro de 2003

Basquete: Ourinhos busca outra vitória

O Pão de Açúcar/Unimed/Ourinhos, líder do Campeonato Nacional Feminino de Basquete, com 10 pontos em cinco jogos, defende a invencibilidade amanhã, às 20 horas, em casa, diante do Lages/Consórcio Battistella, pela sexta e penúltima rodada do turno. Completam a rodada São Caetano x São Paulo/Guaru, às 19 horas, e Databasket/São Bernardo x Black&Decker/Uberaba e Santo André x Unimed/Americana, ambos às 20 horas.

Na festa da CBB, homenagem e saia-justa


A festa que comemorou, terça-feira, os 70 anos da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), reuniu várias gerações do esporte, a começar pelos campeões sul-americanos de 1939, mas também deixou frente a frente desafetos que a história do basquete produziu ao longo dos anos. O evento, no Copacabana Palace, no Rio, homenageou personagens ligados a conquistas importantes, como Álvaro Macedo, de 88 anos, da seleção de 39, e Érika, de 18 anos, vice-campeã mundial sub-21. Amaury Passos, dono de quatro medalhas de Mundiais (incluindo as do bicampeonato de 59 e 63) e de duas olímpicas, precisou de uma caixa para carregar os troféus.

O encontro juntou amigos e inimigos e provocou situações embaraçosas, contornadas com educação, desvios e apertos de mão formais. Paula encontrou o ministro Agnelo Queiroz e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman – deixou recentemente o cargo que ocupava no Ministério dos Esportes, criticando a política dos dirigentes. Ironizou quando o ministro assinou a camisa da seleção, reservada aos ídolos. “Esse aí jogou um bolão.”

Ainda trocou beijinhos com o ex-técnico Miguel Ângelo da Luz, alvo de críticas das então atletas Paula e Hortência na época da conquista do Mundial da Austrália (94) e do bronze olímpico de Atlanta (96). Janeth, hoje líder da seleção, também subiu ao palco.

O ex-presidente da CBB, Renato Brito Cunha, substituído por Gerasime Grego Bozikis, em um processo sucessório que teve até interventor, e o ex-técnico da seleção masculina, Ary Vidal, destituído na mudança, dividiram o espaço, mas não se cumprimentaram.

A festa juntou armadores especiais, de Ângelo Bonfietti, o Angelin, de 77 anos, que atuou no Corinthians entre 46 e 58, nos Mundiais da Argentina (50) e do Rio (54) e nas Olimpíadas da Finlândia (52) e Melbourne (56). Do esporte, o “baixinho”, de 1,78 m, herdou cultura e amigos. Dinheiro mesmo, ganhou na carreira em uma empresa de São Paulo, na qual se aposentou.

Já não vê basquete, não conhece os jogadores da seleção, como também não era conhecido por armadores que o sucederam, como o hoje técnico Guerrinha, que jogou as Olimpíadas de Seul (88) e Barcelona (92). Mosquito, Fausto e Cadum eram os outros armadores na festa, que reuniu três bicampeões mundiais: além de Amaury Passos, Rosa Branca e Jatyr Schall.


Heleni Felippe

Paula e Oscar vão ficar longe do esporte


Oscar Schmidt e Magic Paula têm algo em comum, além de serem grandes ídolos do basquete e terem integrado o grupo dos medalhistas pan-americanos, mundiais e olímpicos na festa de 70 anos da Confederação Brasileira de Basquete: por enquanto, querem ficar longe das quadras e de assuntos ligados ao esporte.

Oscar, de 45 anos, que parou de jogar há seis meses, quando o Flamengo foi desclassificado do Campeonato Nacional, dedica-se à família – “levo a Stefani para a escola” – e dá palestras. Paula, de 41 anos, deixou a Secretaria de Alto Rendimento do Ministério dos Esportes há menos de um mês, “desencantada” com a política de Brasília, e ainda “pensa no que fazer”.

Em São Paulo, Paula mantém a forma correndo no Ibirapuera. “O que houve é recente. Vou pensar antes de fazer algo com minha filosofia.” Paula deixou a secretaria por discordar da política do ministro Agnelo Queiroz e do que define como excessiva influência do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).

Já Oscar, o maior cestinha brasileiro de todos os tempos acha que a organização do esporte não deveria ser centralizada na CBB. Defende a criação de uma Liga independente, “como na França, Itália, Espanha e Grécia, para fazer o campeonato principal do Brasil”.

Paula admite que falou menos do que sabe, mas ficará quieta sobre questões que não pode sustentar. Ainda é elogiada por devolver o dinheiro dado pelo COB para pagar sua estadia durante o Pan-Americano. “Na rua, me dizem: ‘valeu a coragem’. Como se eu tivesse feito algo excepcional.”

Heleni Felippe









Nenhum comentário: