segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Depois da vitória, a espera pela reconstrução

brasil1pre

Nunca foi tão fácil chegar a uma Olimpíada!” assim Maria Helena Cardoso resumiu no twitter a conquista da vaga em Londres. Técnica da seleção na missão frustrada na Malásia em 1988 e na dramática e inédita classificação para Barcelona, em 1992, ela sabe muito bem do que está falando.

Embora muita gente tenha se concentrado na fragilidade dos adversários, acho que é evidente que alguma coisa mudou. Para melhor.

Em 1999, perdemos para Cuba no Pré-Olímpico, mas haviam três vagas em disputa. Em 2003, vencemos Cuba e conquistamos a vaga única. E em 2007, queda diante de Cuba na semifinal e a vaga acabou vindo contra a mesma Cuba– novamente de forma dramática – no Pré-Olímpico Mundial-2008.

Assim, essa última conquista realmente me parece digna de comemoração, ainda mais quando se contextualiza o momento em que ela ocorrre.

O torneio marcava a estreia de um técnico sem experiência no feminino e desacreditado pela maioria – por mim, inclusive. Enio Vecchi se comportou muitíssimo bem. A defesa melhorou incrivelmente e parece ser esse o caminho num time de alas pouco produtivas no ataque. Ofensivamente, houve mais equilíbrio, menos chutes de três e  individualismo. Emocionalmente o grupo também pareceu melhor. Menos apático do que no Mundial de 2010 e menos oscilante do que de costume.

Além de Enio, acho que seus auxiliares merecem o reconhecimento. Tenho minhas reservas a Urubatan, mas enfim: parabéns! Gosto muito do trabalho de Janeth. Na semifinal contra Cuba, foi possível ouvir a voz ao fundo da assistente durante um tempo técnico em que Micaela reclamava da dificuldade de conter a adversária. “Mas ela é muito rápida!” dizia a ala. Serena, Janeth apenas tranquilizou Kaé: “Mas você é tão rápida quanto ela”, no que me pareceu um gesto bastante nobre.

Acho que merece crédito ainda o trabalho de Hortência. Depois de um começo um tanto quanto confuso, parece que aos poucos, a diretora das seleções femininas se encontra mais na nova função. Que a evolução persista!

Entre as jogadoras, acho que o torneio sela uma nova fase para Érika com a camisa amarela, na qual a sua importância é reconhecida, aceita, admirada  pelo grupo e mesmo por Hortência. Mal aproveitada na era Barbosa, ausente na era Bassul e um corpo estranho na era Colinas, a pivô deixou claro em Neiva sua explosiva combinação de força e talento.

Tão brilhante como Érika, esteve Adriana, talvez em sua melhor participação na seleção. Esteve firme, jogou com extrema inteligência e parece ter afastado do semblante o desgate e a decepção de suas últimas penosas participações com a seleção nas Olímpiadas -2008 e no Mundial-2010.

Sinceramente não consigo avaliar Babi pelo pouco que vi no Pré-Olímpico, embora ela tenha me impressionado bastante no amistoso em Americana. De qualquer maneira, é fundamental pensar à frente nessa posição e a comissão técnica parece estar atenta a isso.

O cenário no garrafão parece mais confortável. Além de Érika, as demais pivôs apareceram muito bem. Clarissa é daquelas jogadoras que dão prazer em ver jogar. Infelizmente uma contusão tirou parte do seu brilho no torneio. Damiris está esplêndida e é realmente um milagre ver uma jovem alcançar o nível que ela belisca aos 18 anos num país que oferece muito pouco aos seus talentos. Gostei de ver Gilmara tendo sua primeira oportunidade, mas acho que com a boa fase de Clarissa, a tendência é que ela tenha menos espaço. Acho a dupla Nádia e Franciele fantástica, mas as duas parecem carecer de alguma coisa para entrar em combustão espontânea. De longe, a impressão que tenho é que algo entre a confiança e a concentração às vezes escapa pelas mãos das duas jovens.

Nas alas, é que o nó aperta. A situação é complicada e não vejo muitas saídas para a Olimpíada que se aproxima.

Acho que a receita será reincorporar Iziane e tentar alguma novidade, o que é muito difícil, pois o universo de convocadas está extremamente limitado.  Reconheço que a comissão técnica tentou. Viu Tatiane, Fernanda, Izabela, Karen, Jaqueline, deu uma chance para Natalia Santos… Janeth observou outras tantas atletas na Universíade, mas verdade difícil de admitir é que há poucos nomes.

Chuca foi a presença mais regular na posição, o que não quer dizer muita coisa.

Reconheço o esforço de Palmira, principalmente na defesa, uma de suas deficiências. Colaborou bastante ainda na transição, dando um repouso a uma sobrecarregada Adriana.

Micaela continua tendo seus bons momentos na defesa e Enio soube dosar bem as oportunidades dela, sem que comprometessem o todo. Mas a ala vive uma falta de sintonia absoluta no ataque.

Por fim, Silvia Gustavo desapareceu após uma virose durante a Copa Pitalito.

Espero que ao menos uma novidade seja incorporada ao grupo daqui para a frente. Tássia talvez seja a mais gabaritada.  Se a opção for por veteranas, não entendo a ausência de Silvinha Luz na equipe.

Vaga conquistada, a hora é  de viabilizar a segunda edição da LBF e  planejar 2012. Sem isso, esse otimismo momentâneo logo desaparecerá.

21 comentários:

Anônimo disse...

Eu gostaria de ver a Leila de Americana em uma convocação recente! Ela foi bem na Universíade, e acho que merece uma chance!
Concorda?

Anônimo disse...

Tainá Paixão seria um excelente ala. A posição dela em Jundiaí é de armadora, mas ela finaliza muito bem e tem confiança nos arremessos, ela seria uma salvação pras alas.

Anônimo disse...

Acho que a solução talvez seja o uso de duas alas de força. A Damiris parece se adaptar bem a esta função! Iria prejudicar nosso jogo de transição mas, afinal que jogo de transição temos hoje?

Anônimo disse...

Thaina SALVACAOOO????? MEu Deus...ela como outras de Jundiai sao so batecao de bola....e correria sem pensar em nada, haja vista o que a Fra e a Nadia fizeram nessa selecaoo....NADA....E A THAINA TAMBEM NAO FARA....

Anônimo disse...

Gostaria de vê a mudança de mentalidade dos times, não podem ficar esperando cair do céu patrocinios para a LBF. A CBB está mudando de mentalidadde em relação as seleções, falta agora os clubes tmb mudar de atitudes.

Anônimo disse...

Boa noite senhores leitores
Lendo a notícia acima vejo que a avaliação das jogadoras foi em relação a Copa America,que foi uma competição muito fraca tecnicamente,se fosse a seleção juvenil ganharia o ouro.
Agora olhando para frente,vejo que o Brasil terá problemas a nível realmente internacional,sobretudo quanto a avaliação das nossas pivôs.
Clarissa,é guerreira dentro de quadra ,mas agora terá que defender jogadoras de acima de 1,95 que sabem jogar,e particularmente acho que não defende muito bem.
Damiris,está em uma ótima fase mas,estará realmente pronta para 2016
Gilmara,muito pequena para jogar na posição 4 (nível europeu)
Nádia ,é grande esperança,alta e forte mas,sua base e muito fechada e é muito mecanica nos movimentos parece perdida,trabalhem ela pelo amor de deus,se não ............
Franciele,sinceramente,muito frágil fisicamente e parece desatenta,pega a bola e chuta sem saber onde está
Babi e Palmira ,muito pequenas para nível internacional.

Anônimo disse...

FALOU A NOSSA MESTRA DO BASQUETE MARIA HELENA CARDOSO, AQUELA QUE IRAVA LEITE DE PEDRA.
SALVE MARIA HELENA!!!!!

Marcos disse...

Prefiro a Joice e a Tássia.

Anônimo disse...

Seria bacana colocar uma veterana, Silvinha Luz é excelente opção, boa referência Bert...gosto do jogo dela

Anônimo disse...

Gostaria de enaltecer o trabalho do Prof. Urubatan, que ficou com a parte de defesa da seleção, tão merecidamente enaltecida nas transmissões dos jogos. Deu para ver claramente que o trabalho deste excelente técnico, que é apaixonado pela defesa, fez a diferença para a classificação tranquila do Brasil. Desculpe Bert, mas não dá para ter reservas com um talento como o do Uruba, que tem v ários títulos em seu currículo e mostra, na quadra, como ser um verdadeiro vencedor.
Não estou querendo polimizar, somente lembrando que um excelente trabalho, merece reconhecimento.

Anônimo disse...

Gostaria de enaltecer o trabalho do Prof. Urubatan, que ficou com a parte de defesa da seleção, tão merecidamente enaltecida nas transmissões dos jogos. Deu para ver claramente que o trabalho deste excelente técnico, que é apaixonado pela defesa, fez a diferença para a classificação tranquila do Brasil. Desculpe Bert, mas não dá para ter reservas com um talento como o do Uruba, que tem v ários títulos em seu currículo e mostra, na quadra, como ser um verdadeiro vencedor.
Não estou querendo polimizar, somente lembrando que um excelente trabalho, merece reconhecimento.

Érico disse...

Cara eu adoro teus textos.
Silvinha Luz joga muito merece uma chance. Tá enxutassa!
Quanto a novidade....talvez Tatiane ou Jaqueline. Karen tem boas bolas de tres e algumas assitencias, ela é bem voluntariosa.. Talvez uma Karla e sua garra...já o resto dos outros nomes é sem chance. Infelizmente não tem nivel.

Anônimo disse...

Concordo com quase tudo que foi
falado.Só não posso aceitar a colo-
cação da Jaqueline no rol das joga-
doras que tiveram chance e não apresentaram nada.Assisti vários treinos da seleção e a Jaqueline foi bem na maioria deles.Ai.veio o
jogo contra Cuba e a menina não teve oportunidade nem de errar.
O que a comissão fez com essa joga-
dora demonstra o grande protecio-
nismo e tolerancia com algumas e
uma tremenda falta de respeito com
outras.

Anônimo disse...

O pessoal num deu nenhuma dika da pivô Thais Pinto q joga nos Estados Unidos,uma atleta de 2,01 é tdo q o Brasil ta precisando pra substituir a Erika...
Ou ela num pode defender o Brasil por estar USA...

Flavio disse...

Patrícia Ribeiro, Débora e Tainá tem 20 anos e ainda podem evoluir muito e quanto a Palmira e Chuca há o que evoluir?
Tatiane, Júlia Santos e Leila também são jovens e vão melhorar com novas experiências e Kaé e Sil vão aprender o quê jogando o Pan Americano por exemplo?
Será que é possível ser mais instável e errática que as primeiras veteranas citadas ou ter atuação mais nulas do que as segundas?
Precisamos de renovação nas alas da seleção!

Anônimo disse...

Gostaria de discordar de Bert em relação à jogadora Micaela. Discordo totalmente que ela esteja em falta de sintonia no ataque. Pelo contrário, executa super bem as jogadas ensaiadas, é a que melhor faz corta-luz. Joga para o time. Para um time que tem uma armadora que procura muito a cesta, uma pivô como a Érika que é a melhor opção ofensiva que temos e possível entrada de Iziane que adora ir pra cesta, considero Micaela o ponto de equilíbrio. A defesa dela é imensamente superior à das outras e ela incendeia o time com sua garra defensiva. Muitas vezes suas ações que ajudam demais a equipe não são computadas na estatística como o erro de adversárias, um desvio q acaba na mão de uma colega q fica com a anotação do rebote ou da bola perdida. Além de tudo pode se destacar o "altruísmo" com as colegas destoando do "egoísmo" de Chuca, Palmira e Gilmara. Destoa tb dos arremessos desesperados de Sil, que com sua lentidão anseia voltar ao time titular fiando-se nos arremessos de 3 pontos.

Anônimo disse...

Quem nao se lembra da Karina, 186cm, dando verdadeiros bailes em cima da Ludmila Nazarenko (196cm, ouro em Barcelona) e da Zheng Haixia (204cm)?


CAco

MeninoBionico disse...

a melhor opção 3 seria a Renatinha, alta (1.85), está na idade certa, não é nova demais nem está velha, e está em ótima forma física!
vale a pena convocar, assim como a Tayara.
Mas, Palmirinha é inconstante, teve sorte que errou os air-balls de sempre e a bola de 3 caiu.
Micaela só jogou bem no Guaru, junto com a Pabliana, na década de 90!!!!! agora, só joga enfaixada e ta meio gaga, não sabe mais o que faz...

Anônimo disse...

Esse Menino Biônico parece um disco riscado: mini pivôs, atletas de Araçatuba, blá, blá, blá Aff

Anônimo disse...

Tayara, Menino Bobonico? Dessa vez vc se superou. hahahhahhaha

Anônimo disse...

Ao Caco
Karina, 186cm,Ludmila Nazarenko (196cm, ouro em Barcelona) e da Zheng Haixia (204cm)
karina jogou muito contra essas jogadoras mas faz tanto tempo, o basquete tinha 30 segundos de ataque,10 segundos para passar o meio da quadra e o lance livre era 1 X 1. moro na europa e sei do que estou falando.