sábado, 18 de outubro de 2003

Coluna do Juarez Araújo - AOL

Outro Paulista com dois convidados
Por Juarez Araújo - 14:53 - 17/10/2003


Ainda está na memória de todos o último Campeonato Paulista Feminino de Basquete, encerrado no primeiro semestre e conquistado brilhantemente pela Unimed de Americana, do técnico brasiliense Paulo Bassul. Infelizmente, com apenas seis equipes (não se pode dizer mais que são clubes), a competição foi muito rápida. Meses depois do Paulista a esperança era o próximo Campeonato Nacional. Para qualquer leigo, a expectativa era de um campeonato com 10 ou 12 equipes, quatro ou cinco de outros estados, novos valores, jogo de alto nível. Nada disso vai acontecer.


A próxima Liga Nacional Feminino que começa no dia 26 de outubro, data anunciada pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) terá apenas oito equipes. Ou melhor, os seis minguados que disputaram o Paulista (Americana, Ourinhos, São Caetano, São Bernardo, Santo André e Guaru), mais dois convidados: Uberaba e Joinville. Por que isso? Boa pergunta. Bem amigos basqueteiros de todo o Brasil. A situação é grave. O basquete brasileiro que já teve duas das maiores jogadoras do mundo - Paula e Hortência - e que tem hoje Janeth Arcain, Helen Luz, Iziane... Está chegando no fundo do poço. E olha que ainda conseguiu a vaga para a Olimpíada por um milagre individual das nossas jogadoras.


Está na hora daquela sacudida inesperada. É incrível, ver, observar e entrar no ritmo da marcha: passa ano e vem ano. A Liga Nacional começa dia tal, com tal números de equipes. E nada mais que isso. TV Aberta. Um sonho. Equipes fortes, com estrangeiras, lei de incentivo ao esporte. Outro sonho maior ainda. Os campeonatos de basquete estão quase parecidos a um interno de clube. Abre -se as inscrições. Inscreva quem quiser. E fazemos o campeonato como número de equipes que se inscrever. Maravilha isso.


Minha gente, vamos deixar de hipocrisia, de discurso barato. Fazer uma Liga com oito equipes, seis de São Paulo e duas "babas" - com todo respeito - convidadas. É o fim. Onde estão as equipes do Rio, do Paraná e pelo menos uma do norte ou nordeste? Como é que podemos descobrir outras jogadoras se nem campeonatos estaduais existem.


Será que os dirigentes da CBB - principalmente você, presidente Gerasime Grego Bozikis - vai esperar o basquete feminino chegar no fim do poço para depois procurar uma saída. Vamos acordar antes que seja tarde. Afinal de contas, Janeth pára de jogar na seleção no ano que vem. Helen, possivelmente. E depois? Que futuro vamos dar as meninas vice-campeãs mundiais juvenis.


Bem, diante de tudo isso só posso reforçar um pensamento criado por mim mesmo durante os 25 anos que acompanho como jornalista o basquete brasileiro: ele ainda vai sair dessa. O jogo do basquete é polêmico. Os dirigentes do basquete são polêmicos...Com isso só nós resta torcer por um milagre. Como foi até agora todos os resultados conquistados internacionalmente. Só posso encerrar escrevendo: "obrigado ao talento brasileiro". Deus é brasileiro.


De Bandeja

A NBA já colocou no ar o site da Liga em português. Os amigos que gostam de basquete e curtem o melhor basquete do mundo, pode começar a acessar: www.nba.com/brasil. Lá o amigo internauta vai encontrar matérias com Nenê, Leandro, Alex e as jogadoras da WNBA, Janeth, Iziane e também Helen Luz. Em breve, teremos também uma coluna lá.

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Que fiasco fez a equipe do São Paulo/Guaru no Mundial de Clubes, em Samara, na Rússia. Três jogos e três derrotas: estreou perdendo para o time da casa o Ekaterinburg por 83 a 52, com Palmira Marça, grande revelação da equipe marcando 16 pontos. Depois foi derrotada pela equipe da WNBA, por 87 a 62, com 20 pontos de janeth. E no terceiro jogo, outra derrota, agora para o Wooribank Hansa, da Coréia, por 80 a 75. Janeth marcou 26 pontos e a ala Palmira, 13 pontos e 7 rebotes, mas só as duas não salvaram o representante brasileiro.


Fonte: AOL

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