A decisão do Paulista
Começa hoje a decisão do Paulista. Assim como todo o campeonato, a final ocorrerá em silêncio sepulcral.
Em meio a uma das maiores crises que o basquete feminino já experimentou, há pouco a falar e a comemorar. Já foi uma surpresa conseguir botar o torneio de pé, com 8 equipes. O preço pago foi uma queda expressiva do nível técnico e um retrocesso evidente, já que nem estatística a federação pode disponibilizar.
Por outro lado, o torneio esteve mais feminino do que nunca. Foram 4 técnicas: Laís, Valéria, Branca e a finalista Tininha.
Sobre as equipes que já saíram do palco, também há pouco a se falar.
Sobre Piracicaba, já teci meus comentários.
Sobre Guarulhos, dentro de quadra, não há o que dizer. Fora, o time terminou a temporada em crise, com salários atrasados, atletas contundidas e com a armadora Tina pulando fora da canoa que afogava.
De São Caetano, é evidente que o time absorveu mal as saídas de Aide e Kattynha. Nas quartas, no entanto, o time teve momentos de lucidez, em que conseguiu despachar Marília.
Marília poderia ter ido mais longe no torneio, mas caiu, principalmente pelas contusões e pela seqüência de jogos, que impediram que o time ganhasse uma cara.
Santo André, ainda vivo, foi derrotado pelo tempo. Faltou tempo para o time ganhar consistência com Leila e Patrícia Mara, faltou tempo para cobrir a ausência de Kattynha e faltou tempo para Kátia voltar. Infelizmente. Por que acredito que Laís poderia causar estragos com a equipe.
Por fim, São Bernardo também merece ser parabenizado. Uma vez mais com um time jovem, a cidade surpreende. A receita é arriscada: jovens talentos e bastante liberdade tática. Tem funcionado.
Sobre os finalistas, comecemos por Ourinhos.
Ourinhos tem tudo para garantir mais esse título. Que pode mesmo vir de forma invicta. Tentei confirmar hoje se a Nossa Caixa/Ponte Preta com Paula e Hortência também não teria chegado invicta ao Paulista de 1993, mas meus neurônios me traíram... De qualquer modo, Ourinhos está próximo de uma grande conquista. Com o elenco e o técnico que tem, a obrigação de Ourinhos é essa mesmo: fazer a lógica prevalecer e ganhar. Dá gosto ver o basquete vivo em Ourinhos. Repete-se o fenômeno cidade pequena/time grande, que sempre alimentou o basquete feminino. A participação popular é intensa. E o time ainda representará o Brasil no Mundial de Clubes. Por outro lado, algumas coisas me incomodam no clube. A primeira, a reação da diretoria da equipe à Nossa Liga de Basqute (NLB). Não vou repetir o que já regitrei sobre o tema. Ourinhos necessita também de um investimento maior na comissão técnica. As coisas nasceram na cidade meio improvisadas nas mãos passionais de Ferreto e assim ficaram ao longo dos anos. É triste ver que nosso basquete caiu também aí. Assim como minguaram as jogadoras de destaque, as comissões também se contraíram, com técnicos acumulando funções. Por fim, me agradaria muito ver em Ourinhos um trabalho de base mais intenso. O time está desde 1998, de forma ininterrupta, no Campeonato Paulista. Mas se procurarmos por uma prata da casa, eu, pelo menos, não acho. Com os títulos e o time que têm, Ourinhos teria por obrigação se tornar um pólo do basquete, como já foram Piracicaba, Sorocaba, Campinas, Americana, Osasco, Santo André... Mas não, Ourinhos ainda é uma cidade com um grande time. E, infelizmente, isso já é muito nos dias de hoje. Dentro de quadra, não posso falar muito. O time está invicto até agora e mostrou maturidade na semifinal.
Ribeirão Preto chega às finais logo depois de estrear na A-1. Surpresa? Não para os leitores do Blog, que já apontavam na enquete a equipe como favorita pra enfrentar Ourinhos na final. O time de Ribeirão não nasceu com esse status. Pelo contrário, parecia um time com ambições modestas. A sobrevivência do time deve muito ao vigor da cestinha Tayara e suas companheiras, que permitiram que o time aguardasse (sem desepero) o providencial reforço de Silvinha e Geisa. Tayara é o principal destaque do time e do campeonato. Vi poucas vezes a menina em ação e pouco me atrevo a falar sobre ela. Mas sei que a menina merece apluasos pela trajetória. Embora sempre chamasse a atenção nas categorias menores, Tayara tinha pouco espaço em Guarulhos, onde jogava com o adulto. Após ficar de fora da seleção sub-21, que ganhou a prata no Mundial, a lateral apostou numa transferência para o basquete espanhol. Jogou a Segunda Divisão, com absoluto sucesso. Voltando ao Brasil, levou um balde de água fria em Juiz de Fora, onde jogou o Nacional. Não se sabe de onde a menina tirou forças para recomeçar. Mas o certo é que Tayara dará e terá trabalho nessas finais. Como o perdão do trocadilho infame, o time da técnica Tininha ainda não está "tinindo". Ainda falta um pouco mais de gana, de tempo, de técnica e de tática para o time sonhar com o Campeonato. Será uma prova de fogo para a técnica, que conta com opções boas no banco (Juliana, Nathália, Karina), mas bem inferiores às de Ourinhos. E será uma prova de fogo também para Sílvia Gustavo, única atleta da seleção olímpica envolvida nessas finais.
Que suba a bola.
Começa hoje a decisão do Paulista. Assim como todo o campeonato, a final ocorrerá em silêncio sepulcral.
Em meio a uma das maiores crises que o basquete feminino já experimentou, há pouco a falar e a comemorar. Já foi uma surpresa conseguir botar o torneio de pé, com 8 equipes. O preço pago foi uma queda expressiva do nível técnico e um retrocesso evidente, já que nem estatística a federação pode disponibilizar.
Por outro lado, o torneio esteve mais feminino do que nunca. Foram 4 técnicas: Laís, Valéria, Branca e a finalista Tininha.
Sobre as equipes que já saíram do palco, também há pouco a se falar.
Sobre Piracicaba, já teci meus comentários.
Sobre Guarulhos, dentro de quadra, não há o que dizer. Fora, o time terminou a temporada em crise, com salários atrasados, atletas contundidas e com a armadora Tina pulando fora da canoa que afogava.
De São Caetano, é evidente que o time absorveu mal as saídas de Aide e Kattynha. Nas quartas, no entanto, o time teve momentos de lucidez, em que conseguiu despachar Marília.
Marília poderia ter ido mais longe no torneio, mas caiu, principalmente pelas contusões e pela seqüência de jogos, que impediram que o time ganhasse uma cara.
Santo André, ainda vivo, foi derrotado pelo tempo. Faltou tempo para o time ganhar consistência com Leila e Patrícia Mara, faltou tempo para cobrir a ausência de Kattynha e faltou tempo para Kátia voltar. Infelizmente. Por que acredito que Laís poderia causar estragos com a equipe.
Por fim, São Bernardo também merece ser parabenizado. Uma vez mais com um time jovem, a cidade surpreende. A receita é arriscada: jovens talentos e bastante liberdade tática. Tem funcionado.
Sobre os finalistas, comecemos por Ourinhos.
Ourinhos tem tudo para garantir mais esse título. Que pode mesmo vir de forma invicta. Tentei confirmar hoje se a Nossa Caixa/Ponte Preta com Paula e Hortência também não teria chegado invicta ao Paulista de 1993, mas meus neurônios me traíram... De qualquer modo, Ourinhos está próximo de uma grande conquista. Com o elenco e o técnico que tem, a obrigação de Ourinhos é essa mesmo: fazer a lógica prevalecer e ganhar. Dá gosto ver o basquete vivo em Ourinhos. Repete-se o fenômeno cidade pequena/time grande, que sempre alimentou o basquete feminino. A participação popular é intensa. E o time ainda representará o Brasil no Mundial de Clubes. Por outro lado, algumas coisas me incomodam no clube. A primeira, a reação da diretoria da equipe à Nossa Liga de Basqute (NLB). Não vou repetir o que já regitrei sobre o tema. Ourinhos necessita também de um investimento maior na comissão técnica. As coisas nasceram na cidade meio improvisadas nas mãos passionais de Ferreto e assim ficaram ao longo dos anos. É triste ver que nosso basquete caiu também aí. Assim como minguaram as jogadoras de destaque, as comissões também se contraíram, com técnicos acumulando funções. Por fim, me agradaria muito ver em Ourinhos um trabalho de base mais intenso. O time está desde 1998, de forma ininterrupta, no Campeonato Paulista. Mas se procurarmos por uma prata da casa, eu, pelo menos, não acho. Com os títulos e o time que têm, Ourinhos teria por obrigação se tornar um pólo do basquete, como já foram Piracicaba, Sorocaba, Campinas, Americana, Osasco, Santo André... Mas não, Ourinhos ainda é uma cidade com um grande time. E, infelizmente, isso já é muito nos dias de hoje. Dentro de quadra, não posso falar muito. O time está invicto até agora e mostrou maturidade na semifinal.
Ribeirão Preto chega às finais logo depois de estrear na A-1. Surpresa? Não para os leitores do Blog, que já apontavam na enquete a equipe como favorita pra enfrentar Ourinhos na final. O time de Ribeirão não nasceu com esse status. Pelo contrário, parecia um time com ambições modestas. A sobrevivência do time deve muito ao vigor da cestinha Tayara e suas companheiras, que permitiram que o time aguardasse (sem desepero) o providencial reforço de Silvinha e Geisa. Tayara é o principal destaque do time e do campeonato. Vi poucas vezes a menina em ação e pouco me atrevo a falar sobre ela. Mas sei que a menina merece apluasos pela trajetória. Embora sempre chamasse a atenção nas categorias menores, Tayara tinha pouco espaço em Guarulhos, onde jogava com o adulto. Após ficar de fora da seleção sub-21, que ganhou a prata no Mundial, a lateral apostou numa transferência para o basquete espanhol. Jogou a Segunda Divisão, com absoluto sucesso. Voltando ao Brasil, levou um balde de água fria em Juiz de Fora, onde jogou o Nacional. Não se sabe de onde a menina tirou forças para recomeçar. Mas o certo é que Tayara dará e terá trabalho nessas finais. Como o perdão do trocadilho infame, o time da técnica Tininha ainda não está "tinindo". Ainda falta um pouco mais de gana, de tempo, de técnica e de tática para o time sonhar com o Campeonato. Será uma prova de fogo para a técnica, que conta com opções boas no banco (Juliana, Nathália, Karina), mas bem inferiores às de Ourinhos. E será uma prova de fogo também para Sílvia Gustavo, única atleta da seleção olímpica envolvida nessas finais.
Que suba a bola.
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