segunda-feira, 4 de abril de 2005

Ex-cestinha Hortência inclui Brasil no Hall da Fama americano pela primeira vez

A ex-cestinha da Seleção Brasileira de basquete Hortência Marcari foi escolhida nesta segunda-feira para o Hall da Fama do basquete mundial em Springfield (EUA), local reservado aos nomes mais importantes na história do esporte.

“A Rainha” Hortência, que já fazia parte do Hall da Fama feminino desde 1992, é a primeira brasileira na lista dos melhores da história da modalidade, segundo a Confederação Brasileira de Basquete (CBB). O único outro brasileiro indicado foi o pivô falecido Ubiratan Pereira Maciel, mas ele não foi eleito. A expectativa é que Oscar Schmidt seja eleito para o Hall nos próximos anos como maior cestinha da história das Olimpíadas, já que a entidade só premia os atletas aposentados e o Mão Santa só parou de jogar em 2003.

Hortência fez parte da melhor geração do basquete feminino brasileiro, conquistando o título mundial de 1994, a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1996 e o título dos Jogos Pan-Americanos de Havana-1991, sendo reverenciada ao lado de Magic Paula pelo ditador cubano Fidel Castro depois de vencer a seleção de Cuba na final.

Para ser candidato ao Hall da Fama o jogador precisa estar aposentado há pelo menos cinco anos. Hortência foi indicada também em 2004, mas acabou ficando de fora da lista de entronados. Campeão mundial em 1963, o pivô já falecido Ubiratan ficou entre os finalistas em três oportunidades, mas não foi eleito.

Foram eleitos hoje também o ex-técnico do Memphis Grizzlies Hubie Brown, melhor treinador da NBA em 2004 aos 70 anos devido à classificação inédita do time do Tennessee aos playoffs, além dos técnicos campeões universitários da NCAA Jim Calhoun (Connecticut-1999 e 2004) e Jim Boeheim (Syracuse-2003) e da treinadora Sue Gunter, vencedora de 708 partidas pela Universidade Louisiana State. O ex-armador do Detroit Pistons e hoje presidente da equipe campeã da NBA, Joe Dumars, foi o grande esnobado da votação.

O Hall da Fama reúne os melhores jogadores da história do basquete. A maioria esmagadora dos integrantes é de americanos. Dos que têm os nomes gravados no local estão Kareem Abdul-Jabbar, Larry Bird e Magic Johnson. Entre os estrangeiros, se destacam o croata Drazen Petrovic e o soviético Sergei Belov.

Na sede em Springfield, há peças históricas, como camisas, troféus, bolas etc. Apesar de não ser membro, Oscar foi lembrado. Uma camisa usada pelo cestinha nas Olimpíadas de Atlanta faz parte do acervo.

Nascida no dia 23 de setembro de 1959 em Potirendaba (BRA), Hortência de Fátima Marcari Oliva foi destacada no Hall como uma das maiores jogadoras da história do basquete feminino internacional. Ela participou de duas Olimpíadas, ficando na sétima posição nos Jogos de Barcelona-92 e ganhando a medalha de prata em Atlanta-96. Levou o Brasil a três medalhas pan-americanas: bronze em 1983, prata em 1987 e ouro em 1991, além de ter liderado a Seleção na conquista de quatro títulos sul-americanos, em 1978, 1981, 1986 e 1989. Na sua maior conquista, o título mundial de 1994 na Austrália, Hortência foi a cestinha da Seleção com média de 27,6 pontos por jogo. Ela foi a única mulher a fazer 100 pontos numa partida, do Campeonato Paulista.

""Agora posso morrer em paz, estou eternizada. Recebi o Oscar do Basquete e a sensação é de ter conquistado o prêmio máximo. A emoção é tão grande como foi com a conquista do título mundial e da medalha olímpica. Agora vou me preparar para a festa que será em Springfield. Gostaria de ter ao meu lado todos meus amigos e parceiros no dia da solenidade. É uma grande honra para mim ser eternizada entre os grandes nomes do basquete que me deu grandes emoções. Mais brasileiros merecem ser reconhecidos no Hall, estou muito feliz pela lembrança", disse Hortência, que no momento está em conversações com a ex-rival Paula e Oscar sobre a criação de uma liga feminina independente da CBB no Brasil, a exemplo do que aconteceu recentemente no masculino.

Hubie Brown foi eleito para o Hall da Fama por sua grande contribuição ao basquete como técnico, instrutor de clinicas e comentarista de TV. Seu primeiro prêmio de melhor treinador da NBA foi conquistado em 1978 quando dirigia o Atlanta Hawks, repetindo a dose pelo Grizzlies no ano passado. Brown foi campeão da ABA pelo Kentucky Colonels em 1975 e oito auxiliares-técnicos seus acabaram se transformando em treinadores na NBA.

Já Jim Boeheim e Jim Caulhoun passaram da marca de 700 vitórias na NCAA este ano, e Sue Gunter é a terceira treinadora mais vitoriosa da liga universitária americana, tendo se aposentado da LSU em 2004 após classificar o time para mais um Final Four.


Fonte: Basket Brasil

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