terça-feira, 21 de janeiro de 2003

O jogo 3

Unimed/Americana 72 X 88 São Paulo Guaru

Escrevi textos sobre as partidas 1 e 2 da decisão, mas acho que se torna desnecessário fazer o mesmo para o jogo final.

Vendo o jogo, a sensação é de que não há muito o que explicar, nem justificar o resultado.

O São Paulo/Guaru jogou como campeão. E a Unimed/Americana como vice-campeã.

Não deixa de ser uma surpresa.

Guaru vinha de um Paulista medíocre, no qual ficou em quinto lugar, a frente apenas da equipe (praticamente juvenil) de Jundiaí. Mesmo já tendo estabelecido a parceria com o São Paulo, os resultados não saíam. Uma das principais atletas do time, a ala-pivô Gilmara estava contundida. Pior ainda, a relação entre comissão técnica e jogadoras atingia os limites da tensão máxima. Antes do play-off, a armadora Veneza deixou o time. Ao fim da temporada, as laterais Paty e Rose buscaram outros rumos. O time perdeu ainda a ala-armadora Cléia. Com todos esses acontecimentos, a expectativa para o Nacional não podia ser boa.

Como reforços, duas tímidas contratações: a armadora Sandrinha, talentosa, mas afastada das quadras há mais de um ano, e a ala Íris, do basquete carioca.

Antes da estréia, chegava a notícia de Érika.

E aí começava a construção da história do São Paulo.

A pivô campeã da WNBA está certamente um degrau acima de qualquer uma outra pivô que atue no Brasil. Tanto que reinou soberana nos garrafões adversários, marcando double-doubles quase que diariamente. Uma maior concentração (e aproveitamento) nos lances-livres, no entanto, são obrigatórios para a menina.

Apoiado em Érika, o time cresceu e apareceu e quando viu, era líder do torneio e entrava reforçado para o returno com Janeth.

O resto (ou o começo?) da história, vocês já conhecem.

A equipe tricolor mereceu a conquista e só chegou a ela, porque outras jogadoras tiveram a coragem de não se intimidar de jogar ao lado de dois ídolos, como Janeth e Érika.

Sandrinha ainda está recuperando o melhor da forma, é talentosa. Mais anos de basquete provavelmente farão dela um boa armadora.



Simone Pontello, campeã mundial em 94, surgiu em forma impecável nas finais.

Íris é esforçada e disciplinada, o que lhe garante importância no elenco.

Ana Lúcia, apesar de cair um pouco de ritmo nas finais, fez um bom Nacional.

As jovens Faby, Kátia e Palmira são boas promessas.

Por último, Maria. Provavelmente se tívessemos a eleição da jogadora que mais evoluiu no Nacional, o título ficaria com ela. A atleta que era improvisada no time num passado recente como pivô, se tranformou numa ala de força nessa temporada. A metamorfose acentua algumas deficiências, como a falta de um bom arremesso; mas revela qualidades até então não percebidas. Maria combina aplicação defensiva com uma velocidade eplosiva, numa combinação muito interessante, que em alguns momentos nos embriaga com uma sensação de nostalgia, como se Leila Sobral estivesse de volta às quadras.

Enfim, uma bela conquista do time comandado por Alexandre Cato.

Parabéns e Vida Longa ao Time!

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