Craque da história do basquete brasileiro pede treinadora "que bata de frente" e se coloca à disposição para ajudar a CBB
Luís Araújo - iG São Paulo |
Durante o período em que teve Magic Paula à disposição, o basquete feminino brasileiro viveu tempos de glória. A conquista do título mundial em 1994 e a medalha de prata nas Olimpíadas de Atlanta dois anos depois são as principais mostras disso. A situação, no entanto, mudou bastante recentemente. Na edição deste ano dos Jogos, a seleção foi eliminada ainda na primeira fase e voltou de Londres apenas com a nona colocação.
Para Paula, o nível de competitividade do Brasil no basquete feminino atualmente não foi a única coisa que mudou em relação aos tempos em que jogava. "Sinto que falta atribui maior responsabilidade às jogadoras. Se o time vai mal em uma competição, já trocam o técnico", disse a ex-jogadora, durante evento realizado na última quarta-feira em um shopping da Zona Sul de São Paulo.
"Dá pra ver que algumas delas ficam postando no Facebook logo após tomarem pau no jogo. Quando a gente jogava, havia uma cobrança. Hoje, não existe mais isso. Dá-se muito, cobra-se pouco. As jogadoras ganham bem na seleção. Nós, quando fomos campeãs do mundo, ganhamos só uma caneta Montblanc. Elas sabem que não há quem entre no lugar delas. Não há ninguém para apertar o calo. Enquanto isso não mudar, vai continuar em nono lugar", completou.
O que acontece na seleção feminina, de acordo com a visão de Paula, é completamente diferente do que se observa na masculina. "Nas Olimpíadas, Você via o Nenê quieto no banco. Vai lá reclamar com o (treinador Rubén) Magnano para ver o que acontece. Vai tomar pau. A postura do time masculino me agradou muito. Perder faz parte do esporte, desde que seja com comprometimento", afirmou.
Para essa situação mudar na equipe das mulheres, ela defende uma mudança no perfil do comandante. E o nome que apareceu na sua cabeça a princípio foi o de Maria Helena, treinadora com quem trabalhou em algumas oportunidades ao longo da carreira. "Tem que ser alguém como ela, que dê porrada, que bata de frente. Se for alguém bonzinho, não vai funcionar", declarou.
À disposição da CBB
Atualmente, Paula está à frente do Instituto Passe de Mágica, projeto que trabalha na formação de atletas. Por esse motivo, não passa pela sua cabeça assumir um cargo na CBB (Confederação Brasileira de Basquete). No entanto, ela afirma estar à disposição da entidade no papel de ex-atleta caso seu ponto de vista sobre determinado assunto seja requisitado.
"Fui procurada pelo Grego, que queria conversar comigo e saber minha opinião, e eu dei", afirmou, referindo-se a Gerasime Bozikis, um dos candidatos à presidência da CBB em 2013. "Se tivesse sido procurada pelo Carlos Nunes (atual mandatário e candidato à reeleição) ou por quem quer que seja, eu também teria contribuído. Mas fui bem clara com o Grego: quero ser apenas uma colaboradora como ex-atleta da modalidade. Não tenho interesse nenhum em estar dentro da CBB", completou.
Essa situação, no entanto, pode mudar no futuro. "Se tiver algum projeto com a cara do que eu acredito, com a filosofia de acordo com o meu pensamento, quem sabe? Mas hoje estou aqui, envolvida de corpo e alma nesse projeto", finalizou.
"Estão sonhando alto", diz Magic Paula sobre meta do COB para Rio 2016
Ex-craque do basquete afirma que país precisa melhorar gestão no esporte se quiser ficar entre os dez no quadro de medalhas e cita vôlei como exceção
Luís Araújo - iG São Paulo*
O objetivo do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para as Olimpíadas de 2016 já está traçado: terminar a competição que terá como sede o Rio de Janeiro entre as dez primeiras posições no quadro de medalhas. Para Magic Paula, uma das maiores jogadoras da história do basquete e que hoje trabalha com a formação de atletas, a meta é ousada. Principalmente porque o trabalho para que isso se torne realidade já deveria ter começado.
“Quatro anos é pouco tempo”, afirmou a ex-jogadora, durante evento realizado na última quarta-feira em um shopping da Zona Sul de São Paulo. “Acho que estão sonhando alto, e têm mais é que fazer isso para tentar buscar essa projeção. Mas que o processo está atrasado, está. Vamos mais uma vez com o imediatismo”, completou.
No último ciclo olímpico, o Brasil investiu cerca de R$ 1,4 bilhão na preparação dos atletas que participaram dos Jogos de Londres e somou 17 medalhas. O valor é superior ao que gastaram os britânicos, que investiram aproximadamente R$ 1 bilhão e conquistaram 65.
Dinheiro, como se observa, não é problema. Para que os resultados desejados pelo COB sejam alcançados em 2016, Paula julga que é necessário corrigir aquele que ainda é o principal problema do esporte no país: a gestão.
"Quando alguém dá o recurso, tem que saber de que forma isso vai ser utilizado. Falta esse monitoramento e colocar metas a serem atingidas. E faltam também pessoas qualificadas para administrar isso", declarou Paula.
Na visão da ex-craque de basquete, há uma modalidade que é exceção a essa regra e deveria servir de exemplo para as demais. "O vôlei está à frente por causa da gestão. A CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) enxerga o esporte como indústira, como empresa, como algo rentável, colocando os melhroes profissionais à frente de tudo que faz. Esse é o grande diferencial: tratar a modalidade como produto. Se for valorizado, o esporte vai ter retorno, exposição de mídia e atrair investimento", analisou.
*Com colaboração de Bruno Fávero
Fonte: iG
14 comentários:
Depois de ler aquela patetada da reunião das comissões técnicas das seleções femininas, é um alívio perceber que ainda existe cérebro à disposição do basquete. Mas a CBB prefere os sem-cérebro.
e a nossa seleção sub 19? Existi alguma projeto para que ela fique treinando 6 meses como ocorreu com a sub 19 do ano passado? Já estamos em novembro e nem técnico ainda sabemos qual irá comandar a seleção para o mundial de 2013.
Que os Deuses do basquete permitam florescer nessa terra árida que é o basquete nacional algum projeto com a filosofia e a competência da nossa eterna Magic Paula!!
Falta ética, profissionalismo... entre tantas outras coisas, infelizmente... Mas a esperança é a última que morre!!!
CONCORDO COM TUDO ISSO QUE PAULA FALOU, EM NÚMERO, GÊNERO E GRAU.
Respeito muito a experiência administrativa da Paula, mas ela tem posições muito radicais. Durante o último ciclo olímpico tivemos quatro técnicos, a sequência de jogos preparatórios foi terrivelmente planejada, o último treinador escolhido fez sua estreia em competições adultas numa Olimpíada, a equipe não tinha padrão tático algum, Hortência apareceu mais que as atletas, meteu os pés pelas mãos durante todo o ciclo e a cereja do bolo foi o corte da Iziane. E a Paula quer responsabilizar as atletas por esse CIRCO todo?????? O comprometimento, a raça e a força de vontade das meninas foi a única coisa que se salvou de uma equipe mal convocada, mal treinada e mal preparada. O que a Paula propõe? Boicote as atletas que participaram do time por conta do mal desempenho? As únicas que não tiveram culpa por todo esse vexame são as atletas. Francamente...
Xiiiiiiii: http://www.ndonline.com.br/vale/esportes/37423-basquete-feminino-de-blumenau-nao-vai-participar-da-liga-nacional-por-falta-de-recursos.html
OBSERVADOR
INFELISMENTE A PAULA E SEU HÁBITO SEMPRE DE "ATACAR",SE ELA FOI UMA PREVILEGIADA DE SER EXECEPCIONAL COMO JOGADORA,DE TER JOGADO TAMBÉM EM UM MOMENTO QUE SE GANHOU MUITO DINHEIRO,ELA COM JUSTIÇA IGUALMENTE GANHOU E O FEZ POR SEUS MÉRITOS,MAS AGORA ATACAR JOGADORAS QUE COM RARÍSSIMAS EXCEÇÕES ESTÃO GANHANDO HOJE PARA SOBREVIVER HOJE!É NO MÍNIMO INJUSTO!
Ela só sabe critica cbbe a comiçao. bota a cara dela atapa como hotencia e janete. Porque ela não bota em pratica o que ela fala em blog vamos ser mas profissionais minha cara!
Gente, ela não precisa de nada disso. Ainda mais ficar se importando com gente que nem escrever sabe. Poupe-nos.
Primeiramente, vamos melhorar nosso português (anônimo 04/11/12 19:05).
Afinal é nossa língua e foi ensinada na escola.
Na verdade precisamos acordar para nossa educação, que vai de mal a pior.
Paula, você tem razão. Só que jogou nessa epóca sabe que quem mandava era o técnico (sendo bom ou não).
Hoje percebemos que as atletas se acham as estrelas, sem nunca ter provado nada. Jogar com garra e determinação é o minimo que se espera de uma atleta de seleção, afinal essas poucas que chegam (algumas sem condições de fazer parte, porque nem em seus clubes jogam bem, enfim políticas a parte), ganham e recebem atenções que no passado não existiam.
Precísamos sim de técnicos que deixem bem claro, quem manda sou Eu.
Para que Izianes e cia sumam do nosso basquete, esse tipo de atleta só atrapalha a andamento de qualquer equipe. LUGAR DE ESTRELAS É NO CÉU....
Gostaria de ver um projeto da Paula em benefício do basquete feminino. Ficar de fora criticando, dizer que não se mistura e que não tem interesse em participar do comando é muito fácil. Agora arregaçar as mangas e por a cara a tapa é que são elas!!! Se não faz nada, então também não critique quem faz!!!
Concordo em diversos aspectos,sobre o que já foi dito. Quanto ao comprometimento das garotas,há uma questão inerente à cobrança de quem esteja no comando. A questão cultural que afeta a gração pós "Diretas Já",não possuir o mesmo patriotismo que as gerações anteriores. Política e esporte sempre estiveram intrinsecamente ligados,não pelas questões administrativo-financeiras das quais comentamos hoje em dia. Mas sim,pelo quanto uma se utiliza da outra pelo pensamento ético e abnegado como referência de superação,o patriotismo como elemento de maior estímulo. Ou seja,a falta de "espírito patriótico" na cobrança a si mesmas,é o que atrapalha no empenho das jogadoras de modo pior do que suas lideranças dentro(capitã) ou fora (técnico/a) venham a desempenhar.
Paula já demonstrou toda a sua experiência e brilhantismo como gestora em todos os projetos que assumiu, seja no Centro Olímpico, no Instituto Passe de Mágica e agora dando a sua colaboração na gestão de cinco modalidades olímpicas, entre elas o boxe que trouxe a primeira medalha na história do boxe feminino brasileiro já em Londres 2012!!!
Paula com certeza sabe que o problema do basquete feminino não passa somente pelas atletas, mas por toda a sua (falta de) estrutura... Ela conhece bem o basquete nacional, vivenciou o céu e o inferno... sabe também de toda podridão... então é justo que ela resolva atuar em outros meios mais saudáveis... Ainda assim, continua sempre procurando ajudar com as suas sábias colocações!!
E eu continuo com a torcida para que os Deuses do basquete permitam florescer nessa terra árida que é o basquete nacional algum projeto com a filosofia e a competência da nossa eterna Magic Paula!!
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