domingo, 18 de setembro de 2005

Brasileiras arrasam baba dominicana em treino para final da América contra Cuba

A 200ª partida do técnico Antonio Carlos Barbosa no comando da Seleção Brasileira feminina de basquete foi a mais fácil da temporada. Em ritmo de treino para a final da Copa América Pré-Mundial em Hato Mayor (DOM) contra Cuba às 20h (de Brasília) deste domingo, o Brasil arrasou a fraquíssima República Dominicana por 92 a 46 (53 a 25 no intervalo) aproveitando a chance de colocar todas as reservas para jogar e pontuar, só a titular Vivian foi poupada. Ontem as cubanas sofreram para manter sua invencibilidade, batendo a Argentina na prorrogação por 89 a 88 (39 a 38 no intervalo e 82 a 82 no tempo normal) graças a 31 pontos da cestinha Yakelin Plutín. Na preliminar, o Canadá garantiu sua vaga no Mundial do Brasil-2006 ao vencer Porto Rico por 83 a 81 (34 a 38 no intervalo) graças a 24 pontos cada da pivô do Charlotte Sting (WNBA) Tammy Sutton-Brown e da armadora Teresa Kleindienst, que decidiu com uma cesta nos últimos segundos. O último passaporte para o grande evento da Federação Internacional no eixo São Paulo/Rio de Janeiro em 2006 será carimbado pelo vencedor de Argentina x Porto Rico neste domingo. Na “pelada” que fechou a rodada, a pivô campeã espanhola pelo Barcelona Érika comandou o balanceado ataque brasileiro com 13 pontos e 10 rebotes, a cestinha do torneio Micaela marcou 11 assim como a ala Silvia Gustavo e a ala-pivô Zaine, e a caçula do grupo de 19 anos Jaqueline Silvestre anotou 10 pontos. A maior pontuadora do jogo foi a dominicana Andreina Paniagua com 17. Destaques nas estatísticas, Kaé e Érika disputarão o prêmio de melhor jogadora da competição em caso de o Brasil conquistar o inédito tricampeonato hoje.

A Seleção Brasileira dominou a partida desde o início com a armadora do São Caetano Fabianna Manfredi organizando o jogo com tranqüilidade no lugar de sua veterana companheira de clube Vivian, Silvia Gustavo também começou bem no lugar de Lílian, e aproveitando a maior estatura (1,97m) de Érika para dominar o garrafão, as jogadas individuais de Micaela e a fragilidade das dominicanas já eliminadas, o Brasil não teve dificuldades para abrir 22 a 6 e fechou o primeiro quarto na frente por 33 a 10. Na segunda parcial, a ala-armadora de Ourinhos Lílian entrou bem sem mostrar resquícios da lesão no tornozelo que quase a tirou da Copa e fez sete pontos na etapa, incluindo uma cesta de três. A ala-pivô do Reyer Venezia Zaine entrou bem no lugar de Êga marcou seis pontos na parcial, quando a Seleção já estava administrando a diferença, ganhou o quarto de pouco (20 a 15) e levou uma vantagem de 28 pontos para o intervalo.

No terceiro período, Barbosa colocou em quadra a novata gigante de 2,02m Ísis e a juvenil de Jundiaí Jaqueline, as jogadoras menos utilizadas na competição, mas a ala caçula foi melhor, embora tenha forçado muitos arremessos de fora querendo mostrar serviço, Ísis não teve nenhuma oportunidade para enterrar como faz nos treinos. O destaque brasileiro na etapa foi a cestinha do Paulista pelo Ribeirão Preto Tayara, que converteu duas cestas de três e fez seus oito pontos nessa parcial, enquanto Jaque marcou seis. Diante da ruindade das dominicanas com vários arremessos que nem davam aro, o Brasil ganhou o quarto por 23 a 10, abrindo 76 a 35 no marcador. Uma prova absurda do amadorismo do time da casa aconteceu quando depois de uma cesta delas uma jogadora dominicana quis bater a saída de bola no fundo da quadra brasileira.

No último quarto, a Seleção relaxou e perdeu a chance de alcançar o placar centenário pela primeira vez no torneio, o jogo ficou nivelado por baixo, só valeu por um arremesso longo certeiro de Ísis. Micaela ficou desnecessariamente em quadra arriscando uma lesão, mas a partida só serviu para baixar sua média como cestinha da competição, depois dos 11 pontos marcados ontem ela ficou com 20,8 por jogo, contra 17,3 pontos por partida da canadense Sutton-Brown. O Brasil só gastou o tempo até o treino acabar e venceu a parcial final por apenas 16 a 11. Vale destacar também os nove pontos com 100% de aproveitamento nas finalizações da pivô do Penta Faenza (ITA) Graziane e os sete pontos e quatro assistências de Lílian. A ala-pivô Êga mais uma vez foi muito acanhada com quatro pontos e cinco rebotes. A armadora vice-campeã mundial sub-23 Fabi de novo surpreendeu, marcou cinco pontos, duas assistências, um roubo de bola e até um toco. Contra a República Dominicana, o técnico Antonio Carlos Barbosa completou 200 jogos oficiais no comando das Seleções Brasileiras femininas, com 157 vitórias e 43 derrotas.

“É uma emoção muito grande chegar aos 200 jogos oficiais com esse retrospecto. Tenho que agradecer a todas as jogadoras, que sob o meu comando, me ajudaram a conquistar essa marca na minha carreira. Com relação à final contra Cuba, as quatro vitórias que tivemos na competição e a boa performance contra Canadá e República Dominicana, nos credenciam a ganhar o título”, disse o técnico Antonio Carlos Barbosa.

De acordo com o regulamento da competição em Hato Mayor (DOM), as seis seleções jogam entre si, em turno único sendo campeã a que somar o maior número de pontos. Além dos Estados Unidos (campeão olímpico) e do Brasil (país sede), Cuba e Canadá garantiram vaga no 15º Campeonato Mundial do Brasil, que será realizado de 12 a 23 de setembro de 2006. Porto Rico e Argentina vão disputar a última vaga das Américas. Brasileiras e cubanas lideram a atual edição com quatro vitórias, e se enfrentaram sete vezes na história da Copa Américas, com cinco triunfos do time verde-amarelo, o último deles na final da competição em São Luís do Maranhão-2001 por 88 a 83. Na fase de preparação, a Seleção ganhou os três amistosos que fez em solo nacional contra a equipe da Ilha de Fidel Castro.


Fonte: BasketBrasil

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