quarta-feira, 30 de abril de 2003

Cintia Tuiú faz se primeiro treino em Americana e analisa os cinco anos que jogou fora do Brasil

Americana (SP) – Após cinco anos jogando na Europa, a pivô Cíntia Tuiú, que retornou ao país para atuar pelo Unimed/Americana, realizou nesta terça-feira (29/04) seu primeiro treino na nova equipe, que está disputando o segundo turno do Campeonato Paulista feminino de basquete 2003.

Cintia Tuiú deixou o Brasil em 1998, quando atuava pelo BCN/Osasco, mas nem chegou a jogar em virtude de uma cirurgia de ligamento cruzado no joelho esquerdo. Logo após se recuperar, Cíntia decidiu jogar fora do país e ficou três meses em Portugal, atuando pelo Santarém. “Com o ranqueamento fiquei sem equipe no Brasil e fui para Portugal, onde ainda estava retomando meu condicionamento físico por causa da cirurgia”, lembra.

Após a pequena passagem por Santarém, Cíntia trocou Portugal pela Itália e jogou uma temporada em Bari (98/99). Depois, seguiu para Treviglo, onde ficou três anos (2000/01/02) e, por fim, defendeu Cus Chieti (02/03) na última temporada – todas equipes de Primeira Divisão. “Na Europa eles valorizam muito a defesa e o contato físico. Aprendi muito e meu jogo também mudou”, comentou.

A boa temporada pelo Treviglo garantiu a Cíntia o quarto lugar no draft da WNBA em 2000, pela equipe do Orlando Miracle. Titular logo na primeira temporada, Cíntia foi um dos destaques da Liga, ficando entre as três melhores jogadoras em tocos (atrás apenas da gigante de 2m16, a polonesa Margo Dydek, e da estrela norte-americana Lisa Leslie), e ainda teve seu nome lembrado para o All-Star Game.

“WNBA eu vivi no primeiro ano. Meu sonho de WNBA eu realizei em 2000. É óbvio que eu quero voltar a disputar a liga no próximo ano mas, se não der, não terei problemas quanto a isso”, disse. “No meu primeiro ano pude mostrar minha melhor forma e ajudar minha equipe. Nos outros dois anos, por decisões técnicas e por causa da minha cirurgia no joelho, tive meu desempenho prejudicado”, analisou.

Neste ano, Cíntia preferiu voltar ao Brasil e não atuar na liga norte-americana. “Já tinha esse plano desde o ano passado. Precisava descansar um pouco, já que há três anos minha rotina é Europa, WNBA e Seleção. Tenho de pensar na minha carreira e me poupar um pouco. A contusão que tive no ano passado no menisco foi por stress, então eu precisava de um repouso”, disse a jogadora de 28 anos.

SELEÇÃO

Cíntia entrou no programa de repatriamento lançado pela CBB e disputará os Jogos Pan-Americanos em Santo Domingo, na República Dominicana, e o Pré-Olímpico, no México. “É muito importante para a Seleção que as jogadoras possam ter um tempo de treinamento juntas. Em 2000, apenas eu, a Claudinha, a Janeth e a Alessandra estávamos fora do país e conseguimos um bronze em Sydney. Mas agora temos cerca de 10 jogadoras atuando no exterior e isso dificulta a preparação”, disse. “Por mais que tenhamos um grupo talentoso individualmente é preciso o um tempo de treino junto por causa do entrosamento”, analisou.

AMERICANA

A última competição de Cíntia Tuiú defendendo um clube no Brasil foi em 1996, quando disputou a Taça Brasil pela equipe do BCN/Piracicaba. “Quero muito ser campeã aqui em Americana. Temos um grupo jovem, mas com jogadoras experientes, que já assumem responsabilidades em uma equipe desde cedo, bem diferente da Europa”, disse.



O grande adversário de Cíntia Tuiú nesse seu retorno ao Brasil tem sido o forte calor. Acostumada com temperaturas que variam de 5 a 8 graus, a pivô da seleção ainda está se adaptando ao clima brasileiro. “O calor aqui é muito complicado, parece que a gente cansa mais rápido. Na Itália eu quase não transpirava, já aqui o calor desgasta bastante”, diverte-se Cíntia, que fará sua estréia pela nova equipe no próximo dia 06, quando o Unimed/Americana enfrenta em casa a equipe de São Caetano.


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