Ex-jogador convoca reunião com as duas estrelas para discutir projeto de associação de clubes também no feminino
Nova liga une Paula e Hortência a Oscar
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de liderar a fundação da Nossa Liga de Basquetebol, Oscar, dirigente do Rio de Janeiro, inicia articulações para realizar projeto semelhante também no feminino.
Uma reunião já foi agendada para a próxima quinta-feira, em São Paulo, com a participação das duas principais estrelas do basquete nacional: Paula e Hortência.
Rivais em quadra durante quase toda a carreira, as ex-jogadoras têm discurso parecido sobre a idéia de fundar a liga feminina.
"Os clubes vivem situação difícil e estão buscando solução. A liga pode ser a saída", afirma Hortência, que já foi dirigente de clube.
"Acho que as ligas de clubes não são novidade no mundo inteiro. Quero conhecer o projeto e participar", diz Paula, que dirige o Centro Olímpico do Ibirapuera.
Cerca de 20 clubes foram convidados para o encontro, entre os quais estão Ourinhos, Santo André, São Bernardo, São Caetano, Guaru, Uberaba, Piracicaba, Joinville, Blumenau e Florianópolis.
O Juiz de Fora, que é bancado pelo Grupo Universo (Universidade Salgado de Oliveira), também deve ser chamado para o encontro. A empresa já está presente na liga masculina com três times: Uberlândia, Ajax-GO e Brasília.
Os clubes do masculino iniciaram seu movimento há pouco. Na segunda-feira, em São Paulo, aprovaram o estatuto e elegeram Oscar para presidir a liga.
A idéia do dirigente é iniciar a primeira edição da Nossa Liga em setembro, com término em 2006. Ele espera obter patrocínios capazes de bancar a participação dos 24 clubes que aderiram à idéia.
Para Paula, o feminino pode enfrentar problemas maiores para estruturar um campeonato atrativo para os patrocinadores e a TV.
"As jogadoras da seleção estão todas na Europa. Não dá para competir com o euro. Vai depender de as atletas aceitarem voltar ao Brasil para jogar com as condições que tivermos", aponta Paula.
Para criar condições de segurar essas jogadoras no país, Hortência defende uma lei de incentivo fiscal que facilite a entrada de empresas em projetos esportivos.
"Enquanto não tem essa lei, os clubes buscam saídas. E não é nada contra a confederação. A CBB poderá se preocupar só com a seleção e com a organização do Mundial de 2006 [que será no Brasil], o que não é pouca coisa."
Procurado pela Folha, o presidente da CBB, Gerasime Bozikis, afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só iria comentar o assunto após receber documentação oficial dos clubes.
Paulista feminino tem início com nova rivalidade
Depois que o Americana anunciou o fim do time adulto, parecia que o Paulista feminino, que começa hoje, não teria mais o atrativo de uma rivalidade regional.
Mas o torneio já vislumbra novo time para tentar surpreender o Ourinhos, campeão paulista e nacional. O Marília estréia na divisão de elite em situação parecida com a do Americana. O time tem o apoio do Pão de Açúcar, mesmo patrocinador do Ourinhos.
Quando dividiu os holofotes com o time de Antonio Carlos Vendramini, o Americana também teve patrocínio de empresa que investia no rival: a Unimed.
Os dois clubes protagonizaram oito finais em três anos, entre Paulistas, Nacionais e Jogos Abertos do Interior. O Ourinhos levou vantagem de cinco títulos a três.
Diferentemente do Americana, porém, o Marília tem um trunfo a mais para acirrar os ânimos nos jogos com Ourinhos: a proximidade das cidades. "Só 80 km nos separam. Se isso irá criar rivalidade, só o tempo vai dizer. Tomara que sim", espera Vendramini.
"O feminino é surpreendente. Quando você menos espera, surgem novas equipes", festeja o treinador, referindo-se também ao Piracicaba e ao Ribeirão Preto, os outros novatos do Estadual.
A estréia do Ourinhos será amanhã, em Marília. Hoje, há dois jogos: Santo André x São Caetano e Ribeirão Preto x Piracicaba.
Por enquanto, a distância entre Marília e Ourinhos é maior do que a que separa as cidades.
"Queremos chegar às semifinais e classificar a equipe para o Nacional", diz a técnica Valéria Cavecci, que conta com atletas experientes como Áide e Simone Pontello e a adesão de 14 empresas ao projeto.
"Temos apoio fornecedores de ônibus, material esportivo, bolsas em Universidade e em cursos de inglês e informática para as jogadoras e até de gelo para usarmos nos treinos", enumera Valéria.
Os outros novatos têm situação mais modesta. O Piracicaba, que dominou o basquete nacional nos anos 80 e foi vice-campeão da A-2 em 2004, teve dificuldade para confirmar presença. "Conseguimos o mínimo necessário para disputar o Paulista", relata Ilda Gonçalves, presidente do clube.
O Ribeirão Preto fortaleceu seu grupo graças ao mau momento do feminino. "Conseguimos contratar praticamente todas as jogadoras que eram nossa primeira opção", festeja a técnica Teresa Freitas, a Tininha, cuja equipe trouxe jogadoras de Americana e Rio das Ostras, duas que desmontaram seus times adultos. (ALF)
O PERSONAGEM
Arritmia retira promessa de ação por seis meses
DA REPORTAGEM LOCAL
Principal destaque do Santo André no Nacional, a ala-pivô Kátia, 21, só deve retornar ao time em junho, nos mata-matas.
Kátia foi a segunda cestinha do Nacional-04 (17,6 pontos por jogo), a terceira em rebotes (9,4 por partida) e a líder em bloqueios (2,2 por confronto).
Em janeiro, porém, ela sentiu falta de ar e dores no peito. Após exames, foi diagnosticada uma arritmia cardíaca.
"A Kátia ficou chateada. Na última consulta, ela esperava ser liberada. Quando ouviu o prazo de recuperação, ficou desanimada", lamenta a técnica Laís Elena, do Santo André.
A atleta faz tratamento no Dante Pazzanese, em São Paulo. "Ela fez vários exames. O clube não teria condição de pagar o tratamento", diz Laís.
Kátia não tem treinado na quadra e só faz musculação.
Mesmo assim, segundo o médico Nabil Ghorayeb, chefe da seção de cardiologia do esporte do Dante Pazzanese, nem o trabalho muscular é indicado para arritmias como a dela.
"Para esses casos, é preciso o afastamento total por seis meses", declara ele, que recomendou tratamento igual para outros atletas com problema semelhante, como Fabrício Carvalho (do São Caetano). (ALF)
Fonte: Folha de São Paulo
Nova liga une Paula e Hortência a Oscar
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de liderar a fundação da Nossa Liga de Basquetebol, Oscar, dirigente do Rio de Janeiro, inicia articulações para realizar projeto semelhante também no feminino.
Uma reunião já foi agendada para a próxima quinta-feira, em São Paulo, com a participação das duas principais estrelas do basquete nacional: Paula e Hortência.
Rivais em quadra durante quase toda a carreira, as ex-jogadoras têm discurso parecido sobre a idéia de fundar a liga feminina.
"Os clubes vivem situação difícil e estão buscando solução. A liga pode ser a saída", afirma Hortência, que já foi dirigente de clube.
"Acho que as ligas de clubes não são novidade no mundo inteiro. Quero conhecer o projeto e participar", diz Paula, que dirige o Centro Olímpico do Ibirapuera.
Cerca de 20 clubes foram convidados para o encontro, entre os quais estão Ourinhos, Santo André, São Bernardo, São Caetano, Guaru, Uberaba, Piracicaba, Joinville, Blumenau e Florianópolis.
O Juiz de Fora, que é bancado pelo Grupo Universo (Universidade Salgado de Oliveira), também deve ser chamado para o encontro. A empresa já está presente na liga masculina com três times: Uberlândia, Ajax-GO e Brasília.
Os clubes do masculino iniciaram seu movimento há pouco. Na segunda-feira, em São Paulo, aprovaram o estatuto e elegeram Oscar para presidir a liga.
A idéia do dirigente é iniciar a primeira edição da Nossa Liga em setembro, com término em 2006. Ele espera obter patrocínios capazes de bancar a participação dos 24 clubes que aderiram à idéia.
Para Paula, o feminino pode enfrentar problemas maiores para estruturar um campeonato atrativo para os patrocinadores e a TV.
"As jogadoras da seleção estão todas na Europa. Não dá para competir com o euro. Vai depender de as atletas aceitarem voltar ao Brasil para jogar com as condições que tivermos", aponta Paula.
Para criar condições de segurar essas jogadoras no país, Hortência defende uma lei de incentivo fiscal que facilite a entrada de empresas em projetos esportivos.
"Enquanto não tem essa lei, os clubes buscam saídas. E não é nada contra a confederação. A CBB poderá se preocupar só com a seleção e com a organização do Mundial de 2006 [que será no Brasil], o que não é pouca coisa."
Procurado pela Folha, o presidente da CBB, Gerasime Bozikis, afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só iria comentar o assunto após receber documentação oficial dos clubes.
Paulista feminino tem início com nova rivalidade
Depois que o Americana anunciou o fim do time adulto, parecia que o Paulista feminino, que começa hoje, não teria mais o atrativo de uma rivalidade regional.
Mas o torneio já vislumbra novo time para tentar surpreender o Ourinhos, campeão paulista e nacional. O Marília estréia na divisão de elite em situação parecida com a do Americana. O time tem o apoio do Pão de Açúcar, mesmo patrocinador do Ourinhos.
Quando dividiu os holofotes com o time de Antonio Carlos Vendramini, o Americana também teve patrocínio de empresa que investia no rival: a Unimed.
Os dois clubes protagonizaram oito finais em três anos, entre Paulistas, Nacionais e Jogos Abertos do Interior. O Ourinhos levou vantagem de cinco títulos a três.
Diferentemente do Americana, porém, o Marília tem um trunfo a mais para acirrar os ânimos nos jogos com Ourinhos: a proximidade das cidades. "Só 80 km nos separam. Se isso irá criar rivalidade, só o tempo vai dizer. Tomara que sim", espera Vendramini.
"O feminino é surpreendente. Quando você menos espera, surgem novas equipes", festeja o treinador, referindo-se também ao Piracicaba e ao Ribeirão Preto, os outros novatos do Estadual.
A estréia do Ourinhos será amanhã, em Marília. Hoje, há dois jogos: Santo André x São Caetano e Ribeirão Preto x Piracicaba.
Por enquanto, a distância entre Marília e Ourinhos é maior do que a que separa as cidades.
"Queremos chegar às semifinais e classificar a equipe para o Nacional", diz a técnica Valéria Cavecci, que conta com atletas experientes como Áide e Simone Pontello e a adesão de 14 empresas ao projeto.
"Temos apoio fornecedores de ônibus, material esportivo, bolsas em Universidade e em cursos de inglês e informática para as jogadoras e até de gelo para usarmos nos treinos", enumera Valéria.
Os outros novatos têm situação mais modesta. O Piracicaba, que dominou o basquete nacional nos anos 80 e foi vice-campeão da A-2 em 2004, teve dificuldade para confirmar presença. "Conseguimos o mínimo necessário para disputar o Paulista", relata Ilda Gonçalves, presidente do clube.
O Ribeirão Preto fortaleceu seu grupo graças ao mau momento do feminino. "Conseguimos contratar praticamente todas as jogadoras que eram nossa primeira opção", festeja a técnica Teresa Freitas, a Tininha, cuja equipe trouxe jogadoras de Americana e Rio das Ostras, duas que desmontaram seus times adultos. (ALF)
O PERSONAGEM
Arritmia retira promessa de ação por seis meses
DA REPORTAGEM LOCAL
Principal destaque do Santo André no Nacional, a ala-pivô Kátia, 21, só deve retornar ao time em junho, nos mata-matas.
Kátia foi a segunda cestinha do Nacional-04 (17,6 pontos por jogo), a terceira em rebotes (9,4 por partida) e a líder em bloqueios (2,2 por confronto).
Em janeiro, porém, ela sentiu falta de ar e dores no peito. Após exames, foi diagnosticada uma arritmia cardíaca.
"A Kátia ficou chateada. Na última consulta, ela esperava ser liberada. Quando ouviu o prazo de recuperação, ficou desanimada", lamenta a técnica Laís Elena, do Santo André.
A atleta faz tratamento no Dante Pazzanese, em São Paulo. "Ela fez vários exames. O clube não teria condição de pagar o tratamento", diz Laís.
Kátia não tem treinado na quadra e só faz musculação.
Mesmo assim, segundo o médico Nabil Ghorayeb, chefe da seção de cardiologia do esporte do Dante Pazzanese, nem o trabalho muscular é indicado para arritmias como a dela.
"Para esses casos, é preciso o afastamento total por seis meses", declara ele, que recomendou tratamento igual para outros atletas com problema semelhante, como Fabrício Carvalho (do São Caetano). (ALF)
Fonte: Folha de São Paulo
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