sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Janeth descarta despedir-se da seleção no jogo de sábado

Giancarlo Giampietro e Vicente Toledo Jr.
Em São Paulo


A partida que vale o bronze, neste sábado, contra os Estados Unidos, não será a última da carreira de Janeth pela seleção brasileira. Durante o Mundial, a ala cogitou que poderia fazer sua despedida ao final do torneio, mas nesta quinta afirmou que ela será realizada apenas em 2007.

"Será no Pan ou no Pré-Olímpico, em um dos dois. Com certeza não farei minha última partida pela seleção neste sábado. O certo é que será minha última de Mundial", afirmou.

Janeth, 37, negocia seu retorno para a WNBA. Antes de assinar com alguma franquia - o Houston Comets tem a preferência -, a jogadora tentará a liberação para os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. A competição, desprestigiada em cenário internacional, será realizada em julho, durante a temporada da liga profissional norte-americana.

Apesar de um torneio de despedida em casa ter mais apelo, a brasileira afirma que o retorno para os Estados Unidos é prioridade. "Já fiz muito pelo basquete brasileiro. Seria uma forma de encerrar minha carreira no exterior primeiro. Depois, volto para um campeonato interno."

O mais provável, então, é que a "saideira" de Janeth com a seleção fique mesmo para o Pré-Olímpico, que será realizado no início de setembro, no Chile. "Aí não teria problema, pois a temporada da WNBA já estaria encerrada", disse.

Neste sábado, Janeth luta por sua segunda medalha em um Mundial. Não é de ouro como a de 1994, quando era coadjuvante de Hortência e Paula. "Mas não é demérito nenhum para nós, principalmente por todas as dificuldades que nós enfrentamos. O pódio seria algo muito bom se pensarmos todos os problemas do basquete feminino no país."

Para a veterana, faltou sorte para sua campanha individual no torneio. "Passei por cada coisa. É sempre assim, sempre tenho de superar algo. A uma semana da estréia, tive aquela virose que me fez perder 1,5 kg. Depois, quando ingressei na competição, acabei veio a torção. Você tem de ser muito forte."

Janeth tem média de 12,9 pontos, 6,5 rebotes e duas assistências por jogo. O destaque negativo é o baixo aproveitamento nos arremessos - 30.9% da linha dos dois pontos e 33,3% dos três pontos. Diante da Austrália, teve desempenho bastante tímido. Em 35min, anotou apenas sete pontos e pegou três rebotes. "Você fica cansada por um jogo atrás do outro", afirmou.

Alessandra e Érika são dúvidas do Brasil para decisão do bronze

Giancarlo Giampietro
Em São Paulo (SP)

A derrota para a Austrália na semifinal custou ao Brasil mais do que a vaga na decisão do título. A equipe pode perder duas de suas principais pivôs para a disputa do bronze, às 9h30 deste sábado, contra os Estados Unidos. Alessandra e Érika deixaram o ginásio do Ibirapuera machucadas e sequer participaram do treino pela manhã. Se o jogo fosse hoje, ambas estariam fora.


O quadro mais preocupante é o de Alessandra, 32, que disputa o seu último Mundial pela seleção. Ela sofreu um "tranco" logo no início da partida contra as australianas e sentiu o ombro. No intervalo, tomou dois comprimidos e uma injeção de antiinflamatório para suportar as dores no ombro esquerdo e continuar jogando.

"Mal consegui dormir À noite por causa da dor e também pela tristeza da derrota. Só fui conseguir pegar no sono lá pela 1h30, mas não passei bem a noite. Meus movimentos estão impedidos. Dói muito para segurar a bola, levantar o braço. Ainda bem que não sou canhota", afirmou Alessandra, que busca sua segunda medalha em Mundiais - foi campeã em 1994.

Segundo Carlos Eduardo Marques, médico da seleção, ela tem uma tendinite traumática no bíceps, que prejudica os movimentos do ombro e do braço esquerdo da jogadora. Alessandra ainda sente muitas dores, mas quer estar em quadra neste sábado. "Espero melhorar o meu ombro hoje e poder contribuir com a seleção em quadra pelo bronze", disse.

Érika tem problemas com as unhas nos dedões dos dois pés, mas eles não a impediram de jogar contra a Austrália. Os médicos da seleção fizeram uma drenagem para tirar os hematomas formados embaixo das unhas da jogadora.

As duas pivôs ficarão sob observação até amanhã, e a participação delas só será definida momentos antes decisão do bronze. Segundo Marques, o caso depende muito das próprias atletas, da capacidade delas de suportar essa dor sem que ela afete o seu desempenho.

O time brasileiro fez apenas um treino de arremessos no ginásio do Paulistano, seguido por uma breve conversa do treinador Antônio Carlos Barbosa com as jogadoras.


Fonte: UOL

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