Iziane faz nove pontos na vitória do Seattle sobre o líder do Oeste Sacramento
A ala brasileira Iziane Castro Marques foi o terceiro destaque na recuperação do campeão Seattle Storm após quatro derrotas seguidas fora de casa, marcando nove pontos, quatro rebotes, quatro assistências e um roubo de bola em 34 minutos de ação como titular na vitória em casa por 74 a 67 (48 a 30 no intervalo) sobre o Sacramento Monarchs, líder da Conferência Oeste da WNBA (11V-5D). A ala-pivô australiana Lauren Jackson fez sua melhor partida no campeonato comandando o Storm (8V-8D) com 31 pontos, 13 rebotes e três tocos, contando com a ajuda de 14 pontos e três rebotes da pivô compatriota Suzy Batkovic. Mesmo jogando com uma lesão no joelho direito, a ala-pivô DeMya Walker foi a cestinha do Monarchs com 14 pontos e quatro assistências, numa noite apagada da estrela do time, a veterana pivô campeã olímpica Yolanda Griffith. O Seattle ainda luta para voltar para a zona de classificação aos playoffs do Oeste, pois segue atrás do quarto colocado Minnesota Lynx (8V-7D).
Voltando de uma fatídica excursão pelo Meio-Oeste americano sem ganhar uma, o Seattle entrou com tudo para reagir e com 23 segundos de jogo saiu a primeira cesta com uma assistência de Iziane para Lauren Jackson. O Monarchs só esteve à frente no placar ao fazer 3 a 2, mas o time da casa encaixou uma série de oito pontos seguidos e logo abriu 19 a 8 no placar com bons passes pelo alto de Izzy para Batkovic. A diferença continuou aumentando até chegar a 40 a 20, uma pontuação incrível para um primeiro tempo, que terminou com o Storm à frente por 18 pontos. Jackson fez 17 pontos nos 20 minutos iniciais, Batkovic marcou nove e Iziane todos os seus nove, superando a marca da cestinha do Sacramento na etapa, sua ex-companheira de Ekaterimburg da Rússia Yolanda Griffith. Os 48 pontos do período com notáveis 59% de acerto nos arremessos ficaram um abaixo do recorde do Storm para um só tempo de partida, estabelecido contra o mesmo Monarchs no ano passado, a diferença foi que desta vez a equipe californiana ostentava a defesa menos vazada da temporada.
No segundo tempo, o Storm voltou devagar fazendo só cinco pontos em cinco minutos e o Sacramento aproveitou para reagir e reduzir a diferença para 55 a 47. O bom momento do Monarchs contou com uma série de 11 a 3 liderada por DeMya Walker, o Seattle errou 19 de seus 23 arremessos na etapa e levou um susto quando as adversárias encostaram em 63 a 61 faltando 3min42s com dois lances livres da armadora portuguesa Ticha Penicheiro, autora de 12 pontos, quatro assistências e quatro roubos de bola. Mas a dupla australiana Jackson/Batkovic salvou a noite combinando os nove pontos seguintes do Storm, com um tapinha de Lauren, uma bola convertida por Suzy debaixo da cesta recebendo a assistência de Iziane abrindo 67 a 62 e outra cesta de Batkovic perto do aro respondendo a uma convertida pela Nicole Powell. Jackson fez outro arremesso certeiro de um passe de reposição da lateral da quadra e Batkovic converteu um lance livre colocando 72 a 67 no marcador faltando 13 segundos. O Monarchs não conseguiu pontuar nesse último minuto e desperdiçou sua última jogada com uma tentativa de três pontos de Powell, daí a armadora novata Francesca Zara fechou o placar com seu sétimo ponto numa bandeja a cinco segundos do fim, na única assistência de Lauren na partida.
A maranhense Iziane esfriou no segundo tempo, mas foi eficiente nos passes e na defesa, limitando a rival direta Nicole Powell a sete pontos e seis rebotes errando sete em 10 arremessos. No ataque, Izzi acertou um em dois arremessos de três, duas em cinco finalizações de dois pontos e dois em quatro lances livres. Ela roubou uma bola de Rebekkah Brunson e desperdiçou três posses de bola, mas não cometeu nenhuma falta. A maranhense ontem brilhou mais que a melhor jogadora das finais de 2004 pelo Storm, a ala-armadora Betty Lennox, que parou em quatro pontos, duas assistências e dois rebotes. A armadora campeã olímpica e eleita para o Jogo das Estrelas Sue Bird errou todos os seus sete arremessos, só fez um ponto de lance livre, mas ditou o ritmo do time da casa com oito assistências e dois roubos de bola. A pivô titular Janell Burse ficou pendurada com faltas e teve atuação discreta com quatro pontos e dois rebotes, abrindo espaço para sua reserva Batkovic destacar-se. Depois de ser “punida” pela técnica Anne Donovan sendo colocada no banco na maior parte do segundo tempo da derrota contra o Houston Comets, a estrela Lauren Jackson reagiu positivamente acertando três em seis arremessos de três, sete em 12 bolas de dois e todos os oito lances livres.
No lado do Sacramento, que fechou a atual excursão com duas derrotas seguidas após vencer as três primeiras partidas, DeMya Walker converteu seis em 11 arremessos, mas Yolanda Griffith parou nos nove pontos e cinco rebotes. Essa foi a apenas a segunda vez na temporada que a pivô não chegou a 10 pontos. Só Walker e a portuguesa Penicheiro pontuaram em dígitos duplos, o time sentiu a falta da ala-armadora Kara Lawson, machucada. Apesar da vitória parcial por 37 a 26 no segundo tempo limitando o adversário a 31% de acerto nas finalizações na etapa (total de 45%), o mau início de jogo custou caro para o Monarchs, que sucumbiu à pressão dos 8.371 pagantes na Key Arena de Seattle, um bom público aproveitando a véspera do feriado de 4 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos e folga geral da WNBA.
“Não há muitas vitórias fáceis nesta liga, então no segundo tempo o Sacramento voltou melhor, reagiu e colocou pressão sobre nós como era esperado, mas nunca perdemos o comando do placar. Os 31 pontos e 13 rebotes de Lauren foram impressionantes, ela e Suzy Batkovic comandaram nosso ataque, eu diria que foi de longe a melhor noite de Lauren na temporada até agora. Conseguimos uma grande vitória sobre um time de ponta e esperamos que ela devolva nossa confiança, esperamos ganhar mais uma partida em Phoenix antes da pausa para o Jogo das Estrelas no sábado. Suzy nos deu bons minutos vindo do banco, novamente elevou nosso padrão de jogo e não sei onde estaríamos agora sem ela. No segundo tempo, o Monarchs conseguiu muitos rebotes ofensivos e isso nos prejudicou, às vezes elas tinham duas ou três posses seguidas, fazendo-nos ficar cerca de um minuto sem a bola. Elas equilibraram o jogo no garrafão e permitimos algumas cestas que não deveríamos. Mas acho que no todo fomos agressivas ofensivamente, voltamos do intervalo sem a mesma precisão, elas nos fizeram pagar por isso, mas nos recuperamos no final quando o jogo se transformou numa batalha difícil”, analisou a técnica Anne Donovan, que na terça-feira vai anunciar as sete reservas da seleção do Oeste que comandará no Jogo das Estrelas em Connecticut.
“Quando você perde um jogo, é uma advertência para você acordar. Quando perde quatro seguidas, é um despertador enorme no seu ouvido. Definitivamente queríamos entrar jogando forte. Uma coisa que nos desapontou foi desperdiçar nossa vantagem de 20 pontos, dominamos a partida no primeiro tempo e deveríamos ter mantido o ritmo no segundo, assim a vitória teria sido um pouco melhor”, observou Sue Bird.
“Foi importante conseguir uma vitória, é um alívio incrível nessa altura do campeonato. Estávamos uma série de derrotas e ganhar do líder do Oeste é uma grande recuperação. Eu estava muito motivada para jogar bem e vencer este jogo por mim, pelo time, por Anne e por todos os envolvidos, eu queria muito essa vitória e joguei com intensidade. Agora tenho que levar um pontinho a mais, porque levei uma pancada na boca no final do jogo”, disse Lauren Jackson.
“No momento, estou tentando me concentrar mais no lado defensivo e estou melhorando aos poucos. Agora que tenho mais treinos e jogos com o time (depois da temporada na Espanha com o vice-campeão Ros Casares Valencia), estou descobrindo os pontos onde posso acertar os arremessos e faço o que posso para ajudar o time quando entro. Estou ganhando experiência e consegui ficar em quadra com cinco faltas. Alguns anos atrás, na mesma situação eu teria sido eliminada com a sexta falta. Mas estou ficando mais esperta para evitar contatos desnecessários, é bom saber isso”, afirmou Batkovic.
“Só começamos a jogar no segundo tempo. Sabíamos que o Seattle ia entrar forte porque tinha perdido quatro seguidos e estava voltando a atuar diante de seus torcedores, não queria passar vergonha aqui. Elas tiveram de acordar e jogar tudo porque somos o melhor time do Oeste no momento. Apenas não igualamos a intensidade delas, nossa defesa foi terrível. Nós nos gabamos da marcação o tempo todo, mas hoje a defesa no primeiro tempo foi terrível. Recuperamos o foco no intervalo, mas infelizmente não tivemos tempo suficiente para virar o placar, estávamos 18 pontos atrás, isso é muito contra um time bom como o Storm. Quase conseguimos, mas quase não conta. É possível que o cansaço da viagem tenha atrapalhado, mas se jogamos bem no segundo tempo, como não fizemos isso no primeiro quando tínhamos mais gás? Podemos dar as desculpas que quisermos, mas não gosto disso. Jogamos seis jogos em nove dias e isso não é divertido, ocorre o desgaste, mas temos um dos elencos mais completos da liga. Revezamos bastante as jogadoras e por isso tivemos uma boa energia no segundo tempo, a energia que deveríamos ter mostrado desde o início”, explicou Ticha Penicheiro, do Sacramento, que agora terá 10 dias de descanso e só volta a jogar na próxima semana.
O Seattle volta à quadra na quarta-feira à noite contra o lanterna do Oeste Mercury em Phoenix (3V-11D). Na noite de terça-feira, o vice-líder do Oeste Houston Comets da brasileira Janeth (8V-5D) tenta sua quinta vitória seguida numa parada dura contra o Shock (6V-6D) em Detroit, o San Antonio SilverStars (5V-12D) recebe o Phoenix, e o LA Sparks (9V-6D) encara o New York Liberty (5V-7D) em Los Angeles.
Fonte: Basket Brasil
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