A maior edição da história das Olimpíadas Escolares não tem revelado apenas os campeões da etapa de 15 a 17 anos, e sim as promessas que podem até brilhar nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Reforçado por oito atletas da Mangueira, sendo três da seleção brasileira de base, o Colégio ADN Master (RJ) é um dos favoritos ao título no basquete feminino, em Cuiabá (MT). Alguns dos destaques são Raphaella Monteiro, Mayara Crystina Leôncio e Letícia Soares, campeã do torneio estudantil (12 a 14 anos), em João Pessoa (PB), no ano passado. Comandada por Guilherme Vos, que tem passagens por Fluminense e Flamengo, a equipe carioca soma duas vitórias do maior torneio estudantil do país. Na estreia, atropelou o Colégio Sinodal por 95 a 20, e, no segundo jogo, venceu a E.E.B. Bom Pastor (SC) por mais um placar elástico: 93 a 23.
- Viemos com o objetivo de sermos campeãs, mas não vamos pular etapas, é uma luta por dia - afirmou Raphaella, que já foi comandada nas categorias de base pela campeã mundial e pan-americana Janeth, e sonha em disputar a WNBA no futuro.
Após sofrer uma lesão no joelho esquerdo período de treinos da seleção brasileira para o Mundial sub-17, em Orlando, nos Estados Unidos, a atleta de 17 anos retorna às competições na capital matogrossense.
- Rompi os ligamentos do joelho em um jogo treino com os Estados Unidos e tive que ficar cinco meses parada. Fiz muita fisioterapia e academia, com musculação e exercícios aeróbicos, e fui melhorando aos poucos. Esta será a minha primeira competição depois da lesão, que me deixou cinco meses parada - disse a jovem, que já praticou as mais variadas atividades possíveis, do balé a capoeira, passando pelo vôlei, o futebol e até a natação.
Promessa do basquete nacional para 2016, Raphella arrancou elogios de Cristiano Cedra, técnico da seleção brasileira feminina sub-15 de basquete até o ano passado e auxiliar de Luis Cláudio Tarallo na seleção adulta nos Jogos Olímpicos de Londres.
- A Raphaella é um dos maiores talentos da categoria de base e tem um potencial incrível. Com certeza, é uma aposta para a próxima edição das Olimpíadas, em 2016 - disse o treinador.
Após ser pré-convocada para a seleção brasileira sub-15 e ver seu nome fora da lista final (12 atletas), no ano passado, Letícia Soares não viu escapar a chance de vestir a amarelinha na temporada 2012. Aos 15 anos, a jogadora revela que estava apreensiva, mas, para seu alívio, ficou até o fim no elenco, que sagrou-se campeão sul-americano.
Quem contou a novidade foi uma amiga pelo telefone. Sem saber qual seria a notícia, Letícia prometeu não chorar, mas, ao saber do que se tratava, largou o aparelho e saiu gritando pela casa para espalhar aos quatro ventos que estava convocada.
Viciada em refrigerante, ela iniciou uma corrida contra o tempo para entrar em forma, realizando treinos diários na praia, aliados a uma alimentação saudável, sem a bebida favorita no cardápio.
- Estava com 89kg e perdi quatro, fui me cuidando mais, cortei o refrigerante e treinava 1h30 por dia na praia. Foi bem cansativo, mas consegui atingir o meu objetivo. A pressão de ser convocada este ano era grande, afinal, era a minha categoria e eu queria muito ficar dessa vez. Defender a seleção brasileira traz uma sensação muito boa, ter aquele gostinho de vestir a camisa e representar o nosso país é maravilhoso - contou a atleta, que começou no basquete, aos 11 anos, mas se afastou das quadras por um ano devido a um problema de pressão. Aos 13, retornou ao esporte e, após um mês de treinos no Botafogo, foi convidada para defender a Mangueira.
Do alto de seus 1,83m e 85kg (metade de massa muscular), a jogadora intimida as adversárias. Conhecida como “tanque de guerra” entre as amigas, ela parece com Clarissa, pivô da seleção brasileira adulta e do Americana.
- Todo mundo fala que eu sou parecida com a Clarissa, eu me inspiro nela. Meu sonho é ser uma grande jogadora e defender a seleção adulta. Tenho vontade de ir para os Estados Unidos, onde o basquete é mais popular e valorizado. Se a carreira não der certo, penso em me alistar na Marinha. O que mais me atrai são as roupas, gosto de ver o pessoal fardado - finalizou.
Fonte: Globo Esporte
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