Superar um dos favoritos é a meta
Por Juarez Araújo - 19:36 - 25/08/2004
A seleção brasileira feminina de basquete conseguiu o primeiro grande objetivo no torneio de Atenas. Na tarde de quarta-feira superou a Espanha nas quartas-de-final e garantiu lugar na semifinal olímpica. O primeiro grande passo foi dado para buscar mais uma medalha. Só que agora, já valendo uma medalha, o bicho pega. O time brasileiro vai jogar justamente contra uma das maiores favoritas ao ouro: a Austrália, atual vice-campeã olímpica e que tem uma das melhores jogadoras do mundo na atualidade: Lauren Jackson. O jogo será nesta sexta-feira. As australianas passearam contra a Nova Zelândia nas quartas-de-final.
Comandada pela experiência e pontaria da ala Janeth Arcain, o Brasil só teve dificuldades no primeiro tempo quando começou muito mal a partida contra as espanholas. Mas logo o técnico Antônio Carlos Barbosa soube ajeitar a situação em quadra, ao optar pelas duas maiores pivôs da equipe - Alessandra e Cíntia - e com Adrianinha na armação, em lugar de Helen. Mesmo assim, o primeiro tempo terminou igual: 34 a 34.
No segundo tempo, mais concentrado na defesa e aproveitando os contra-ataques, o Brasil passou na frente e não deixou mais as espanholas tomarem conta do jogo. E a vitória foi uma questão dos minutos passarem: e ela veio - 67 a 63. Pela terceira vez consecutiva, o Brasil chega a uma semifinal olímpica, e mais uma vez contou com especial atuação e precisão da ala Janeth, que não desperdiçou sequer um lance livre nos momentos decisivos do jogo e terminou a partida com 27 pontos. Ela acertou 11 de 12 tentativas no lance livre, além de 7 rebotes e 6 assistências. Com a produção ofensiva contra a Espanha, Janeth agora tem 505 pontos, e é, a exemplo de Oscar Schmidt, a maior cestinha nas Olimpíadas em quatro edições.
Para chegar aos 67 pontos, o Brasil teve um bom baixo aproveitamento de quadra de 37%, acertando 21 de 57 arremessos. Somente de dois pontos, acertou 19 de 45 tentativas, com 42%; apenas de 17% nos 3 pontos, acertando 2 de 12 tentativas; e 79% nos lances livres, acertando 23 de 29 tentativas. Outro fundamento dominado pelo Brasil foi nos rebotes, pegando 43, sendo 13 ofensivos, graças a Alessandra.
Para se ter uma idéia, a Espanha só acertou 8 de 14 lances livres (57%), acertou 24 de 66 tentativas de quadra (36%), 17 de 50 arremessos de dois pontos (34%), 7 de 16 lances de 3 pontos (44%), e foi totalmente dominada nos rebotes, pegando apenas 22, sendo apenas 5 ofensivos.
Apesar do grande favoritismo das americanas à medalha de ouro, que por sinal deve conquistar a terceira medalha de ouro seguida, a Austrália é o tipo do adversário que ninguém gostaria de pegar em uma semifinal. E é justamente com quem o Brasil vai jogar. Só um milagre daqueles pode salvar as brasileiras da derrota. Um milagre que deve começar com todas as atletas jogando muito bem para chegar a uma final olímpica e garantir, antecipadamente, uma medalha de prata. Vamos esperar para ver. Eu, particularmente, sou pessimista. Acho muito difícil o basquete mal organizado, sem uma agressiva defesa, conseguir parar as australianas. Mas, para variar, vou torcer pelo milagre.
De bandeja
• Continua triste asssistir, às vezes na madrugada, os comentários de gente despreparada na TV brasileira. Além do 'embaixo do garrafão', um quase refrão de erros nas transmissões do basquete, foi duro ouvir que o técnico de Porto Rico, Julio Toro, é venezuelano. Ele, sim, já dirigiu a seleção da Venezuela, mas nunca nasceu na Venezuela e sim em Porto Rico. E também chamaram Tom Maher, técnico da Nova Zelândia, de neozelandês. Ele é australiano.
Por Juarez Araújo - 19:36 - 25/08/2004
A seleção brasileira feminina de basquete conseguiu o primeiro grande objetivo no torneio de Atenas. Na tarde de quarta-feira superou a Espanha nas quartas-de-final e garantiu lugar na semifinal olímpica. O primeiro grande passo foi dado para buscar mais uma medalha. Só que agora, já valendo uma medalha, o bicho pega. O time brasileiro vai jogar justamente contra uma das maiores favoritas ao ouro: a Austrália, atual vice-campeã olímpica e que tem uma das melhores jogadoras do mundo na atualidade: Lauren Jackson. O jogo será nesta sexta-feira. As australianas passearam contra a Nova Zelândia nas quartas-de-final.
Comandada pela experiência e pontaria da ala Janeth Arcain, o Brasil só teve dificuldades no primeiro tempo quando começou muito mal a partida contra as espanholas. Mas logo o técnico Antônio Carlos Barbosa soube ajeitar a situação em quadra, ao optar pelas duas maiores pivôs da equipe - Alessandra e Cíntia - e com Adrianinha na armação, em lugar de Helen. Mesmo assim, o primeiro tempo terminou igual: 34 a 34.
No segundo tempo, mais concentrado na defesa e aproveitando os contra-ataques, o Brasil passou na frente e não deixou mais as espanholas tomarem conta do jogo. E a vitória foi uma questão dos minutos passarem: e ela veio - 67 a 63. Pela terceira vez consecutiva, o Brasil chega a uma semifinal olímpica, e mais uma vez contou com especial atuação e precisão da ala Janeth, que não desperdiçou sequer um lance livre nos momentos decisivos do jogo e terminou a partida com 27 pontos. Ela acertou 11 de 12 tentativas no lance livre, além de 7 rebotes e 6 assistências. Com a produção ofensiva contra a Espanha, Janeth agora tem 505 pontos, e é, a exemplo de Oscar Schmidt, a maior cestinha nas Olimpíadas em quatro edições.
Para chegar aos 67 pontos, o Brasil teve um bom baixo aproveitamento de quadra de 37%, acertando 21 de 57 arremessos. Somente de dois pontos, acertou 19 de 45 tentativas, com 42%; apenas de 17% nos 3 pontos, acertando 2 de 12 tentativas; e 79% nos lances livres, acertando 23 de 29 tentativas. Outro fundamento dominado pelo Brasil foi nos rebotes, pegando 43, sendo 13 ofensivos, graças a Alessandra.
Para se ter uma idéia, a Espanha só acertou 8 de 14 lances livres (57%), acertou 24 de 66 tentativas de quadra (36%), 17 de 50 arremessos de dois pontos (34%), 7 de 16 lances de 3 pontos (44%), e foi totalmente dominada nos rebotes, pegando apenas 22, sendo apenas 5 ofensivos.
Apesar do grande favoritismo das americanas à medalha de ouro, que por sinal deve conquistar a terceira medalha de ouro seguida, a Austrália é o tipo do adversário que ninguém gostaria de pegar em uma semifinal. E é justamente com quem o Brasil vai jogar. Só um milagre daqueles pode salvar as brasileiras da derrota. Um milagre que deve começar com todas as atletas jogando muito bem para chegar a uma final olímpica e garantir, antecipadamente, uma medalha de prata. Vamos esperar para ver. Eu, particularmente, sou pessimista. Acho muito difícil o basquete mal organizado, sem uma agressiva defesa, conseguir parar as australianas. Mas, para variar, vou torcer pelo milagre.
De bandeja
• Continua triste asssistir, às vezes na madrugada, os comentários de gente despreparada na TV brasileira. Além do 'embaixo do garrafão', um quase refrão de erros nas transmissões do basquete, foi duro ouvir que o técnico de Porto Rico, Julio Toro, é venezuelano. Ele, sim, já dirigiu a seleção da Venezuela, mas nunca nasceu na Venezuela e sim em Porto Rico. E também chamaram Tom Maher, técnico da Nova Zelândia, de neozelandês. Ele é australiano.
Fonte: Coluna Juarez Araújo, AOL
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