terça-feira, 4 de outubro de 2005

Nossa Liga à italiana

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - Foram seis meses de gestação até que, finalmente, a Nossa Liga de Basquete (NLB) saísse do papel e tomasse forma. Nesta terça-feira, seu presidente Oscar Schmidt e as diretoras Paula e Hortência fizeram o lançamento oficial da primeira edição do torneio. O Nacional da NLB começa dia 25 de outubro com um toque italiano, isso porque o regulamento da competição foi inspirado na Lega Basket com um toque de NBA.
'Montamos o que acreditamos ser a solução do basquete mundial', afirmou Oscar. 'Nosso objetivo é tentar de todos os meios resgatar o melhor do basquete. Esse é um ano diferente, um ano histórico', completa com o eco de Paula. 'Esperamos conquistar aquilo que a gente sempre quis, dar retorno para quem faz (o basquete), para os clubes'.

O formato de disputa do torneio não é lá dos mais simples, e mesmo entre os participantes alguns não guardavam a fórmula pronta de cabeça, mas garante a todos os 18 clubes uma boa exposição, já que há várias disputas paralelas que mantém os times em atividade até bem próximo do playoff final.

A exemplo da liga norte-americana, os clubes estarão divididos em duas conferências: Sul e Norte que se enfrentam em turno e returno na primeira fase. Oito times de cada conferência seguem para a segunda fase, sendo que os últimos colocados disputam uma repescagem, denominada Torneio de Verão.

A partir daí, a coisa fica um pouco mais complexa. Na segunda fase, os times são divididos em quatro grupos. Os primeiros colocados seguem direto para o playoff final e os dois últimos de cada grupo vão para a repescagem. Aí, tem início os playoffs.

O playoff A reúne os vice-líderes da segunda fase, mais os quatro melhores colocados da repescagem. Os quatro melhores desta etapa vão para o playoff final. Mas o que os quatro times mais bem colocados da segunda fase fazem enquanto aguardam a definição de seus adversários na luta pelo título geral? Disputam a Copa NLB.

Com esse formato, o Nacional pode chegar a ter 263 jogos em sete meses de duração. Isso porque há dois playoffs em melhor-de-cinco e o final em melhor-de-sete confrontos. No geral, há cinco títulos em jogo: campeão de conferência, campeão da repescagem, da Copa e do nacional.

A Liga analisou seis formatos antes de chegar ao regulamento final. 'Esta foi a fórmula que pareceu mais interessante até financeiramente', garante o técnico do Cetaf, Luiz Felipe Azevedo. Para o presidente do Corinthians/RS, Carlos Roberto Gruendling, outro atrativo são as várias oportunidades de classificação ao playoff final.

Criada no início do ano como um movimento de reação ao modelo administrativo do basquete no país, a Nossa Liga chegou a reunir 44 filiados. Hoje, 38 equipes participam do projeto, sendo que dois pagaram (R$ 10 mil) pelo valor da franquia por terem entrado depois.

Nesse semestre de criação, muita coisa aconteceu nos bastidores para tentar inviabilizar a iniciativa. O último movimento, foi a exigência feita pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) aos participantes de seu campeonato, que se comprometessem em só disputar o seu Nacional. Apesar disso, Oscar acredita que a proposta da Liga não está ameaçada. 'Estamos mais em pé que nunca'.

Hortência destaca que o movimento mais importante já foi feito. 'A Nossa Liga fez o bem para o basquete. Mesmo antes dela começar a gente vê que o basquete já mudou. Vejo com a Nossa Liga uma rivalidade como tinha entre eu e Paula quando jogávamos. Era boa, fez cada uma de nós crescer. Espero que faça isso, como já está fazendo outras competições crescerem. Nós somos do bem e temos uma coisa em comum, fazer o bem para o basquete'.

Com a definição do formato do torneio - que terá seus jogos realizados em datas não coincidentes com outros torneios, promete Oscar -, e o acerto de transmissão com a ESPN Brasil, a NLB parte agora para um novo desafio: garantir patrocínio para sua competição.


Patrocínio é próximo desafio da NLB

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - Competição definida, transmissão garantida, a Nossa Liga de Basquete (NLB) volta sua atenção agora para uma nova meta: atrair patrocinadores. Reunindo 18 equipes, mas com o desfalque de última hora de alguns times importantes, o torneio é uma alternativa ao organizado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB), que começa dia 11 de dezembro e tem 27 clubes com interesse confirmado.
Desde o início da Liga, a Traffic, responsável por seu marketing, afirmou que a busca por patrocínio só poderia ser feita após a definição do torneio. A entrada de um, ou mais, bom patrocinador é a esperança da NLB de poder incluir premiações financeiras para seus competidores.

'Se conseguirem será fantástico', entusiasma-se o presidente Oscar Schmidt. 'Oxalá isso aconteça. Só agora vamos poder fazer a busca por patrocinador'.

Os projetos da Liga incluem ainda um futuro torneio de segunda divisão, que chegou a ser cogitado no início, mas acabou sendo colocado em espera.


Feminino programa torneio com seis equipes

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - Se o torneio masculino da Nossa Liga de Basquetebol (NLB) começa em outubro, a versão feminina da competição tem início programado para a segunda quinzena de novembro e vai reunir seis equipes. Nesta terça-feira, a ex-jogadora Paula, diretora do departamento feminino da Liga, confirmou o torneio com a participação de Piracicaba, São José do Rio Preto, São Bernardo do Campo, Maringá, Pindamonhangaba e Niterói. Os dois últimos na condição de temporários, porque não aderiram à NLB no prazo de filiação.
Os times serão divididos em dois grupos, que jogam entre si em sistema de turno e returno. 'Vamos fazer circuitos em cada chave por cidades e ter um playoff final em melhor-de-cinco', explica a dirigente, para quem o número de equipes participantes não desanima.

'Não sei se a gente pode dizer que são poucas. Chegamos a ter nove, mas cada um com seu problema', diz, compreensiva com a postura das equipes que desistiram da participação. 'Toda mudança gera expectativa e receios. A situação do femininino é bem diferente do masculino. Hoje, nós temos mais de 20 atletas jogando fora do país e outras no universitário dos Estados Unidos. Mas, a partir do momento que o bloco tá na rua, as coisas podem acontecer'.

Para a jogadora, o fundamental é 'não criar falsos campeonatos nacionais'. Sua principal preocupação é que a iniciativa da Liga seja encarada como um projeto a longo prazo. 'O esporte é muito imediatista, o importante é que esse é um projeto benéfico a médio e longo prazo'.

Uma amostra do que as equipes femininas estão preparando para esta temporada será apresentado na preliminar da rodada de abertura do torneio masculino, dia 25. Os clubes vão formar dois times mistos para se enfrentar em amistoso.

A última edição do Campeonato Nacional da CBB reuniu oito equipes, sendo seis paulistas.


Fonte: Gazeta Esportiva

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