FPB impede time de jogar Paulista com juvenis
Americana, vice-campeão em SP e no Brasil, acaba com time adulto
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Vice-campeão do Paulista e do Nacional feminino em 2004, o Americana anunciou ontem o fim das atividades da equipe adulta.
A Unimed, que mantinha o elenco, divulgou que pretende centrar suas forças em projetos sociais e só ficará com os times de base, que contam com a participação de cerca de 500 garotas.
"Com o adulto, que tínhamos desde 1999, conquistamos tudo aquilo que era possível. A partir de agora, queremos buscar novos talentos", conta Rafael Moliterno Neto, vice-presidente da Unimed.
Para o técnico Paulo Bassul, que foi assistente da seleção nos Jogos de Atenas, a razão é financeira.
"O gasto com o time era grande para o tamanho da empresa e pequeno para a dimensão que a equipe atingiu", avalia o treinador, que deixou o Americana.
"Mas não vou criticar eles, que pelo menos investiram. A Unimed fez a sua parte. Muitas empresas maiores não colocam nada no esporte", pondera o treinador.
O Americana quer disputar o Paulista com juvenis. Mas a idéia deve ser abortada. Toni Chakmati, presidente da Federação Paulista de Basquete, diz que não deixará um clube jogar a divisão de elite sem ter elenco profissional.
"É um desrespeito às outras equipes. Não vou permitir, assim como proibi o masculino de fazer isso no ano passado", afirma ele.
Em 2004, o dirigente baixou norma limitando a quatro o número de juvenis no elenco dos times que participaram do Paulista.
O elenco do Americana contava com atletas com passagens pela seleção brasileira, como as alas Silvinha, Cíntia e Lílian e as pivôs Geisa e Êga. A primeira integrou o Brasil, quarto colocado na Olimpíada. Todas foram dispensadas.
"Queremos manter a Mila [Rondon, técnica do juvenil e mulher de Bassul] na equipe, mas vai depender dela", relata Soraia Cristina de Moura, gerente de marketing da Unimed da cidade.
Sem o Americana, ficam ainda mais restritos os postos de trabalho para as jogadoras profissionais no país. Da seleção que jogou a Olimpíada, oito atletas já estão no exterior. Outra, a ala Janeth, deixou recentemente o Ourinhos e deve disputar a próxima temporada da WNBA pelo Houston.
A saída do time acentuou ainda mais o problema de falta de equipes no feminino. A federação paulista quer unir as séries A-1 e A-2 para montar o Estadual.
O torneio, com início em março, deve ter Ourinhos, Santo André, São Caetano, São Bernardo e Guaru, que atuaram na elite em 2004. Santos e Piracicaba subiram da A-2. Ribeirão Preto e Marília entrariam como convidados.
"Mas Marília não deve ter verba para isso", admite Chakmati.
Americana, vice-campeão em SP e no Brasil, acaba com time adulto
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Vice-campeão do Paulista e do Nacional feminino em 2004, o Americana anunciou ontem o fim das atividades da equipe adulta.
A Unimed, que mantinha o elenco, divulgou que pretende centrar suas forças em projetos sociais e só ficará com os times de base, que contam com a participação de cerca de 500 garotas.
"Com o adulto, que tínhamos desde 1999, conquistamos tudo aquilo que era possível. A partir de agora, queremos buscar novos talentos", conta Rafael Moliterno Neto, vice-presidente da Unimed.
Para o técnico Paulo Bassul, que foi assistente da seleção nos Jogos de Atenas, a razão é financeira.
"O gasto com o time era grande para o tamanho da empresa e pequeno para a dimensão que a equipe atingiu", avalia o treinador, que deixou o Americana.
"Mas não vou criticar eles, que pelo menos investiram. A Unimed fez a sua parte. Muitas empresas maiores não colocam nada no esporte", pondera o treinador.
O Americana quer disputar o Paulista com juvenis. Mas a idéia deve ser abortada. Toni Chakmati, presidente da Federação Paulista de Basquete, diz que não deixará um clube jogar a divisão de elite sem ter elenco profissional.
"É um desrespeito às outras equipes. Não vou permitir, assim como proibi o masculino de fazer isso no ano passado", afirma ele.
Em 2004, o dirigente baixou norma limitando a quatro o número de juvenis no elenco dos times que participaram do Paulista.
O elenco do Americana contava com atletas com passagens pela seleção brasileira, como as alas Silvinha, Cíntia e Lílian e as pivôs Geisa e Êga. A primeira integrou o Brasil, quarto colocado na Olimpíada. Todas foram dispensadas.
"Queremos manter a Mila [Rondon, técnica do juvenil e mulher de Bassul] na equipe, mas vai depender dela", relata Soraia Cristina de Moura, gerente de marketing da Unimed da cidade.
Sem o Americana, ficam ainda mais restritos os postos de trabalho para as jogadoras profissionais no país. Da seleção que jogou a Olimpíada, oito atletas já estão no exterior. Outra, a ala Janeth, deixou recentemente o Ourinhos e deve disputar a próxima temporada da WNBA pelo Houston.
A saída do time acentuou ainda mais o problema de falta de equipes no feminino. A federação paulista quer unir as séries A-1 e A-2 para montar o Estadual.
O torneio, com início em março, deve ter Ourinhos, Santo André, São Caetano, São Bernardo e Guaru, que atuaram na elite em 2004. Santos e Piracicaba subiram da A-2. Ribeirão Preto e Marília entrariam como convidados.
"Mas Marília não deve ter verba para isso", admite Chakmati.
SAIBA MAIS
Equipe chegou a jogar Copa do Mundo de clubes
DA REPORTAGEM LOCAL
Com um investimento de cerca de R$ 60 mil mensais, o Americana foi o único clube que rivalizou com o Ourinhos pela hegemonia do basquete nacional nos últimos anos.
As duas equipes paulistas fizeram oito finais em Estaduais, Nacionais ou Jogos Abertos do Interior, com três vitórias do elenco comandado por Paulo Bassul e cinco do Ourinhos.
O clube de Americana se sagrou campeão paulista em 2001 e 2003. Nesse último ano também conquistou seu primeiro -e único- título do Nacional e o troféu nos Jogos Abertos.
O Ourinhos, por sua vez, ergueu as taças do Paulista e dos Jogos Abertos em 2002 e 2004.
No último Nacional, encerrado no mês passado, também foi o vencedor, após bater o rival na série decisiva por 3 a 1.
Patrocinado por uma empresa local, o Americana se classificou para as finais da Copa do Mundo de clubes de 2004.
Para isso, teve o reforço da ala Amaya Valdemoro, maior estrela da seleção espanhola. A equipe terminou o torneio, disputado na Rússia, em outubro, em quinto lugar. (ALF)
Equipe chegou a jogar Copa do Mundo de clubes
DA REPORTAGEM LOCAL
Com um investimento de cerca de R$ 60 mil mensais, o Americana foi o único clube que rivalizou com o Ourinhos pela hegemonia do basquete nacional nos últimos anos.
As duas equipes paulistas fizeram oito finais em Estaduais, Nacionais ou Jogos Abertos do Interior, com três vitórias do elenco comandado por Paulo Bassul e cinco do Ourinhos.
O clube de Americana se sagrou campeão paulista em 2001 e 2003. Nesse último ano também conquistou seu primeiro -e único- título do Nacional e o troféu nos Jogos Abertos.
O Ourinhos, por sua vez, ergueu as taças do Paulista e dos Jogos Abertos em 2002 e 2004.
No último Nacional, encerrado no mês passado, também foi o vencedor, após bater o rival na série decisiva por 3 a 1.
Patrocinado por uma empresa local, o Americana se classificou para as finais da Copa do Mundo de clubes de 2004.
Para isso, teve o reforço da ala Amaya Valdemoro, maior estrela da seleção espanhola. A equipe terminou o torneio, disputado na Rússia, em outubro, em quinto lugar. (ALF)
Fonte: Folha de São Paulo
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