sábado, 11 de outubro de 2003

Cesta na Rede... Toda Sexta, na Rede...



Por: Marcelo Suwabe


Jogos Abertos 2003: Por quem você irá torcer?


Começa nesta sexta-feira, dia 10 de outubro, na cidade de Santos (litoral de São Paulo) os 67º Jogos Abertos do Interior (Jais). Reunindo 175 municípios, é a maior competição esportiva do Brasil. Atletas de todos os cantos do estado de São Paulo estarão abrigados em 69 escolas estaduais e municipais que servirão de alojamento durante os nove dias de competição.

O Basquete feminino estará presente nos jogos, em sua divisão especial, com representantes de seis cidades, que atualmente, formam a elite do basquetebol paulista e brasileiro: Ourinhos, Guarulhos, Santo André, São Caetano do Sul, Americana e São Bernardo do Campo.

O estado de São Paulo sempre foi o grande seleiro do basquete feminino brasileiro. Das jogadoras que fizeram parte da última seleção brasileira, campeã do pré-olímpico, nove eram paulistas. Houve uma época que todas as doze selecionadas eram de São Paulo, hoje temos duas cariocas (Micaela e Érica) e uma maranhense (Iziane). Mas a grande questão que fica é: Para qual time o torcedor irá torcer?

Em outras épocas, quando o basquete feminino paulista era polarizado entre Paula e Hortência, representadas pelas cidades de Piracicaba e Sorocaba, respectivamente, havia um certo glamour pelo torneio de basquete dos Jogos Abertos. Piracicaba e Sorocaba rivalizaram durante toda a década de 1980 uma acirrada disputa pelo ouro dos Jogos. Paula e Hortência eram as grandes referências para o torcedor.

Hoje as coisas não são mais assim. O basquete feminino não é mais polarizado, existe um número maior de boas jogadoras espalhadas em diversas equipes. Porém, a grande rotatividade de jogadoras pelas diversas equipes que são montadas e desmontadas a cada ano fez com que o torcedor perdesse suas referências. As cidades perderam sua própria identidade com o basquete feminino. O torcedor não sabe mais quais jogadoras estarão jogando e por quais cidades estarão atuando.

Infelizmente, nenhum esporte pode viver sem o torcedor que acompanha sua equipe e seu ídolo. O Basquete Feminino hoje carece deste referencial. Fica difícil criar o interesse e, sobretudo, a manutenção deste interesse pelo basquete feminino se não houver um mínimo de estabilidade nas equipes. O torcedor precisa criar um vínculo histórico com uma equipe e com algumas jogadoras para poder se identificar com elas e assim criar seu time do coração.

Como se interessar por um torneio se não se sabe ao certo quem irá jogar e por qual equipe estará atuando? Precisamos resgatar o amor pelo basquete feminino. Precisamos voltar a ter um time do coração.




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