sábado, 26 de julho de 2003

Oliveiras

Prontas para realizar o sonho

A experiente pivô Alessandra e sua irmã, a ala Renata, comemoram o fato de disputarem pela primeira vez um campeonato juntas

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Vanira e Vânia Hernandez. Paula e Branca. Marta e Leila. Cintia, Helen e Silvinha Luz. A presença de irmãs na Seleção Brasileira tem marcado as
últimas décadas. E sempre fez com que a pivô Alessandra alimentasse o mesmo sonho durante muito tempo. Aos 29 anos, ela não esconde a alegria por ter pela primeira vez jogando ao seu lado a irmã, a ala Renata.

Dona de uma prata e um bronze olímpicos (Atlanta-96 e Sydney-2000), e do ouro no Mundial da Austrália-94, Alessandra diz que sempre procura passar à irmã a importância de nunca desisitr e procurar aprender sempre.

- Eu acho que ela começou a jogar por causa de mim. E era meu grande sonho ter um irmão jogando comigo. Estou muito feliz também porque nossa
convivência aumentou durante estes dois meses de treinos para o Pan-Americano. Mas nós não ficamos no mesmo quarto - diz.

Convivência que é considerada longa pelas duas. Como jogam no exterior, o máximo de tempo que conseguiram passar juntas foi durante as festas do fim do ano passado. Ao longo do ano se falam por telefone e e-mail.

- É emocionante poder jogar com ela. Vi Alessandra subir e chegar longe. Ela sempre me incentivou. O que temos de parecido? Ah, nós somos diferentes. Sou bem mais calma que ela - ri, Renata, de 25 anos, que joga na Espanha e até
então só tinha defendido a Seleção Juvenil.

Alessandra já passou quatro temporadas na Itália, três nos EUA, uma na Hungria, uma na Eslováquia e uma na Coréia. O fato de ter seguido o mesmo
caminho da irmã mais velha, indo jogar fora do Brasil, foi pelo mesmo motivo, segundo Alessandra.

- A saída dela foi na mesma condição que eu: pela confusão de patrocinadores. Somos de família humilde e temos que batalhar - diz.

'Elas são minhas meninas de ouro'

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Mais feliz do que as duas irmãs está dona Maria Aparecida. A tia Cida, foi quem criou as duas irmãs por um bom tempo. Depois de perderem a mãe,
Alessandra foi morar com avó e Renata continuou com o pai. Mais tarde, o pai também faleceu e elas foram parar nas casas de outros parentes. Até que dona Cida se prontificou a cuidar das duas em Campinas durante a adolescência.

Mãe de três filhos, ela também passou a ser responsável pelos três que a irmã deixou. Apesar de passar por uma fase difícil por ter ficado viúva, teve de começar a trabalhar para dar conta dos seis:

- Eu tomava conta de três bebês por dia porque a pensão do meu marido era pouca. Alessandra e Renata estavam jogando mas ganhavam muito pouco. Não dava para ajudar. Agora elas conseguiram comprar a casa delas e ajudam muito. São apegadas a mim.

Nas orações a Santo Antonio ela agradece a sorte de ter sobrinhas tão especiais e pede para que as duas voltem com o ouro do Pan:

- Admiro muito as meninas. Tiveram infância muito difícil. Alessandra passou um tempo com a avô que foi muito severa, judiou muito dela. E foi passando de casa em casa. Elas nunca me deram dor de cabeça. São meninas de ouro.

Deixar a Seleção só após Mundial-2006

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Os planos de não mais jogar pela Seleção seria para depois das Olimpíadas de Atenas-2004. Mas a realização do Mundial de 2006 no Brasil vai fazer
Alessandra retardá-los um pouco. No entanto a pivô diz que não quer entrar em quadra para só fazer número e que se for para isso irá preferir ficar na arquibancada. Ela está feliz com a união da Seleção:

- É muito diferente dos anos anteriores. Estamos juntas, as mais velhas e as mais novas. É igual ao time de Bernardinho que tem 12 titulares.


Fonte:
Lance!






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