Magic Paula agora brinca de basquete
Ex-craque da Seleção Brasileira volta a bater bola depois de um ano e meio parada. A secretária do Ministério do Esporte participou de pelada entre atletas veteranas e promete jogar toda semana
Luiz Roberto Magalhães
Da equipe do Correio
Paulo de Araújo
O jejum durou aproximados 250 dias. Foi esse o tempo que a secretária nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Maria Paula Gonçalves da Silva, ficou longe das quadras de basquete.
Quando morava em São Paulo, ela não encontrava na metrópole um local em que pudesse dar seus arremessos de vez em quando. Assim Maria Paula, conhecida em todo o país como Magic Paula, a inesquecível estrela da Seleção Brasileira, acabou se envolvendo mais no trabalho e deixou as cestas um pouco de lado.
Campeã mundial de seleções em 1994, medalha de ouro no Pan-Americano de Havana, prata nas Olimpíada de Atlanta-1996, Magic Paula ficou um ano e meio sem jogar. Até a na noite de quarta-feira. Foi quando se juntou a um grupo de atletas veteranas de Brasília. Uma turma que, todas as segundas e quartas, bate bola na quadra do ginásio do Caseb, na 908 Sul. Foi lá, longe dos holofotes, que Paula finalmente brincou de basquete. Como nos bons tempos.
‘‘Foi uma delícia’’, resume Paula, 41 anos, depois de correr por cerca de 40 minutos e mostrar impressionante precisão nos arremessos, mesmo depois de tanto tempo sem treinamento. ‘‘É mais ou menos como andar de bicicleta. A gente aprende, pode ficar um bom tempo sem pedalar, mas nunca mais vai perder o equilíbrio.’’
Paula diz que ‘‘é muito chato correr por correr’’. Agora está entusiasmada. ‘‘Aqui (na quadra) você tem um objetivo e é muito bom saber que tem esse pessoal aqui.’’ Pretende voltar às peladas no Caseb uma vez por semana.
Na noite de quarta, Paula provou que o arremesso continua calibrado. Mais que isso, o toque de bola e suas assistências refinadas deram ritmo diferente ao jogo das atletas veteranas, que integram a Seleção Sênior e Master de Brasília e representam a cidade no Campeonato Brasileiro da faixa etária.
‘‘Eu já sabia que ela viria jogar com a gente e achei ótimo’’, comemorou a brasiliense Andréa Pinto do Nascimento, 33 anos, professora de educação física, jogadora de basquete desde 1985. ‘‘A presença dela dá um novo ânimo ao pessoal. Todo mundo corre mais quando ela está em quadra.’’
Para a paranaense Cleunice Petrus, 41 anos, que há sete joga no time veterano de Brasília, bater bola com Magic Paula é uma honra. ‘‘É muito bom jogar com quem sabe. Parece que não, mas a gente ainda aprende muito com ela.’’
Reencontro
Magic Paula se deu conta de que muita coisa mudou, desde que parou de jogar profissionalmente, em 2000. ‘‘Você sente que o reflexo não é mais o mesmo e é meio frustrante.’’ Seja como for, ela agora quer curtir o basquete de uma maneira diferente. ‘‘Durante muitos anos eu joguei com muita pressão, tanto minha como de técnico, torcida... Agora é diversão.’’
Brincadeira que reuniu duas amigas, décadas depois de jogarem no mesmo time. Mariza Barqueta Orosco, 41 anos, mora em Brasília há cinco e dá aulas de basquete no Clube do Exército. Ela era uma garota quando, no final da década de 70, entrou no time de basquete de Jundiaí. Lá conheceu Maria Paula.
Conta Mariza: ‘‘Li no Correio que ela estava chegando para trabalhar na cidade e fiquei feliz demais. Nós jogamos em Jundiaí por seis anos e depois jogamos na Seleção Brasileira juvenil e paulista’’.
Quando as duas se reencontraram na capital federal, depois de mais de 20 anos sem se verem, Paula quis saber se havia na cidade um lugar onde elas pudessem bater uma bola. Mariza abriu um sorriso. Era tudo o que ela queria ouvir.
Ao que parece, os fãs do esporte terão belo programa para as noites de segunda ou quarta-feira. Quem passar pelo Caseb e arriscar uma visita poderá encontrar algumas atletas brincando de basquete no ginásio. E pode ser que, com sorte, Magic Paula esteja lá...
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Durante muitos anos eu joguei com muita pressão, tanto minha como de técnico, torcida... Agora é diversão
Magic Paula, 41 anos, ao bater uma pelada na quarta-feira à noite, no ginásio do Caseb (908 Sul)
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Vida de funcionária pública
Da Redação
Ronaldo de Oliviera 08.05.03
Paula passa a maior parte do tempo no gabinete do ministério e no hotel: preocupação com o clima seco
Consagrada mundialmente como uma das maiores jogadoras de basquete do mundo de sua geração, Magic Paula mantem o seu estilo discreto, mesmo ocupando o cargo de secretária de Esporte de Alto Rendimento.
Há 40 dias morando em Brasília, com escapadas periódicas a São Paulo, onde mora a sua família, Paula fez apenas um pedido, quando aceitou o convite do ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, para ocupar a secretaria: hospedar-se perto do Parque da Cidade. ‘‘É um local gostoso para caminhar e correr’’, disse a secretária, que mora num hotel no início da Asa Sul e aproveita os exercícios para manter o preparo físico e relaxar da rotina diária de executiva.
‘‘Estou gostando de Brasília, embora tenha chegado aqui numa época ruim para todos’’, disse Paula, referindo-se à baixa umidade. ‘‘Mas dizem que agosto é pior. É mesmo?’’ indagou, na expectativa de quem ainda terá de enfrentar muita secura no Planalto Central.
De estilo caseiro, Paula trabalha muito e sai pouco. Além do mais, viaja com freqüência, exigência do cargo que ocupa. ‘‘Aos poucos vou conhecendo gente e as saídas para o lazer vão aparecer’’, diz, sem reclamar da rotina. Mas revela que nas poucas vezes que sai, com amigos do próprio ministério, o Id Café (na 209 Sul) é o de sua preferência. ‘‘Agora este grupo do basquete veterano é nova frente de amizades que inicio’’, afirmou.
Ex-craque da Seleção Brasileira volta a bater bola depois de um ano e meio parada. A secretária do Ministério do Esporte participou de pelada entre atletas veteranas e promete jogar toda semana
Luiz Roberto Magalhães
Da equipe do Correio
Paulo de Araújo
O jejum durou aproximados 250 dias. Foi esse o tempo que a secretária nacional de Esporte de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Maria Paula Gonçalves da Silva, ficou longe das quadras de basquete.
Quando morava em São Paulo, ela não encontrava na metrópole um local em que pudesse dar seus arremessos de vez em quando. Assim Maria Paula, conhecida em todo o país como Magic Paula, a inesquecível estrela da Seleção Brasileira, acabou se envolvendo mais no trabalho e deixou as cestas um pouco de lado.
Campeã mundial de seleções em 1994, medalha de ouro no Pan-Americano de Havana, prata nas Olimpíada de Atlanta-1996, Magic Paula ficou um ano e meio sem jogar. Até a na noite de quarta-feira. Foi quando se juntou a um grupo de atletas veteranas de Brasília. Uma turma que, todas as segundas e quartas, bate bola na quadra do ginásio do Caseb, na 908 Sul. Foi lá, longe dos holofotes, que Paula finalmente brincou de basquete. Como nos bons tempos.
‘‘Foi uma delícia’’, resume Paula, 41 anos, depois de correr por cerca de 40 minutos e mostrar impressionante precisão nos arremessos, mesmo depois de tanto tempo sem treinamento. ‘‘É mais ou menos como andar de bicicleta. A gente aprende, pode ficar um bom tempo sem pedalar, mas nunca mais vai perder o equilíbrio.’’
Paula diz que ‘‘é muito chato correr por correr’’. Agora está entusiasmada. ‘‘Aqui (na quadra) você tem um objetivo e é muito bom saber que tem esse pessoal aqui.’’ Pretende voltar às peladas no Caseb uma vez por semana.
Na noite de quarta, Paula provou que o arremesso continua calibrado. Mais que isso, o toque de bola e suas assistências refinadas deram ritmo diferente ao jogo das atletas veteranas, que integram a Seleção Sênior e Master de Brasília e representam a cidade no Campeonato Brasileiro da faixa etária.
‘‘Eu já sabia que ela viria jogar com a gente e achei ótimo’’, comemorou a brasiliense Andréa Pinto do Nascimento, 33 anos, professora de educação física, jogadora de basquete desde 1985. ‘‘A presença dela dá um novo ânimo ao pessoal. Todo mundo corre mais quando ela está em quadra.’’
Para a paranaense Cleunice Petrus, 41 anos, que há sete joga no time veterano de Brasília, bater bola com Magic Paula é uma honra. ‘‘É muito bom jogar com quem sabe. Parece que não, mas a gente ainda aprende muito com ela.’’
Reencontro
Magic Paula se deu conta de que muita coisa mudou, desde que parou de jogar profissionalmente, em 2000. ‘‘Você sente que o reflexo não é mais o mesmo e é meio frustrante.’’ Seja como for, ela agora quer curtir o basquete de uma maneira diferente. ‘‘Durante muitos anos eu joguei com muita pressão, tanto minha como de técnico, torcida... Agora é diversão.’’
Brincadeira que reuniu duas amigas, décadas depois de jogarem no mesmo time. Mariza Barqueta Orosco, 41 anos, mora em Brasília há cinco e dá aulas de basquete no Clube do Exército. Ela era uma garota quando, no final da década de 70, entrou no time de basquete de Jundiaí. Lá conheceu Maria Paula.
Conta Mariza: ‘‘Li no Correio que ela estava chegando para trabalhar na cidade e fiquei feliz demais. Nós jogamos em Jundiaí por seis anos e depois jogamos na Seleção Brasileira juvenil e paulista’’.
Quando as duas se reencontraram na capital federal, depois de mais de 20 anos sem se verem, Paula quis saber se havia na cidade um lugar onde elas pudessem bater uma bola. Mariza abriu um sorriso. Era tudo o que ela queria ouvir.
Ao que parece, os fãs do esporte terão belo programa para as noites de segunda ou quarta-feira. Quem passar pelo Caseb e arriscar uma visita poderá encontrar algumas atletas brincando de basquete no ginásio. E pode ser que, com sorte, Magic Paula esteja lá...
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Durante muitos anos eu joguei com muita pressão, tanto minha como de técnico, torcida... Agora é diversão
Magic Paula, 41 anos, ao bater uma pelada na quarta-feira à noite, no ginásio do Caseb (908 Sul)
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Vida de funcionária pública
Da Redação
Ronaldo de Oliviera 08.05.03
Paula passa a maior parte do tempo no gabinete do ministério e no hotel: preocupação com o clima seco
Consagrada mundialmente como uma das maiores jogadoras de basquete do mundo de sua geração, Magic Paula mantem o seu estilo discreto, mesmo ocupando o cargo de secretária de Esporte de Alto Rendimento.
Há 40 dias morando em Brasília, com escapadas periódicas a São Paulo, onde mora a sua família, Paula fez apenas um pedido, quando aceitou o convite do ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, para ocupar a secretaria: hospedar-se perto do Parque da Cidade. ‘‘É um local gostoso para caminhar e correr’’, disse a secretária, que mora num hotel no início da Asa Sul e aproveita os exercícios para manter o preparo físico e relaxar da rotina diária de executiva.
‘‘Estou gostando de Brasília, embora tenha chegado aqui numa época ruim para todos’’, disse Paula, referindo-se à baixa umidade. ‘‘Mas dizem que agosto é pior. É mesmo?’’ indagou, na expectativa de quem ainda terá de enfrentar muita secura no Planalto Central.
De estilo caseiro, Paula trabalha muito e sai pouco. Além do mais, viaja com freqüência, exigência do cargo que ocupa. ‘‘Aos poucos vou conhecendo gente e as saídas para o lazer vão aparecer’’, diz, sem reclamar da rotina. Mas revela que nas poucas vezes que sai, com amigos do próprio ministério, o Id Café (na 209 Sul) é o de sua preferência. ‘‘Agora este grupo do basquete veterano é nova frente de amizades que inicio’’, afirmou.
Fonte: Correio Brasiliense
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