quarta-feira, 17 de setembro de 2003

Declarações no Lance!

Antônio C. Barbosa: "Temos condições de pegar a vaga"

O treinador da Seleção, campeã sul-americana e bronze no Pan-Americano de Santo Domingo, está otimista para o Pré-Olímpico, que levará o campeão às Olimpíadas de Atenas.

Lance!: O fato de a Seleção masculina não ter conseguido a classificação aumenta a pressão sobre vocês?

Antônio C. Barosa: Não. Temos a pressão natural de cumprir nosso dever e fazer o melhor possível. No feminino tudo parece muito fácil. Se não ganhamos medalha somos incompetentes. Se conseguimos, não fizemos mais que a obrigação. Uma medalha de bronze conquistada parece que foi ganha em um campeonato de esquina.

L!: No que a Seleção Brasileira melhorou com as entradas de Janeth, Helen, Iziane, Erika e Leila?

AB: A qualidade melhorou muito. Janeth e Helen têm talento indiscutível e a Iziane, que foi como promessa para o Mundial, está próxima de virar realidade. Leila está rendendo bem. Fizemos alguns ajustes, melhoramos no ataque e vamos com as bolas de três de Helen e as de aproximação de Janeth. Apesar de o campeonato ser difícil, temos condições de pegar a vaga olímpica.

Barbosa analisa os adversários

O técnico Antonio Carlos Barbosa analisou todas as equipes.

Chile: É o time mais limitado tecnicamente. Jogamos no Sul-Americano (vitória por 95 a 49).

México: É uma equipe média. Na Copa América de 2001 jogou bem.

Argentina: Alguns experts teimam em não reconhecer que o time evoluiu. Mas foi uma equipe que tirou o Canadá de dois Mundiais e ganhou da Lituânia e Japão no último Mundial, na China.

Cuba: Ganhamos no Pan, mas sempre são jogos difíceis. Defendem forte e é considerado o time cubano mais forte da história, que mescla veteranas e jovens.

Canadá: Tem o jogo bem americanizado, com defesa forte e velocidade no ataque. Tem duas jogadoras na WNBA que sempre disputam o Jogo das Estrelas.

República Dominicana: Não assusta ninguém. Tem uma jogadora muito boa, de 37 anos: Duran.

Janeth: "Passamos a dividir as responsabilidades"

Lançada na Seleção em 1987, Janeth disputou campeonatos com três gerações de atletas. Começou com Paula e Hortência e agora joga com a turma de Helen e Alessandra e com a de Iziane e Erika, de 20 anos. E foi observando situações que a ala conseguiu tirar das costas o peso de ser o maior nome da Seleção. Diz que o segredo da equipe é dividir responsabilidades e méritos.

– Quando comecei, tinha muito ciúme porque tudo era Paula e Hortência. Elas carregavam um peso tão grande, tinham que fazer cestas, pegar rebotes, estar equilibradas emocionalmente... Era difícil até estarem sempre correspondendo ao que esperavam delas. No papel, a geração passada era muito melhor que a de hoje. A partir de 2000 passamos a repartir as responsabilidades e sabemos que temos que nos ajudar em quadra - diz.

Janeth lembra que ganhou mais frieza jogando na liga americana e aprendeu a reunir a equipe e procurar transmitir tranqüilidade e confiança às companheiras.

– Quando Paula e Hortência saíram da Seleção, não sabíamos se iríamos conseguir nos manter no pódio. Mas fizemos um trabalho legal de nos reunir e conseguimos o bronze nas Olimpíadas de Sydney. Nos reunimos também duas ou três vezes durante os campeonatos para falar das coisas boas e ruins.

Janeth relembra seus momentos Olímpicos

Barcelona-1992

“Minha primeira Olimpíada foi frustrante. Todas nós, jogadoras, ficamos deslumbradas com a Vila e esquecemos de jogar”.

Atlanta-1996

“Fizemos uma preparação e estávamos equilibradas emocionalmente. Foi muito bom conseguir a medalha de prata. Perdemos para os EUA na casa delas. Foi marcante porque não sabia se chorava de alegria ou de tristeza por estar sem patrocínio no meu time.

Sydney-2000

“Como eu estava na WNBA, tudo era voltado para mim. Me equilibrei e falei para as meninas que jogassem sem responsabilidade. O que acontecesse cobrariam de mim. Fomos bronze”.

Fonte: Lance!

Nenhum comentário: