sábado, 13 de setembro de 2003

A análise do Bruno

O Bruno Lima do Diário do Basquete há tempos prometia um belo texto sobre o feminino e fez uma análise muito coerente do momento que enfrentamos.

Adorei, Bruno!

Feminino é a esperança do tapete vermelho em Atenas

Por Bruno Lima

A semana que passou foi começou com um final feliz para uma novela que perdurava desde o pré-olímpico masculino quando Janeth “chorava” através da imprensa sobre o desleixo do Grego em não procura-la para uma conversa.

Veio a decepção do masculino e ela se fortaleceu. Na úlitma segunda-feira enfim se encontrou com o Grego e jogou as cartas na mesa como se fosse a dona do Cassino e ele um mero funcionário, isto é, havendo uma completa inversão de posição.

Claro que a Janeth merece o respeito e reconhecimento pelo que já fez atuando não só com a camisa da seleção brasileira, bem como pelas equipes por onde passou, e principalmente pelos números que a colocam no top de inúmeras estatísticas da WNBA, na qual falta apenas um anel de campeã para completar uma mão.

Mas o respeito que ela impôs pelos resultados alcançados não são suficientes para credencia-la a exigir uma reunião com o presidente da entidade para dirimir dúvidas em relação à outras jogadoras (por exemplo: o motivo do pedido de dispensa da Silvinha e o que houve no corte da Leila no pan), saber do planejamento, programação dos treinos, etc... Daqui a pouco ela vai ser tudo no feminino: diretora, técnica e jogadora. Onde nós estamos? Não é ela como jogadora que tem de fazer isso. Não é ela que tem de exigir explicações do Grego. Enquanto jogadora ela não tem esse direito. Talvez ela esteja confundindo o significado de ser a líder do grupo. Tá tudo errado! Mas o Grego é obrigado a aceitar tudo isso e ficar calado porque depende dela.

A jogadora tem que estar a disposição no momento em que for convocada para representar o país e os dirigentes precisam ter o planejamento elaborado para o objetivo traçado, ou seja, o próximo campeonato é a olimpíada, então o foco será a olimpíada. Há que se ressaltar que o planejamento da preparação do pré-olímpico foi muito bem elaborado. Salvo opiniões contrárias, dessa vez a CBB agiu corretamente. Primeiro trouxe a Rússia e fez três amistosos e logo após ao Pan viajaram para uma excursão na Europa. Essa história de que jogar contra seleções européias não é bom porque são escolas diferentes da América, é balela. E também realizar amistosos contra Canadá, Cuba e Argentina não sei se seriam mais proveitosos dos que foram planejados.

Feito o meu parêntesis que já estava querendo fazer a bastante tempo mas não tive oportunidade na semana, vou falar rapidamente do pré-olímpico que começa no próximo dia 17.

Estão criando muita expectativa para um torneio que se não acontecer nenhuma zebra resumir-se-á a dois jogos: Brasil x Canadá na semifinal, e Brasil x Cuba na final. Talvez a zebra mor pode ser a Argentina vencer o Canadá. Só isso.

Logicamente que guardadas as proporções, farei uma analogia com o masculino. O Brasil está para os EUA, assim como Cuba está para Argentina. Canadá e Argentina podem escolher outros dois países que são indiferentes.

O Brasil está com a força máxima. Com a entrada da Janeth “dona do time” e a Helen o grupo realmente fica muito forte.

Então, o Brasil não tem menos do que a obrigação de voltar com o título e a vaga, não obstante precisar de uma mudança rapidamente na comissão técnica e não será a conquista da vaga olímpica capaz de tapar as lambanças dele nos últimos anos.

Portanto, se Cuba não aprontar contra o Brasil a vaga olímpica felizmente será nossa, porque ficar de fora da olimpíada tanto no masculino como no feminino eu nunca tive esse desgosto, pois a última vez que aconteceu isso foi na olimpíada de 76.


Fonte: Diário do Basquete



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