Cisão no basquete afugenta patrocínio
CBB e NLB disputam não apenas os clubes, como também investidores
A pouco mais de um mês do início dos torneios, Nossa Liga e confederação ainda não têm fontes de renda para sustentar competições
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na última semana, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) e a independente NLB (Nossa Liga), presidida por Oscar Schimdt, mostraram que a esperada conciliação não ocorrerá. Pelo menos não nesta temporada. As duas entidades divulgaram a data de início de seus torneios, previstos para meados de novembro, e iniciaram uma corrida contra o tempo na busca por patrocínio.
Com pouco mais de um mês de prazo, as entidades rivalizam na disputa para atrair participantes, mas apresentam poucos atrativos financeiros.
O presidente da CBB, Gerasime Bozikis, o Grego, reconhece que, até o momento, a receita para o campeonato é zero. Mas dá como certa a renovação de contrato com a Sportv para a transmissão do Brasileiro.
A entidade busca também um patrocinador oficial para o evento, mas considera difícil um acerto antes do fim do ano. "Muitas empresas já fecharam o orçamento. Mas vamos tentar conseguir o patrocínio em janeiro. Até lá, o campeonato terá que ser financiado pelas vendas regionais", afirma o dirigente, que considera R$ 750 mil suficientes para bancar o Nacional.
Mesmo com esse dinheiro em mãos, a CBB garante que não conseguiria bancar as passagens aéreas das equipes, uma das principais solicitações dos clubes neste campeonato.
"Fizemos os clubes entenderem que precisam ter estrutura para participar do campeonato", diz Grego, jogando a responsabilidade dos custos para os clubes. "Calculo que uma equipe precisaria gastar cerca de R$ 50 a R$ 60 mil por mês para se garantir no Brasileiro."
Segundo Carlos Osso, diretor do Pinheiros, a CBB cogita a possibilidade de cobrar uma carta assinada pelos presidentes dos clubes participantes garantindo que sua equipe terá condições financeiras para disputar todo o campeonato.
Do outro lado, também na berlinda, a NLB encontra as mesmas dificuldades para captar recursos. "A CBB conseguiu sucatear o basquete. Falo isso porque converso com investidores e eles pensam assim", diz Oscar. As metas de receita da NLB são mais modestas. A liga pretende captar R$ 250 mil para viabilizar seu torneio. "Mas se conseguir R$ 500 mil, farei o melhor campeonato", garante.
A estratégia neste ano será diferente da do último campeonato, que contou apenas com um patrocinador forte, a Traffic. Segundo Hortência, diretora de marketing da NLB, a idéia é pulverizar a procura e abrir a possibilidade para que os clubes negociem localmente. Para transmissão de TV, a NLB negocia com a ESPN Brasil.
Problema é o racha, não dois eventos
DA REPORTAGEM LOCAL
As brigas político-admnistrativas no basquete brasileiro são o motivo principal da queda de credibilidade do esporte diante dos patrocinadores. Pelo menos, essa é a opinião de José Estevão Cocco, presidente da J. Cocco Sport Marketing, empresa que desenvolveu um estudo para estabelecer um ranking das 55 modalidades mais atrativas para investimento no Brasil.
No ranking dos dez esportes mais confiáveis para se investir, o basquete aparece apenas em oitavo, atrás de modalidades menos expressivas, como golfe e hipismo, por exemplo.
De acordo com Cocco, a existência de uma cisão no esporte divide as atenções entre investidores. "Não acho ruim ter dois campeonatos, mas ambos têm que ser fortes e não frutos de um racha. Isso compromete a imagem do esporte diante do patrocinador."
Segundo ele, o fato de o último Nacional não ter tido um campeão por problemas jurídicos pode prejudicar a captação de recursos. "Isso tira a credibilidade. O patrocinador se sente inibido de investir em algo que pode não trazer retorno."
CBB e NLB disputam não apenas os clubes, como também investidores
A pouco mais de um mês do início dos torneios, Nossa Liga e confederação ainda não têm fontes de renda para sustentar competições
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na última semana, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) e a independente NLB (Nossa Liga), presidida por Oscar Schimdt, mostraram que a esperada conciliação não ocorrerá. Pelo menos não nesta temporada. As duas entidades divulgaram a data de início de seus torneios, previstos para meados de novembro, e iniciaram uma corrida contra o tempo na busca por patrocínio.
Com pouco mais de um mês de prazo, as entidades rivalizam na disputa para atrair participantes, mas apresentam poucos atrativos financeiros.
O presidente da CBB, Gerasime Bozikis, o Grego, reconhece que, até o momento, a receita para o campeonato é zero. Mas dá como certa a renovação de contrato com a Sportv para a transmissão do Brasileiro.
A entidade busca também um patrocinador oficial para o evento, mas considera difícil um acerto antes do fim do ano. "Muitas empresas já fecharam o orçamento. Mas vamos tentar conseguir o patrocínio em janeiro. Até lá, o campeonato terá que ser financiado pelas vendas regionais", afirma o dirigente, que considera R$ 750 mil suficientes para bancar o Nacional.
Mesmo com esse dinheiro em mãos, a CBB garante que não conseguiria bancar as passagens aéreas das equipes, uma das principais solicitações dos clubes neste campeonato.
"Fizemos os clubes entenderem que precisam ter estrutura para participar do campeonato", diz Grego, jogando a responsabilidade dos custos para os clubes. "Calculo que uma equipe precisaria gastar cerca de R$ 50 a R$ 60 mil por mês para se garantir no Brasileiro."
Segundo Carlos Osso, diretor do Pinheiros, a CBB cogita a possibilidade de cobrar uma carta assinada pelos presidentes dos clubes participantes garantindo que sua equipe terá condições financeiras para disputar todo o campeonato.
Do outro lado, também na berlinda, a NLB encontra as mesmas dificuldades para captar recursos. "A CBB conseguiu sucatear o basquete. Falo isso porque converso com investidores e eles pensam assim", diz Oscar. As metas de receita da NLB são mais modestas. A liga pretende captar R$ 250 mil para viabilizar seu torneio. "Mas se conseguir R$ 500 mil, farei o melhor campeonato", garante.
A estratégia neste ano será diferente da do último campeonato, que contou apenas com um patrocinador forte, a Traffic. Segundo Hortência, diretora de marketing da NLB, a idéia é pulverizar a procura e abrir a possibilidade para que os clubes negociem localmente. Para transmissão de TV, a NLB negocia com a ESPN Brasil.
Problema é o racha, não dois eventos
DA REPORTAGEM LOCAL
As brigas político-admnistrativas no basquete brasileiro são o motivo principal da queda de credibilidade do esporte diante dos patrocinadores. Pelo menos, essa é a opinião de José Estevão Cocco, presidente da J. Cocco Sport Marketing, empresa que desenvolveu um estudo para estabelecer um ranking das 55 modalidades mais atrativas para investimento no Brasil.
No ranking dos dez esportes mais confiáveis para se investir, o basquete aparece apenas em oitavo, atrás de modalidades menos expressivas, como golfe e hipismo, por exemplo.
De acordo com Cocco, a existência de uma cisão no esporte divide as atenções entre investidores. "Não acho ruim ter dois campeonatos, mas ambos têm que ser fortes e não frutos de um racha. Isso compromete a imagem do esporte diante do patrocinador."
Segundo ele, o fato de o último Nacional não ter tido um campeão por problemas jurídicos pode prejudicar a captação de recursos. "Isso tira a credibilidade. O patrocinador se sente inibido de investir em algo que pode não trazer retorno."
Fonte: Folha de São Paulo
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