Vendramini, técnico de Ourinhos, lamenta nível no Nacional
Experiente treinador diz que a CBB não dá a mínima para o naipe feminino
Experiente treinador diz que a CBB não dá a mínima para o naipe feminino
Vendramini, técnico de Ourinhos, anda chateado com a CBB
A cada rodada fica mais evidente que a equipe do Fio / Pão de Açúcar / Unimed / Ourinhos é o grande favorito para conquistar o Campeonato Nacional Feminino de Basquete. A equipe do interior conta em seu elenco com várias jogadoras da Seleção Brasileira, como as alas Chuca, Micaela e Lílian, as pivôs Ega e Isis, além de muitas outras jogadoras que estão em um nível superior as demais jogadoras da competição, como as pivôs Ligia e Lisdeivi, as alas Milene e Bethânia e a armadora Gattei. Além disso, no banco de reservas, está o experiente treinador Antonio Carlos Vendramini.
Toda essa constelação resulta em uma campanha perfeita até o momento, com 13 vitórias em 13 jogos. Porém, apesar da grande campanha, o técnico Vendramini anda chateado com o atual momento do basquete feminino. “É ruim você ter uma grande equipe nas mãos, mas ver times com a experiência que tem o Santo André, São Caetano, Guarulhos, com problemas financeiros para se manter na competição. Já fiz muitos clássicos nacionais contra a equipe da Laís Elena e é com muita tristeza que vejo Santo André e muitas outras equipes com esse tipo de problema”, revela o treinador.
Para piorar a situação, Vendramini não vê o mínimo esforço para ajudar a modalidade. “A CBB (Confederação Brasileira de Basquete) pouco está se importando com o basquete feminino. Fizeram um Campeonato Nacional em 60 dias, expondo as jogadoras a lesões pela maratona de jogos e viagens. Não dão a devida importância ao basquete feminino que é quem na última década trouxe medalhas para o Brasil. Não sei porque que não temos um respaldo da CBB, com a chegada da Nossa Liga tivemos um monte de promessas, mas não aconteceu absolutamente nada, o campeonato continua exatamente como era”, desabafa.
O treinador deixa transparecer claramente a sua posição no racha que existe entre a CBB e a NLB (Nossa Liga) que elaborou uma competição a parte. “Até solicitei ao presidente do meu clube para que tomasse a iniciativa de reunir os clubes do basquete feminino, que não são muitos, e reivindicar de forma mais forte ou fazer o nosso próprio campeonato, pois nós que pagamos os árbitros, os atletas, a hospedagem, pagamos tudo, então porque não fazemos o nosso próprio campeonato?”, sugere.
Solidário, Vendramini tenta se mobilizar em prol do basquete feminino. “Meu filho tem uma empresa que busca patrocínios para equipes, inclusive para Ourinhos é mais fácil porque é uma equipe campeã. Estamos tentando buscar patrocínio para outras também, mas temos uma dificuldade tremenda, pois não existe mais paternalismo, o patrocinador quer saber o retorno que terá, qual a televisão que vai transmitir o próximo campeonato? Não temos data, não temos nada, fazemos um projeto para 2006 e não temos dados, nem quais, nem quantas equipes vão participar. Assim fica difícil de buscar parceiros. Temos procurado empresas locais, regionais, porque grandes empresas com um campeonato desse nível é impossível”, explica.
A situação do calendário do basquete feminino em 2006 está ainda mais comprometido com a realização do Campeonato Mundial no Brasil. A competição acontece de 12 a 23 de setembro, nos ginásio do Ibirapuera e de Barueri, ambos em São Paulo.
Fonte: ABC do Esporte
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