Danila, a mais alta jogadora do basquete brasileiro.
Aos 15 anos
Com 2m de altura, ela está sendo preparada pelo BCN para ser uma grande pivô
PEDRO AUTRAN RIBEIRO
O nome dela é Danila Silveira de Mendonça Fabbri. Tem 15 anos, completados em 22 de agosto. Gosta do KLB, de Sandy e Júnior. Comida? Bife e lasanha. Não é muito de 'baladas', prefere ficar em casa e ver bom filme na tevê. Ator? O Dado Dolabella ("porque é bonitinho"). Atriz? Cláudia Raia ("porque é grande"). Como? Porque é grande?! A explicação é que isso aproxima a atriz da menina fã. Danila tem 2 metros de altura.
Era quase inevitável que jogasse basquete. É pivô do infantil do BCN, onde assimila os fundamentos com rapidez, segundo a técnica Fernanda Amado Ferreira, que não esconde preocupação com o agito da imprensa em torno da menina. Mas Danila tem boa cabeça: "A mídia me procura por causa do meu tamanho, não do meu jogo".
Essa relação logo vai mudar, se depender do cuidado que o pessoal do BCN (além de Fernanda, também a técnica do A2, Maria do Carmo Mardegan, a Macau, e o supervisor técnico, Fernando Tessarotto) tem com ela. Afinal, com pouco mais de um ano de treino e 14 ou 15 jogos de campeonato, Danila foi campeã paulista e vice-campeã mirim.
O cuidado não é só do BCN. Em casa, a avó Laerci e a mãe, Mary Lena, vieram da fazenda onde moravam, em Riolândia, interior paulista, para Osasco, em apartamento alugado pelo BCN. Ali, cuidam de cada detalhe da vida da menina, para que o impacto da distância, principalmente do avô, seja o menor possível.
O amor pelo avô vem desde pequena (na verdade, Danila nunca foi exatamente pequena: nasceu com 54 cms). Os pais, Humberto e Mary Lena, separaram-se quando tinha 6 meses. Os avós, Ocacil (mais conhecido como Cazuza) e Laerci, resolveram fechar a casa em Rio Preto, onde Danila nasceu, e ficar com a família na fazenda.
Ali cresceu, muito, Danila. No painel de fotos que mãe e avó carinhosamente coletaram e colaram nesses 15 anos, há Danila no dia do nascimento, com um aninho - muito maior que a priminha de dois - , na escola em Pontes Gestal, município vizinho, onde fez primeiro e segundo graus.
Naquela época, Danila até via alguns jogos de basquete pela tevê. No colégio, brincou algumas vezes com aquela bola maior que a de futebol, mas não pensava em jogar. "Não era acostumada a jogar, só brincava, nem pensava em ser jogadora de basquete!"
Mas não sabia que havia gente de olho nela. Na adolescência, começou a crescer mais rápido, média de 10cm por ano. Tão alta, chamou a atenção de olheiros.
Aconteceu nos Jogos Abertos do Interior de 2001, em São José do Rio Preto. O pessoal do BCN contou que estava atrás de uma moça de Santa Catarina, com 1m92. Ouviram, como resposta, de um árbitro de xadrez: "Temos uma de 1m96, na região".
Começou a "caçada". Primeiro, descobriram qual a escola de Danila, entraram em contato com a professora de Educação Física, souberam quais as características da menina. Resolveram levá-la para Osasco, para um teste.
Ela não esquece: foi no dia 3 de dezembro de 2001 e ela já estava medindo 1m98. "A Macau e o Fernando nem me viram antes. Só quando vim fazer o teste.
Acho que gostaram, tanto que voltei para casa já contratada".
No começo de 2002, já estava em Osasco. Aos poucos, foi gostando mais e mais de jogar basquete. Tem uma vida bem regrada: escola de manhã, treino à tarde. Quando não tem prova no dia seguinte, às nove e meia da noite vai dormir. Encontrou-se no esporte: "Na minha região me dava bem com os colegas, saía, mas a diferença era muito grande. Aqui, há muitas meninas altas, não é tão diferente assim".
Tem muitos amigos. Os da escola a chamam de "Pequena". Vários foram à sua festa de aniversário. Da festa, guarda uma foto emoldurada em que aparece maquiada e em um vestido vermelho, bem bonita. Vaidosa como qualquer menina de sua idade, não tem muita dificuldade para encontrar roupas de seu tamanho. Já sapatos e sandálias de número 44 são mais difíceis. Ela vai a Rio Preto comprar.
Na rua, as pessoas se espantam com seu tamanho e não se importa com brincadeiras, desde que não sejam de mau gosto. "Se a brincadeira é carinhosa, não me importo. Sou alta mesmo, não dá para esconder".
À vontade mesmo ela fica numa quadra, treinando ou jogando. A evolução foi grande e ela já disputa alguns jogos pela equipe A2 (espécie de segunda divisão do adulto) do BCN, para ganhar experiência, como explica a técnica Fernanda. "Ela tem dificuldade de treinar com meninas de estatura menor, rápidas. No A2, são mais altas e ela pode jogar mais".
Ela treina muito. Pensa em seus ídolos Hortência, "Magic" Paula e Oscar.
Sabe que tem muito trabalho pela frente, mas se alegra com os progressos.
"Já faço muita coisa que não fazia quando cheguei aqui. Estou mais rápida.
Outro dia, até tirei a bola de uma armadora. Já fui obrigada, por circunstância de jogo, a sair batendo bola, coisa que pivô não faz muito".
Danila, 2 metros, sem nada de gigantismo. Só uma menina grande, que se encontrou no basquete. "Embora estivesse dentro de mim, não tinha descoberto esse amor. Hoje, sei o que quero e gosto muito do que faço" Vão longe os dias em que se sentia constrangida com seu tamanho. Agora, sorri e fala até em crescer pouco mais. "Até uns 2m05 estaria bom".
Fonte: Estadão
Aos 15 anos
Com 2m de altura, ela está sendo preparada pelo BCN para ser uma grande pivô
PEDRO AUTRAN RIBEIRO
O nome dela é Danila Silveira de Mendonça Fabbri. Tem 15 anos, completados em 22 de agosto. Gosta do KLB, de Sandy e Júnior. Comida? Bife e lasanha. Não é muito de 'baladas', prefere ficar em casa e ver bom filme na tevê. Ator? O Dado Dolabella ("porque é bonitinho"). Atriz? Cláudia Raia ("porque é grande"). Como? Porque é grande?! A explicação é que isso aproxima a atriz da menina fã. Danila tem 2 metros de altura.
Era quase inevitável que jogasse basquete. É pivô do infantil do BCN, onde assimila os fundamentos com rapidez, segundo a técnica Fernanda Amado Ferreira, que não esconde preocupação com o agito da imprensa em torno da menina. Mas Danila tem boa cabeça: "A mídia me procura por causa do meu tamanho, não do meu jogo".
Essa relação logo vai mudar, se depender do cuidado que o pessoal do BCN (além de Fernanda, também a técnica do A2, Maria do Carmo Mardegan, a Macau, e o supervisor técnico, Fernando Tessarotto) tem com ela. Afinal, com pouco mais de um ano de treino e 14 ou 15 jogos de campeonato, Danila foi campeã paulista e vice-campeã mirim.
O cuidado não é só do BCN. Em casa, a avó Laerci e a mãe, Mary Lena, vieram da fazenda onde moravam, em Riolândia, interior paulista, para Osasco, em apartamento alugado pelo BCN. Ali, cuidam de cada detalhe da vida da menina, para que o impacto da distância, principalmente do avô, seja o menor possível.
O amor pelo avô vem desde pequena (na verdade, Danila nunca foi exatamente pequena: nasceu com 54 cms). Os pais, Humberto e Mary Lena, separaram-se quando tinha 6 meses. Os avós, Ocacil (mais conhecido como Cazuza) e Laerci, resolveram fechar a casa em Rio Preto, onde Danila nasceu, e ficar com a família na fazenda.
Ali cresceu, muito, Danila. No painel de fotos que mãe e avó carinhosamente coletaram e colaram nesses 15 anos, há Danila no dia do nascimento, com um aninho - muito maior que a priminha de dois - , na escola em Pontes Gestal, município vizinho, onde fez primeiro e segundo graus.
Naquela época, Danila até via alguns jogos de basquete pela tevê. No colégio, brincou algumas vezes com aquela bola maior que a de futebol, mas não pensava em jogar. "Não era acostumada a jogar, só brincava, nem pensava em ser jogadora de basquete!"
Mas não sabia que havia gente de olho nela. Na adolescência, começou a crescer mais rápido, média de 10cm por ano. Tão alta, chamou a atenção de olheiros.
Aconteceu nos Jogos Abertos do Interior de 2001, em São José do Rio Preto. O pessoal do BCN contou que estava atrás de uma moça de Santa Catarina, com 1m92. Ouviram, como resposta, de um árbitro de xadrez: "Temos uma de 1m96, na região".
Começou a "caçada". Primeiro, descobriram qual a escola de Danila, entraram em contato com a professora de Educação Física, souberam quais as características da menina. Resolveram levá-la para Osasco, para um teste.
Ela não esquece: foi no dia 3 de dezembro de 2001 e ela já estava medindo 1m98. "A Macau e o Fernando nem me viram antes. Só quando vim fazer o teste.
Acho que gostaram, tanto que voltei para casa já contratada".
No começo de 2002, já estava em Osasco. Aos poucos, foi gostando mais e mais de jogar basquete. Tem uma vida bem regrada: escola de manhã, treino à tarde. Quando não tem prova no dia seguinte, às nove e meia da noite vai dormir. Encontrou-se no esporte: "Na minha região me dava bem com os colegas, saía, mas a diferença era muito grande. Aqui, há muitas meninas altas, não é tão diferente assim".
Tem muitos amigos. Os da escola a chamam de "Pequena". Vários foram à sua festa de aniversário. Da festa, guarda uma foto emoldurada em que aparece maquiada e em um vestido vermelho, bem bonita. Vaidosa como qualquer menina de sua idade, não tem muita dificuldade para encontrar roupas de seu tamanho. Já sapatos e sandálias de número 44 são mais difíceis. Ela vai a Rio Preto comprar.
Na rua, as pessoas se espantam com seu tamanho e não se importa com brincadeiras, desde que não sejam de mau gosto. "Se a brincadeira é carinhosa, não me importo. Sou alta mesmo, não dá para esconder".
À vontade mesmo ela fica numa quadra, treinando ou jogando. A evolução foi grande e ela já disputa alguns jogos pela equipe A2 (espécie de segunda divisão do adulto) do BCN, para ganhar experiência, como explica a técnica Fernanda. "Ela tem dificuldade de treinar com meninas de estatura menor, rápidas. No A2, são mais altas e ela pode jogar mais".
Ela treina muito. Pensa em seus ídolos Hortência, "Magic" Paula e Oscar.
Sabe que tem muito trabalho pela frente, mas se alegra com os progressos.
"Já faço muita coisa que não fazia quando cheguei aqui. Estou mais rápida.
Outro dia, até tirei a bola de uma armadora. Já fui obrigada, por circunstância de jogo, a sair batendo bola, coisa que pivô não faz muito".
Danila, 2 metros, sem nada de gigantismo. Só uma menina grande, que se encontrou no basquete. "Embora estivesse dentro de mim, não tinha descoberto esse amor. Hoje, sei o que quero e gosto muito do que faço" Vão longe os dias em que se sentia constrangida com seu tamanho. Agora, sorri e fala até em crescer pouco mais. "Até uns 2m05 estaria bom".
Fonte: Estadão
Um comentário:
E eu me achando alta com 17 anos e 1,80... =(
Postar um comentário