segunda-feira, 25 de agosto de 2003

A Ruthinha é boazinha! A Raquel é má!

Meu amigo Márcio, de Ourinhos, me conta que estava sintonizado na ESPN Brasil neste domingo, quando foi surpreendido por um programa sobre os Jogos Pan-Americanos.

A reportagem da emissora localizava a pivô Ruth, campeã pan-americana em 91 e mundial em 94.

Em Brasilândia (interior do Mato Grosso do Sul) e aos 35 anos, a ex-jogadora ministra aulas para filhos de funcionários de uma grande usina de açúcar local.

Segundo Márcio, Ruth disse que não sentia saudades da quadra, mas sim das amizades que fez. Contou que a medalha do Pan de Havana estava guardada em Campo Grande e que não tinha mais nenhuma camisa da seleção brasileira. Reforçou ainda seus agradecimentos à técnica Maria Helena Cardoso.

Me peguei logo após a narrativa de Márcio com uma saudade imensa de Ruth.

Talvez a jogadora mais discreta que já tenha passado pela seleção brasileira.

Muito disciplinada, obediente taticamente, determinada, Ruth construiu uma carreira gloriosa no esporte e mantinha uma simplicidade, uma humildade que chegavam a incomodar.

Pouco lembrada, Ruth é na minha opinião a ponte que estabelece a renovação entre as pivôs da geração anterior (Marta, Vânia Hernandez, Zezé e Joyce) e das então novatas Alessandra e Tuiú.

Um exemplo de dedicação ao basquete, sem afetação, sem arrogância.

Ruth é um pedaço de um basquete feminino que não existe mais.

Acabou-se o romantismo no basquete feminino.

O que se vê hoje não combina com o perfil de Ruth.

Jogadora mandar no técnico? Jogadora desleixada com os próprios erros? Jogadora que passa meia temporada fora e volta gorda, por causa do rei na barriga? Jogadora arrogante? Jogadora indisciplinada? Jogadora desleal com as comapanheiras?

Não, não!

Salve Ruth!



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