terça-feira, 23 de setembro de 2003

Modalidade está perto de conquistar patrocínio completo

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - A primeira experiência foi positiva e parece ter convencido o setor energético a investir no basquete nacional. Segundo o presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Gerasime Grego Bozikis, a entidade está perto de acertar um patrocínio global para a modalidade. Atualmente, apenas as seleções femininas são patrocinadas pela Eletrobrás, mas esta situação deve mudar em breve.
'Furnas (Centrais Elétricas), provavelmente fica com o masculino e todas elas (a Eletrobras funciona como uma espécie de holding) vão trabalhar no projeto social e esportivo', afirma Grego. Por esta divisão, Eletronorte e Eletrosul apoiariam o cadete e seus campeonatos regionais (Norte e Sul). Estariam garantidos também recursos para a implantação do Centro de Basquete Integrado (CBI) - escolinhas do esporte espalhadas pelo país com participação dos técnicos das seleções - e para a retomada do campeonato colegial.

De acordo com Grego, as negociações estavam bem encaminhadas, 'mas demos uma parada para acompanhar o Pré-olímpico'. O modelo de contrato recorreria a uma outra modalidade de patrocínio na qual cada empresa estaria ligada a uma competição específica. 'Não existe mais o megapatrocinador. Mas, com isto, teremos verba suficiente para tocar todos os projetos'.

Há quatro anos, a CBB estava sem patrocinador oficial. A entidade contava apenas com as verbas do contrato de transmissão televisiva, os recursos da Lei Agnelo/Piva e o apoio de parceiros (Unisys, Penalty, Vitally e TAM). No meio do ano, assinou contrato com a Eletrobras, exclusivamente para o feminino.

Este acerto garantiu à categoria R$ 1,5 milhão em recursos para o período de julho a dezembro, vigência do patrocínio. 'Mas certamente vamos fazer um novo contrato. Eles ficaram muito satisfeitos com a parceria e eram a única grande estatal que não tinha patrocínio em esporte', ressalta Grego.


Europa: destino para 50% da seleção

Marta Teixeira


São Paulo (SP) - O fim do ciclo pré-olímpico da seleção brasileira feminina de basquete, marcado pela conquista da vaga para os Jogos de Atenas-2004 no último final de semana, dá início a novo êxodo das jogadoras. Seis das 12 atletas que disputaram o Pré-olímpico no México têm como destino a Europa.
A ala Iziane foi a primeira a seguir seu novo rumo. Ela nem chegou a voltar com a seleção para o Brasil, do México mesmo seguiu para a Espanha onde disputará a próxima temporada. A próxima a embarcar é a pivô Kelly, que vai defender o Cus Chieti na Itália. A Itália também é o destino da pivô Alessandra (Reyer) e da armadora Adrianinha (HS Penta Faenza).

Depois de cinco temporadas no basquete italiano, a pivô Cíntia Tuiú muda de ares e se prepara para defender o Gambinos Brno, na República Tcheca, mas a mudança mais radical será a da ala/armadora Helen, que vai estrear no basquete russo, defendendo o Dinamo Novosibirsk.

Aos 28 anos, Cíntia acha que é um bom momento para buscar novas oportunidades. 'É uma idade legal para mudar. Vou para uma equipe forte, que sempre disputa a Euroliga. Ficaram em terceiro lugar no ano passado', ressalta, animada pela mudança. Além das perspectivas profissionais, ela também destaca a oportunidade de ter contato com novas culturas. 'Isto também me anima', garante.

Se parte do grupo deixa o país, há boas novas para as equipes brasileiras também. Micaela (Unimed/Americana), Leila e Vivian (Santo André) retornam aos seus times, enquanto algumas atletas que estava atuando no exterior acertam sua permanência em território nacional. Janeth acertou com o São Paulo/Guaru para a disputa do Campeonato Mundial de Clubes na Rússia, em outubro. A ala Jacqueline, que estava no Bourges na França, vai reforçar o grupo de Americana, enquanto a pivô Érika fechou contrato com o Unimed/Ourinhos.

Mas será que a ida de algumas das principais atletas para a Europa preocupa o técnico Antonio Carlos Barbosa quanto à preparação brasileira rumo a Atenas? Ele garante que não. 'A Europa não é problema, a WNBA é que é complicada', diz pensando no calendário. O torneio olímpico começa dia 14 de agosto e a preparação brasileira está prevista para ter início em maio.


Janeth: sem pensar em despedida

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - Aos 34 anos, a ala Janeth já pode começar a fazer planos para mais uma participação olímpica nos Jogos de Atenas-2004. Nesta terça-feira, ela desembarcou em São Paulo com a seleção que garantiu sua classificação no Pré-olímpico do México sem pensar em se despedir das quadras.
'Você pensa, quando parar, né? Mas é difícil. Tem as Olimpíadas, depois vem o Mundial de 2006, que vai ser no Brasil, e depois o Pan-americano de 2007 (no Rio de Janeiro). É complicado', admite a jogadora. 'O que tenho que pensar agora é em mais uma Olimpíada'.

A competição grega será a quarta na carreira da Janeth, que continua a animada pelos novos desafios com a equipe. 'São 16 anos de seleção. Quando cheguei no time em Barcelona (1992), a Maria Helena (técnica na época) deixou bem claro: eu estava indo para aprender'.

Desde esta época, muita coisa aconteceu. Com a saída de Hortência e Magic Paula, coube à ala a responsabilidade de trabalhar para manter a tradição do basquete feminino. Hoje, Janeth não é apenas a jogadora mais experiente do grupo, é também a mais premiada e dona de uma carreira internacional de respeito.

Ela foi a primeira e é a única jogadora nacional que participou de todas as sete temporadas da WNBA. Com o Houston Comets, no qual conquistou a condição de titular, Janeth foi quatro vezes campeã da liga.

Agora, a ala se encaminha para mais uma conquista marcante, preparando-se para sua quarta participação olímpica. 'É um momento muito gratificante. Não há ninguém no feminino assim (com tantas participações)'. Com esta marca, Janeth se aproxima do feito do Mão Santa Oscar, que participou de cinco competições olímpicas.

Mas Janeth não é a única da seleção com ampla experiência nos Jogos. As veteranas Alessandra, Cíntia Tuiú e Helen vão para sua terceira edição olímpica também motivadas por mais uma participação no torneio. Para Cíntia, que desistiu de disputar a WNBA para participar de toda a preparação brasileira, o prêmio não poderia ser melhor.

'Agora estamos tranqüilas e já podemos pensar em Atenas', comemora a pivô. 'Fizemos (ela, Kelly e Érika) a escolha de não ir para a WNBA. Se não nos classificássemos seria uma frutração, seria uma frustração no final falar que não deu'.

Para as novatas da seleção, o sonho olímpico também é emocionante. 'Estou pisando em ovos, andando nas nuvens', afirma a pivô Érika, que disputará sua primeira Olimpíada. Integrante das categorias de base desde o infanto, a jogadora de 21 anos, sempre conquistou títulos com a seleção. 'Tive títulos em todas as seleções, graças a Deus'. Agora, tudo o que ela quer é manter esta tradição.


Programação brasileira começa em maio

Marta Teixeira

Grego e Barbosa: calendário definido na busca por mais uma medalha
São Paulo (SP) - A luta por mais uma medalha olímpica já tem data certa para começar para a seleção brasileira feminina de basquete. A equipe volta a se reunir em maio do próximo ano dando início a sua preparação para os Jogos de Atenas.
O torneio de basquete na Grécia está programado para o período de 14 a 28 de agosto, o que deixaria à seleção praticamente três meses de preparação. 'É tempo suficiente', garantiu o técnico Antonio Carlos Barbosa nesta terça-feira, momentos depois da equipe desembarcar em São Paulo com o título do Torneio Pré-olímpico e a vaga assegurada.

O trabalho da seleção começa com a avaliação médica e física das atletas, 'em abril ou maio', diz o presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Gerasime Grego Bozikis. De maio a junho, o grupo fará o treinamento, dedicando o último mês aos amistosos.

'Faremos partidas internacionais no Brasil e depois na Europa', garante o dirigente. Uma das possibilidades é repetir alguns confrontos contra a Espanha como fez este ano. 'Estamos esperando a Espanha (o Campeonato Europeu, que vai definir três vagas em Atenas, termina neste domingo) se classificar para acertar um torneio lá'.

A equipe brasileira deve embarcar para a Grécia de seis a sete dias antes do início das competições. 'Vamos aproveitar para enfrentar as gregas e fazer alguns jogos em cidades próximas porque só é possível entrar na Vila Olímpica dois dias antes', explica Grego.

Este ano, a seleção teve um período similar para se preparar para a conquista da vaga olímpica. Foram quatro meses e vários amistosos com equipes internacionais, incluindo Rússia, Espanha, Ucrânia e Sérvia e Montenegro. Situação bem diferente do último Mundial, quando o time só ficou completo em cima da hora. Em Sydney-2000, a ala Janeth também se juntou à equipe, faltando menos de uma semana para o início dos Jogos.

Em Atenas, a seleção feminina vai lutar pela única medalha olímpica que não possui: o ouro. A equipe foi prata nos Jogos de Atlanta-96 e bronze em Sydney. Confiança não falta ao grupo. 'Podemos sonhar com uma final', garante a pivô Kelly, que esteve em Sydney. 'O sonho é o combustível da vida', destaca.

Calendário geral - A programação do basquete não está definida apenas para o feminino. A seleção masculina, que não disputará os Jogos de Atenas, também já tem seu futuro traçado. O primeiro compromisso importante é o Campeonato Sul-americano, que será realizado de 12 a 17 de julho no Brasil. A sede ainda não está definida, pode ser em São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte. 'Estamos vendo a possibilidade de reinaugurar o (ginásio) Ibirapuera', diz o dirigente.

A competição é classificatória para a Copa América de 2005, porta de entrada para o Mundial de 2006. 'Apesar de não ir para Atenas, os meninos também terão um trabalho pesado. É uma equipe que recebeu convites de outras para torneios', completa Grego.


Fonte: Gazeta Esportiva

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