Seleção feminina estréia hoje, contra o Chile, na competição realizada no Equador, a 2.300 m de altitude
Falta de ar é o maior adversário do Brasil em Sul-Americano
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais preocupada com os inimigos externos do que com os adversários dentro da quadra, a seleção feminina inicia hoje, em Loja (Equador), sua participação no Sul-Americano. Na estréia, às 18h30 (horário de Brasília), a equipe do técnico Antonio Carlos Barbosa irá enfrentar o Chile.
A competição vale duas vagas no Pan-Americano de Santo Domingo (República Dominicana), em agosto, e três no Pré-Olímpico do México, no mês seguinte.
"A maior dificuldade da equipe será a altitude. Por isso, viajamos ao Equador com quatro dias de antecedência", conta o treinador.
Loja possui uma altitude de 2.300 m, suficiente para causar alguns sintomas desagradáveis por causa do ar rarefeito, como tontura, sonolência e ânsia de vômito.
"Esses sintomas costumam desaparecer após os dois primeiros dias de adaptação à altitude. Algumas jogadoras sentem mais, outros menos", explica César de Oliveira, médico-chefe da Confederação Brasileira de Basquete.
Dentro da quadra, a seleção não deve ter dificuldade para obter mais um título. Entre os adversários sul-americanos, somente a Argentina causa algum tipo de preocupação ao técnico Barbosa.
Apenas seis seleções participam da competição no Equador. As outras equipes -Chile, Venezuela, Peru e Equador- são quase amadoras. Na primeira fase, todos os times se enfrentam. Os dois melhores disputam o título.
"Tenho pouca informação sobre as outras seleções", admite o treinador. "Mas, no Sul-Americano passado [no Peru, em 2001], tivemos dificuldade para ganhar da Argentina", completa Barbosa.
Na ocasião, mesmo com um time bastante desfalcado, as brasileiras bateram as argentinas duas vezes: 84 a 81 (na fase de classificação) e 94 a 90 (na decisão).
"Todos falam que não temos rivais na América do Sul, mas a Argentina tirou o Canadá, que contava com a [pivô Tamara] Sutton-Brown [destaque do Charlotte Sting na WNBA], do Mundial da China", lembra Barbosa.
O time brasileiro jogou o último Sul-Americano desfalcado de algumas de suas principais atletas, como a armadora Helen, a ala-armadora Claudinha, a ala Janeth e as pivôs Cíntia Tuiú, Kelly e Alessandra, que estavam na WNBA.
Para este ano, a seleção não terá Janeth, Helen e Iziane, que estão na liga americana, Erika, envolvida com a seleção sub-21, e Silvinha e Alessandra, machucadas.
No entanto, na avaliação de Barbosa, a equipe atual é "mais equilibrada" do que a que disputou o Sul-Americano de dois anos atrás.
"Se não chega a ser mais forte, essa equipe é mais equilibrada nas posições. Em 2001, nossas pivôs [Mamá, Patrícia, Geisa, Ega e Zaine] eram inexperientes em nível internacional", diz o técnico.
O time titular deve contar com Adrianinha, Lílian, Micaela, Kelly e Cíntia Tuiú -todas disputaram ao menos uma Olimpíada ou um Mundial pela seleção adulta.
MEMÓRIA
Último revés no torneio foi há 19 anos, na Colômbia
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria das atletas da seleção adulta não tinha mais do que cinco anos quando o Brasil perdeu pela última vez um Sul-Americano. Cíntia Tuiú, a mais experiente do grupo atual, era uma criança de nove anos.
Em 1984, no acanhado ginásio Tato Hernandez, em Cucuta, na Colômbia, a seleção brasileira passou pelo vexame de ser derrotada para a equipe da casa na decisão, por 62 a 51.
Foi o único troféu conquistado pela Colômbia na história da competição. A seleção andina nem disputa a edição deste ano do Sul-Americano.
Em 1984, o Brasil jogou o torneio desfalcado de suas duas principais estrelas, a ala Hortência e a armadora Paula.
Por causa da data coincidente com os Jogos Abertos do Interior, disputados em Araçatuba, as quatro principais equipes do país -Prudentina, Unimep, Santo André e São Bernardo- se recusaram a ceder suas jogadoras à seleção brasileira.
"Vamos tentar tirar o máximo do pouco que temos", admitiu Edson Ferreto, então treinador do Brasil, antes do embarque para a Colômbia.
A equipe só havia realizado cinco treinos em conjunto antes da data da viagem.
Mesmo estando bastante desfalcada, a seleção conseguiu manter a invencibilidade até a decisão, batendo sucessivamente Chile (84 a 59), Venezuela (88 a 29), Peru (84 a 57), Paraguai (87 a 84), Argentina (73 a 54) e Uruguai (95 a 36).
O destaque do time foi a ala-pivô Ilza, que obteve média de 16,8 pontos por partida.
Fonte: Folha de São Paulo
Falta de ar é o maior adversário do Brasil em Sul-Americano
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais preocupada com os inimigos externos do que com os adversários dentro da quadra, a seleção feminina inicia hoje, em Loja (Equador), sua participação no Sul-Americano. Na estréia, às 18h30 (horário de Brasília), a equipe do técnico Antonio Carlos Barbosa irá enfrentar o Chile.
A competição vale duas vagas no Pan-Americano de Santo Domingo (República Dominicana), em agosto, e três no Pré-Olímpico do México, no mês seguinte.
"A maior dificuldade da equipe será a altitude. Por isso, viajamos ao Equador com quatro dias de antecedência", conta o treinador.
Loja possui uma altitude de 2.300 m, suficiente para causar alguns sintomas desagradáveis por causa do ar rarefeito, como tontura, sonolência e ânsia de vômito.
"Esses sintomas costumam desaparecer após os dois primeiros dias de adaptação à altitude. Algumas jogadoras sentem mais, outros menos", explica César de Oliveira, médico-chefe da Confederação Brasileira de Basquete.
Dentro da quadra, a seleção não deve ter dificuldade para obter mais um título. Entre os adversários sul-americanos, somente a Argentina causa algum tipo de preocupação ao técnico Barbosa.
Apenas seis seleções participam da competição no Equador. As outras equipes -Chile, Venezuela, Peru e Equador- são quase amadoras. Na primeira fase, todos os times se enfrentam. Os dois melhores disputam o título.
"Tenho pouca informação sobre as outras seleções", admite o treinador. "Mas, no Sul-Americano passado [no Peru, em 2001], tivemos dificuldade para ganhar da Argentina", completa Barbosa.
Na ocasião, mesmo com um time bastante desfalcado, as brasileiras bateram as argentinas duas vezes: 84 a 81 (na fase de classificação) e 94 a 90 (na decisão).
"Todos falam que não temos rivais na América do Sul, mas a Argentina tirou o Canadá, que contava com a [pivô Tamara] Sutton-Brown [destaque do Charlotte Sting na WNBA], do Mundial da China", lembra Barbosa.
O time brasileiro jogou o último Sul-Americano desfalcado de algumas de suas principais atletas, como a armadora Helen, a ala-armadora Claudinha, a ala Janeth e as pivôs Cíntia Tuiú, Kelly e Alessandra, que estavam na WNBA.
Para este ano, a seleção não terá Janeth, Helen e Iziane, que estão na liga americana, Erika, envolvida com a seleção sub-21, e Silvinha e Alessandra, machucadas.
No entanto, na avaliação de Barbosa, a equipe atual é "mais equilibrada" do que a que disputou o Sul-Americano de dois anos atrás.
"Se não chega a ser mais forte, essa equipe é mais equilibrada nas posições. Em 2001, nossas pivôs [Mamá, Patrícia, Geisa, Ega e Zaine] eram inexperientes em nível internacional", diz o técnico.
O time titular deve contar com Adrianinha, Lílian, Micaela, Kelly e Cíntia Tuiú -todas disputaram ao menos uma Olimpíada ou um Mundial pela seleção adulta.
MEMÓRIA
Último revés no torneio foi há 19 anos, na Colômbia
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria das atletas da seleção adulta não tinha mais do que cinco anos quando o Brasil perdeu pela última vez um Sul-Americano. Cíntia Tuiú, a mais experiente do grupo atual, era uma criança de nove anos.
Em 1984, no acanhado ginásio Tato Hernandez, em Cucuta, na Colômbia, a seleção brasileira passou pelo vexame de ser derrotada para a equipe da casa na decisão, por 62 a 51.
Foi o único troféu conquistado pela Colômbia na história da competição. A seleção andina nem disputa a edição deste ano do Sul-Americano.
Em 1984, o Brasil jogou o torneio desfalcado de suas duas principais estrelas, a ala Hortência e a armadora Paula.
Por causa da data coincidente com os Jogos Abertos do Interior, disputados em Araçatuba, as quatro principais equipes do país -Prudentina, Unimep, Santo André e São Bernardo- se recusaram a ceder suas jogadoras à seleção brasileira.
"Vamos tentar tirar o máximo do pouco que temos", admitiu Edson Ferreto, então treinador do Brasil, antes do embarque para a Colômbia.
A equipe só havia realizado cinco treinos em conjunto antes da data da viagem.
Mesmo estando bastante desfalcada, a seleção conseguiu manter a invencibilidade até a decisão, batendo sucessivamente Chile (84 a 59), Venezuela (88 a 29), Peru (84 a 57), Paraguai (87 a 84), Argentina (73 a 54) e Uruguai (95 a 36).
O destaque do time foi a ala-pivô Ilza, que obteve média de 16,8 pontos por partida.
Fonte: Folha de São Paulo
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