sábado, 9 de abril de 2005

Infiltração: Um pouco mais de ousadia, por favor

Alessandro Luchetti

A Independência do Brasil foi um acordo, assim como a Proclamação da República e a transição da ditadura para a "Nova República". Domesticado, Lula conseguiu dar continuidade à política econômica de Fernando Henrique Cardoso. Diante desse contexto histórico, quem poderia pretender que a criação da Liga Independente de Clubes seria uma ruptura com a Confederação Brasileira de Basquete?

Depois do furor criado pela posição arrogante de Gerasime Bosikis, o Grego, os ânimos se acalmaram e os representantes da "Nossa Liga de Basquete" não se cansam de dizer que buscam a supervisão da CBB. A possibilidade de criar um fato novo e apoiar um dos candidatos da oposição sequer foi colocada.

A margem de manobra da CBB para retaliações à Liga é limitada. Poderia proibir seus representantes de participar de competições organizadas pela FIBA e não convocar atletas desses clubes para as seleções nacionais. Mas aí as equipes iriam jogar com quais atletas, se nem mesmo figuras como Nenê se dispõem a defendê-la?

E assim, continua a chapa da situação caminhando a passos largos em seu projeto de manter o poder, que detém há oito anos. Já há denúncias de utilização da máquina da CBB. O presidente da Federação Paranaense, por exemplo, diz abertamente que a Confederação se prontificou a sanear as contas da entidade.

E a CBB continua empurrando com a barriga decisões importantes. Como está, por exemplo, o trabalho para organizar o Mundial feminino de 2006? A pouco mais de um ano do início da competição, esse panorama não está claro. Grego mantém o seu silêncio. Até quando?

Mas nem só de notícias ruins vive o basquete. Os times femininos não se mobilizaram para criar uma versão feminina da liga, mas Oscar tratou de chamá-los para se organizarem. E as grandes estrelas da modalidade, Paula, Hortência e Janeth, deram aval. Com ousadia, o projeto pode caminhar.


Fonte: BasketBrasil

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