Equipe domina rebotes, bate Espanha no sufoco e espera revanche contra Austrália
Janeth ultrapassa os 500 pontos e conduz Brasil à 3ª semifinal olímpica
Jogadoras brasileiras comemoram a vitória sobre as espanholas por 67 a 63 nas quartas-de-final do torneio olímpico de basquete
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
Janeth entrou na partida de ontem, contra a Espanha, em xeque após ter defendido jogar com o regulamento nas mãos e evitar os EUA até uma possível final.
Saiu como a única atleta do mundo a chegar a mais de 500 pontos no basquete olímpico e com o Brasil classificado para sua terceira semifinal seguida nos Jogos -o time foi prata em Atlanta-96 e bronze em Sydney-00.
"É uma marca importante, mas de nada adiantaria se a seleção não seguisse na luta por uma medalha", destacou a ala, 35, que fez 27 pontos e chegou a 505 em Jogos. O Brasil venceu por 67 a 63.
Na partida anterior, contra a Austrália, no domingo, a equipe brasileira teve atuação apática, jogou boa parte do tempo com o time reserva e viu o rival fazer 84 a 66. Com a derrota, as brasileiras ficaram em terceiro no Grupo A e passaram para a Rússia, segunda colocada, o ônus de ter que enfrentar os EUA na semifinal.
As espanholas, por sua vez, admitiram que preferiam enfrentar as brasileiras a encarar as russas.
O time espanhol vencera os dois últimos jogos contra a equipe do técnico Antonio Carlos Barbosa. Vicente Rodríguez, treinador do time europeu, disse que, para sua equipe perder, teria de "jogar mal, e o Brasil atuar muito bem". "Jogamos muito bem", rebateu a ala-armadora Iziane. "Jamais falaria isso. Motiva o adversário. Ele [Rodríguez] queria jogar contra nós? Levou o dele", ironizou Barbosa.
Por todos esses fatores, o duelo começou tenso. Ansiosas, as espanholas desperdiçavam arremessos, mas compensavam a má pontaria com uma defesa aguerrida. Iguais no primeiro tempo, Brasil e Espanha foram para o vestiário empatados em 34.
As espanholas tinham melhor performance na linha de três pontos, em parte por falhas defensivas do rival. O Brasil obteve mais rebotes (43 a 22), abrindo chance para arremessos (foram 13 acertos em 34 tentativas).
No terceiro quarto, o Brasil chegou a atuar com cinco reservas -Adrianinha, Vívian, Silvinha, Leila e Kelly- na quadra.
Mesmo com Janeth e Alessandra no banco, a Espanha não abriu vantagem. Realizando marcação individual na maior parte do jogo, perdeu uma de suas titulares, a pivô Cebrián, no último período, com cinco faltas.
Janeth atingiu seu 500º ponto olímpico após receber falta da ala Palau quando faltavam 37 segundos para o final. A ala converteu o primeiro lance livre, dando vantagem de 62 a 59 para o Brasil.
O acerto no tiro seguinte deixou o time perto da vitória. Quatro pontos atrás, a Espanha fez seguidas faltas e errou no ataque.
"Elas vieram com uma defesa forte. Mas estávamos determinadas a passar", destacou Janeth.
Na semifinal, amanhã, o time tentará a revanche contra a Austrália, que ontem bateu a Nova Zelândia (94 a 55).
O PERSONAGEM
Cestinha pede, e pivô reserva Kelly faz sua melhor atuação
DO ENVIADO A ATENAS
Com mais tempo em quadra do que costumou jogar nesta Olimpíada, Kelly, 24, ontem festejou sua melhor atuação em Atenas. A pivô, que integra a seleção adulta desde a Copa América-97, atuou por mais de 12 minutos, marcou oito pontos e pegou cinco rebotes.
"Tivemos uma reunião, e a Janeth disse que queria me ver mais perto do grupo. Pedi desculpas, mas falei que ia ser mais útil", afirmou a pivô. "Isso me estimulou, e hoje acho que dei a minha contribuição."
Segundo Kelly, Janeth, cestinha ontem, exerce uma liderança natural no elenco. "Ela é extremamente apaixonada por basquete. É o tipo de pessoa que vai ver um jogo de seu time de base e chora com uma vitória", diz a pivô, citando o projeto social mantido pela colega em Santo André. "Procuramos seguir o seu exemplo."
Não é fácil acompanhar a líder. Avessa às noitadas, Janeth não freqüenta o lado mais badalado da Vila Olímpica, que tem boate e cinema. A concentração surpreendeu até a Espanha. "Já fomos ver outras provas para relaxar. As brasileiras ficam reclusas na Vila", disse a pivô Cebrián. (ALF)
Janeth ultrapassa os 500 pontos e conduz Brasil à 3ª semifinal olímpica
Jogadoras brasileiras comemoram a vitória sobre as espanholas por 67 a 63 nas quartas-de-final do torneio olímpico de basquete
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
Janeth entrou na partida de ontem, contra a Espanha, em xeque após ter defendido jogar com o regulamento nas mãos e evitar os EUA até uma possível final.
Saiu como a única atleta do mundo a chegar a mais de 500 pontos no basquete olímpico e com o Brasil classificado para sua terceira semifinal seguida nos Jogos -o time foi prata em Atlanta-96 e bronze em Sydney-00.
"É uma marca importante, mas de nada adiantaria se a seleção não seguisse na luta por uma medalha", destacou a ala, 35, que fez 27 pontos e chegou a 505 em Jogos. O Brasil venceu por 67 a 63.
Na partida anterior, contra a Austrália, no domingo, a equipe brasileira teve atuação apática, jogou boa parte do tempo com o time reserva e viu o rival fazer 84 a 66. Com a derrota, as brasileiras ficaram em terceiro no Grupo A e passaram para a Rússia, segunda colocada, o ônus de ter que enfrentar os EUA na semifinal.
As espanholas, por sua vez, admitiram que preferiam enfrentar as brasileiras a encarar as russas.
O time espanhol vencera os dois últimos jogos contra a equipe do técnico Antonio Carlos Barbosa. Vicente Rodríguez, treinador do time europeu, disse que, para sua equipe perder, teria de "jogar mal, e o Brasil atuar muito bem". "Jogamos muito bem", rebateu a ala-armadora Iziane. "Jamais falaria isso. Motiva o adversário. Ele [Rodríguez] queria jogar contra nós? Levou o dele", ironizou Barbosa.
Por todos esses fatores, o duelo começou tenso. Ansiosas, as espanholas desperdiçavam arremessos, mas compensavam a má pontaria com uma defesa aguerrida. Iguais no primeiro tempo, Brasil e Espanha foram para o vestiário empatados em 34.
As espanholas tinham melhor performance na linha de três pontos, em parte por falhas defensivas do rival. O Brasil obteve mais rebotes (43 a 22), abrindo chance para arremessos (foram 13 acertos em 34 tentativas).
No terceiro quarto, o Brasil chegou a atuar com cinco reservas -Adrianinha, Vívian, Silvinha, Leila e Kelly- na quadra.
Mesmo com Janeth e Alessandra no banco, a Espanha não abriu vantagem. Realizando marcação individual na maior parte do jogo, perdeu uma de suas titulares, a pivô Cebrián, no último período, com cinco faltas.
Janeth atingiu seu 500º ponto olímpico após receber falta da ala Palau quando faltavam 37 segundos para o final. A ala converteu o primeiro lance livre, dando vantagem de 62 a 59 para o Brasil.
O acerto no tiro seguinte deixou o time perto da vitória. Quatro pontos atrás, a Espanha fez seguidas faltas e errou no ataque.
"Elas vieram com uma defesa forte. Mas estávamos determinadas a passar", destacou Janeth.
Na semifinal, amanhã, o time tentará a revanche contra a Austrália, que ontem bateu a Nova Zelândia (94 a 55).
O PERSONAGEM
Cestinha pede, e pivô reserva Kelly faz sua melhor atuação
DO ENVIADO A ATENAS
Com mais tempo em quadra do que costumou jogar nesta Olimpíada, Kelly, 24, ontem festejou sua melhor atuação em Atenas. A pivô, que integra a seleção adulta desde a Copa América-97, atuou por mais de 12 minutos, marcou oito pontos e pegou cinco rebotes.
"Tivemos uma reunião, e a Janeth disse que queria me ver mais perto do grupo. Pedi desculpas, mas falei que ia ser mais útil", afirmou a pivô. "Isso me estimulou, e hoje acho que dei a minha contribuição."
Segundo Kelly, Janeth, cestinha ontem, exerce uma liderança natural no elenco. "Ela é extremamente apaixonada por basquete. É o tipo de pessoa que vai ver um jogo de seu time de base e chora com uma vitória", diz a pivô, citando o projeto social mantido pela colega em Santo André. "Procuramos seguir o seu exemplo."
Não é fácil acompanhar a líder. Avessa às noitadas, Janeth não freqüenta o lado mais badalado da Vila Olímpica, que tem boate e cinema. A concentração surpreendeu até a Espanha. "Já fomos ver outras provas para relaxar. As brasileiras ficam reclusas na Vila", disse a pivô Cebrián. (ALF)
Fonte: Folha de São Paulo
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