domingo, 20 de julho de 2003

Gazetas

Novatas vêem no Pan chance para marcar lugar na seleção
Claudia Andrade

São Paulo (SP) - A visibilidade dos Jogos Pan-americanos pode ser o que faltava para algumas jogadoras ganharem espaço na seleção brasileira de basquete. A lista de convocadas pelo técnico Antonio Carlos Barbosa para a disputa do Pan de Santo Domingo, em agosto, tem várias estreantes no torneio, que pretendem começar a trilhar na República Dominicana o caminho para as Olimpíadas de Atenas/04.
A pivô Ega, campeã paulista pelo Unimed/Americana, já disputou dois Sul-americanos com a seleção, e vê o Pan como a subida de mais um degrau. 'Foi uma crescente do Sul-americano para o Pan, porque foi lá que a gente provou algo para tá aqui agora. Foi ótimo ter essa seqüência, primeiro com o Sul-americano, agora com o Pan, pra depois a gente tentar a Copa América e aí as Olimpíadas', diz.

A ala/armadora Vivian, que integrou a seleção campeã da Copa América 2001 e do Sul-americano do mesmo ano, diz que defender o Brasil é uma vitória pessoal. 'Tá sendo uma vitória para mim estar na seleção. Cada conquista que eu tô tendo eu valorizo muito, porque um tempo atrás eu pensei em parar. E agora eu penso 'que bom que eu não parei'', diz ela, que já passou por seis cirurgias no joelho.

Para a jogadora, os amistosos com a Rússia ajudaram muito na preparação do Brasil para o Pan. 'Ainda mais para nós jogadoras que não temos tanta experiência internacional', diz, para acrescentar, confiante. 'Vamos para (o Pan) buscar o ouro com certeza. O trabalho está sendo feito com seriedade, todo mundo tá com o mesmo objetivo de sempre ajudar', completa.

Renata, que ainda não debutou em competições internacionais pela seleção, também está otimista. 'A mentalidade é de que vamos trazer medalha para o Brasil', afirma a jogadora, que considerou os jogos contra as russas foram 'um crescimento' para o grupo. Irmã da pivô Alessandra, Renata já chegou enturmada no grupo, até porque também já tinha jogado com Cintia Tuiú e conhecia as outras integrantes da seleção dos campeonatos. De qualquer forma, ela diz que as dicas da irmã são valiosas. 'Querendo ou não, a experiência que ela tem me ajuda bastante.'

Nesta sexta-feira, o Brasil venceu o último dos quatro amistosos com a Rússia, por 80 a 66. O placar terminou com duas vitórias para cada equipe. No Pan, as brasileiras vão enfrentar Argentina, Canadá, Cuba, Estados Unidos e República Dominicana em busca do título. Em Winnipeg/99, o Brasil terminou em quarto lugar.

Destaque, Adrianinha recebe elogios de Paula
Claudia Andrade

Adrianinha não ficou intimidada com as gigantes russas e marcou 21 pontos
São Paulo (SP) - Ela tem apenas 1,70m, mas não se intimidou diante das gigantes russas. Nesta sexta-feira, a armadora Adrianinha foi o destaque na vitória do Brasil por 80 a 66. Ela foi responsável por 21 pontos da seleção nacional e dividiu o posto de cestinha com a ala Micaela. 'A Adrianinha tá me surpreendendo. Tem personalidade, é abusada', elogia a ex-jogadora Paula, que assistiu à partida desta sexta-feira. O técnico Antônio Carlos Barbosa também cita o nome da jogadora ao ser perguntado sobre quem está se destacando.
Adriana Moisés Pinto voltou ao Brasil este ano, depois de três temporadas jogando no Faenza, da primeira divisão da Itália e participações na WNBA em 2001 e 2002, defendendo o Phoenix Mercury. Para ela, os elogios de Paula são um grande incentivo. 'Sempre tive ela como ídolo e tive a honra de jogar junto com ela no Microcamp (Campinas). Ela sempre me apoiou muito e é muito importante ter alguém como a Paula te incentivando', afirma.

Segundo a jogadora, que vai voltar para a Itália, já que tem contrato com o Faenza até abril do ano que vem, a ousadia é a única maneira de encarar rivais mais altas. 'Eu sou muito honesta, mas do mesmo jeito que vêm em cima de mim eu também posso ter a iniciativa de ir pra cima. Tenho que ter isso até por minha baixa estatura', diz.

A armadora de 24 anos vai defender o Unimed/Americana no Campeonato Paulista e foi convocada para os Jogos Pan-americanos de Santo Domingo, em agosto. 'Vamos para o ouro. Temos condições para isso', assegura.

Barbosa satisfeito com evolução da equipe
Claudia Andrade

Barbosa vê evolução na equipe brasileira
São Paulo (SP) - O técnico da seleção brasileira feminina de basquete, Antonio Carlos Barbosa, está satisfeito com a atuação do grupo nos quatro amistosos com a Rússia, encerrados com uma vitória para o Brasil, por 80 a 66, nesta sexta-feira, em São Paulo. Na primeira partida, a vitória foi das russas por 71 a 68, na prorrogação; na segunda, o Brasil venceu com apenas um ponto de diferença: 59 a 58. Nesta quinta, nova vitória das russas, por 71 a 65. Empate por 2 a 2 para cada seleção.
'Considerando os problemas do Brasil que tem poucos times e jogadoras saindo do país, o trabalho tá excelente', avalia Barbosa, para quem a possibilidade de treinar a equipe com antecedência está fazendo a diferença. 'Treinar junto cria um compromisso e o grupo está comprometido com o trabalho. As meninas estão vendo o sacrifício que está sendo feito. Agora vir cada uma uma hora para e tentar fazer um trabalho assim é complicado', afirma.

Ele destaca a importância dos Jogos Desafios contra a Rússia, vice-campeã mundial, fazendo a seleção brasileira sair do esquema sul-americano ao qual estava acostumada (os amistosos do ano passado foram contra a Argentina e o Brasil venceu as três partidas) e jogar em um nível mais elevado. 'Estamos evoluindo a cada partida e a defesa conseguiu manter a média de pontos sofridos nos quatro jogos, que ficou entre 60 e 70 pontos. Além disso, todas as treze jogadoras participaram das partidas.'

A ala Silvinha ressalta o mérito das brasileiras nos dois resultados positivos contra as russas. 'Isso é super positivo. A gente está acostumada a jogar contra Cuba, Argentina e contra a Rússia a gente pôde ganhar duas partidas. Seria legal ter isso sempre', avalia. Para ela, o placar folgado desta sexta-feira foi uma surpresa. 'Contra a Rússia era de se esperar um jogo muito mais forte. Mas valeu pela gente, nosso time tava com a defesa boa, jogando bem. Nós fizemos esta vitória', diz.

Brasil encerra amistosos com a Rússia com placar arrasador
Claudia Andrade

A seleção brasileira não teve trabalho para superar a Rússia
São Paulo (SP) - A seleção brasileira feminina de basquete estava em desvantagem quando entrou em quadra nesta sexta-feira, no Clube Paulistano, para enfrentar a Rússia no último de quatro jogos amistosos. Com desvantagem de 2 a 1, o Brasil vinha de uma derrota nesta quinta-feira por 65 a 71. Mas conseguiu vencer, e com um placar bastante confortável: 80 a 66 (40 a 29 no primeiro tempo).
Desde o primeiro período, as brasileiras impuseram seu ritmo de jogo para a alta seleção russa e encerraram a parcial quatro pontos à frente (21 a 17). A partir daí, a vantagem só fez aumentar, para 11 pontos no segundo quarto, 12 no terceiro (58 a 46), até fechar com sobra de 14 pontos. Resultado: Brasil e Rússia saem empatados por 2 a 2 dos Jogos Desafio.

Para a armadora Adrianinha, uma das cestinhas da partida, ao lado de Micaela (21 pontos cada uma), os números não significam que a vitória foi fácil. 'Um time como o da Rússia, vice-campeão mundial, você tem sempre que respeitar. O resultado é o reflexo do trabalho que vem sendo feito pelo grupo, que tem como objetivo final o Pan e o Pré-olímpico.'

A ex-jogadora Paula tem uma visão diferente da partida desta sexta. 'A Rússia visivelmente não está em um bom dia e o Brasil está aproveitando este momento', diz a secretária de Esportes de Alto Rendimento do Governo Federal. Segundo ela, esse tipo de intercâmbio precisa virar algo comum para a seleção. 'Não adianta vir um mês antes (do Pan) e fazer quatro amistosos. Tem que fazer freqüentemente. Há 20 anos a Rússia não jogava aqui, desde o Mundial (de 83)', lembra.


Fonte: Gazeta


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