Patrícia Amorim deixa cargo na prefeitura do Rio reclamando de erros na condução de política para o esporte
Ex-secretária critica descaso de categoria de base para Pan-07
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Patrícia Amorim deixou a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Prefeitura do Rio criticando o planejamento para o Pan de 2007. Para ela, o poder municipal está mais preocupado com grandes obras do que em investir na formação de atletas.
Patrícia, que reassumiu o cargo de vereadora na cidade, integra o PFL, mesmo partido do prefeito Cesar Maia. Para ela, o Rio corre o risco de não ter nenhum representante entre as estrelas do Brasil que irão disputar o próximo Pan.
"Estamos arriscados a promover uma festa para os outros países. Se quiser ultrapassar o Canadá em número de medalhas e chegar próximo a Cuba, é necessário investimento. O Pan será no Rio e deve ser um evento para os cariocas e os brasileiros", diz ela.
Para Patrícia, até o momento, o governo tenta viabilizar obras de infra-estrutura, caso da Vila Pan-Americana, que deve custar cerca de R$ 220 milhões. "Esse investimento é necessário, mas vou brigar pela minha área. De um modo geral, o esporte olímpico está abandonado no Rio", critica ela.
Para Cesar Maia, porém, a infra-estrutura é a prioridade agora. "A construção de arenas é nossa obrigação por causa do contrato assinado com a Odepa", aponta.
Segundo a vereadora, o investimento no esporte de formação foi deixado em segundo plano. Em sua gestão, Patrícia liberou verbas para torneios de base de basquete, vôlei, boxe e natação, entre outros esportes. Para isso, contou com uma verba de R$ 900 mil em 2004.
"É muito pouco. Estamos próximos do Pan. Para este ano, teria um orçamento de R$ 1,5 milhão, mas descontando as despesas de pessoal, ficaria com só R$ 800 mil para a descoberta de talentos", reclama, escancarando suas divergências com Cesar Maia.
O prefeito costuma citar os programas sociais quando fala das iniciativas da prefeitura na área.
"Nossa prioridade, na linha de Anisio Teixeira [educador, morto em 1971], é o esporte como elemento de inclusão social e de redução de evasão escolar", afirmou à Folha o prefeito.
Para Patrícia, essas iniciativas são importantes, mas não formam atletas. "Temos muitos programas de inclusão social. O que precisamos é formar uma nova geração de atletas", argumenta.
Sob o fogo cruzado, o Comitê Olímpico Brasileiro e divulgou nota apoiando a prefeitura.
De acordo com o COB, o comitê organizador do evento, do qual a prefeitura faz parte, deve realizar "o planejamento, a organização e operação dos Jogos [Pan-Americanos], não tendo responsabilidade direta sobre a formação e preparação das delegações participantes, inclusive a do país-sede".
A nota, divulgada em conjunto com o Comitê Organizador do Pan, diz que a prefeitura "dá total apoio à organização dos Jogos".
Ex-secretária critica descaso de categoria de base para Pan-07
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Patrícia Amorim deixou a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Prefeitura do Rio criticando o planejamento para o Pan de 2007. Para ela, o poder municipal está mais preocupado com grandes obras do que em investir na formação de atletas.
Patrícia, que reassumiu o cargo de vereadora na cidade, integra o PFL, mesmo partido do prefeito Cesar Maia. Para ela, o Rio corre o risco de não ter nenhum representante entre as estrelas do Brasil que irão disputar o próximo Pan.
"Estamos arriscados a promover uma festa para os outros países. Se quiser ultrapassar o Canadá em número de medalhas e chegar próximo a Cuba, é necessário investimento. O Pan será no Rio e deve ser um evento para os cariocas e os brasileiros", diz ela.
Para Patrícia, até o momento, o governo tenta viabilizar obras de infra-estrutura, caso da Vila Pan-Americana, que deve custar cerca de R$ 220 milhões. "Esse investimento é necessário, mas vou brigar pela minha área. De um modo geral, o esporte olímpico está abandonado no Rio", critica ela.
Para Cesar Maia, porém, a infra-estrutura é a prioridade agora. "A construção de arenas é nossa obrigação por causa do contrato assinado com a Odepa", aponta.
Segundo a vereadora, o investimento no esporte de formação foi deixado em segundo plano. Em sua gestão, Patrícia liberou verbas para torneios de base de basquete, vôlei, boxe e natação, entre outros esportes. Para isso, contou com uma verba de R$ 900 mil em 2004.
"É muito pouco. Estamos próximos do Pan. Para este ano, teria um orçamento de R$ 1,5 milhão, mas descontando as despesas de pessoal, ficaria com só R$ 800 mil para a descoberta de talentos", reclama, escancarando suas divergências com Cesar Maia.
O prefeito costuma citar os programas sociais quando fala das iniciativas da prefeitura na área.
"Nossa prioridade, na linha de Anisio Teixeira [educador, morto em 1971], é o esporte como elemento de inclusão social e de redução de evasão escolar", afirmou à Folha o prefeito.
Para Patrícia, essas iniciativas são importantes, mas não formam atletas. "Temos muitos programas de inclusão social. O que precisamos é formar uma nova geração de atletas", argumenta.
Sob o fogo cruzado, o Comitê Olímpico Brasileiro e divulgou nota apoiando a prefeitura.
De acordo com o COB, o comitê organizador do evento, do qual a prefeitura faz parte, deve realizar "o planejamento, a organização e operação dos Jogos [Pan-Americanos], não tendo responsabilidade direta sobre a formação e preparação das delegações participantes, inclusive a do país-sede".
A nota, divulgada em conjunto com o Comitê Organizador do Pan, diz que a prefeitura "dá total apoio à organização dos Jogos".
Fonte: Folha de São Paulo
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