Sírio tenta “volta por cima” em 2005
Fernando Natálio
O Sírio/Black&Decker quer se reestruturar neste ano para dar a volta por cima. Visando melhorar o desempenho em relação a 2004, quando a equipe feminina de basquete não conseguiu se classificar para as semifinais do Nacional de Basquete, o clube deve promover "mudanças radicais", nas palavras do supervisor Nelson Luz, referindo-se à equipe treinada pelo técnico Édson Ferreto.
A princípio, o treinador, além das principais atletas, a armadora Gattei, a ala-armadora Roberta e a ala Lu, permaneceriam no time. "Todas as grandes jogadoras interessam à equipe. Elas são boas, portanto queremos continuar com estas profissionais", revela Nelson Luz. Pela grande empatia diante da torcida, a pivô Gorda também tem chances de continuar. As outras terão de aguardar o posicionamento da comissão técnica e da direção do clube para ter uma definição.
Antes de definir o elenco para este ano, porém, haverá uma reunião entre o diretor da agremiação, Mário Sérgio Mazão, e diretores da Black&Decker, patrocinadora do Sírio para decidir o futuro da equipe e os planos para 2005. A chance da patrocinadora manter a equipe é grande, mas a palavra final só deverá sair entre os dias 15 e 20 deste mês, quando acontecerá o encontro entre os dirigentes. As meninas do Sírio devem disputar o Nacional de Basquete em 2005 no segundo semestre. Para o primeiro, nada foi discutido ainda, não há previsão do que as atletas poderão fazer.
Em 2004, as jogadoras foram para Jundiaí atuar pelo time da cidade paulista durante o campeonato estadual e agora neste ano, existe até mesmo a hipótese desta estratégia ser repetida. Mas o supervisor do Sírio lembra dos problemas que esta tática pode gerar. "No Campeonato Paulista, em 2004, a Tina foi jogar pelo Jundiaí e rompeu o tendão de Aquiles, ficando sem jogar até agora. Ela deve voltar somente em abril ou maio deste ano. A Tina era uma jogadora importante no nosso esquema, pois iria revezar com a Gattei", lamenta.
Trajetória. A campanha do Sírio neste ano não foi das melhores. Após ficar o primeiro semestre sem jogar competições oficiais com o time profissional e emprestar as atletas à equipe de Jundiaí para disputarem o Campeonato Paulista, a equipe foi reativada no segundo semestre para jogar o Nacional. Na primeira fase ficou na 5ª colocação, com
20 pontos ganhos. Foram mais derrotas que vitórias. A formação totalizou seis resultados positivos e oito negativos.
Na segunda fase, enfrentou Santo André, 4º lugar na etapa inicial da competição. Nos equilibrados playoffs das quartas-de-final, acabou perdendo a série melhor de cinco partidas, por 3 a 2, sendo derrotado na última partida fora de casa, por 58 a 49, e, conseqüentemente, eliminado do certame, sem conseguir atingir o maior objetivo: chegar às semifinais do torneio e garantir-se entre os quatro primeiros colocados do país.
Jovens vêem basquete como trampolim social
Fernando Natálio
Jogadoras de basquete jovens e talentosas. Potencial para o futuro e um sorriso no rosto. Estas descrições poderiam ser de atletas bem sucedidas já no início da carreira. Mas na verdade são de duas meninas que jogam atualmente nas divisões de base do Sírio/Black&Decker e que estão começando uma jornada de esforço e muita luta.
Para a armadora Camila Alves dos Santos, 16 anos, 1,64m; e a pivô Kelly Ane Beatriz dos Santos, 13 anos, 1,79m, as dificuldades na vida não são poucas, e a principal delas, a financeira, coloca uma barreira quase intransponível. Quase, porque é no basquete, através do crescimento profissional, que elas vêem a chance de buscar a ascensão social com a qual tanto sonham. E o clube onde jogam as apóia e ajuda a vencer essa batalha, oferecendo-lhes a chance de mostrar seu talento. Mesmo não sendo fácil a formação de novas jogadoras, o diretor da agremiação, Mário Sérgio Mazão, sabe que um dos caminhos para um time de basquete crescer no futuro é apostar em jovens promessas e investir nas categorias de base, visando a formação de atletas em casa. E é isso que vem fazendo nos últimos anos em Uberaba.
Rotina. Acordar cedo, ir à escola, voltar para casa, almoçar rápido e ir, muitas vezes a pé, à quadra para treinar, chegando a ficar durante duas horas e meia fazendo os trabalhos físicos e técnicos - esta é a rotina dessas meninas que almejam vôos mais altos, mas têm a paciência necessária para esperar o melhor momento aparecer.
E para quem pensa que as duas jogadoras consideram ruim e cansativo o seu cotidiano, ou que se abatem com os obstáculos que enfrentam, elas mostram exatamente o contrário. Profissionais desde já, utilizam os problemas do dia-a-dia como um impulso para buscar melhorias, além de crescimento pessoal e profissional.
Camila Alves dos Santos pratica basquete há dois anos e meio. Jogadora do time juvenil, ela vai para o treino do Sírio a pé ou de bicicleta. Leva pelo menos meia hora para chegar ao ginásio do clube Sírio Libanês, onde faz as atividades esportivas. Quando tem que ir a pé, o tempo que gasta para chegar ao local de treinamento é ainda maior: uma hora de caminhada.
Mas Camila não desanima. Muito pelo contrário. "Vale a pena. Se não gostasse tanto, não me esforçaria assim. Todas as meninas querem ser profissionais e eu não sou diferente", disse. E mesmo com essa maratona, deixa o cansaço de lado para se empenhar cada vez mais nos exercícios determinados pelo treinador Leandro. "Chego até a reclamar para jogar mais", revelou a armadora.
A pivô Kelly Ane Beatriz dos Santos também enfrenta sérias dificuldades para conciliar os treinos com a vida de estudante. Mas este não é o seu maior problema. A falta de recursos financeiros impõe uma vida simples e pontuada pela luta em busca de crescimento profissional que lhe dê frutos no futuro. E é exatamente no basquete que Kelly, praticante há um ano, aposta suas fichas para conseguir uma vida um pouco melhor. Como mora longe, a pivô vai treinar de Mobylette. Assim, percorre o caminho de casa ao local de treinamento em cerca de 15 minutos. Nas vezes em que ela precisa ir de ônibus esse tempo aumenta para quase meia hora. Nem por isso pensa em desistir. "Quero melhorar de vida e acho que o basquete pode me ajudar nisso. Ele pode me dar um caminho para seguir", ressaltou.
Equipe profissional do Sírio estimula atletas
Se algumas jovens das divisões de base do Sírio enxergam o basquete como uma ferramenta para a ascensão social, outras praticam o esporte apenas como forma de realização pessoal e são atraídas pelo fascínio provocado pelas atletas profissionais do time que acabou de disputar o Nacional de Basquete.
Raíssa Rodrigues de Oliveira não esconde que ama o basquete e por isso não pensa em largá-lo tão cedo. Aos 13 anos, com 1,65m de altura, a ala da formação juvenil do Sírio está no clube há dois anos e quer ficar por lá por muito tempo ainda. "Pretendo continuar aqui por vários anos", disse a garota que se encantou com o basquete ao assistir a um jogo da equipe profissional em novembro de 2002. "Fiquei deslumbrada com a equipe e com o jogo. Eu me apaixonei pelo basquete desde aquele dia e percebi que era isso o que desejava para minha vida", lembrou. (FN)
Fonte: Jornal da Manhã
Fernando Natálio
O Sírio/Black&Decker quer se reestruturar neste ano para dar a volta por cima. Visando melhorar o desempenho em relação a 2004, quando a equipe feminina de basquete não conseguiu se classificar para as semifinais do Nacional de Basquete, o clube deve promover "mudanças radicais", nas palavras do supervisor Nelson Luz, referindo-se à equipe treinada pelo técnico Édson Ferreto.
A princípio, o treinador, além das principais atletas, a armadora Gattei, a ala-armadora Roberta e a ala Lu, permaneceriam no time. "Todas as grandes jogadoras interessam à equipe. Elas são boas, portanto queremos continuar com estas profissionais", revela Nelson Luz. Pela grande empatia diante da torcida, a pivô Gorda também tem chances de continuar. As outras terão de aguardar o posicionamento da comissão técnica e da direção do clube para ter uma definição.
Antes de definir o elenco para este ano, porém, haverá uma reunião entre o diretor da agremiação, Mário Sérgio Mazão, e diretores da Black&Decker, patrocinadora do Sírio para decidir o futuro da equipe e os planos para 2005. A chance da patrocinadora manter a equipe é grande, mas a palavra final só deverá sair entre os dias 15 e 20 deste mês, quando acontecerá o encontro entre os dirigentes. As meninas do Sírio devem disputar o Nacional de Basquete em 2005 no segundo semestre. Para o primeiro, nada foi discutido ainda, não há previsão do que as atletas poderão fazer.
Em 2004, as jogadoras foram para Jundiaí atuar pelo time da cidade paulista durante o campeonato estadual e agora neste ano, existe até mesmo a hipótese desta estratégia ser repetida. Mas o supervisor do Sírio lembra dos problemas que esta tática pode gerar. "No Campeonato Paulista, em 2004, a Tina foi jogar pelo Jundiaí e rompeu o tendão de Aquiles, ficando sem jogar até agora. Ela deve voltar somente em abril ou maio deste ano. A Tina era uma jogadora importante no nosso esquema, pois iria revezar com a Gattei", lamenta.
Trajetória. A campanha do Sírio neste ano não foi das melhores. Após ficar o primeiro semestre sem jogar competições oficiais com o time profissional e emprestar as atletas à equipe de Jundiaí para disputarem o Campeonato Paulista, a equipe foi reativada no segundo semestre para jogar o Nacional. Na primeira fase ficou na 5ª colocação, com
20 pontos ganhos. Foram mais derrotas que vitórias. A formação totalizou seis resultados positivos e oito negativos.
Na segunda fase, enfrentou Santo André, 4º lugar na etapa inicial da competição. Nos equilibrados playoffs das quartas-de-final, acabou perdendo a série melhor de cinco partidas, por 3 a 2, sendo derrotado na última partida fora de casa, por 58 a 49, e, conseqüentemente, eliminado do certame, sem conseguir atingir o maior objetivo: chegar às semifinais do torneio e garantir-se entre os quatro primeiros colocados do país.
Jovens vêem basquete como trampolim social
Fernando Natálio
Jogadoras de basquete jovens e talentosas. Potencial para o futuro e um sorriso no rosto. Estas descrições poderiam ser de atletas bem sucedidas já no início da carreira. Mas na verdade são de duas meninas que jogam atualmente nas divisões de base do Sírio/Black&Decker e que estão começando uma jornada de esforço e muita luta.
Para a armadora Camila Alves dos Santos, 16 anos, 1,64m; e a pivô Kelly Ane Beatriz dos Santos, 13 anos, 1,79m, as dificuldades na vida não são poucas, e a principal delas, a financeira, coloca uma barreira quase intransponível. Quase, porque é no basquete, através do crescimento profissional, que elas vêem a chance de buscar a ascensão social com a qual tanto sonham. E o clube onde jogam as apóia e ajuda a vencer essa batalha, oferecendo-lhes a chance de mostrar seu talento. Mesmo não sendo fácil a formação de novas jogadoras, o diretor da agremiação, Mário Sérgio Mazão, sabe que um dos caminhos para um time de basquete crescer no futuro é apostar em jovens promessas e investir nas categorias de base, visando a formação de atletas em casa. E é isso que vem fazendo nos últimos anos em Uberaba.
Rotina. Acordar cedo, ir à escola, voltar para casa, almoçar rápido e ir, muitas vezes a pé, à quadra para treinar, chegando a ficar durante duas horas e meia fazendo os trabalhos físicos e técnicos - esta é a rotina dessas meninas que almejam vôos mais altos, mas têm a paciência necessária para esperar o melhor momento aparecer.
E para quem pensa que as duas jogadoras consideram ruim e cansativo o seu cotidiano, ou que se abatem com os obstáculos que enfrentam, elas mostram exatamente o contrário. Profissionais desde já, utilizam os problemas do dia-a-dia como um impulso para buscar melhorias, além de crescimento pessoal e profissional.
Camila Alves dos Santos pratica basquete há dois anos e meio. Jogadora do time juvenil, ela vai para o treino do Sírio a pé ou de bicicleta. Leva pelo menos meia hora para chegar ao ginásio do clube Sírio Libanês, onde faz as atividades esportivas. Quando tem que ir a pé, o tempo que gasta para chegar ao local de treinamento é ainda maior: uma hora de caminhada.
Mas Camila não desanima. Muito pelo contrário. "Vale a pena. Se não gostasse tanto, não me esforçaria assim. Todas as meninas querem ser profissionais e eu não sou diferente", disse. E mesmo com essa maratona, deixa o cansaço de lado para se empenhar cada vez mais nos exercícios determinados pelo treinador Leandro. "Chego até a reclamar para jogar mais", revelou a armadora.
A pivô Kelly Ane Beatriz dos Santos também enfrenta sérias dificuldades para conciliar os treinos com a vida de estudante. Mas este não é o seu maior problema. A falta de recursos financeiros impõe uma vida simples e pontuada pela luta em busca de crescimento profissional que lhe dê frutos no futuro. E é exatamente no basquete que Kelly, praticante há um ano, aposta suas fichas para conseguir uma vida um pouco melhor. Como mora longe, a pivô vai treinar de Mobylette. Assim, percorre o caminho de casa ao local de treinamento em cerca de 15 minutos. Nas vezes em que ela precisa ir de ônibus esse tempo aumenta para quase meia hora. Nem por isso pensa em desistir. "Quero melhorar de vida e acho que o basquete pode me ajudar nisso. Ele pode me dar um caminho para seguir", ressaltou.
Equipe profissional do Sírio estimula atletas
Se algumas jovens das divisões de base do Sírio enxergam o basquete como uma ferramenta para a ascensão social, outras praticam o esporte apenas como forma de realização pessoal e são atraídas pelo fascínio provocado pelas atletas profissionais do time que acabou de disputar o Nacional de Basquete.
Raíssa Rodrigues de Oliveira não esconde que ama o basquete e por isso não pensa em largá-lo tão cedo. Aos 13 anos, com 1,65m de altura, a ala da formação juvenil do Sírio está no clube há dois anos e quer ficar por lá por muito tempo ainda. "Pretendo continuar aqui por vários anos", disse a garota que se encantou com o basquete ao assistir a um jogo da equipe profissional em novembro de 2002. "Fiquei deslumbrada com a equipe e com o jogo. Eu me apaixonei pelo basquete desde aquele dia e percebi que era isso o que desejava para minha vida", lembrou. (FN)
Fonte: Jornal da Manhã
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