sábado, 10 de setembro de 2011

Impressões sobre a primeira vez de Enio Vecchi

banco

Assisti ontem à primeira partida no Brasil da seleção brasileira sob o comando do técnico Enio Vecchi, o sexto técnico nesses vinte anos que acompanho o basquete feminino.

damicuba Tanto Enio como seu time, parecem ainda um pouco travados e tensos com essa missão que lhes foi confiada. As meninas ainda estão assim meio “duras”, sem ritmo entre o fim da temporada de clubes e a falta de amistosos que o calendário impôs.

Me deu alguma esperança perceber que há jogadas ensaiadas (aleluia!) e que em alguns momentos o time se portou bem no cinco-contra—cinco. O número de assistências foi alto (29), bastante superior aos amistosos das fases Bassul/Colinas.

A maior falha está na defesa – passiva demais, permitindo as bolas de três das cubanas (10 no total, contra 5 das brasileiras) e que as armadoras vencessem facilmente a marcação de Adrianinha sem nenhuma cobertura. Aliás essa deficiência é crônica na seleção brasileira e eu cheguei a acreditar que isso mudaria ao ver a seleção sub-16 de Janeth na Copa América. Mas parece que ela não ensinou isso ao Enio ainda. O pior foi que vendo isso tudo, ele me saiu com uma defesa por zona…

Não concordo que a seleção cubana seja frágil. É um time que caso não sofresse com as limitações de seu país, estaria aí dando muito trabalho a qualquer seleção. A base é experiente e mantém Marlen Cepeda, Clenia Noblet, Yamara Amargo, Suchitel Avila e Gélis, que nos conhecemos de outros carnavais e de um bom número de derrotas.

A fase de amistosos do time foi longa, com vitórias sobre Letônia e Canadá, entre outros e as cubanas acabaram de ganhar com um pé nas costas a Copa da América Central. Ou seja, elas estão “prontas” para a Copa América. O Brasil, ainda não.

O amistoso inicial tranquiliza um pouco mais em relação à armação, que somou 14 assistências divididas entre a titular Adrianinha e a reserva Babi.

Adrianinha teve uma atuação equilibrada, apesar de ter muito mais poder de fogo. Me preocupa a facilidade com que é vencida na defesa e logo se carregou em faltas.

Babi foi uma grata surpresa. Esteve bastante segura, mesmo nos momentos decisivos. É uma jogadora que não tem um bom arremesso, mas talvez se ela se limitar a armar com competência e defender razoavelmente já salve a pátria.

Nas alas é que a situação derrapa.

O maior destaque foi – vejam só – Chuca, que funciona muito bem em um time de operárias e muito mal em um de estrelas.

Sílvia Gustavo ofereceu aquilo que estamos acostumaclavoa dos a ver. Felizmente Enio percebeu que na posição quatro não dá para ela em qualquer torneio de nível técnico mediano. Na posição três, Sílvia segue com seu basquete sobrevivendo mais de boas intenções do que de técnica e condições físicas. Me passou a impressão que ela é a “mulher-forte” de Enio, a sua jogadora de confiança.

Palmira continua simplesmente trágica. E não é culpa dela, mas de quem insiste nela. Desatenta, frágil no jogo de contato e sustentada na esterilidade dos arremessos de três, eu não entendo o que ela faz ali nos últimos anos. Algum motivo deve ter…

Em decadência técnica e física, Micaela sobrevive na base da experiência. Leu o jogo bem ontem e cavou faltas. Já valeu.

Preocupa-me o fato de Jaqueline nem ter sido testada ontem.

Nas pivôs, a preocupação maior é a baixa estatura.

kaell Clarissa esteve estupenda ontem. Seus 24 pontos e 11 rebotes devem constranger aqueles que passaram os últimos anos a sepultar seu basquete.

Franciele patinou na sua tradicional irregularidade. Com dificuldade na marcação, acabou não comparecendo ao jogo e perdeu a chance de reforçar a boa impressão deixada nos amistosos na China.

Nádia entrou bem no segundo quarto, mas voltou no terceiro sonolenta e Enio preferiu encerrar a experiência.

Damiris era a mais nervosa entre as onze. Me parece que a menina não lidou bem com sua primeira partida após o sucesso na sub-19 e ao atuar num time que tem pivôs mais aptas à posição quatro que a cinco. Ainda assim, passou no teste.

Os minutos de Gilmara ainda não me permitiram ter opinião formada. Adicionalmente, Clarissa, Franciele e ela estão meio assim trigêmeas e eu posso ter me confundido.

De Hortência, no meio do jogo, veio uma declaração intrigante. Analisando a partida, disse apenas que “quando Érika chegasse…”. Não citou Iziane. O repórter também não perguntou.

Por fim, Helen Luz comandou os comentários no SPORTV com competência exemplar. Sentou-se para comentar sabendo o que estava acontecendo, onde jogavam as jogadoras e expressou-se com clareza. Ótima!

28 comentários:

Anônimo disse...

Perfeita a sua análise, disse tudo que eu também vi ontem, agora vamos ver no domingo com vai ser.

Maurício disse...

Não deu para ver o jogo, mas pela analise a seleção ainda tá meio travada por sentir falta de uma jogadora que puxe a responsabilidade, o que não vai mais existir nessa geração. Pergunto: O Brasil ainda é o favorito para conquistar a vaga olímpica?

Leonardo Rodrigues disse...

Não assisti ao jogo por estar preso em um engarrafamento. Mas vem impressionando as atuações da Clarissa nos amistosos. Já havia se destacado contra Austrália e Nova Zelândia que são times altos.

De resto, para primeiro amistoso ao que parece foi bem produtivo, ainda mais se levarmos em conta que Cuba está com ritmo de jogo muito superior.

Leonardo Rodrigues

antonio sobe disse...

Você analisou bem detalhadamente e tbém vi as mesmas coisas. Em relação à defesa, preocupou-me o fato de por tres vezes voltarmos pro miolo do garrafão e deixar a lateral cubana chutar livre, na lateral.Tbém achei muito afoita a equipe toda na marcação(permitindo cortes) oferecendo o lado na espera de ajuda que p/poucas vezes ocorreu.Tbém na defesa, não pode o técnico orientar em seus 3 últimos tempos para que a equipe se valesse das faltas.É um último recurso utilizado por quem não marca.Preocupou-me tbém a intervenção do Uruba orientando uma atleta em particular enquanto o Enio tentava usar seu tempo.Qto a Damiris, alertei que toda aquela paparicação(merecida)mas poderia trazer excesso de responsabilidade p/jogadora tão nova. Mas ela é craque, bem orientada, volta a ter seu melhor momento sem ansiedade mas com confiança.
Me preocupa a falta de jogos importantes pra trabalhar, justamente, o equilibrio de jogar o certo na hora certa, como o estágio que atingiu nossa seleção masculina. Enfim Boa sorte e vamos torcer!

Anônimo disse...

Qual seria a sua seleção? pq pra vc nunca nenhuma jogadora serve.

Anônimo disse...

Só esqueceram de avisar as cubanas que era um jogo AMISTOSO! Elas entraram a fim de quebrar alguém! Show de pancadaria.
Clarissa nota mil!!!!
Literalmente salvou a pátria.

Anônimo disse...

Que venha Erika, mas tomara que Iziane nao venha nunca mais pra selecao. Por favor quando escreverem sobre basquete nao falem nunca marcacao, palavra equivocada usada pelo pessoal do futebol. A palavra certa eh defesa.

Anônimo disse...

Tomara que para o jogo de amanha o Enio deixa de fora a Palmira,Gil e Babi e essas que nao jogou arrebenta para deixar essa Palmira de vez de fora da seleção pois se ela for pro pré olimpico Adeus vaga... Fato!

Anônimo disse...

Tomara que as Cubanas partam pra cima da gente no domingo... é isso que essa seleção precisa: ser testada!

Anônimo disse...

A analise esta quase perfeita,Só
não concordo com o tempo de jogo
que foi dado a Damiris.Ontem ela
deixou claro que ainda não esta
pronta.Ela ´tem talento porem falta
um bom tempo para ser a jogadora
que todos nós queremos.Agora.colo-
car a Palmira e deixar a Jaqueline
no banco foi demais.A Jac é uma
jogadora em evolução e que ja esta
atingindo a maturidade esporrtiva
ideal.A Franciele tambem desapren=
deu.Parece que a Espanha não fez
muito bem para ela.No mais Bert o
seu comentario foi perfeito.

Anônimo disse...

A Fran devia jogar no Brasil... Lá na Espanha ela está desaprendendo... Vejam a Clarissa, o quanto ela tá jogando, é fruto do bom trabalho feio aqui no Brasil. Tem gente que se ilude quando a jogadora vai jogar em outro pais... A Fran era para estar em ascençao.. mas vou aguardar, pois foi apenas um jogo e confio mto no potencial dessa jogadora

Anônimo disse...

Damiris, tenho plena confiança no seu jogo, nervoso todo mundo fica com novas experiências. Continue trabalhando duro, pé no chão, dedicada, etc.... vc está no caminho certo. Nao ligue para criticas daqueles que nao conhecem basquetebol. Tenho certeza que fará grandes jogos pela seleçao brasileira.... Sucesso.. torço por ti

Anônimo disse...

DAMIRIS FICAAAA. OLHA O EXEMPLO DA FRAN, ESTÁ DESAPRENDENDO A JOGAR BASQUETE.

Fabio disse...

A Iziane pediu dispensa esta semana a CBB, segundo a mesma o salario e a WNBA hoje são suas prioridades!
De uma forma adequada a entidade estará divulgando a noticia em no máximo dois dias.

MeninoBionico disse...

olha, sou totalmente contra a Damiris na seleção adulta principal.
ela tem que ser preparada para 2016, não para 2012.
ainda tem muito arroz-feijão pra comer
Para este pré-olímpico precisamos de jogadoras experientes.
E, se conseguir, Londres/2012 prefiro jogadoras adultas.
Deixem a Damiris jogar a categoria dela e aprender com o tempo.

Ricardo disse...

Acho que foram mais pontos positivos que negativos, em que pese ser o primeiro jogo em dois meses apenas treinando.
Aliás, que sirva de lição para Hortência, para que ainda esse ano, assim que for definido o calendário, ela procure as Federações para agendar jogos amistosos, pois é assim que todos trabalham, planejando a próxima temporada com antecedência, se deixar para última hora, o problema voltará a se repetir.
Foi muito bom ver a Adrianinha em ritmo e dando o ritmo à equipe, Chuca definindo com segurança, Sil comandando defesa e ataque como uma verdadeira líder e Clarissa mostrando que 10 centímetros a mais não é nada, sem atitude.
Claro que ainda existem ajustes a fazer, principalmente a defesa do perímetro.
Aliás é bom ressaltar que Cuba vai continuar jogando assim sempre, inclusive nas próximas três partidas em que vamos enfrentá-las (a última provavelmente valendo a vaga olímpica), por isso quem tem que se ajustar para impedir o melhor jogo das cubanas somos nós.
Acho que a Fran merecia mais que 7 minutos de jogo e deixar Damiris jogando 27 minutos tão nervosa e errante foi uma baita exagero, mas já estamos acostumados a esse tipo de coisa.
Enfim, boa sorte amanhã para Bethânia, Tássia, Nádia e Jaqueline, que elas também tenham espaço para mostrar o que sabem.

Anônimo disse...

palmira tragica,horrivel sinto vergonha dela meu deusssss

MeninoBionico disse...

ai ai, o masculino acabou de conquistar a vaga olimpica!
parabéns!!
e sem NENE (Erika), que pode morrer na NBA, sem Varejao, e sem Leandrinho (Izzy??)
e sem nenhum sub21, sub-19, sub-16...
que sirva de exemplo!

Sta. Ignorância disse...

A seleção masculina não tem jogadores abaixo de 21 anos?

E o Vitor Benite, Augusto, Rafael Luz (o último tem a mesma idade da Damiris)?

Afe!

Sta. Ignorância disse...

Eu sou a favor da Damiris na seleção principal. Até porque ela precisa pegar bagagem internacional desde já, se quisermos que ela seja o pilar da seleção em 2016, ela precisa ser trabalha e JOGAR desde já!

E jogadora nova com talento é natural que jogue pela seleção adulta, eu lembro da Lauren Jackson novinha em Sydney 2000 e ela não era o pilar da seleção na época (que tinha as ótimas Michelle Timms, Sandy Brondello, Trish Fallon).

Acho que todo mundo lembra da jovem Alessandra em 94 né?

Não é de uma hora pra outra que a jogadora vai conseguir assumir responsabilidades na seleção. Ela precisa ir ganhando espaço aos poucos. Senão acontece que nem hoje em dia, em que temos uma seleção de VELHAS onde não há uma que possa assumir a responsabilidade.

Sta. Ignorância disse...

Em relação ao jogo, me preocupou o fato da pouca evolução da defesa entre os amistosos na China e o jogo de ontem. Muito fraca.

Achei que o ataque travado é natural, afinal de contas é o primeiro jogo da equipe (por incrível que pareça).

E gostei muito do trio Clarissa, Chuca (muito bem na posição 2 - não esperava) e Babi (quem diria!).

Mauricio Guedes disse...

Concordo com o Santa, entretanto, discordo quando diz que a Lauren Jackson não era o pilar da seleção australiana em Sidnei. Ela era o pilar SIM. Ela não foi o pilar do time australiano no mundial de 98 na Alemanha, quando o time contava com Timms e Robin Maher em forma.

Anônimo disse...

O santa ignorância, não existe essa história de PILAR em basquete, é um jogo coletivo e não de um pilar, para de querer jogar responsabilidade de um jogo coletivo para uma só!

Sta. Ignorância disse...

Anônimo, vc entendeu o que eu quis dizer.

E toda seleção tem seu pilar. Lauren Jackson/Penny Taylor para Austrália. Sandrine Gruda para França. Valdemoro/Sancho Lytle para Espanha. Stepanova para Rússia...

E o Brasil tem quem???

Todos as seleções que eu citei possuem ótimas jogadoras, porém tem seus pilares, jogadoras de segurança. Quem é a nossa jogadora de segurança? Palmira?

MeninoBionico disse...

cada seleção tem a jogadora que merece!!
eu quero mais que voces todos engulam a Damiris, que não vai servir pra nada nem este ano, nem 2012.
ela que jogue a categoria dela e fique mais velha
a seleção masculina ganhou sim, e no jogo de hoje o Benite e o Rafael Luz nem entrou.
Tem muita diferença em ganhar experiência e DEPENDER do jogador.

MeninoBionico disse...

só para lembrar, o melhor jogador do Brasil hoje foi o Marcelinho Machado, 36 anos...
ta bom pra vc Santa??
ah tah, vc prefere a Damiris neh!
kkkkkk depois falam que a Janeth que agencia essa garota...

Anônimo disse...

A Babi deve ser a segunda armadora para o pré-olimpico. Tem bom domínio em momentos decisivos. Não se "embanana" na hora H. Apesar do arremesso ruim, é a melhor opção para o banco dessa seleção.

Luiz disse...

Se a Damiris já esteve bem em 2010 com 17 anos, no Mundial na Turquia, imaginem agora depois de ser MVP e bronze no Mundial sub-19.
Como a Helen disse, a Damiris é uma jogadora diferenciada, muito mais madura do que a idade que tem.
Não existe regras tão bitoladas como querem propor aqui: só serve se tiver mais que 20 anos e dois meses e cinco dias, só serve se tiver 1 metro, 95 centímetros e 15 milímetros.
Basquete não é uma ciência exata!
São pessoas jogando e cada um tem um personalidade, uma atitude diferente.
Clarissa tem 1,83m e com sua atitude, garra e coragem, bota no bolso qualquer pivô de 1,95m.
Damiris tem 18 anos e é muito mais tranquila e confiante que atletas de 30 anos.

Vamos abrir a mente, pessoal!