Sorocabana Lilian, medalha de bronze pela seleção, pede mais investimentos para que o esporte volte a brilhar
Giuliano Bonamim
giuliano.bonamim@jcruzeiro.com.br
Lilian assistiu à eliminação da seleção brasileira feminina de basquete dos Jogos Olímpicos de Londres, pela televisão, na casa dos seus pais em Sorocaba. A sensação foi bem diferente à vivenciada na Austrália, há 12 anos, quando a ala-armadora ajudou o elenco estrelado por Janeth a conquistar a inédita medalha de bronze para o Brasil.
Essa foi a sexta participação consecutiva da seleção brasileira feminina de basquete na história das Olimpíadas. Nesse período, a nona colocação em Londres só foi pior em comparação aos Jogos disputados em Pequim.
Na opinião de Lilian, atualmente com 33 anos, o esporte precisa ser repensado no país. "A formação necessita de uma atenção especial porque é de lá que vamos tirar os jogadores", comenta. "E hoje vemos pouquíssimas equipes fazendo um bom trabalho de base, com investimento, estrutura adequada e bons técnicos", completa.
A evolução do basquete feminino no país também depende de uma maior atenção das federações e da confederação, segundo Lilian. "Cada uma dessas entidades precisa dar mais amparo aos clubes, ficar mais próxima das equipes e não pensar somente nas seleções", diz.
O bronze conquistado em 2000 por Lilian e companhia veio em um momento mágico do basquete feminino do Brasil. Quatro anos antes, a seleção liderada por Hortência e Paula havia ficado com a medalha de prata e inserido o país no seleto grupo de potência no esporte. "A pressão para manter o resultado conquistado na Olimpíada anterior existia, mas era natural. O trabalho foi desenvolvido com qualidade e a equipe tinha noção de que poderia chegar ao pódio", relata Lilian.
A sorocabana "bronzeada" também aposta em um campeonato nacional de basquete feminino forte para manter alta a qualidade das equipes e das jogadoras. "Já foi criada no ano passado uma liga e estamos seguindo o que tem dado certo com o masculino", diz. "Esse primeiro passo já foi dado e agora precisamos pensar como melhorar essa estrutura e ter equipes que não se formem só para disputar o nacional", completa.
As opiniões referentes ao basquete feminino brasileiro foram dados por Lilian Cristina Lopes Gonçalves nas dependências do Ginásio Municipal de Esportes Dr. Gualberto Moreira, palco das primeiras cestas da sorocabana. "É engraçado... fazia muito tempo que eu não voltava aqui. Depois que eu saí da cidade, há uns 17 anos, acho que voltei somente uma vez", relata.
Os primeiros contatos de Lilian com a bola de basquete foram dados aos 8 anos de idade. Naquele final da década de 80, a cidade respirava o esporte e a equipe contava com a presença da "rainha" Hortência. "Eu comecei nas escolinhas da Minercal e segui na categoria de base até os meus 15 anos. Nessa época, o basquete feminino acabou na cidade e eu fui convidada para jogar no BCN, em Piracicaba", diz Lilian.
A jogadora rodou o interior do estado de São Paulo e atuou por equipes de Americana, Santo André, Ourinhos, São Bernardo do Campo. Também mostrou o seu basquete em Campos, no Rio de Janeiro, e atualmente encerrou a segunda temporada consecutiva em Portugal.
Projeto em Sorocaba
A ausência de uma equipe forte de basquete feminino em Sorocaba causa tristeza em Lilian. "Eu fico imensamente triste porque a cidade tem potencial para ter um time de ponta, pois possui indústrias para eventuais patrocínios e uma tradição fortíssima nesse esporte", comenta. "Eu lembro deste ginásio lotado, cheio de gente do lado de fora querendo entrar para assistir ao time feminino", completa.
Lilian não descarta a possibilidade de seguir uma carreira de dirigente no basquete após a sua aposentadoria na profissão de atleta. "Eu me preparei para isso. Fiz o curso de Educação Física, pós-graduação em treinamento e gostaria de me manter nesse meio", diz.
A jogadora também não descarta a possibilidade de desenvolver um projeto focado no basquete em Sorocaba. "Eu gostaria, não sei se encabeçando, mas talvez com pessoas que estão há mais tempo e sabem como trabalhar com a parte administrativa, com a busca de patrocínio. Eu ficaria imensamente feliz se conseguisse fazer isso na minha cidade", relata.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
5 comentários:
Após duas temporadas fora e agora teremos então de volta essa "mão de três pontos" jogando no Brasil? Em qual time? Que bom Lilian!
pena q não foi mais convocada. era ótima nos 3 pontos, jogou muito em santo André.
ainda penso q o Brasil faz errado colocando menores de 21a em competições de alto nível como as Olimpíadas.
O projeto de formação deveria visar os campeonatos escolares, universitarios antes das ligas.
aí sim, com cidadão formado e profissional apto, aos 21a para continuar no esporte dos 21 até os 36a e aposentar
agora coloca Damiris e Tassia, jogadoras de 16a no time adulto, é errado.
queima gerações, é antropofágico.
Ano de eleição! Atenção!!! Sorocaba passou por varias transformações, modificações, melhoramentos, mas o Esporte, o Basquete Feminino? Após tantos anos com o PSDB, tendo até Secretario de Esporte oriundo do Basquetebol, e nada fez! Com um Ginásio Municipal todo reformado, muito bom e um Polo Industrial, e varias Empresas importantes, e os investimentos e iniciativas??? Aguaremos então essa candidatura e acreditamos no Esporte em Sorocaba.
Desde 96 o Basquete Feminino de Sorocaba "parou"! Após vários mandatos com o mesmo partido, a cidade passou por melhoraremos e investimentos importantes, mas no Esporte, ficou "esquecido"! Mesmo com Secretario de Esportes oriundo do Basquete Feminino. Ano de eleição! Sorocaba com um Polo Industrial excelente, esperemos os investimentos e o "retorno" do Esporte!
Perguntei sobre onde a Liliam ira jogar, se era no Sport e vocês não colocaram! Obrigado.
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