terça-feira, 6 de dezembro de 2005

A Magia de Paula, reconhecida

(Coluna AOL - Juarez Araújo)



Maria Paula Gonçalves da Silva, a nossa querida Magic Paula – apelido que por sinal tenho o maior orgulho do mundo em lançá-lo na mídia, nasceu para o basquete como Pelé para o futebol. Ela e Hortência de Fátima Marcari, agora já sem o Oliva, do casamento com o empresário Victor Oliva. E é inadmissível falar de basquete feminino sem citar Hortência e Paula.

Tive a felicidade de acompanhar a vida das duas passo-a-passo. E foi um prazer profissional enorme. Acompanhei nos maus e bons momentos. Os maus, como a derrota no Mundial de 83, em São Paulo, o 11o. lugar no Mundial de 86, na União Soviética, o 10o. lugar no Mundial de 90, na Malásia. E, depois, só festa: a belíssima conquista do Mundial de 94, na Austrália, além, é claro, do ouro no Pan de 91, em Havana, Cuba.

Agora, Hortência já está lá, no Salão da Fama, sem dúvida alguma a maior condecoração que um atleta pode receber do basquete. O reconhecimento veio dos americanos. Depois de Hortência vem Magic Paula. As duas talvez tenham feito a melhor dupla da história do basquete mundial. Uma nasceu para jogar ao lado da outra. É verdade, que ainda jovens, rebeldes, acabaram vivendo um bom período de brigas e intrigas. E tudo acabou na Austrália e por coincidência, após uma tremenda briga em Campinas, quando jogavam juntas na Ponte Preta, por sinal a única vez que jogaram juntas em clube.

Amigos do basquete, enquanto o nosso basquete só tem boas lembranças do passado, Paula e Hortência estão juntas outra vez para dar um novo impulso ao esporte da cesta. Elas querem, ao lado do Oscar, voltar a ver um basquete de alto nível no País. Com competições atraentes para o público, mídia e patrocinadores. E por isso estão juntas para dar um caminho, uma luz à NLB. Mesmo que a CBB não queira.

Enquanto Hortência e Paula estão no Salão da Fama nos EUA, aqui para os amadores dirigentes, elas não fizeram mais que obrigação em terem defendido por 14 e 15 anos nossas seleções e terem sido fundamentais nas conquistas do Mundial de 94, das medalhas olímpicas de prata (96) e bronze (2000). Enfim, homenagem como recebeu Hortência e como irá receber Paula, só mesmo lá, na Terra do Tio Sam. Afinal, na última que poderiam receber uma justa homenagem pelos 10 anos da conquista do Mundial da Austrália, cada uma recebeu uma bola de presente.

Bem amigos, enquanto as duas maiores estrelas do nosso basquete continuam recebendo os merecidos reconhecimentos pelo que fizeram em quadra, nasce uma nova cidade no basquete. E agora, com luta. Em Pindamonhangaba, o casal Abdala e Suely Salomão lançou a equipe do Clube Atlético Pindense. A idéia, contando com o apoio do prefeito João Ribeiro, é disputar a Nossa Liga de Basquete, fato que a cidade não tinha há 16 anos. É mais uma demonstração que o segundo esporte do mundo, menos no Brasil, continua superando os piores momentos de sua história. E resiste. Continua atraindo cidades, patrocinadores, apaixonados e gente que faz basquete. Quem sabe, em um futuro bem próximo em Pindamonhangaba estarão surgindo novas Paulas e novas Hortências. Só assim o basquete resiste. Aqui, claro.

Fonte: AOL

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