Fazer a seleção brasileira feminina de basquete voltar a brilhar e a ganhar
títulos, como os da geração de Paula, Hortência, Marta, Janete e cia., será um
desafio dos mais espinhosos, assim como ver o esporte no País forte e
competitivo de novo. A tarefa árdua precisa ser encarada tanto por técnicos como
por dirigentes e atletas, e a receita da "volta por cima" pode estar nas dicas
do treinador do Divino/COC, de Jundiaí, Jair Tavares, de 42 anos.
Depois de 18 meses estudando e se aperfeiçoando nos Estados Unidos, o
treinador retornou ao clube jundiaiense e já está colocando em prática tudo o
que aprendeu nos treinamentos do grupo principal e do elenco sub-19. Em
entrevista exclusiva ao JJ Regional, Tavares revelou que o
Brasil tem de incentivar o trabalho de base, efetivar o técnico do time adulto
(que hoje é Luis Cláudio Tarallo, antigo comandante da equipe de Jundiaí),
padronizar a forma de jogar de todas as categorias e criar um campeonato forte,
rentável e com visibilidade, como é o Novo Basquete Brasil (NBB) no
masculino.
"Precisamos de fartura de mão de obra, e claro, de qualidade. Mas sem
quantidade não vamos conseguir continuidade de trabalho. Nossos bons resultados
são antigos e causaram uma falsa impressão de que não havia necessidade de
renovação", disse o treinador. "O vôlei, por exemplo, tem jogos transmitidos em
quatro dos sete dias da semana na TV fechada. Na aberta, há partidas ao vivo aos
sábados e às vezes aos domingos. Isso ajuda uma menina de dois metros de altura,
por exemplo, a optar pelo voleibol, que tem visibilidade na mídia, ao invés do
basquete."
Vale lembrar que o último grande resultado internacional da seleção
feminina de basquete foi o quarto lugar no Campeonato Mundial do Brasil, em
2006. Quatro anos mais tarde, em 2010, no torneio da República Tcheca, o time
ficou na nona colocação. Quando se fala em Jogos Olímpicos, a situação é
igualmente preocupante: nas edições de 2008, em Pequim, na China, e no ano
passado, em Londres (Inglaterra), a seleção não passou da fase de grupos - entre
os seis selecionados de cada chave, quatro seguiram adiante. Em Sydney-2000,
esteve no pódio com o bronze, além do vice-campeonato olímpico em Atlanta-1996 e
da quarta colocação em Atenas-2004.
Exemplo da Austrália - Tavares deu o exemplo da Austrália
no trabalho de renovação e formação de atletas, realizado principalmente nos
anos 2000 (nas últimas cinco olimpíadas, o país faturou três medalhas de prata e
duas de bronze, estando no pódio em todas elas). "Lá há institutos de
basquetebol, que gerenciam as equipes. Os técnicos se capacitam e atletas que
surgem sem muitas condições financeiras são mantidas pelo trabalho, com
alimentação, estudo e toda estrutura necessária. Há ainda a padronização tática
entre as categorias e um trabalho de marketing bem feito. O bronze na Inglaterra
é fruto deste projeto bem organizado", afirmou o treinador do
Divino/COC.
Jair acredita que o Brasil pode ter um basquete feminino mais desenvolvido
se incentivar os campeonatos estaduais por todo o País. Ele deu como exemplo o
Rio Grande do Sul, cuja característica física de parte de sua população é de
descendentes de europeus com grande potencial físico para o esporte. "Um
campeonato com vários times gaúchos vai mobilizar as cidades e será melhor do
que um torneio com elencos que representam as seleções de cada Estado, como
existe hoje na base. As meninas que vão atuar em São Paulo jogam até dois anos,
no máximo, e depois param para estudar. Com mais times, haverá mais esportistas
e a mão de obra será mais abundante."
Essas escolinhas de base têm de ser incentivadas em todos os locais do
País, de acordo com o treinador, inclusive em Jundiaí. "Faço isso aqui, tentando
segurar ao máximo as meninas jogando. Temos que ter mais gente da cidade no
Divino/COC, número que vem crescendo, mas precisa ser maior. É importante que as
prefeituras brasileiras incentivem a prática esportiva nas escolas", observou
Jair.
Estrangeiros - Para Tavares, ter muitos estrangeiros no
basquete feminino brasileiro não será benéfico para a modalidade. "Deve-se
limitar o número destes atletas e incentivar os que realmente têm qualidade,
pois só assim os jogadores nacionais serão atraídos para se aperfeiçoar. Haverá
uma competição saudável entre os locais e os que vêm de outros
países."
Ao ser perguntado sobre a expectativa do time feminino do Brasil nos Jogos
Olímpicos do Rio-2016, Jair Tavares acha difícil a conquista de medalhas. "É
pouco provável qualquer time bater o dos Estados Unidos. Além das
norte-americanas, Espanha, Rússia e França são superiores ao Brasil, mas temos
gana e o apelo de jogarmos em casa, de querer vencer diante da torcida. Se a
mudança for concretizada e o Tarallo permanecer, dando padrão e experiência ao
time, podemos prepará-lo pensando em medalha na Olimpíada seguinte, em 2020",
projetou o treinador.
Fonte: Jornal de Jundiaí
9 comentários:
Quem conhece que te compre!!!o cara conseguiu "exterminar" uma categoria inteira e promissora em Jundiaí, pergute as meninas 93 e próximas. Quanto a escolinhas, pergutemos a ele onde esta atuando na iniciação da cidade.
Ele trouxe as ideias dos Estados Unidos, agora só falta trazer a estrutura que lá existe para transformá-las em realidade. Disse o óbvio e algumas besteiras nessa entrevista. Que mostre o que aprendeu nos Estados Unidos aplicando na formação de atletas de Jundiaí, quem sabe assim o Divino pare de tirar atletas da base de outras cidades, na organização tática da sua equipe, que caiu muito na última temporada e também que ele possa montar uma equipe adulta para as atletas de Jundiaí possam continuar na profissão. Se nem um time com a tradição do Divino consegue montar uma equipe para participar de competições adultas, até parece que cidades do Rio Grande do Sul terão essa possibilidade à curto prazo. Pés no chão, trabalho e menos bla, bla, bla é o que o basquete feminino precisa.
Me desculpem, mais tanto espaço p/ Jundiaí c/ Taralo e agora Jair se nem time eles tem para treinar eles tem??? já ganharam algum titulo adulto paulista e brasileiro??? então saem de Jundiaí e vão fazer trabalho em outra cidade aí depois podem falar alguma coisa!
A bola deve está mesmo com o técnico, pq com as tletas é que não está, pois o Divino virou mesmo um cemitério de atletas...Esse clube não dá nenhuma expectativa para nehuma atleta...e só fala do passado,Paula, isso é um passado mt remoto...triste
Interessante! mas nao precisava nenhum Jair da vida e fazer intercambio para falar o que muitos já vem falando e ha muito tempo, apenas precisamos de uma diretoria que realmente ponha em prática aquilo que todos já sabemos que é necessário para fazer o basquete feminino voltar a crescer.
Discurso, discurso, discurso e Tarallo não dá para engolir. E meu caro seu discurso é antigo, antigo...
e você não descobriu a América, já...já você acorda para nossa realidade e vai enxergar o bando de incompetentes que estão no poder em favor próprio, infelizmente...
Boa sorte e coloque em prática seu aprendizado na terra do tio San.
Será que ele vai formar, ou vai continuar a "CONVIDAR" atletas.
É uma tremenda enganação e desvio de dinheiro publico!
Eles deveriam convidar treinadores que realmente formam atletas.
Os clubes formadores estão acabando por causa destes abutres de esporte.
Tenho pena dos estados que trabalham com a formação para no final essa equipes "roubam" suas atletas e levam a fama de formadora!
Quem do atual elenco é formada por vocês?
Aprendam com Santo André, Americana e até Osasco!
Acorda cara Voce esta no Brasil E pior ainda, tem uma
Diretora de basquete feminino na cbb que age como uma
Irresponsável e ainda é reverenciada.
É pouco .? Não, é o que nos merecemos por aceitarmos
tudo,por vendermos a mãe por alguns reais.
Não gostei da observação desse tecnico, os estados unidos, nenhum time atual irá conseguir vence-las, elas tem torneio universitário onde todo ano surgem boas jogadoras, a base delas são superiores, enfim, imbativeis, somentes URRS, Brasil(Paula, Hortencia) e Russia conseguiram essa proeza.
Ele esqueceu da Australia que sem Taylor e com a Lauren abaixo de seu padrão de jogo, sejamos francos ela está jogando mais embaixo do garrafão, mesmo assim estão anos luz do Brasil.
Russia muito abaixo de outras seleções, a França tem otimas jogadoras, a Espanha com Alba Torres, A garota naturalizada Espanhola Astow Barros que já defendeu a seleção juvenil poderão ser tidas como fortes candidatas.
Contei 05 seleções, fora China, Coreia do Sul, e outras seleções europeias (Turquia, Bielorussia, Rep Checa, e outras que poderam aparecerem como a Sérvia, enfim muitas seleções boas.
O brasil necessita de pessoas qualificadas de definição, se Hortencia e outros dirigentes tivessem falculdades para entenderem melhor o que é uma boa gestão, enquanto isso ficam nas palavras, promessas - naõ compridas, e o basquete feminino somente vivendo de glórias do passado, por que o presente não se apresenta nada ousado, enquanto isso nem sonhar com medalhas no RIo-2016.
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