Basquete secreto
Marcelo Laguna
Responda rápido: você sabia que a equipe do Ourinhos/Unimed garantiu vaga no último final de semana para a fase decisiva da Liga Mundial de clubes? Tinha sido informado que a WNBA, a versão feminina da NBA, está em plena disputa há mais de 10 dias e com duas brasileiras (Janeth e Iziane) em ação? Ouviu alguma coisa a respeito da boa participação brasileira no Sul-Americano feminino juvenil, em Assunção? Se você não é um daqueles “basqueteiros” fanáticos, que freqüentam diariamente sites especializados na internet, como o nosso Basketbrasil, a resposta para as perguntas acima é não.
Mas que ninguém se apresse em imaginar um complô da grande imprensa contra o basquete feminino. Nem teria sentido existir tal boicote, pois graças às talentosas mãos de nossas jogadoras que as últimas glórias pelo país nas quadras foram obtidas, como o Mundial de 94, na Austrália, e as medalhas de prata e bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta/96 e Sydney/00. O grande problema – e que a cada dia parece mais distante de encontrar uma solução – está no fato de o basquete feminino ser ruim de mídia. E parte da culpa é dele mesmo, diga-se de passagem.
Vamos tomar como exemplo o caso do Ourinhos. Tudo bem que se tratava de uma fase classificatória para o Mundial. Mas com exceção da mídia da cidade (rádios e jornais), o máximo que os grandes veículos paulistas noticiaram sobre o resultado da participação do time paulista foi no velho e bom colunão, como chamamos no jargão jornalístico aquele cantinhos onde são despejadas informações que não terão muito destaque na próxima edição. E a maioria sequer deu uma notinha! Gostaria que alguém me explicasse o motivo pelo qual o atual campeão brasileiro nem se preocupa ao menos em contratar o serviço de uma assessoria de imprensa para divulgar os feitos da equipe.
O atual Campeonato Paulista feminino também pode se enquadrar perfeitamente na categoria de “torneio secreto”. Com exceção do esforço da ESPN Brasil, que vem transmitindo algumas de suas partidas, o campeonato tem recebido uma cobertura paupérrima, de acordo com o seu baixo nível técnico, formado por equipes desfalcadas das grandes estrelas brasileiras. Ah, para os que não sabem, o Ourinhos lidera a fase de classificação do Paulistão de forma tranqüila, com 13 vitórias em 13 jogos.
A culpa de tudo isso, amigos, também pode ser transferida aos dirigentes. Os que comandam as entidades oficiais (CBB e federações), bem como os cartolas dos clubes. Durante os anos dourados (entenda-se durante o período em que Hortência e Paula estiveram em quadra), quando os patrocínios eram fartos, poucos se preocuparam em preparar um bom trabalho de base para o período de vacas magras. Já a CBB, que seria a maior interessada em manter o basquete feminino em alta, fez somente algumas tentativas de manter as principais jogadoras no país. É verdade que conseguiu criar um campeonato nacional, embora as dimensões territoriais da competição estejam apenas no nome. O torneio do ano passado foi disputado por times de três estados! E um deles ainda abandonou a disputa em pleno andamento.
Durante o Mundial da Alemanha, em 1998, uma pessoa bem próxima à CBB definiu exatamente o que o basquete feminino representa para a entidade: “os dirigentes não se preocupam com o feminino, nem departamento específico eles têm. Aliás, a própria Fiba também está nem aí, tanto que sempre marca o Mundial às vésperas da Copa do Mundo de futebol.” Para quem não se lembra, o Mundial feminino de 2006 está chegando. E será disputado no Brasil. Será que desta vez será notícia?
Marcelo Laguna
Responda rápido: você sabia que a equipe do Ourinhos/Unimed garantiu vaga no último final de semana para a fase decisiva da Liga Mundial de clubes? Tinha sido informado que a WNBA, a versão feminina da NBA, está em plena disputa há mais de 10 dias e com duas brasileiras (Janeth e Iziane) em ação? Ouviu alguma coisa a respeito da boa participação brasileira no Sul-Americano feminino juvenil, em Assunção? Se você não é um daqueles “basqueteiros” fanáticos, que freqüentam diariamente sites especializados na internet, como o nosso Basketbrasil, a resposta para as perguntas acima é não.
Mas que ninguém se apresse em imaginar um complô da grande imprensa contra o basquete feminino. Nem teria sentido existir tal boicote, pois graças às talentosas mãos de nossas jogadoras que as últimas glórias pelo país nas quadras foram obtidas, como o Mundial de 94, na Austrália, e as medalhas de prata e bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta/96 e Sydney/00. O grande problema – e que a cada dia parece mais distante de encontrar uma solução – está no fato de o basquete feminino ser ruim de mídia. E parte da culpa é dele mesmo, diga-se de passagem.
Vamos tomar como exemplo o caso do Ourinhos. Tudo bem que se tratava de uma fase classificatória para o Mundial. Mas com exceção da mídia da cidade (rádios e jornais), o máximo que os grandes veículos paulistas noticiaram sobre o resultado da participação do time paulista foi no velho e bom colunão, como chamamos no jargão jornalístico aquele cantinhos onde são despejadas informações que não terão muito destaque na próxima edição. E a maioria sequer deu uma notinha! Gostaria que alguém me explicasse o motivo pelo qual o atual campeão brasileiro nem se preocupa ao menos em contratar o serviço de uma assessoria de imprensa para divulgar os feitos da equipe.
O atual Campeonato Paulista feminino também pode se enquadrar perfeitamente na categoria de “torneio secreto”. Com exceção do esforço da ESPN Brasil, que vem transmitindo algumas de suas partidas, o campeonato tem recebido uma cobertura paupérrima, de acordo com o seu baixo nível técnico, formado por equipes desfalcadas das grandes estrelas brasileiras. Ah, para os que não sabem, o Ourinhos lidera a fase de classificação do Paulistão de forma tranqüila, com 13 vitórias em 13 jogos.
A culpa de tudo isso, amigos, também pode ser transferida aos dirigentes. Os que comandam as entidades oficiais (CBB e federações), bem como os cartolas dos clubes. Durante os anos dourados (entenda-se durante o período em que Hortência e Paula estiveram em quadra), quando os patrocínios eram fartos, poucos se preocuparam em preparar um bom trabalho de base para o período de vacas magras. Já a CBB, que seria a maior interessada em manter o basquete feminino em alta, fez somente algumas tentativas de manter as principais jogadoras no país. É verdade que conseguiu criar um campeonato nacional, embora as dimensões territoriais da competição estejam apenas no nome. O torneio do ano passado foi disputado por times de três estados! E um deles ainda abandonou a disputa em pleno andamento.
Durante o Mundial da Alemanha, em 1998, uma pessoa bem próxima à CBB definiu exatamente o que o basquete feminino representa para a entidade: “os dirigentes não se preocupam com o feminino, nem departamento específico eles têm. Aliás, a própria Fiba também está nem aí, tanto que sempre marca o Mundial às vésperas da Copa do Mundo de futebol.” Para quem não se lembra, o Mundial feminino de 2006 está chegando. E será disputado no Brasil. Será que desta vez será notícia?
Fonte: BasketBrasil
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