quarta-feira, 2 de agosto de 2006

S.Caetano encara agonia da Ponte

Kati Dias

São Caetano e Ponte Preta se enfrentam nesta quarta-feira, às 20h, em Campinas, pelo primeiro jogo do playoff melhor-de-cinco semifinal do Campeonato Paulista Feminino de Basquete. Alheios à crise que afeta a modalidade, os clubes desejam reafirmar a tradição no esporte. O time do Grande ABC quer consolidar a hegemonia na região com a conquista da vaga na final. A equipe campineira deseja chegar à decisão para garantir a continuidade no cenário nacional, já que o time pode ser dissolvido por falta de patrocínio. O São Caetano não corre este risco por ser mantido pela prefeitura e ter apoio da Bombril.

Com cinco derrotas na competição (duas para a Ponte, duas para Ourinhos e uma para o Santo André), o São Caetano já sabe qual é a fórmula para derrubar o adversário de hoje: perfeição. "Não podemos errar. Nas duas derrotas para a Ponte, erramos passes bobos", lembrou a veterana Cíntia Luz, que terá um duelo familiar. Enfrentará a irmã Silvinha, que defende as cores de Campinas. A briga, porém, se restringirá às quatro linhas. "A Silvinha é uma jogadora extraordinária, mas a admiração vai ficar de lado", garantiu a atleta, que jogou a última temporada no Barcelona (Espanha).

Além de enfrentar a irmã, Cíntia terá a missão de comandar o São Caetano dentro de quadra, pois o time estará desfalcado de duas jogadoras: Êga e Vívian, que disputam o Sul-Americano com a Seleção Brasileira. As ausências não param por aí. O técnico Norberto Silva, o Borracha, é outro que não estará no banco de reservas. Ele também está com a seleção, mas como auxiliar-técnico de Antonio Carlos Barbosa.

A responsabilidade de comandar o time do São Caetano sobrou para o auxiliar Edson Matos, o Tico. "A substituição foi bem aceita pelas jogadoras", explicou o interino, que sempre está em contato com o titular Borracha. "Falamos diariamente sobre a situação da equipe e trocamos idéias sobre os treinamentos", disse Tico, que vive a primeira experiência como treinador de um time feminino. "Sempre trabalhei com equipes masculinas e mudei de ares em fevereiro, quando fui convidado pelo Borracha para integrar a comissão técnica do São Caetano. Ele sabia da ausência dele durante o Paulista e me preparou desde o início", complementou.

O supervisor da Ponte Preta, Guilherme Müller, garante que este jogo definirá quem poderá bater Ourinhos na decisão. "Sei que o Catanduva lutará bastante para avançar à decisão, mas a invencibilidade de 18 meses de Ourinhos tem de ser respeitada", afirmou Müller.

Hortência: a estrela dos rivais


Kati Dias


Ao longo dos anos, São Caetano e Ponte Preta abrigaram atletas que entraram para a história do basquete feminino nacional. A rainha Hortência defendeu a equipe do Grande ABC no meio da década de 70 como juvenil. Nos anos 90, já coroada, a ex-jogadora atuou na Ponte Preta ao lado de Magic Paula. As duas puderam repetir em um time a parceria vitoriosa na Seleção Brasileira. "É o fim de um duelo e o começo de um dueto. Será como uma orquestra", declarou a treinadora Maria Helena Cardoso, que comanda o time de Campinas nesta quarta-feira e que esteve no cargo na ocasião.

Além de Hortência, outra famosa vestiu a camisa de São Caetano. A cantora Simone, que deixou o esporte para se dedicar à música e se tornou uma das maiores intérpretes do Brasil. A exemplo da Ponte, que na década de 90 reuniu as principais jogadoras do país, São Caetano também abrigou parte da Seleção Brasileira nos anos 70. Elzinha, Norminha e Marlene (José Bento, que hoje dá nome ao ginásio onde ocorrem as partidas de handebol), levaram o time a obter inúmeros títulos. O principal deles foi há 34 anos, quando a equipe conquistou a taça do Torneio das Estrelas, no Peru.


Fonte: Diário do Grande ABC


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