domingo, 26 de outubro de 2003

Das 8 equipes que participam do campeonato feminino, 6 são de SP, que também conta com os favoritos ao título

Mais paulista dos Nacionais começa hoje
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro jogos dão início hoje ao Nacional feminino mais paulista da história. Nunca São Paulo predominou tanto na competição, que terá a participação de oito equipes, sendo seis do Estado.
Desde 1998, quando o torneio teve sua primeira edição, este será o ano em que haverá menos times de outras unidades da federação disputando com os paulistas a hegemonia do país.
Mais: nenhum time de outro Estado conta com elenco capaz de desbancar Ourinhos e Americana, os favoritos ao título.
"Para o tamanho do nosso basquete, é pouco. Temos que reunir equipes e patrocinadores para buscarmos alguma solução. Se você me pedir alguma, não saberia encontrar", analisa Paulo Bassul, treinador do Americana.
Sua equipe manteve parte do time que foi campeão paulista e ainda se reforçou com a armadora Jacqueline, campeã do Pré-Olímpico do México com a seleção. Apesar disso, ele desloca para o rival do interior o favoritismo.
"Com a contratação da Janeth, o Ourinhos, que já era forte, ganhou um diferencial", crê Bassul.
De fato, em 2002, quem contratou a ala foi campeão. Janeth atuou pelo Ourinhos no Paulista e foi campeã. No Nacional, transferiu-se para o São Paulo-Guaru. Com ela, o clube do Morumbi, em parceira com a cidade de Guarulhos, ganhou seu primeiro título.
"Acho que somos um dos favoritos. Mas não podemos dizer o que virá pela frente", afirma Antonio Carlos Vendramini, treinador do Ourinhos, que volta a dirigir uma equipe de ponta no Nacional após duas temporadas.
O São Paulo-Guaru, que contou com Janeth na 1ª Copa do Mundo de clubes, torneio disputado na Rússia na semana passada e no qual a equipe decepcionou, não deve ameaçar seus adversários.
"Ficamos com poucas opções. O objetivo é chegar nas semifinais", afirma o técnico Alexandre Cato, que também perdeu a pivô norte-americana Tiffani Johnson, que acertou com um clube russo.
Dos reforços contratados para a disputa da Copa do Mundo, só restou a ala-pivô argentina Alejandra Chesta, 21. "Abaixo de Ourinhos e Americana haverá muita igualdade. Todas as outras equipes têm condições de brigar pela terceira colocação", prevê Cato.
Para chegar longe, o Santo André, dirigido por Lais Elena Aranha -que como Bassul integra a comissão técnica de Antonio Carlos Barbosa na seleção-, aposta na ala-pivô Leila, que voltou a atuar no Paulista após três anos afastada das quadras, além de contar com um elenco que atua junto há algum tempo -Vivian, Gigi, Chuca, Simone e Kátia.
O São Caetano, que manteve o técnico Borracha e conta com a mesma base do Paulista, pode surpreender em seu ginásio. Já o São Bernardo, com uma equipe com pouca experiência, está em um patamar abaixo.
Dos "forasteiros" do Nacional, o Uberaba foi quem mais se reforçou. A equipe mineira contratou Edson Ferreto, que foi vice-campeão paulista com o Ourinhos. E contará com atletas que se destacaram por equipes de São Paulo, como Maristela, ex-Santo André.
Já o Lages se reforçou com duas jogadoras experientes: a armadora Mina, 34, e a pivô Patrícia, 30. Deve dificultar para os adversários em Santa Catarina, mas dificilmente chegará às semifinais.




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NA TV - Americana x Uberaba, às 10h30, e Ourinhos x São Caetano, às 15h30, ao vivo, ambos na Sportv

Torneio curto destrói projeto de "forasteiros"

DA REPORTAGEM LOCAL

Nem sempre as equipes de São Paulo tiveram tal domínio no Nacional feminino.
Na primeira edição, em 1998, o Fluminense, do Rio, levou o título. Dois anos depois, outro time "forasteiro", o Paraná, ergueu a taça. Um terceiro time carioca, o Vasco, foi campeão nacional, sob o comando de Maria Helena Cardoso. Nas duas primeiras vezes, o técnico era Antonio Carlos Vendramini, atualmente no Ourinhos.
Em 2002, o treinador se embrenhou em outro Estado. À frente de um time de Mato Grosso do Sul, o Dom Bosco, cumpriu campanha honrosa e acabou em quinto lugar.
E, apesar do bom trabalho nos outros Estados, viu essas equipes fecharem as portas.
"Não vale a pena uma empresa manter um time durante o ano inteiro para jogar dois meses de Nacional, pois é muito oneroso. Esse foi o caso do Dom Bosco", explica Vendramini, apontando para um defeito grave no país: somente São Paulo conta com um Estadual competitivo.
Para ele, esse foi o grande problema desses times. Mesmo o Paraná, sua experiência mais bem-sucedida, de 1999 a 2001, sofreu muito com o problema. O clube chegou a disputar um Paulista por Carapicuíba, em 1999, e um Estadual do Rio pela Mangueira, em 2000. (ALF)

Fonte: Folha de São Paulo


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