terça-feira, 19 de abril de 2005

Nossa Liga escolhe Paula e Hortência para vices

São Paulo (SP) - As ex-jogadoras Paula e Hortência aderiram de vez ao projeto da Nossa Liga de Basquete, entidade independente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), que pretende profissionalizar e gerir as competições da modalidade no país. Nesta segunda-feira, as duas foram eleitas e anunciadas como vice-presidentes da entidade, respondendo pelo departamento feminino.
A Nossa Liga foi criada há aproximadamente um mês, mas os clubes de basquete feminino uniram-se à iniciativa mais recentemente. Há pouco mais de uma semana representantes de cinco clubes reuniram-se com Oscar, presidente da Liga, Paula e Hortência na capital paulista para estudar a possibilidade de criação de uma entidade similar para o feminino.

Hoje, esse número subiu para 11 e o feminino foi incorporado ao estatuto que estava sendo elaborado para o masculino. Segundo Oscar, já são 13 as agremiações associadas à Liga no departamento feminino como membros permanentes.

Mas, assim como aconteceu com o masculino que começou com 19 clubes (fundadores) e hoje reúne 31, as adesões continuam sendo negociadas no novo departamento. 'A próxima terça-feira (dia 26) é o prazo final para as novas adesões', explica Paula, que cuidará da parte técnica da entidade. Hortência será responsável pelo marketing.

No próximo dia 6, a Liga deverá voltar a se reunir, desta vez no Rio de Janeiro, para discutir detalhes sobre o departamento feminino, a criação da Associação de Jogadores e analisar as propostas de marketing da entidade.

Nesta tarde, os clubes participantes da iniciativa (masculino e feminino) passaram mais de sete horas reunidos na sede do Paulistano acertando detalhes sobre a Liga, que terá sede em São Paulo. O estatuto formulado para a entidade foi aprovado e estabelecido o prazo até terça para que as equipes apresentem sua documentação. Também ficou estabelecido que cada participante colaborará com R$ 2 mil para o início do funcionamento da Liga.

À noite, os representates das agremiações voltaram a se encontrar, desta vez para discutir e apresentar sugestões sobre forma de disputa, inadimplência de membro, campeonatos estaduais e critérios de admissão para novos membros.

Antes da WNBA, Janeth agita Associação de Atletas

Marta Teixeira


São Paulo (SP) - A ala da seleção brasileira feminina de basquete Janeth Arcain pretende embarcar para os Estados Unidos no dia 2 de maio, para o início de mais uma temporada defendendo o Houston Comets na WNBA. Antes disso, contudo, ela tenta deixar o caminho pavimentado para uma mudança nos bastidores da modalidade no país.
Cotada para ser uma das responsáveis pelo comando da embrionária Associação de Atletas, Janeth está empenhada em fazer com que a entidade se concretize, abrindo uma nova fase no esporte. 'Estamos entrando em contato com as equipes, com as jogadoras', diz, explicando a finalidade da iniciativa. 'O intuito da Associação é lutar por direitos que eram nossos e que clubes e dirigentes fingem ignorar. Queremos lutar por um futuro melhor para os jogadores'.

Segundo Janeth, a proposta já conta com uma adesão maciça no masculino. No feminino, o interesse é similar. 'Falamos com elas e todas as meninas da seleção estão apoiando'. Mas assim como aconteceu na formação da Nossa Liga de Basquete, a Associação também estaria sofrendo pressões indiretas de dirigentes, que tentam convencer suas atletas a não aderir ao movimento.

A ala contudo acredita que o caminho não tem volta. 'A gente não tem o que perder. Só estamos buscando o que é nosso'. A Associação deverá funcionar em conjunto com o masculino. 'Queremos uma associação só, não departamentos. Não precisa disso, porque os direitos legais são para todo mundo'.

Na próxima segunda-feira, haverá uma nova reunião para tratar do assunto. No encontro deverão ser eleitos os ocupantes dos cargos de direção, definida a sede e explicadas as propostas de direitos e deveres dos participantes.

Mesmo querendo agilizar a concretização da entidade, Janeth diz que o projeto não precisa sair a toque de caixa. 'A Associação não tem que ser já, estamos conversando, tirando dúvidas', explica, ressaltando que a iniciativa não tem nenhum vínculo com a recém-criada liga independente dos clubes. 'A Associação é independente da Liga', destaca a atleta, que reconhece a importância da iniciativa dos clubes para que os atletas também se mobilizassem. 'Com a formação da Liga teve um pouco mais de coragem dos atletas'.

Queixas - Antes mesmo de ser formalizada legalmente, a Associação já elegeu algumas áreas prioritárias para sua atuação. Um dos problemas mais corriqueiros do meio esportivo, a falta de pagamento dos salários, deverá receber atenção especial da entidade. Outro tópico solenemente ignorado nas negociações, o direito de arena (porcentagem sobre o que é pago pelas transmissões televisivas) também está na lista de destaques.

Logo em seguida, Janeth propõe a criação de um contrato padrão para os atletas, assim como programas de orientação financeira e a negociação de um plano de saúde.

Nacional feminino deve ser poupado em 2005


Marta Teixeira


São Paulo (SP) - A exemplo do que aconteceu com o Campeonato Nacional masculino de basquete nesta temporada, a próxima edição do Nacional feminino também deve acontecer ser comprometimento do programa apesar da criação da Nossa Liga de Basquete. Nesta segunda-feira, a ex-jogadora Paula, vice-presidente da nova entidade afirmou que a recomendação dada aos clubes foi para que disputassem o torneio organizado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB).
'O torneio masculino deve começar em outubro, o feminino, só no próximo ano', diz Paula. 'Pelo menos, a nossa orientação é essa'.

A Liga recém-criada pretende justamente ser a organizadora das competições nacionais. Comandada por representantes de vários clubes e presidida por Oscar Schimdt, a entidade é indenpendente da CBB, mas pretende obter seu reconhecimento junto à entidade.

De acordo com o ex-jogador, a Liga foi criada por causa da insatisfação dos clubes com as regras e o sistema de ajuda oferecido pela CBB (que paga R$ 10 mil reais às equipes a título de ajuda de custo) e pela recusa da Confederação em atender as agremiações para tratar do assunto.

'Na situação atual, ou a gente paga ou deixa de ganhar para jogar', reclamou Oscar, que também é dirigente do Telemar, representante carioca na competição. O ex-jogador acrescentou ainda várias irregularidades no gerenciamento da renda do campeonato. Entre elas destacou: 'ausência de repasse do que é arrecadado com patrocinadores e desrespeito ao direito de arena'.

Segundo Oscar, hoje, a Confederação fica com praticamente toda verba de transmissão televisiva. 'Pela Lei seriam 70% para os clubes, 20% para os jogadores e 10% para a CBB se ela intermediar a negociação'. O ex-jogador também critica a proibição aos clubes de explocar a quadra doméstica.


Fonte: Gazeta Esportiva

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