Técnico brasileiro destaca evolução de adversários
Marta Teixeira
São Paulo (SP) - O Brasil conquistou seu 20º título sul-americano no início dessa semana com uma campanha invicta. Venceu seus seis confrontos sem sofrer ameaça real de nenhum adversário. Mesmo a tradicional adversária Argentina não complicou muito a situação. Contudo, o técnico Antonio Carlos Barbosa acredita que a qualidade técnica geral evoluiu desde a última edição do torneio.
'O fato de nós ganharmos de maneira até tranqüila não impede que os outros tenham evoluído. Eles evoluíram, mas nós continuamos evoluindo também', explica. Com oito participações em sul-americanos e sete títulos consecutivos no torneio, ele garante que essa foi a melhor edição. 'Esse foi o de melhor nível técnico', analisa. 'Se não fosse assim, a Argentina teria sido vice-campeã como sempre', ressalta o treinador. Desta vez, o grupo argentino teve de se contentar com a terceira colocação depois de uma derrota inesperada para a Colômbia, que terminou na segunda colocação.
O time da casa, aliás, foi uma das boas surpresas apontadas por Barbosa na competição. 'Eles têm uma armadora muito boa e um time muito alto. É a volta da Colômbia', afirma. Essa equipe foi capaz de superar a Argentina com time quase idêntico ao que eliminou o Canadá no último Pré-Mundial.
Com atletas jogando fora do país, Paraguai, Chile e a própria Argentina também apresentaram evolução. 'Isso tudo é efeito da globalização', afirma Barbosa, que destaca a participação da armadora Paola no grupo paraguaio.
Mas mesmo com a evolução das oponentes, o técnico brasileiro acha que o time nacional continua em um patamar diferenciado. 'Não é uma melhora para ganhar do Brasil ou mesmo para chegar perto do Brasil', admite, ao mesmo tempo em que faz questão de valorizar o resultado obtido. 'Nós é que temos mania de nos depreciar e dizer que a vitória foi pelo nível técnico dos outros times'.
De qualquer maneira, Barbosa acha que a competição foi importante para proporcionar a integração de novos elementos às opções do time. 'Esse é o momento certo para observar as jogadoras, o início de um novo ciclo. Isso tem de ser rotina e temos de aproveitar quando vamos para um campeonato que não tem o mesmo nível técnico que o nosso'.
Seleção se reapresenta na segunda com novidades
São Paulo (SP) - Depois de conquistar o 20º título sul-americano no início da semana, a seleção brasileira feminina de basquete volta a se apresentar nesta segunda-feira para uma nova fase de treinamento. Desta vez, o grupo ficará em São Paulo até o embarque para a Europa. Lá, o grupo participará dos Torneios Internacionais da Itália e da Grécia, entre 1 e 14 de agosto. Mas o time que vai treinar na próxima semana estará um pouco diferente do que foi campeão na Colômbia.
A ala/armadora Helen e a ala/pivô Zaine deixam o grupo por causa de compromissos assumidos anteriormente, mas no caso de Helen há chance de reintegração para os amistosos. Com a saída de Zaine, Jucimara, a Mamá, retorna ao grupo, o mesmo acontecendo com as alas Tayara, Palmira e a pivô Isis.
Barbosa encontra 'soluções' para o futuro
Marta Teixeira
São Paulo (SP) - Uma nova opção na posição 4, uma promessa para a armação da equipe, a geração que ensaia os primeiros passos na seleção brasileira feminina de basquete já deixou boa impressão no técnico Antonio Carlos Barbosa. A equipe desembarcou no Brasil nesta quinta-feira depois da conquista do título Sul-americano com a promessa de solução para alguns pontos frágeis no futuro da seleção e com duas certezas para Barbosa: quem já defendeu a equipe comprovou evolução e quem chegou agora ainda vai dar o que falar.
Entre as recém-chegadas, ele destacou a armadora Fabianna e a ala Jaqueline. Aos 19 anos, ele acredita que a ala chegou mesmo a surpreender aqueles que não acompanham muito de perto a categoria. 'Alguns nem sabiam quem ela era, porque foi reserva na seleção sub-19', lembra o treinador.
Para conquistar a atenção de Barbosa, a dupla teve de vencer duas disputas nos últimos dias: primeiro ficar entre as 12, depois ir bem no Sul-americano. Nisso Jaqueline já começou surpreendendo. 'Só pelo fato de já ter ficado entre as 12', destaca o técnico, lembrando que ela concorria com a cestinha do Campeonato Paulista Tayara e com Ana Flávia, que já integrou a seleção.
Fabianna também deixou impressão positiva. Vice-campeã mundial no sub-21, ela é classificada como uma 'armadora nata' pelo técnico. 'E essa é uma posição que estamos carentes', explica Barbosa, já pensando na sucessão de gerações. 'Ela me agradou bastante, mas ainda tem um caminho longo'.
Mas não foram apenas as recém-chegadas que obtiveram a aprovação de Barbosa. O grupo 'de troca', formado por atletas que tradicionamente são reserva na equipe, também deu conta do recado. Entre elas a ala/pivô Ega tornou-se exemplo de evolução para ele. 'Ela saiu como titular da equipe em todos os jogos e foi muito bem', analisa.
Ocupando a posição de 4 no time, Ega deu um alívio para Barbosa. 'Dentro da minha opção tática essa é uma posição excepcionalmente importante e praticamente temos apenas a Cíntia. A Ega é uma jogadora que tem bom passe, boa movimentação e isso é fundamental porque a 4 tem que trabalhar para a 5 (pivô) e se não tiver um bom passe não tem como a outra receber a bola bem posicionada'.
Voltando ao time depois de quase uma temporada de ausência, a ala Lilian também foi elogiada pela constância em quadra. Mas Barbosa reconhece que o Sul-americano poderia ter sido bem diferente se a experiente ala/armadora Helen não tivesse concordado em integrar a equipe. 'Se não fosse a sensibilidade dela a situação seria diferente'. No final, Helen foi eleita a Melhor Jogadora (MVP) do torneio.
Iziane é cestinha, mas Storm perde a segunda seguida
Washington (EUA) - Com 19 pontos anotados, a ala brasileira Iziane Marques foi a cestinha do confronto entre Seattle Storm e Washington Mystics na rodada de quarta-feira da WNBA. Apesar da performance da brasileira, que ainda pegou três rebotes e fez duas assistências, o Storm perdeu por 78 a 71.
A parceria Alana Beard e Delisha Milton, com 15 pontos cada, foi responsável pela vitória do Washington. Esta foi a segunda derrota consecutiva do time de Iziane, que ocupa a quinta colocação na Conferência do Oeste com oito vitórias em 18 partidas. Washington é o quarto no Leste com nove vitórias e oito derrotas.
Nos outros confrontos da rodada, o Detroit Shock foi superado pelo Minnesota Lynx por 71 a 61, enquanto o Phoenix Mercury desbancou o Charlotte Sting sem sobressaltos com o placar de 82 a 62. No outro jogo da programação, Indiana Fever superou o Connecticut Sun, líder do Leste, por 64 a 53.
Fonte: A Gazeta Esportiva
FIBA AMÉRICAS CONFIRMA AS OITO SELEÇÕES DA COPA AMÉRICA FEMININA
A FIBA Américas divulgou as oito seleções que irão disputar a 5ª Copa América Feminina de Basquete ? Pré-Mundial da República Dominicana, de 14 a 18 de setembro: Brasil, Colômbia e Argentina (América do Sul); Cuba, Guatemala e Porto Rico (América Central); Canadá (América do Norte); e República Dominicana (país sede). As três primeiras colocadas, além do Brasil, estão classificadas para o 15º Campeonato Mundial do Brasil, que será realizado de 12 a 24 de setembro de 2006, no Rio de Janeiro e em São Paulo. A seleção dos Estados Unidos, atual campeã olímpica, já está classificada para o Mundial.
Das 14 edições anteriores do Mundial Adulto, as americanas foram campeãs sete vezes (1953, 1957, 1979, 1986, 1990, 1998 e 2002), a ex-União Soviética conquistou seis títulos (1959, 1964, 1967, 1971, 1975 e 1983) e a seleção brasileira foi campeã em 1994, na Austrália.
20º TÍTULO SUL-AMERICANO FEMININO COMPROVA SUCESSO DA NOVA GERAÇÃO
Depois de conquistar o 20º título sul-americano e o inédito decacampeonato invicto, a seleção brasileira adulta feminina de basquete, patrocinada pela Eletrobrás, retornou ao país nesta quinta-feira. Há 21 anos o Brasil não sabe o que é derrota no Sul-Americano e acumula 53 vitórias consecutivas. Além das conquistas, o Sul-Americano também dá oportunidade para novos nomes se destacarem no cenário internacional, como as vice-campeãs mundiais Sub-21 em 2003, na Croácia.
? Estou muito feliz de ter ajudado, de alguma forma, na conquista do sul-americano. Acredito que fiz uma participação positiva e agora é preciso continuar treinando muito para ter outras oportunidades na equipe. Foi um título merecido e mostramos a categoria do basquete feminino brasileiro ? comentou a armadora Fabianna.
? Foi legal por ter sido a minha estréia na seleção adulta. Esperava ter ajudado mais a equipe dentro da quadra, mas o começo é assim mesmo. Para compensar, acho que contribui incentivando, vibrando e motivando o grupo ? disse a pivô Flávia Luiza.
? Foi meu primeiro Sul-Americano adulto e acho que fiz uma ótima estréia. A equipe se uniu no objetivo de conquistar o título e conseguimos vencer de uma forma muito bonita. Para mim foi muito gratificante, pois consegui me recuperar de uma lesão no tornozelo e fazer um belo campeonato, ajudando o grupo a chegar ao decacampeonato ? analisou a pivô Érika.
? Gostei muito de estrear na seleção adulta logo com um título. Acho que todas deram o melhor de si para serem campeãs. Não joguei muito tempo, mas pude ajudar a equipe e aprender com as mais experientes nos momentos de decisão ? disse a pivô Graziane.
Quem também aproveitou a chance de mostrar seu talento foi a ala Jaqueline, de 19 anos, que também defendeu a seleção adulta pela primeira vez.
? Essa experiência foi um aprendizado enorme para mim. Atuar em uma competição oficial da seleção adulta é muita responsabilidade, mas acho que pude mostrar meu potencial, principalmente no primeiro jogo, em que fiz sete pontos em dois minutos e meio ? declarou a ala Jaqueline.
Além do Brasil, Colômbia e Argentina garantiram a vaga na 5ª Copa América ? Pré-Mundial da República Dominicana, de 14 a 18 de setembro. Ainda na temporada 2005, o Brasil irá disputar o Torneio Internacional da Itália e da Grécia (1 a 14 de agosto); os Jogos Desafio Eletrobrás contra o Canadá (20 e 22 de agosto, em São Paulo); a Copa Internacional Eletrobrás (25 a 27 de agosto, no Rio de Janeiro); os Jogos Desafio Eletrobrás contra Cuba (30 de agosto, em Macapá, e 1º de setembro, no Rio de Janeiro); e a Copa América ? Pré-Mundial da República Dominicana.
Helen Cristina Santos Luz
Aos 32 anos, a armadora Helen Luz foi a representante da experiência brasileira na conquista invicta do Sul-Americano da Colômbia, onde o Brasil chegou ao decacampeonato invicto. Foi o quinto título sul-americano adulto da armadora, que foi campeã em 1991 (também na Colômbia), 1993 (Bolívia), 1997 (Chile) e 1999 (Brasil). Liderando um grupo renovado, a capitã Helen foi eleita a MVP (jogadora mais valiosa) da competição e a líder nos arremessos de três pontos, sua marca registrada. Retornando de uma vitoriosa temporada no Barcelona, onde foi campeã espanhola, Helen está em um grande momento profissional e pessoal. Casada com o espanhol Octavio há um ano, Helen está terminando de construir sua casa no Brasil e retorna ao Barcelona em setembro. Só lamenta ainda não ter tido tempo para uma merecida lua de mel.
Como foi a conquista de decacampeonato sul-americano?
Foi ótimo. Estou super feliz com o meu quinto título do continente. Alcançamos o nosso objetivo, crescendo a cada partida conforme o planejado. Chegamos ao último confronto com uma vantagem enorme, podendo até perder para a Argentina por 24 pontos. Claro que só a vitória nos passou pela cabeça. Entramos no ritmo de jogo ao longo da competição e conseguimos mostrar competência, talento e espírito de equipe, com muita humildade e respeitando todos os adversários.
O que representa ser eleita a MVP do campeonato?
É sempre uma honra ter o seu trabalho reconhecido. Dedico esse prêmio à equipe, pois o meu bom rendimento é também fruto do trabalho de todas as atletas em quadra. Jogamos um basquete coletivo onde todas fizeram bem sua parte na defesa, no ataque, nos rebotes. Nas seis partidas, os pontos foram bem distribuídos, mostrando que não jogamos na individualidade.
O que você achou do nível técnico da competição?
Acredito que todas as equipes evoluíram tecnicamente. A Colômbia me surpreendeu bastante, mostrando um bom basquete. A equipe da casa derrotou a Argentina e foi com justiça a vice-campeã. O Paraguai levou um time jovem e apesar do sétimo lugar, fez bons jogos e é uma seleção com futuro promissor.
Qual a sua avaliação da equipe brasileira?
É um time forte, muito bom de trabalhar e nos entendemos super bem. Foi uma grande oportunidade para essas meninas mostrarem sua força. Acho que essa geração tem muito talento e promete muitas conquistas para o basquete brasileiro, não só a seleção que esteve no Sul-Americano como as demais atletas que participaram dos treinamentos. É um grupo que tem potencial para brilhar nesse ciclo olímpico até a Olimpíada de Pequim (2008), que passa pelo Mundial do ano que vem no Brasil e os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro (2007). É só dar mais experiência internacional e acho que a hora é essa, com a Copa América e amistosos no Brasil e na Europa. Elas precisam ter vivência em seleção, que é completamente diferente dos clubes. É dedicação total: treinar, descansar, jogar. Temos que abrir mão de algumas coisas, mas sempre vale a pena defender o Brasil.
E como foi sua relação com as atletas mais novas?
Ótima. Acho que pude ajudar com a minha experiência e visão de jogo. Já estive do outro lado, estreando, sem experiência em seleção adulta, como a Jaqueline, a Fabianna, a Flávia, entre outras, e sempre tive quem me ajudasse. Fico feliz em poder retribuir de alguma forma o que o basquete já me deu. Aprendi muito sobre o esporte, disciplina, respeito e humildade com grandes técnicos e jogadoras de alto nível com quem tive o privilégio de trabalhar ao longo da minha carreira. Estava na hora de fazer pelas mais novas o que já fizeram por mim.
Como foi a sua primeira temporada no Barcelona?
Acho que joguei bem, conseguindo uma boa regularidade e ajudando a equipe na conquista do Campeonato Espanhol. Foi o título da superação. Terminamos a primeira fase em quarto lugar e vencemos o favorito Salamanca na semifinal. Disputamos o título contra o Valência e ganhamos por 3 a 2 fora de casa. Foi demais. A Espanha tem um grande campeonato, com 14 equipes, todas reforçadas por estrangeiras e o país gosta bastante de basquete. Além disso, é um ótimo lugar para se viver, bonito e alegre.
Antes do Barcelona, você jogou na Rússia pelo Dínamo Novosibirsk. Qual a diferença entre os dois países?
A Espanha tem uma forma de jogar parecida com a brasileira, com muita velocidade e contra-ataque. O basquete russo é mais tático e cadenciado. Esse contato com estilos diferentes é muito útil, principalmente para jogadora que atua em seleção nacional, pois tem mais experiência com ritmos e jeitos diferentes de jogar.
Falando um pouco sobre o lado pessoal, como está a vida de casada?
Maravilhosa. Estou casada com o espanhol Octavio há um ano e encontrei o amor da minha vida. Ele é um grande companheiro e apóia incondicionalmente minha carreira. Estamos terminando de construir nossa casa no Brasil e estamos super felizes. Só não tivemos ainda nossa lua de mel, por causa da minha agenda como atleta, emendando clube e seleção. Mas ele entende que esses sacrifícios fazem parte da minha carreira.
Qual a importância da família na sua carreira?
Fundamental. Devo muito à minha família, principalmente à minha mãe, Cléo, pela atleta que sou hoje. Ela criou três jogadoras de basquete e não foi nada fácil. Ela sempre lutou por nós e me apoiou demais na minha carreira. E agora tenho além da minha mãe e irmãos, o Otávio, meu fã número um.
Graziane de Jesus Coelho
A pivô Graziane Coelho é um dos destaques da nova geração do basquete brasileiro. Aos 22 anos, a jogadora aproveitou bem a chance na sua primeira convocação para a equipe adulta e está na Colômbia disputando o Sul-Americano, em busca do decacampeonato. Graziane renovou contrato por mais dois anos com a equipe italiana do Penta Faenza, onde está há duas temporadas, junto com a armadora Adrianinha. Nesse ano, a equipe das brasileiras foi vice-campeã italiana, fazendo a primeira final da história do clube na competição. O bom momento profissional já rendeu a Graziane a realização de dois grandes objetivos: comprar um apartamento e ajudar a mãe, dona Sônia que, finalmente pôde parar de trabalhar como empregada doméstica para cuidar de sua saúde. Integrante da seleção vice-campeã no Mundial Sub-21 (Croácia/2003), a pivô conquistou ainda, pela seleção juvenil, a medalha de bronze na Copa América (Argentina/2000), foi campeã sul-americana juvenil(Venezuela/2000) e 7º lugar no Mundial Juvenil (República Tcheca/2001). No Brasil, defendeu as equipes de Guaru, Bauru, Microcamp, Jundiaí, Uberaba e São Caetano.
Como vê sua primeira experiência na seleção adulta?
Na verdade, fiquei surpresa com a convocação. Já estava achando ótimo treinar no Rio de Janeiro com a equipe adulta e não esperava mesmo ficar entre as doze. Mas fiquei super feliz porque o técnico Barbosa acreditou no meu trabalho e me deu a chance de disputar o Sul-Americano, que é uma boa experiência para uma atleta jovem como eu.
E quais suas expectativas em relação ao Sul-Americano?
Acho que temos condições de conquistar o título e o nosso adversário mais difícil é a Argentina. Ganhamos bem os três primeiros jogos, mas apesar dos placares largos, os jogos estão mais complicados, principalmente no início.
Como começou a jogar basquete?
Quando tinha 11 anos, o professor de um amigo meu me viu jogando futebol na rua e, por causa da minha altura, me chamou para jogar na escolinha de basquete. Um ano depois fui jogar em Guarulhos. No começo foi difícil, mas consegui graças ao apoio da minha mãe e de dois grandes amigos, Geraldo e Deni, que sempre me ajudaram quando mais precisei. São como pai e mãe para mim. Sem eles, não estaria aqui hoje.
O que o basquete significa em sua vida?
Consegui tudo que tenho jogando basquete. A minha maior conquista foi tirar a minha mãe do emprego de doméstica, comprar nosso apartamento em São Paulo e cuidar do problema que ela tem nas pernas, fazendo fisioterapia. Além disso, o basquete me fez mudar meu jeito. Era muito fechada, tímida. Agora sou uma pessoa mais aberta, mais falante. E aprendi a me virar bem sozinha, quando saí de casa para jogar com 14 anos.
Como foi a sua adaptação na Itália?
No primeiro ano, foi difícil, mas tive sorte pois fui para um time que já tinha outra brasileira, a Adrianinha, que me ajudou demais a me adaptar ao clube e ao país. Além delas, devo agradecer muito também a Cintia Tuiú e a Alessandra. Sem essas três amigas, minha vida na Itália seria muito mais complicada.
E como avalia a sua segunda temporada na Itália?
Foi bem melhor. Acho que fui bem e consegui ajudar bastante a minha equipe. Os resultados do time no Campeonato Italiano ajudaram a formar uma boa torcida na cidade. Antes, a média de público era pequena e na final, mais de 1.500 pessoas lotaram o ginásio. Conseguimos levar a equipe à primeira final da história do campeonato, derrotando o favorito, Nápoli, por dois a zero. Eu joguei bem, principalmente na segunda partida da semifinal, fazendo 16 pontos e 14 rebotes.
E como está o seu jogo hoje?
Acho que melhorei bastante. Eu jogava mais fechado e na Itália as pivôs jogam mais abertas e tive que me adaptar a isso para marcá-las, afinal, defesa é realmente o meu ponto forte. Não sou uma pivô de pontuar, mas ajudo bem na marcação e nos rebotes. Acho que me falta um pouco de malícia debaixo do garrafão, mas acredito que vou adquirindo com o tempo e a experiência.
Quais os momentos mais marcantes da sua carreira?
Posso destacar vários. Minha primeira temporada adulta no Quaker/Jundiaí, dirigido pelo Barbosa. Não jogava, mas treinei com grandes feras e aprendi muito. Em 2003, fomos vice-campeãs mundiais Sub-21, onde joguei bem e a equipe, que estava junta há algum tempo, pode mostrar o seu valor. Em 2002, joguei o Nacional pelo Uberaba, onde eu era uma peça muito importante no time. Fui a segunda cestinha da equipe. E agora o vice-campeonato italiano pelo Penta Faenza, com o ginásio lotado e a convocação para a seleção adulta. Acho que não tenho o que reclamar.
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