segunda-feira, 1 de novembro de 2004

PERFIL: MICAELA MARTINS JACINTO

A ala Micaela Jacintho, a Caé, conta, na entrevista abaixo, como foi o começo da sua história no basquete em Miracema, as principais conquistas e dificuldades e a sua temporada na Itália.

1) Você começou a jogar numa escolinha em Miracema. Como foi esse começo?

- Comecei jogando em Miracema, aos 13 anos, com os professores Ronaldo e Milton. Eles compravam as bolas e os uniformes e jogávamos na quadra de uma escola da cidade. Em 1992, Ronaldo e Milton conheceram Maria Helena e Heleninha no Pré-Olímpico de Vigo, na Espanha. Eles falaram de algumas das meninas de Miracema, inclusive de mim. Em 1993, fui fazer um teste em Campinas no time que elas dirigiam, o Ponte Preta. Passei nos testes para a categoria mirim e lá encontrei a Adrianinha, que tinha acabado de chegar e jogava no infantil. O nosso técnico era o Paulo Bassul. O time acabou em 1994 e ficamos com um patrocinador menor até a chegada, em 1996, da Microcamp. O técnico Antonio Carlos Barbosa treinava a equipe adulta e o Paulinho seguiu treinando a base. Em 1998, fui para o BCN/Osasco. Jogava no juvenil com a Heleninha e era reserva da equipe adulta, dirigida pela Maria Helena.


2) Fale um pouco dos melhores momentos da sua trajetória no basquete brasileiro.

- Fiz parte da equipe adulta do Guaru, com o Alexandre Cato como técnico. Depois fui para o Vasco da Gama, dirigido pela Maria Helena, onde fui campeã carioca e nacional. Em 2002, joguei na equipe Dom Bosco, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, com o técnico Antônio Carlos Vendramini. Fui para Americana em 2003 e conquistei os títulos de campeã paulista e nacional.

3) Você estreou no basquete internacional atuando na Itália. Como foi a sua adaptação ao país?


- Em 2004, me transferi para a Itália. Fui para o Memar Reggio Emilia, onde joguei até 1º de maio, quando me machuquei. Minha maior dificuldade foi me adaptar à bola, que era menor. Não conseguia driblar direito. Para arremessar, não tinha dificuldade, mas a bola escapava da minha mão quando driblava e ficava muito nervosa, tinha a sensação de que a bola estava no chão. Foram dois ou três jogos terríveis, mas depois de muito treino, me acostumei. Estranhava também os treinamentos. No Brasil, os treinos são mais intensos. Achava os treinos do basquete italianos fracos.

4) Na última edição do Campeonato Italiano, você rompeu o tendão de Aquiles numa partida do seu time, Memar Reggio Emilia, contra o Sinai Ribera. Essa contusão acabou impedindo que você participasse das Olimpíadas de Atenas. Como foi o período de recuperação?

- Foram cinco meses para me recuperar da cirurgia. Não foi fácil. A pior fase foi após a cirurgia, quando fiquei com a perna inteira engessada. Era muito peso, sentia muita dor nas costas, não conseguia dormir e não tinha mobilidade. Foi o período mais difícil. Depois, coloquei um gesso menor e pude viajar de volta para o Brasil. Fiquei aliviada por estar perto dos amigos e do meu namorado. O pessoal de Americana me ajudou muito.

5) Como você foi chamada para jogar no Pool Comense?


Meu contrato com o Memar Reggio Emilia era de três meses e, antes de voltar para o Brasil, assinei com o Pool Comense. A equipe me contratou quando ainda estava machucada. A escolha do clube estava entre mim e uma jogadora francesa, que estava bem, sem lesão. Então, o técnico Gianni Lambruschi me procurou. Ele disse que viu os meus números nos campeonatos brasileiros, que gostou de mim e que tinha decidido pela minha contratação.

6) Como é jogar no Pool Comense, time de ponta e atual campeão do Campeonato Italiano?

A equipe do Comense é muito tradicional. Tem uma longa história de muitos títulos. Foram 15 vezes campeões italianos e conquistaram muitas Copas e Torneios. O presidente do clube é fanático. A frase dele é uma só: "nosso time não pode perder". Num jogo onde a seleção da Itália foi derrotada, ele chutou uma cadeira e eu fiquei impressionada. Mas tenho recebido muito apoio do meu técnico. Ele já me tranqüilizou, dizendo que ainda vou demorar para render tudo que posso e que o campeonato permite esperar a minha recuperação. As meninas do time também são muito legais, me ajudam e me incentivam. Esse convívio tem sido muito importante. Foi muito bom ter vindo para Como. Estou feliz em fazer parte desse grupo.


Fonte: NoAto

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