Com um currículo extenso voltado ao esporte nacional, Vendramini hoje é o técnico mais vitorioso do Basquete Feminino no Brasil e também no Mundo. Dentre seus principais títulos estão Tetra Campeão Sul Americano de Clubes; Campeão Pan Americano de Clubes; Campeão Nacional de Clubes - 11 vezes; Campeão Estadual de Clubes - 12 vezes; Campeão Sul-americano - Seleção Brasileira Adulta; Bi Campeão Mundial de Clubes.
Aproveitamos para questionar sobre o perfil atual do basquete feminino brasileiro, e suas projeções para o futuro espero que aproveitem!!!
(GUIVE) O que levou o basquete feminino a partir da conquista do Mundial e da Prata Olímpica ter um declínio tão grande na sua qualidade nos últimos anos? (VENDRAMINI) São vários os motivos, menos de que os técnicos são incompetentes. O declínio se dá muito pela falta de credibilidade e competência dos gestores (CBB, Federações e Clubes) ao longo dos anos. Os recursos devem ser aplicados com inteligência e principalmente competência. Os investimentos migraram para outras modalidades e sem eles o que vemos é atleta vendendo rifa pra salvar o time. Tínhamos também algumas referências no trabalho de formação como, por exemplo; Bassul, Borracha, Arilza, Heleninha e outros. Várias gerações saíram do trabalho desses profissionais.
(GUIVE) O que o Basquete Brasileiro, mais especificamente o feminino deve fazer para conseguir o status que possuía na década de 80 e 90? (VENDRAMINI) Massificar a modalidade seria em minha opinião a “Grande Jogada”. Em 8 ou 10 anos teríamos condições do quantitativo promover o qualitativo. Agora você vai me dizer que todo mundo fala isso, mas ninguém faz. Em 1.988 tínhamos em Sorocaba 2.500 crianças fazendo basquete nas escolas, porém com o encerramento das atividades do time adulto acabou também a base que era tão importante. Em 2002 tínhamos no Paraná o Centro de Excelência com 5.000 crianças em várias cidades do Estado fazendo basquete, porém com a extinção do time adulto a base não se sustentou. Ora; tão importante trabalho não pode nem deve DEPENDER de uma equipe adulta somente. A CBB e Federações Estaduais devem tomar pra si a responsabilidade de buscar parcerias públicas e privadas para o desenvolvimento do basquete a nível nacional nas ESCOLAS, oferecendo capacitação continua aos tantos profissionais que amam o basquete.
(GUIVE) Como você avalia a participação do Basquete Brasileiro em Londres 2012? (VENDRAMINI) O masculino resgatou o basquete brasileiro a nível internacional. Parabéns a todos os Atletas, Comissão Técnica e Administradores. Gostaria mas não posso dizer o mesmo do feminino. Foram 4 técnicos durante o ciclo, não há time que resista não é? A preparação foi igual no meu tempo de seleção 1989 e 90 tão criticadas, ou seja, meia dúzia de jogos com Cuba e Chile!!!!!! As meninas se doaram como é a marca registrada do basquete feminino, mas para uma Olimpíada, isto só não basta.
(GUIVE) Hoje em dia o mercado para o basquete feminino é bastante restrito. Imagino que quando você iniciou no esporte essa opção fosse ainda menos comum. Como você iniciou na carreira, quem foram suas influências e quando o basquete feminino te "fisgou"? (VENDRAMINI) O mercado do basquete feminino sempre foi muito restrito. No ano de 1979, eu, então atleta do clube das bandeiras da Cidade de Osvaldo Cruz, fui convidado pelo diretor da equipe a assumir as funções de técnico já que o mesmo iria seguir outra atividade (Direito). Seria por pouco tempo; até a contratação de um novo profissional. Não saí mais rsrsrsrsrs. Parei de jogar precocemente (29 anos), pois adorava. Em seguida recebi o convite da Prudentina e logo percebi que no basquete feminino poderia alavancar mais rapidamente minha carreira de técnico (DEU CERTO).
(GUIVE) Na equipe de Sorocaba, você treinava a Hortência, uma parceria que continuou por muitos anos e mesmo depois da aposentadoria dela como jogadora, quando você passou a ser o técnico das equipes que ela gerenciava. Primeiro, queria me deter na experiência dentro de quadra. Como se desenvolveu essa sua relação com a Hortência? Quando vocês foram apresentados? Qual o momento de maior felicidade dessa 'dupla'? E por fim, em algum momento, o individualismo dela te trouxe problemas em quadra ou com o grupo? (VENDRAMINI) Eu trabalhava como técnico da equipe masculina de Presidente Prudente (Matilde Zacarias) e fui convidado pelo Diretor da Prudentina na época Antonio de F. Feitosa, para assumir o feminino. Após o acerto, do próprio escritório onde estávamos ele ligou pra Hortência que estava treinando com a Seleção Brasileira. Conversamos e desejamos boa sorte um ao outro. Sinceramente nós tivemos muita alegria juntos; foram dezenas de títulos conquistados; em nível estadual, nacional e internacional. Todos traziam muita felicidade a toda equipe. Em quadra não; mas na Minercal (Sorocaba) houve uma temporada que tínhamos 3 americanas (Brenda Hill, Wanda Ford e Charlote), a Brenda tinha muito ciúme da Hortência; dispensei-a, mesmo reconhecendo ser uma grande jogadora, senão teríamos 2 times no mesmo grupo.
(GUIVE) Por muito tempo, você foi o técnico da Hortência nos duelos contra Paula. Fora da quadra, na maioria das vezes, havia um duelo entre você e a Maria Helena Cardoso. Queria que você comentasse sobre esses confrontos e que você escolhesse uma vitória e uma derrota inesquecível suas nesses duelos com a Maria Helena. (VENDRAMINI) Meu relacionamento com a Maria Helena sempre foi muito cordial e de grande respeito de ambas as partes. Os confrontos sempre foram muito intensos (oficial ou amistoso) de alto nível técnico e de muita emoção. A participação das torcidas mobilizava as duas cidades. Se tivesse que escolher uma vitória, seria do 1º Mundial de Clubes pela Consteca/Sedox (107 X 105) Final no Parque São Jorge com mais de 15.000 pessoas. Derrotas eu esqueci todas rsrsrs.
(GUIVE) Seu currículo é um dos melhores do país. Em Nacionais, você lidera com quatro conquistas: Fluminense (1998), Paraná (2000) e Ourinhos (2004 e 2005). Apesar disso, se não estiver enganado, você teve apenas uma experiência como técnico da seleção - em 1989 no Sul-Americano (ouro) e Copa América (prata). Como foi essa experiência e a que você atribui essa falta de oportunidade? (VENDRAMINI) Em 1989, fui convidado pelo Diretor do Feminino da CBB, Feitosa (que pediu demissão 30 dias após assumir!!!) para ser o técnico da seleção brasileira adulta. O presidente era o Sr. Renato Brito Cunha. Participei de 2 competições; sul-americano e Copa América. Vou narrar alguns fatos: logo na primeira apresentação as atletas treinavam com os uniformes dos seus clubes (a patrocinadora da equipe atrasou a entrega dos uniformes). Ficamos hospedados e treinando em Itatiba, mais precisamente no SPA 7 VOLTAS, porque a Hortência e Paula tinham grande amizade com a proprietária, Myrian que gentilmente sem ônus algum a CBB gentilmente nos acolheu; o Prefeito de Itatiba mandava diariamente uma Kombi para transporte de ida e volta aos treinamentos. Ninguém da CBB apareceu 1 dia sequer para saber o que se passava. Com a proximidade da Copa America (classificatória para o Mundial) e a falta de programação de amistosos, pedi auxílio do meu clube, Mineral de Sorocaba. O Presidente Dr. Benedito Pagliato imediatamente autorizou o meu planejamento. Pedi ao Borracha, meu assistente técnico, que formasse uma seleção paulista e incluísse as estrangeiras que atuavam no Brasil (eram quatro) nos diversos clubes para realizar uma semana de treinamento em Sorocaba, por conta da Minercal. Fizemos contato com as cidades interessadas em receber os amistosos e realizamos grandes espetáculos, com jogos muito equilibrados, com grande divulgação do basquete e uma ótima preparação para Copa América (viajávamos em um só ônibus pra economizar). Após as competições me foi pedido, pelo presidente da CBB, um relatório; que, aliás, já estava pronto. Disse que não enviaria, pois queria entregar pessoalmente porque precisávamos conversar... No relatório dentre várias sugestões a fundamental era formação de uma seleção sub 21 para participações em Sul-Americano, por exemplo, para atletas como Paula, Hortência, Marta. Vânia Teixeira, etc já não precisavam deste tipo de vivência não somava nada para elas e assim estaríamos dando mais experiência internacional às atletas que surgiam. Pois bem; para não me alongar, ouvi no dia seguinte que a Maria Helena era de novo a técnica da seleção. Sequer me ligaram.
(GUIVE) Não é extremamente sintomático (e triste) que tanto você como a Maria Helena estejam afastados do basquete atualmente? (VENDRAMINI) Inicialmente foi por opção. Eu particularmente estava desmotivado pela forma como o basquete brasileiro vinha sendo conduzido. Depois de uma campanha brilhante e a conquista do bi-campeonato paulista, por Ourinhos de forma invicta, 2 anos; sim 730 dias e 84 partidas sem perder no Brasil, comuniquei os dirigentes da equipe e resolvi dar “ um tempo “ das quadras. Com a mudança no comando do Basquete Brasileiro, achei que seríamos convidados (eu e a Maria Helena) para pelo menos dar algumas sugestões para o crescimento do basquete. Enfim...
(GUIVE) O que deve ser feito para que o Basquete Feminino Brasileiro consiga chegar forte nas Olimpíadas do Rio 2016? (VENDRAMINI) Não se faz uma Equipe Olímpica forte em 4 anos. O grupo já teria que estar formado e a partir de 2013, realizar muitos jogos e torneios no exterior para ganhar “bagagem”. Tivemos o exemplo da China que acabou ficando em 4º lugar em 2008 graças a um trabalho semelhante, comandado por Tom Maher. Em tempo, o mesmo técnico ficou em 12º lugar em 2012 à frente da Grã – Bretanha. Tenho acompanhado as declarações de dirigentes da CBB e não sabemos ainda quem será o Técnico da equipe!!!
(GUIVE) O que você espera da LBF 2012/2013? (VENDRAMINI) Creio que teremos o Campeonato mais equilibrado e de melhor nível técnico de todos. Torço por isto. Quanto a Liga, espero que os dirigentes de clubes façam o que fizeram o do masc. e tornem a Liga Feminina “independente” de fato. Será que não perceberam que o masculino só evoluiu depois dessa tomada de posição?
(GUIVE) Existem algumas conversas de que o Sr. pretende retornar as quadras como técnico em 2013, é verdade? (VENDRAMINI) Sim, é verdade. Estou novamente muito motivado e pronto para retornar às “quadras”, pois do basquete jamais me afastei. Já temos um projeto para aprovação pela Lei Paulista de Incentivo ao Esporte e contatos adiantados como prováveis patrocinadores. Acredito que pro Paulista de 2013, teremos novidades.
Fonte: Guive MKT Esportivo
8 comentários:
Se realmente conseguir montar uma equipe e retornar às quadras será uma notícia espetacular para o basquete feminino.
Foi assistindo esses duelos entre as equipes do Vendra e as da Maria Helena, que minha paixão pelo basquete despertou de vez.
Gostaria imensamente que a Maria Helena também estivesse em ação, seja em cargo técnico ou administrativo.
O basquete feminino não pode se dar ao luxo de desperdiçar pessoas experientes como eles.
Seja muito bem-vindo Vendramini!
PAULO BASSUL
Seria espetacular a volta do Vendramini, da Maria Helena, do Barbosa e do Paulo Bassul ao comando de equipes de basquete feminino. O nível dos treinadores nos clubes e principalmente nas seleções (principal e de base) caíram demais. O que temos são aprendizes de treinadores no comando. Isso tem que mudar, pois várias gerações de atletas já estão sendo prejudicadas por tanto amadorismo.
O basquete feminino precisa urgentemente do Vendra, da Maria Helena e do Paulo Bassul. Não dá mais pra ver esses jogos mediocres que tem acontecido nesses ultimos anos que eles sairam!
Esses sim sabem fazer jogadoras, sabem aumentar o nivel do basquete feminino, não esses que estão ai!
E sem falar fora de quadra, a gestão dos dirigentes que estão ai fora de quadra é horrivel. Muita gente querendo aparecer e se auto promover!
Volta logo Vendra!
Volta logo Maria Helena!
Volta logo Bassul!
É brincadeira os comentários acima.Só pode ser piada de mau gosto.
Bassul ...nao sei.
MARIA HELENA NA DIREÇÃO DA CBB JÁ.
VENDRA,SEJA BEM VINDO .
Não o comentária acima não é piada.
Os atuais técnicos do basquete são muitos fracos,amadores,imparciais e alguns pricipalmente da base são políticamente incorretos... Né Americana....
tenho certeza que e para catanduva se for msmo confirmado que seja bem vindo vendra vc e dez vezes melhor que o outro que estava aqui seja bem vindo
uma fonte limpa me informou que o sr vendramini e novo tecnico de catanduva para paulista 2013 com certeza e um excelente profissional parabens vendra se confirmar isso msmo catanduva te acolhera de braços abertos vc nao merece ficar fora do basquete muito boa sorte nessa nova empreentada vc e o cara melhor que o outro mala que tinha aqui
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