terça-feira, 11 de julho de 2006

Fora do basquete, Ribeirão já pensa em outra modalidade

Marta Teixeira


São Paulo (SP) - Um dia depois de encerrar oficialmente as atividades com sua equipe masculina adulta de basquete, o Sistema COC de ensino, que patrocinava o time de Ribeirão Preto, já faz planos para prosseguir com sua caminhada esportiva. Só que em outra modalidade. 'Vamos acabar patrocinando outro esporte', admite Nilson Cury, diretor da instituição. Sem revelar quais opções estão em estudo, diz apenas que as novidades devem surgir 'em breve'.
Questionado sobre o interesse da empresa em retornar ao basquete caso surja uma solução para os problemas da última temporada, o dirigente deixou a resposta em aberto. 'Depende da disposição e do tempo que isso demandar', afirmou, condicionando o reestudo do caso a que as outras partes definam 'o que querem do basquete'.

O encerramento das atividades do time principal, garante, era a única alternativa possível frente a falta de perspectivas ao impasse jurídico em que 'terminou' o Campeonato Nacional. 'Não tínhamos mais como segurar os jogadores. Os estrangeiros tinham contrato até maio e seguramos até junho. Depois disso, eles já tinham outros compromissos e agora começam as inscrições para os torneios'.

Segundo ele, não havia como assumir novos compromissos sem conhecer o desdobramento da situação anterior. 'Quando vai para a Justiça Comum é porque não quer resolver', critica, lembrando da morosidade no julgamento das ações.

Apesar de criticar a postura da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) para lidar com os acontecimentos, Cury evitou responsabilizar diretamente o presidente Gerasime Nicolas Grego Bozikis. 'O Grego fez a parte dele, mas teve problemas, foi afastado... Se tudo isso foi culpa dele? Não sei. Se foi da CBB, de quem o tirou (da presidência)? Mas se alguém tivesse se preocupado com o basquete, o campeonato teria terminado'.

A própria entrada do Universo/BRB/DF, equipe ligada à CBB, na Justiça foi considerada um reflexo do turbilhão em que mergulhou o Nacional. 'Quando os valores vão se deteriorando e você entra em demanda na Justiça sempre acha que tem razão'.

Sobre a possibilidade de seguir o exemplo e buscar na Justiça o ressarcimento por possíveis prejuízos morais ou financeiros (como insinuava o comunicado divulgado na segunda), Cury também foi evasivo. 'Não sei qual o desdobramento. Mas houve investimento, preparação de jogadores. Se o que aconteceu foi culpa de insensatez, arrogância, não sei. Mas é fato que tivemos danos financeiros e morais, tivemos um direito tolhido'.

No balanço geral dos acontecimentos, o dirigente lamenta o fim de um projeto tão antigo. 'É triste interromper uma coisa assim. Mas algumas coisas fogem ao que você pode fazer na cidade'.

Ribeirão esteve ligado ao basquete desde 1997. Neste meio tempo foi pentacampeão paulista, incluindo uma campanha invicta em 2002, campeão nacional em 2003 e vice-campeão da Liga Sul-americana. Apesar dos bons resultados, Cury foi crítico quanto ao retorno obtido. 'A modalidade já estava debilitada e vinha perdendo espaço. O retorno que ele (basquete) tem é muito pequeno. Você conquista um título isso quase não sai na imprensa, por exemplo. O basquete não conseguiu o que o vôlei conseguiu', compara.


Fonte: Gazeta Esportiva

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