sábado, 3 de setembro de 2005

Janeth joga bem na vitória do Houston sobre Storm de Iziane, empatando playoffs




No segundo duelo brasileiro nos playoffs da WNBA, o Houston Comets da ala paulista de 36 anos Janeth Arcain conseguiu tirar uma desvantagem de 10 pontos no segundo tempo e venceu de virada o atual campeão Storm da maranhense Iziane Castro Marques em Seattle por 67 a 64 (31 a 35 no intervalo), empatando a série melhor-de-três por 1 a 1. O terceiro e decisivo jogo do confronto será no sábado, novamente na Key Arena. Tetracampeã da liga americana entre 1997 e 2000, Janeth levou a melhor com 12 pontos, cinco rebotes e dois roubos de bola em 23 minutos de ação, enquanto Izzy marcou apenas cinco pontos e três assistências em 30 minutos dentro da quadra. A ala cestinha da temporada Sheryl Swoopes comandou o Houston com 20 pontos, incluindo quatro decisivos nos últimos 2min06s. A ala-armadora eleita a melhor atleta das finais de 2004, Betty Lennox, foi a cestinha do Seattle com 16 pontos, contando com a ajuda de 14 pontos e sete rebotes da ala-pivô australiana Lauren Jackson. Em Indianápolis, o vice-líder do Leste Indiana Fever foi o primeiro time a se classificar para as finais de conferência ao derrotar o New York Liberty por 58 a 50 (27 a 16 no intervalo), fechando a série em 2 a 0 graças aos 19 pontos e 12 rebotes da ala-pivô campeã olímpica Tamika Catchings, premiada ontem como a melhor jogadora de defesa do campeonato. Nesta sexta-feira à noite os líderes Connecticut Sun e Sacramento Monarchs podem fechar em casa as séries contra Detroit Shock e Los Angeles Sparks, após vencerem fora por 73 a 62 e 75 a 72, respectivamente.

Na Key Arena com 8.466 pagantes, as brazucas começaram errando seus primeiros arremessos e o Comets saiu na frente com dois lances livres da armadora Dominique Canty, mas com seis pontos da pivô Janell Burse o Seattle logo virou o placar abrindo 9 a 4 e com mais seis de Lauren Jackson ampliou a vantagem para 17 a 6, quando a australiana interceptou um passe destinado à rival bicampeã olímpica Tina Thompson e finalizou com bandeja por cima de Sheryl Swoopes, forçando o técnico da seleção americana Van Chancellor a pedir tempo para ajustar o Houston ameaçado pelo fantasma da eliminação. Na volta da pausa, o time texano fez seis pontos seguidos e liderado pelas All-Stars Swoopes e Michelle Snow reduziu a diferença para cinco, depois para 19 a 16 com uma bandeja de Janeth recebendo assistência de Tari Phillips para seus primeiros pontos, foi a vez da treinadora do Storm, Anne Donovan, parar o jogo. O time da casa voltou a dominar no perímetro com a boa entrada da armadora novata italiana Francesca Zara com quatro pontos seguidos e abriu 27 a 16 com uma cesta de Betty Lennox, depois Iziane fez sua primeira assistência para bandeja de Burse colocando 29 a 20. Dois lances livres de Janeth diminuíram para 29 a 22, o Seattle livrou 33 a 27 com uma cesta da pivô australiana Suzy Batkovic, mas depois Arcain roubou a bola dela e sofreu falta, daí fez mais dois lances livres e a diferença no intervalo ficou em quatro pontos.

Logo no início do segundo tempo, Iziane se machucou numa disputa com Sheryl Swoopes e ficou no chão segurando o pé direito com uma expressão de dor. Ela saiu de quadra mancando amparada pelas companheiras e foi substituída por Tanisha Wright. O Comets reagiu e encostou em 37 a 35 com quatro pontos seguidos da pivô Michelle Snow, Janeth roubou uma bola da campeã olímpica Sue Bird, mas Swoopes perdeu a chance de empatar. Três minutos depois da contusão, Izzy voltou à quadra afiada com uma cesta de três abrindo 44 a 37 e logo depois fez uma assistência para outro arremesso longo certeiro de Sue Bird, ampiando a vantagem para 10 pontos, Lauren Jackson deu um tocaço em Tari Phillips e a torcida alviverde se empolgou com a perspectiva de fechar a série. Ledo engano. O Comets não se entregou e reagiu com uma série de 10 a 2, encostando em 49 a 47 com uma cesta da veterana pivô reserva Phillips. Após bandeja de Batkovic, Iziane converteu um arremesso de dois fazendo 53 a 47, mas dois lances livres de Swoopes e uma bandeja de Janeth reduziram o déficit texano para 53 a 51. A veterana armadora tricampeã olímpica Dawn Staley empatou por 55 a 55 acertando duas da linha de penalidade e Janeth virou o jogo com uma bela bandeja de costas, o Storm ainda reverteu para 62 a 59 com uma cesta de Janell Burse, mas Swoopes colocou o Houston na frente em definitivo com uma bandeja e dois lances livres totalizando 20 pontos.

Lauren Jackson tentou o empate chutando de três, mas errou, Betty Lennox consertou com uma bela infiltração e o Seattle encostou em 65 a 64 faltando 30 segundos. A equipe da casa foi obrigada a fazer falta com Bird para parar o relógio e a 16 segundos do fim Janeth fechou o placar acertando dois lances livres para acabar com uma invencibilidade de nove jogos do Seattle em seu ginásio. O Storm ainda teve a última posse de bola, mas Bird e Lennox não conseguiram acertar seus arremessos longos desesperados na tentativa de forçar a prorrogação. Tudo igual após as campeãs vencerem o Jogo 1 no Toyota Center de Houston por 75 a 67, agora são seis confrontos no ano com três vitórias para cada lado.

Terceira cestinha do Comets atuando como ala-armadora, Janeth acertou todos os seus seis lances livres, três em oito arremessos de dois pontos e errou sua única tentativa de três, roubou duas bolas, cometeu só uma falta e não perdeu nenhuma posse de bola, na defesa ajudou a limitar Betty Lennox, que apesar dos 16 pontos, quatro rebotes e três assistências, errou 14 em 20 arremessos de quadra, acertando só um chute de três em oito tentativas mais três lances livres. Já a maranhense de 23 anos Iziane converteu um em três arremessos de três pontos, uma em três bolas de dois, desperdiçou duas posses de bola e cometeu quatro faltas sentindo o drama de marcar a estrela Sheryl Swoopes, que acertou sete em 14 finalizações e todos os seis lances livres, além de anotar quatro rebotes, duas assistências e uma bola roubada. Mesmo com dores nas costas, a fera australiana Lauren Jackson encaixou sete em 12 finalizações e roubou três bolas.

Outros destaques do Houston foram a ala-pivô Tina Thompson com 13 pontos e quatro rebotes, e a pivô Snow com 10 pontos e seis rebotes, mas pela primeira vez na história dos playoffs o Comets zerou nos tocos e nas cestas de três. A armadora Dominique Canty colaborou com oito pontos e quatro passes para cesta. No lado do Storm, a pivô Janell Burse ajudou com 12 pontos e oito rebotes, mas a armadora Sue Bird, que antes do jogo recebeu das mãos da presidente da WNBA Donna Orender o troféu de melhor passadora da competição, teve um desempenho abaixo da média com nove pontos, três roubos de bola e cinco assistências, errando sete em 10 arremessos de quadra. Dawn Staley, Janeth e Canty revezaram-se bem na sua marcação.

“Staley fez grandes jogadas defensivas para o Comets, não só aquela roubada de bola chave no final do jogo, antes disso ela já vinha fazendo um bom trabalho. Acho que perdemos a compostura no final e nos precipitamos no ataque. Nossa defesa permitiu lances que o Comets não conseguiu fazer em Houston porque não deixamos. Elas fizeram um grande trabalho, não quero tirar-lhes os méritos, mas nós entregamos essa vitória. A derrota foi uma infelicidade, ficamos desapontadas por não fechar a série, nosso papel era ganhar o jogo em casa para descansar alguns dias e nos concentrar na próxima fase. Mas não conseguimos e teremos de disputar o Jogo 3. Foi ficar incomodada com isso até sexta-feira, mas quando o jogo de sábado chegar estarei focada nessa partida de vida ou morte, temos o mando de quadra e precisamos defendê-lo. Observem o primeiro tempo, se tivéssemos jogado a partida inteira da forma que atuamos nos primeiros 10 minutos, não estaríamos tendo essa conversa sobre o Jogo 3. Deixamos o Houston reagir no final do primeiro tempo e a diferença caiu de 14 para quatro, permitimos que elas voltassem ao jogo, daí houve uma mudança no ritmo da partida a favor delas”, lamentou Sue Bird.

“Mesmo com tudo o que aconteceu no jogo eu tive uma última oportunidade de consertar tudo, mas a bola simplesmente não caiu. Eu coloco a pressão sobre meus ombros. A melhor coisa é que temos outra oportunidade de nos redimir com uma vitória no sábado. Assumir a responsabilidade é positivo, isso aumenta minha confiança para continuar jogando. Eu sou assim, quando entro em quadra faço tudo o que posso. Hoje não foi a noite de Betty Lennox nos arremessos, especialmente no último. Não fomos tão agressivas na defesa e portanto não fomos muito agressivas no ataque. Deixamos o jogo escapar. Não quero dar desculpas, especialmente de mim mesma”, resignou-se Betty Lennox.

“Eu disse a nosso time que a troca com o Charlotte Sting para termos Dawn Staley foi um bom negócio. Janeth Arcain pegou dois ou três rebotes muito difíceis em um momento em que não estávamos conseguindo pegar rebotes no segundo tempo, vencemos com um total esforço coletivo. Depois daquela derrota decepcionante em casa e de ficarmos atrás por 11 pontos duas os três vezes hoje, eu perguntei ao time se iríamos morrer na praia. Jogamos muito bem quando estamos contra a parede, reagimos assim em diversas partidas na temporada. Mudamos a defesa no segundo tempo, não quero falar sobre isso para não entregar nossos segredos, mas acho que funcionou bem para nós. Nossa concentração, entusiasmo e esforço foram muito melhores. O próximo jogo será uma batalha real, vai ser decidida no final, o Jogo 1 na terça-feira foi o único dos confrontos Houston x Seattle que não foi assim, esperamos outra partida equilibrada”, disse o técnico Van Chancellor elogiando a experiente brasileira, que ficou fora do time no ano passado para treinar com a Seleção para a Olimpíada de Atenas na única temporada em que o Comets não se classificou para o mata-mata.

“Obviamente todo mundo sabia que nós veteranas iríamos carregar o time no final. Eu definitivamente queria a bola em minhas mãos para fazer algo acontecer. Acho que cada jogadora de nosso time, das titulares até as que não saíram do banco, todas contribuíram nesse trabalho incrível de recuperação, especialmente na defesa. No final do jogo, Dominique Canty fez grandes jogadas defensivas e Janeth pegou rebotes muito importantes para nós. Lembrou muito o Jogo 1, elas abriram uma boa vantagem e nós reagimos, então Betty apareceu e abriu cinco pontos, a diferença foi que hoje conseguimos a virada. No Jogo 1, faltou a superação. No intervalo dissemos umas para as outras que faltavam 20 minutos e nossa sobrevivência só dependia de nós, tínhamos de dar tudo em quadra. Todas entramos realmente determinadas para reagir e fazer nosso trabalho. Nos últimos treinos nos concentramos no que queríamos fazer defensivamente. Não trabalhamos muito o ataque. Às vezes os arremessos caem, outras não, mas na defesa sabíamos o que precisávamos fazer para vencer o jogo. Lauren é uma jogadora incrível e achei que o fato de ela ter acertado seus primeiros quatro ou cinco arremessos no Jogo 1 foi a chave para o Seattle, isso deu confiança a todas as outras jogadoras e ficou muito difícil marcá-las. Hoje realmente nos concentramos em tentar diminuir o ritmo de Lauren e deixar alguma outra pessoa tentar fazer algo para nos derrotar. Nosso plano de jogo, especialmente na defesa, deu certo. No Jogo 1 elas bateram mais lances livres porque foram um pouco mais agressivas no ataque do que nós, hoje esse quadro se inverteu. O que aconteceu antes ficou no passado, não temos arrependimentos e hoje era dia para tudo ou nada. No primeiro tempo, quando Lauren e Janell Burse ficaram penduradas com três faltas e Suzy Batkovic fez duas, ficamos mais agressivas tentando carregar de faltas as jogadoras de garrafão do Storm. Isso facilitou nossa criação no perímetro e as penetrações para a cesta. Tenho certeza de que será diferente no sábado. Fomos muito felizes de conseguir esta vitória e vamos tentar repetir a dose no Jogo 3, que será ainda mais difícil”, afirmou Sheryl Swoopes, mais votada para a seleção de melhores defensoras da liga ao lado de Tamika Catchings (Indiana), completam o quinteto ideal a pivô do Sacramento Yolanda Griffith, a ala-armadora do Indiana Tully Bevilaqua e a armadora do Connecticut Katie Douglas, foram votadas como reservas Lisa Leslie (LA Sparks), Lauren Jackson, Taj McWilliams-Franklin (Connecticut), Deanna Nolan (Detroit) e Alana Beard (Washington) por suas qualidades de marcação.

“Continuamos jogando na base da garra. Nos primeiros cinco a sete minutos, o Seattle não errou muitos arremessos, elas estavam com a mão quente. Decidimos continuar firmes na defesa e não mudamos o que estávamos fazendo nos primeiros cinco minutos nos últimos cinco minutos, apenas lutamos com mais intensidade. Endurecemos o jogo. No final, Janeth pegou alguns grandes rebotes, Sheryl e Dawn roubaram bolas muito importantes e isso nos deu confiança para segurar aquela vantagem de dois ou três pontos. Sábado temos que jogar com a mesma intensidade de hoje e não mudar nada. Se pudermos repetir o que fizemos hoje, temos uma boa chance de classificação”, comemorou Tina Thompson, que ficou fora de mais da metade da temporada em licença-maternidade.

No Seattle, a pivô Janell Burse está jogando os playoffs dividida entre duas preocupações: a defesa do título e o drama pessoal com sua família contabilizando os prejuízos na cidade natal de Nova Orleans devastada pela passagem do furacão Katrina. As irmãs da jogadora se refugiaram em Houston e a casa da atleta em Slidell, Louisiana, escapou da área mais destruída, mas o lar de seus pais fica na área que foi mais atingida pelas enchentes e possivelmente eles perderam tudo. As diretorias de Comets e Storm estão fazendo um esforço nos jogos para arrecadar dinheiro para o fundo de apoio às vítimas do Katrina.

“Eu não podia acreditar no que aconteceu ao ver pela televisão o lugar em que cresci e a cidade onde minha família vive coberta pela água. Foi devastador ver as notícias, fotos e filmagens da destruição em Nova Orleans. Minha casa não foi inundada, teve danos só pelo vento forte, mas sei que minha mãe está arrasada porque a dela foi praticamente destruída. Sinto-me mal pelas pessoas que ficaram lá, mas compreendo a decisão delas porque enfrentamos outros furacões e tempestades antes, mas nunca vimos um furacão categoria 5 (a mais forte) naquela região. Muitas pessoas vendo o noticiário dizem que foi uma estupidez ter ficado na cidade, mas se você é de Nova Orleans entende 90% das vezes que dá para superar um furacão, mas certamente ninguém esperava que fosse tão devastador. Gostaria de que fosse a temporada regular para eu me afastar, mas os playoffs são um momento muito importante, não queria ter uma tragédia dessas passando pela minha cabeça, mas o que se pode fazer? É difícil, mas quando entro na quadra procuro esquecer tudo. É duro porque todos querem saber notícias, rezamos muito na capela, ajudamos no fundo de apoio às vítimas, o assunto está sempre voltando. Qualquer ajuda é muito importante agora, a cidade está destruída e milhares de pessoas perderam suas casas, mais de 100 perderam a vida. A mobilização da família NBA/WNBA quer dar uma tonelada de ajuda e ser uma bênção, estou feliz que os fãs estejam nos apoiando. Penso muito no que posso dar e ajudar. Ás vezes fico impressionada ao ver que a necessidade daquelas pessoas é enorme, mas não podemos pensar nisso, cada um tem que fazer o possível”, explicou Burse.

“Janell tem assistido TV constantemente, cada minuto de folga ela passa na frente da TV e procura notícias sobre sua família, o estado da casa e seus amigos. Não dá para imaginar aquela total devastação. O furacão impactou a todas nós, mesmo as que não temos conhecidos nos estados atingidos. Então posso imaginar o que Janell está passando do ponto de vista de pressão mental. Se pudermos ajudar de alguma forma, ser um veículo para dar alívio e apoio àquelas pessoas, ficaremos felizes em fazer isso. Especialmente porque temos uma jogadora que está intimamente ligada a tudo aquilo”, concluiu a técnica Anne Donovan.

Em Indianápolis, a ala-pivô eleita a melhor defensora da temporada Tamika Catchings e a armadora Kelly Miller comandaram uma série final de 23 a 13 que fechou o placar em 58 a 50 na vitória do Indiana Fever eliminando por 2 a 0 o New York Liberty e garantindo uma classificação inédita do time para as finais da Conferência Leste. O Fever se vingou da eliminação diante do time nova-iorquino em 2002, na única ocasião em que tinha disputado o mata-mata. Catchings anotou 19 pontos e 12 rebotes, Miller fez 11 com cestas de três decisivas e a pivô Natalie Williams ajudou com 13 pontos e 10 rebotes. A armadora Becky Hammon comandou o Liberty com 14 pontos e três assistências. O Indiana vai enfrentar o vencedor da série entre Detroit Shock e Connecticut Sun, que venceu o primeiro jogo na quarta-feira por 73 a 62 (43 a 33 no intervalo) com destaque para os 19 pontos da ala Nykesha Sales mais 14 da ala-pivô Taj McWilliams-Franklin, que pegou nove rebotes pelo atual vice-campeão e líder geral da temporada regular. A armadora Deanna Nolan comandou o Shock com 14 pontos, mas não evitou a derrota em casa.

Já o líder do Oeste Sacramento Monarchs bateu o LA Sparks em Los Angeles por 75 a 72 com 18 pontos cada da pivô Yolanda Griffith e da ala-pivô Nicole Powell, além de nove pontos e nove assistências da armadora portuguesa Ticha Penicheiro superando os 24 pontos da ala cestinha Chamique Holdsclaw. A pivô tricampeã olímpica Lisa Leslie foi limitada a apenas 12 pontos e cinco rebotes pelo time angelino. Esses últimos dois confrontos podem ser definidos nesta sexta-feira com vitórias dos times da casa em Sacramento e Connecticut.


Fonte: Basket Brasil

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