quinta-feira, 16 de janeiro de 2003

Gazetadas

A talentosa Marta Teixeira, da Gazeta Esportiva, esmiuça o primeiro jogo da final do Nacional em cinco bons artigos.

Helen responsabiliza acomodação pelo resultado

Para a ala/armadora Helen, a Unimed/Americana pagou o preço pela acomodação nesta quarta-feira. A equipe foi derrotada pelo São Paulo/Guaru no primeiro jogo da série final do Campeonato Nacional feminino de basquete por 79 a 66. 'Acho que a gente se acomodou', explica a jogadora. 'Acho que o time pensou: Ah, no final a gente vai virar, mas em final não se pode pensar assim'.
O terceiro quarto é apontado pela atleta como a etapa decisiva para o resultado do jogo. 'Ficamos no vestiário. Esquecemos de vir para o jogo no terceiro quarto', brinca Helen, referindo-se à etapa na qual São Paulo abriu 22 pontos de vantagem. 'Agora temos que esquecer este quarto'.

Helen acha que a pressão da desvantagem levou a equipe a descaracterizar seu estilo de jogo. 'Porque as coisas não estavam dando certo, saimos do nosso padrão', diz para explicar o individualismo de algumas jogadas.

A ala/armadora Silvinha concorda que o time não foi o que costuma ser. 'Nosso grupo é muito equilibrado, mas não aconteceu isto hoje. O time não encaixou e ficamos dependendo de algumas jogadoras'.

Apesar do resultado negativo, Helen diz que é importante aprender com a experiência. 'Agora vamos pegar o lado bom da derrota. Ver nossos erros, tudo aquilo que o Paulinho (técnico) pediu e não fizemos'. A ala/armadora, que ficou três meses e meio sem jogar e voltou na última partida da semifinal contra Ourinhos, deixou a quadra sem conseguir pontuar, mas garante que está mais confiante a cada confronto.

Contra Ourinhos ela ficou em quadra 16min36. Nesta quarta, jogou 22min45. 'No primeiro jogo estava mais presa, mais pensativa. Queria mais distribuir a bola, hoje fui mais para cima. Não tive a felicidade de fazer pontos, mas estou mais confiante'.

Técnico de Americana diz que faltou tudo

'Faltou tudo, mas (a derrota) não significa nada', resumiu o técnico da Unimed/Americana, Paulo Bassul, sobre a derrota de sua equipe, nesta quarta-feira, para o São Paulo/Guaru no primeiro jogo da fase final do Campeonato Nacional feminino de basquete. 'Foi o tipo de jogo que se durasse cinco horas não mudaria nada. Não vi em momento nenhum uma jogada, uma reação da (minha) equipe', lamentou.
Em quadra, Americana apresentou um basquete muito distante do que manteve como média durante o campeonato. 'Individualmente estivemos muito ruins e coletivamente também não funcionou', resumiu Paulinho, que recorreu a várias mudanças na formação da equipe em quadra para tentar uma saída. 'Se o ataque não funciona você é obrigado a tentar de tudo'.

Sexta-feira, Americana tem a possibilidade de tentar reverter a vantagem de 1 a 0 das adversárias, jogando em casa. E Paulinho deixa claro que muita coisa tem que mudar em relação ao que o time apresentou nesta quarta. 'Temos que melhorar muito em tudo. Não fomos nem 30% do que fomos durante o Campeonato'.

Para Janeth, a defesa foi o diferencial

Cestinha na vitória do São Paulo/Guaru por 79 a 66, nesta quarta-feira, sobre a Unimed/Americana no primeiro jogo da final do Campeonato Nacional feminino de basquete, a ala Janeth acredita que a defesa foi a grande responsável pelo resultado final. 'Tivemos uma defesa muito boa e até mesmo os erros do ataque passaram despercebidos', analisa a jogadora, que marcou 25 pontos no confronto.
A equipe guarulhense conseguiu 33 rebotes no confronto, contra 29 das adversárias. O aproveitamento de Guarulhos nos rebotes chamou atenção até mesmo das adversárias. Para Helen, a atuação da pivô Érika, que obteve um double-double com 22 pontos e 16 rebotes, foi importantíssimo. 'Érika fez a diferença', ressalta a ala/armadora.

Com o bom desempenho defensivo, São Paulo conseguiu anular uma das principais armas adversárias. 'Não demos muitos contra-ataques para elas, que é um de seus pontos fortes', diz Janeth. Apesar disso, a experiente jogadora ressalta que seu time não pode considerar o trabalho concluído. 'O que acabamos de fazer, nada mais foi que vencer em casa. Subimos um degrau', explica.

Janeth lembra ainda que a equipe tem de se aprimorar para os próximos compromissos. 'Começamos devagar (nesta quarta)', diz, lembrando a vantagem de dez pontos aberta pelas adversárias no início do primeiro quarto. 'A cada jogo temos que melhorar. Hoje tivemos algumas bolas bobas na defesa, que não podemos repetir'.

São Paulo e Americana voltam a se enfrentar nesta sexta-feira, em Americana. O jogo será às 20h30, com transmissão ao vivo pela Sportv.

Equilibramos a final, diz técnico do São Paulo

A vitória do São Paulo/Guaru por 79 a 66 sobre a Unimed/Americana, nesta quarta-feira, mudou a situação da final do Campeonato Nacional feminino de basquete. O resultado não define nada, já que foi o primeiro jogo da série melhor-de-cinco. Mas para o técnico do São Paulo, Alexandre Cato, foi a prova de que sua equipe atingiu um outro nível.
'Equilibramos agora a final', diz. 'Não que não confiasse nas meninas, mas era uma expectativa. Com este resultado, o time provou que subiu um degrau. Fomos soberanos no decorrer da partida'. Cato garante que sua maior felicidade veio com a postura das jogadoras para conquistar esta soberania. 'Fomos remanejando o time, eu e o Paulinho (Paulo Bassul, técnico de Americana). Usamos muito de estratégia e ganhamos em tática de jogo nas mudanças. Fiquei muito feliz porque o time correspondeu'.

Cato lembra que a vantagem de 1 a 0 na série não decide nada, mas propicia outro ambiente para os próximos confrontos. 'Com certeza vamos ter condição de jogar melhor lá. Quem sabe o time não surpreende e ganha mais uma lá', explica.

São Paulo e Americana fazem os dois próximos jogos - sexta-feira e domingo -, em Americana. Esta foi a primeira vitória do time de Guarulhos sobre as adversárias no torneio. Primeira colocada na fase de classificação, Americana havia sofrido apenas duas vitórias no Nacional, ambas para a Unimed/Ourinhos. Quem vencer a final deste ano, Americana ou São Paulo, estará conquistando um título inédito.

Americana busca exemplo na semifinal

Perder o primeiro jogo da final do Campeonato Nacional feminino de basquete para o São Paulo/Guaru na última quarta-feira não estava nos planos da Unimed/Americana. Em desvantagem na série melhor-de-cinco, o técnico Paulo Bassul quer que sua equipe repita o comportamento da semifinal, quando também ficou em desvantagem para a Unimed/Ourinhos no primeiro jogo, mas conseguiu fechar a fase em 3 a 1. Nesta sexta-feira, às 20h30, Americana tenta iniciar sua reação, recebendo as adversárias para o segundo jogo. A partida será transmitida ao vivo pela Sportv.
'Temos que fazer o que fizemos contra Ourinhos', afirma o técnico Bassul, que não escondia a insatisfação com o time depois do jogo de quarta. 'Não apresentamos nada do que costumamos ser'. Apesar disso, e pela experiência contra Ourinhos, Bassul está confiante na possibilidade de reação na série.

No entanto, o treinador deixa claro que a recuperação vai depender da determinação do grupo em quadra. 'Para nós agora é mata, ou mata', afirma o técnico Bassul.


Fonte: Gazeta Esportiva

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