Basquete Feminino Entra na Briga dos Compadres
Desde a re-reeleição de Grego, ele e o dirigente da Federação Carioca Guilherme Kroll não se bicam mais. Os ex-"amigos" agora não se aturam. E Guilherme Kroll resolveu desabafar agora. Diariamente tem usado o site da Federação do Rio (www.fberj.com.br) para despejar sua fúria (em doses homeopáticas) contra o inerte presidente da CBB. Eu, que não nutro simpatia por nenhum dos dois, e que tenho dúvidas sobre qual dos dois faz mais mal ao basquete, vinha apenas observando de longe a briga dos compadres. Mas não é que agora, até o basquete feminino entrou na roda? Confira:
Basquete feminino brasileiro merece socorro
Recebi centenas de e-mails pedindo para escrever um editorial sobre a derrota do Brasil para a Argentina na final do Sul-Americano Juvenil, recentemente encerrado em Assunção, Paraguai. Antes de qualquer coisa, quero esclarecer que o amor às Seleções Brasileiras está acima de qualquer posição política. Torceremos, sempre, para o Brasil ganhar todas as competições que participar.
Pior que a derrota para a Argentina, foi o placar do jogo: 55 x 38. Fazer 38 pontos numa final demonstra o sério problema de fundamentos da base brasileira. Não podemos ignorar, também, que o Brasil venceu o Paraguai por 64 x 62. Nunca o Paraguai fez frente ao basquete brasileiro. Vamos pensar juntos:
O basquete brasileiro feminino sempre foi estruturado em cima de excelentes técnicos formadores / lapidadores de atletas. Maria Helena / Heleninha estão acima de qualquer comentário. Paulo Bassul / Mila, em Americana, lançaram inúmeras atletas. Borracha / Vendramini fizeram uma dupla perfeita aonde trabalharam. Laís / Arilza formam a única dupla que sobrevive nessa batalha. Mas Santo André não tem investido na modalidade. A qualidade dos atuais técnicos da base não se compara a essas duplas. Eles lançavam as jovens revelações no momento certo. E com o apoio do técnico da equipe principal.
A primeira grande derrota aconteceu quando a CBB alterou o calendário nacional, criando um hiato de 15 meses, entre um Campeonato Brasileiro e outro. Foi o fim do investimento nas equipes do Paraná e do Vasco. Foi o afastamento da Hortência do basquete feminino. Voltamos a depender do interior paulista.
O basquete brasileiro, masculino e feminino, sempre dependeu das repúblicas. Não existe craque de seleção que não tenha morado em alguma república de atletas. E elas estão acabando. Os campeonatos nacionais e regionais sempre apresentaram inúmeros talentos. As entidades estruturadas sempre garimparam tais talentos, oferecendo treinamento de melhor qualidade, intercâmbio com atletas adultos de ponta, além de apoio logístico, controlando alimentação, capacitação física, estudos, assistência médica, odontológica, etc.
A capacitação dos técnicos (como conseqüência da elaboração do plano de carreira citado em editorial anterior), a imediata utilização (independente da permanência do Barbosa) da dupla Maria Helena e Heleninha (que têm uma importância histórica para o basquete feminino semelhante à Hortência, Paula e Janeth), o subsídio para os clubes que se pré-dispuserem a manter repúblicas, a implantação de uma comissão técnica especializada para cada categoria (não consigo aceitar um técnico de adulto dirigindo seleção juvenil), são ações que trariam efeito positivo imediato numa modalidade que há 12 anos se mantém entre os 4 melhores países olímpicos.
O problema é tão sério, que não faz mal ser repetitivo. O basquete feminino precisa de repúblicas de atletas. E os técnicos têm que ser capacitados. Não com clínicas de final de semana. A CBB está mandando o Barbosa para o Acre. Isso é jogar dinheiro fora. O patrocínio da Eletrobrás deveria ser utilizado com inteligência. Deveria ser elaborado um site especializado, com todos os artifícios possíveis da tecnologia atual.
Os melhores técnicos receberiam para manter o site atualizado, respondendo todas as perguntas diárias do Brasil inteiro, constituindo uma tutoria que traria evolução e padronização para todo o país. Deveria haver subsídio financeiro para as entidades que mantivessem repúblicas. Deveriam ser selecionadas com critérios regionais. E os atletas promissores deveria receber bolsa-esporte.
Estive, recentemente, nos Jogos Abertos Brasileiro e me encantei com a equipe feminina de Blumenau. Apresentou um plantel com muito potencial físico e técnico. Sem falar na Mariana, que tem basquete para jogar em qualquer equipe do país. E fico na dúvida se a CBB sabe que tem basquete feminino em Blumenau. Eles deveriam ter total apoio. Inclusive, financeiro.
Um pólo no Rio Grande do Sul (Caxias tem uma boa equipe), um no Paraná (São José dos Pinhais tem tradição), um em Minas (Uberaba merece total gratidão por sobreviver no atual quadro da CBB), um no Rio (Mangueira, Botafogo, Tijuca TC e Fluminense estão merecendo muito incentivo), levaria o basquete brasileiro ao topo do ranking. Nossa matéria prima é a melhor do mundo.
Fonte: Editoriais de Guilherme Kroll no site da FBERJ
Desde a re-reeleição de Grego, ele e o dirigente da Federação Carioca Guilherme Kroll não se bicam mais. Os ex-"amigos" agora não se aturam. E Guilherme Kroll resolveu desabafar agora. Diariamente tem usado o site da Federação do Rio (www.fberj.com.br) para despejar sua fúria (em doses homeopáticas) contra o inerte presidente da CBB. Eu, que não nutro simpatia por nenhum dos dois, e que tenho dúvidas sobre qual dos dois faz mais mal ao basquete, vinha apenas observando de longe a briga dos compadres. Mas não é que agora, até o basquete feminino entrou na roda? Confira:
Basquete feminino brasileiro merece socorro
Recebi centenas de e-mails pedindo para escrever um editorial sobre a derrota do Brasil para a Argentina na final do Sul-Americano Juvenil, recentemente encerrado em Assunção, Paraguai. Antes de qualquer coisa, quero esclarecer que o amor às Seleções Brasileiras está acima de qualquer posição política. Torceremos, sempre, para o Brasil ganhar todas as competições que participar.
Pior que a derrota para a Argentina, foi o placar do jogo: 55 x 38. Fazer 38 pontos numa final demonstra o sério problema de fundamentos da base brasileira. Não podemos ignorar, também, que o Brasil venceu o Paraguai por 64 x 62. Nunca o Paraguai fez frente ao basquete brasileiro. Vamos pensar juntos:
O basquete brasileiro feminino sempre foi estruturado em cima de excelentes técnicos formadores / lapidadores de atletas. Maria Helena / Heleninha estão acima de qualquer comentário. Paulo Bassul / Mila, em Americana, lançaram inúmeras atletas. Borracha / Vendramini fizeram uma dupla perfeita aonde trabalharam. Laís / Arilza formam a única dupla que sobrevive nessa batalha. Mas Santo André não tem investido na modalidade. A qualidade dos atuais técnicos da base não se compara a essas duplas. Eles lançavam as jovens revelações no momento certo. E com o apoio do técnico da equipe principal.
A primeira grande derrota aconteceu quando a CBB alterou o calendário nacional, criando um hiato de 15 meses, entre um Campeonato Brasileiro e outro. Foi o fim do investimento nas equipes do Paraná e do Vasco. Foi o afastamento da Hortência do basquete feminino. Voltamos a depender do interior paulista.
O basquete brasileiro, masculino e feminino, sempre dependeu das repúblicas. Não existe craque de seleção que não tenha morado em alguma república de atletas. E elas estão acabando. Os campeonatos nacionais e regionais sempre apresentaram inúmeros talentos. As entidades estruturadas sempre garimparam tais talentos, oferecendo treinamento de melhor qualidade, intercâmbio com atletas adultos de ponta, além de apoio logístico, controlando alimentação, capacitação física, estudos, assistência médica, odontológica, etc.
A capacitação dos técnicos (como conseqüência da elaboração do plano de carreira citado em editorial anterior), a imediata utilização (independente da permanência do Barbosa) da dupla Maria Helena e Heleninha (que têm uma importância histórica para o basquete feminino semelhante à Hortência, Paula e Janeth), o subsídio para os clubes que se pré-dispuserem a manter repúblicas, a implantação de uma comissão técnica especializada para cada categoria (não consigo aceitar um técnico de adulto dirigindo seleção juvenil), são ações que trariam efeito positivo imediato numa modalidade que há 12 anos se mantém entre os 4 melhores países olímpicos.
O problema é tão sério, que não faz mal ser repetitivo. O basquete feminino precisa de repúblicas de atletas. E os técnicos têm que ser capacitados. Não com clínicas de final de semana. A CBB está mandando o Barbosa para o Acre. Isso é jogar dinheiro fora. O patrocínio da Eletrobrás deveria ser utilizado com inteligência. Deveria ser elaborado um site especializado, com todos os artifícios possíveis da tecnologia atual.
Os melhores técnicos receberiam para manter o site atualizado, respondendo todas as perguntas diárias do Brasil inteiro, constituindo uma tutoria que traria evolução e padronização para todo o país. Deveria haver subsídio financeiro para as entidades que mantivessem repúblicas. Deveriam ser selecionadas com critérios regionais. E os atletas promissores deveria receber bolsa-esporte.
Estive, recentemente, nos Jogos Abertos Brasileiro e me encantei com a equipe feminina de Blumenau. Apresentou um plantel com muito potencial físico e técnico. Sem falar na Mariana, que tem basquete para jogar em qualquer equipe do país. E fico na dúvida se a CBB sabe que tem basquete feminino em Blumenau. Eles deveriam ter total apoio. Inclusive, financeiro.
Um pólo no Rio Grande do Sul (Caxias tem uma boa equipe), um no Paraná (São José dos Pinhais tem tradição), um em Minas (Uberaba merece total gratidão por sobreviver no atual quadro da CBB), um no Rio (Mangueira, Botafogo, Tijuca TC e Fluminense estão merecendo muito incentivo), levaria o basquete brasileiro ao topo do ranking. Nossa matéria prima é a melhor do mundo.
Fonte: Editoriais de Guilherme Kroll no site da FBERJ
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