quarta-feira, 13 de agosto de 2003

Espelho Quebrado - Uma Retrospectiva dos 7 anos de Barbosa no comando da seleção



1997 - Ganhou a Copa América com boas apresentações. Mas com Magic Paula em estado de graça e Marta Sobral em ótima forma, mais Alessandra e Leila; o caminho era realmente fácil. Já mostrava alguns de seus principais defeitos. Branca se contundiu na abertura do torneio e ele se empipinou todo pra definir a nova armadora. Por seguidas vezes, tirava Helen depois de ela acertar arremessos de três em série.

1998 - Na Microcamp, foi eliminado nas semifinais do Nacional pelo BCN.

Na seleção, a campanha decepcionante do quarto lugar no Mundial da Alemanha. Não sabia quem colocar na armação entre Helen e Silvinha e se confundia todo. Ao final da campanha, Paula reclamou do grupo e diz que faltou maturidade. As críticas foram suavizadas porque Barbosa tinha tido pouco tempo de preparação com a seleção.

1999 - Comete uma indiscrição terrível ao comentar o motivo porque não convocou a atleta Juliana Kanda:

"Já tem 24 anos (na verdade, 23). Se fosse tão boa, estaria jogando no BCN, na Arcor ou no Paraná (está no Santa Maria, um time apenas mediano). Não tem muito mais o que evoluir. Não tenho feeling em relação a ela."

No Pan-Americano, o Brasil jogou uma boa primeira fase (invicto). No último jogo desta fase, apresentou um basquete péssimo e foi jogar uma prorrogação com a Argentina. Nas semifinais, caiu contra o Canadá e na disputa do bronze entregou a medalha aos Estados Unidos.

No Pré-Olímpico, o time fez outra péssima campanha. Insistia em Rosângela na posição 4. Caiu contra Cuba, nas finais.

2000 - O corte de Cíntia Luz continua ainda difícil de entender, 3 anos depois.

Faz uma campanha confusa nas Olimpíadas, com derrotas para Canadá e França e uma semifinal sem brilho, contra a Austrália. Ao final, consegue o bronze.

No meio da campanha, Hortência desabafa:

Hortência faz críticas a Barbosa
DO ENVIADO A SYDNEY
Homenageada durante o jogo contra o Canadá, a ex-jogadora Hortência, campeã mundial em 94, vice nos Jogos de Atlanta-96 e que está comentando os Jogos para uma TV brasileira, não escondeu a indignação com o técnico Antonio Carlos Barbosa.
Ela o responsabilizou pela derrota, dizendo que o Brasil perdeu ''mais um jogo ganho'' porque Barbosa ''mexe mal no time''. Hortência reclamou muito da última oportunidade desperdiçada pela seleção, que demorou em demasia para tentar o arremesso, permitindo a vitória canadense.
Em nenhum momento fez críticas às jogadoras. Chegou a dizer que tinha pena das atletas, que não estariam atuando melhor por falta de melhor orientação.
As atletas brasileiras, que encomendaram 13 pares de tênis da Nike por não estarem satisfeitas com o material da Olympikus, a patrocinadora do COB, deixaram a quadra bastante abatidas.
Janeth, atleta da Nike e responsável pelo pedido da compra dos novos pares, foi elogiada por Hortência. ''Ela é uma grande jogadora e pode fazer a diferença nas quartas-de-final. Contra a Rússia, vai ser um outro jogo.''
No intervalo, os organizadores exibiram cenas de Atlanta-96, especialmente as cestas convertidas por Hortência. ''Daquele time eu tenho saudades. Não de voltar a jogar, porque meu tempo como atleta é passado. Mas daquele time ninguém se esquece'', comentou a ex-jogadora.
(EA)


Na chegada, o time dá sinais da falta de importância do trabalho do treinador:

Jogadoras minimizam papel do técnico na conquista do bronze

02/10/2000 - 10h41

ERICK BOCCIA
da Folha Online

As jogadoras da seleção brasileira de basquete minimizaram o papel do técnico Antonio Carlos Barbosa na conquista da medalha de bronze na Olimpíada de Sydney. As atletas afirmaram que uma reunião após a derrota para o Canadá, na primeira fase, sem a presença de Barbosa, foi fundamental.

O encontro tinha a finalidade de fazer com que cada uma opinasse sobre a situação do time. Todas as atletas concordaram que o rendimento não estava sendo o esperado.

"Lembrei que, se ganhássemos da Rússia, iríamos estar entre as quatro melhores. Uma derrota nos levaria para a decisão de quinto ao oitavo", disse a ala Janeth, em entrevista coletiva concedida hoje, no Aeroporto Internacional de Guarulhos.

A reunião surtiu efeito e a equipe venceu as russas em uma partida emocionante, decidida nos últimos segundos, com uma cesta da pivô Alessandra.

Na semifinal, as brasileiras perderam para a Austrália e foram para a disputa do bronze.

Contra a Coréia do Sul, a seleção venceu na prorrogação, e ficou com a terceira colocação.


Nos clubes, encerra uma temporada de resultados medíocres no comando dos time de Karina. Nas semifinais do Paulista, cai contra o Guaru. À época, já registrei isso:


O time do Quaker, que representa a cidade de Jundiaí, foi eliminado do Campeonato Paulista. Não chegou às finais, atropelado pelo Guaru. O time é um dos que conta com maior estrutura no país e, com o elenco que inclui quatro jogadoras da seleção brasileira, esperava-se mais deste time. Assim como se esperou mais desse time no Nacional de 2000, e ele fracassou.

Quando os maus resultados se repetem assim, há um certo mal-estar, como se alguém estivesse fazendo seu papel errado e devesse se retirar da equipe, ou mudar de ares. E o Quaker fez as duas coisas neste intervalo: mudou de cidade (Campinas para Jundiaí) e de equipe (dispensou Aide, Márcia Sobral, estrangeiras e contratou Adrianinha, Zaine e Adriana). Essas três últimas, somadas à Marta, são as quatro que participaram da campanha olímpica. O técnico Antônio Carlos Barbosa, também é o da seleção. O time ainda conta com Karina. Tudo isso sinalizava um time campeão.

Pois, ainda assim, o time não foi vencedor. Vamos então listar possíveis fatores que atrapalharam a caminhada do clube:

Primeiro, os fatores do destino, incidentes não-planejados:

(1) Deise Macarrão se contundiu;

(2) Marta Sobral se contundiu;

(3) O time preferiu não contratar a estrangeira que tinha direito por acreditar que iria se beneficiar com uma atleta cubana, que acabou não vindo.

Faltou sorte ao time, com certeza, mas provavelmente as que continuaram no barco também falharam. Sobre as jogadoras, já foram tecidos comentários na seção "Paulista 2000". Elas devem parar e analisar a parcela de culpa de cada uma nessa frustrada campanha, e assim se tornarão atletas melhores.

Se cada um tem sua parcela no ocorrido, o técnico também tem a sua e é aqui que entra o episódio.

No último jogo contra Guaru, faltavam 15 segundos para o jogo terminar e o placar marcava 95 a 94 para Guaru. Do seu quinteto, Barbosa havia perdido, por ultrapassarem o limite de faltas primeiro Luciana, e há poucos segundos Adriana. Solicitou um tempo, então, para que fosse armada uma jogada, que podia ser forçar falta e bater lances livres ou um lance de dois. Era a última esperança para Jundiaí, que perdia a série por 2 a 1. Acreditávamos, neste instante, que Barbosa tivesse a mensagem pronta a passar a suas atletas, tranquilizá-las e armar o tiro de misericórdia. Não foi o que se viu. Em meio à histeria geral, Barbosa começou a armar a jogada: "Rosângela aqui ... Luciana parte por aqui..." Luciana?! Mas a moça já havia sido eliminada. Ou seja, o técnico não tinha domínio, num momento tão importante sobre seu time. As jogadoras gritavam: "Tá com cinco faltas!". Por uma fração de milissegundos Barbosa olhou atônito o time, sem saber quem executaria o lance e, confuso afirmou: " A Lóri". Lóri é uma juvenil da equipe, que até então não tinha entrado sequer um segundo em quadra. E lá foram as meninas de Jundiaí, e os 15 segundos não foram suficientes para a tentativa. Sorte, azar? Não sei. Se a bola tivesse caído, bateríamos palmas para Lóri, Barbosa e para quem mais aparecesse.

Como a bola não caiu e o Quaker foi eliminado, podemos apontar essa falha para que ela não se repita. (Errar é humano, persistir nos erros ...).

Não sei qual será o destino do Quaker. Torço para que consiga um patrocinador forte novamente e se reerga, mantenha seu trabalho social na cidade e etc. Acho, no entanto, que não é justo que esses erros venham se repetir, em respeito aos torcedores, às jogadoras que vestem aquela camisa e à história do técnico Antônio Carlos Barbosa.

Mas, principalmente, que esses erros (do treinador e das atletas) não se repitam na seleção brasileira.

É isso!


2001 - Repete indiscrição ao comentar o corte de Kátia Denise:

"Todas elas tiveram a oportunidade, mas as outras meninas treinaram melhor que ela (Kátia Denise)."

"A Katião é uma jogadora que só foi titular do Vasco porque as estrangeiras foram embora. No mais, ela não leva nenhuma vantagem sobre as outras. Ela é uma boa reserva para o time dela e tem o seu valor só pelo fato de ter sido convocada."


Ganha o Sul-Americano e a Copa América, no Maranhão.

2002 Na preparação para o Mundial, o time perde da seleção sub-21 dos Estados Unidos.

Na Copa América sub-21, em Ribeirão Preto, já entra em quadra na final contra os Estados Unidos cantando a derrota, como se fosse inevitável. (O que seu auxilia, Bassul, mostra ser possível um ano depois, no Mundial da categoria).

Cai nas quartas de final contra a Coréia, encerrando uma decepcionante campanha no Mundial da China, em que manteve uma atleta contundida no grupo (Micaela) e adiou até o fim a possibilidade de retorno da outra (Helen).

2003 Duas talentosas (Adriana e Claudinha) e ainda jovem jogadoras continuamente mal-aproveitadas por Barbosa manifestam publicamente a intenção de não defender mais a seleção brasileira.

Pan, pan, pan...

O presidente da CBB anuncia a incorporação da técnica Laís Elena à comissão técnica.

A técnica tem participação nula na seleção e jogadora afirma que o motivo é Barbosa não admitir as intervenções de Laís no grupo, as quais as jogadoras preferem.

No meio da competição, a capitã da seleção Alessandra afirma que o time está errando mais do que um time mirim e que as jogadoras são preguiçosas por falta de orientação técnica.

O time mostra um basquete horrendo e perde duas vezes para uma seleção norte-americana de terceira linha.


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