segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

O Sino de Belém



Em julho de 2023, a seleção feminina de basquete conquistou a AmeriCup. Na época, fiz no twitter alguns comentários sobre o que interessava a partir dali: a conquista da vaga olímpica. Como o torneio continental não mais fornece a vaga, o foco deveria estar no Pré-Olímpico.

As três sugestões que mencionei supreendentemente viraram realidade através da Confederação Brasileira de Basquete (CBB): (1) o Brasil se tornou sede de um dos grupos do Pré-Olímpico, (2) houve um período de treinos em Portugal aproveitando a janela da Fedeção Internacional de Basquete (FIBA) e (3) os treinos com as atletas que atuam no Brasil começaram no dia 15 de janeiro, vinte e quatro dias antes da estreia na competição. 

Infelizmente, o Pré-Olímpico de Belém se encerrou dissolvendo com amargor essa expectativa construída ao longo de sete meses e o Brasil terminou sem sua vaga olímpica. A última participação olímpica do basquete feminino foi em 2016, quando o país também falhou nas etapas classificatórias, mas foi sede da competição.

Acompanhei a competição em Belém, assisti aos seis jogos que a compuseram e acredito que algumas observações devem ser feitas com o encerramento frustante desse ciclo olímpico.

Reconheço os avanços que a comissão técnica comandada por José Neto trouxe ao basquete feminino. Quando o treinador assumiu, o Brasil havia perdido a vaga no Mundial de 2018 e a hegemonia sul-americana para a Argentina.

O trabalho logo rendeu a conquista dos Jogos Pan-Americanos, em 2019, algo que não acontecia há vinte e oito anos. Em 2023, o grupo conquistou a AmeriCup, o que não acontecia há doze anos e repetiu a conquista do Pan.

Nesse intervalo, no entanto, o grupo fracassou quando atravessou o Atlântico. 

Em 2020 foram três derrotas em três jogos no Pré-Olímpico de Bourges. O mesmo enredo se repetiu no Pré-Mundial de Belgrado (Sérvia, 2022) e agora em Belém, totalizando nove derrotas em nove jogos.

A impressão que o conjunto da obra me dá é que infelizmente jogadoras (em sua maioria) e comissão técnica se acomodaram a essa situação. Essa estagnação tem impedido o grupo de reconhecer os erros evidentes, evoluir e voltar a frequentar as competições mundiais.

Especificamente para Belém, as falhas começaram já pela convocação, que trouxe mudanças grandes para a principal competição do ciclo.

Foi feita a opção por um time mais pesado, diferente do que habitualmente vimos nas competições anteriores.

Além da veterana pivô Érika, vivendo seus momentos finais de carreira, a comissão técnica escolheu mais seis outras jogadoras que em geral atuam nas posições 4 ou 5: Kamilla, Damiris, Stephanie, Licinara, Sassá e Vitória.

Embora algumas delas possam atuar na posição 3, a maioria não faz isso regularmente em seus clubes e não fez nas competições anteriores em que atuaram pela seleção. Nas convocações anteriores inclusive muitas vezes uma ala 3 (como Nany, Thayná Silva ou Rapha Monteiro) atuou nas rotações da posição 4.



Essa mudança de perfil deixou estranguladas as opções no perímetro. Parecia estranho também levar apenas uma armadora de ofício (a onipresente Débora). Mesmo reconhecendo as virtudes que fizeram Cacá ganhar uma vaga no time, era impossível ignorar que ela atua na posição 2 e não teria as características ideais para ser a reserva imediata de Débora.

Com tão poucas opções, a comissão técnica pareceu também não se preocupar com as condições de Tainá Paixão, jogadora referência no ciclo, mas que viria de temporada improdutiva na Rússia.

Essa convocação estranha deixou em quadra o cobertor de Neto ainda mais curto e as intervenções propostas deixaram o time nu de vez: uma seleção com as fragilidades expostas e atacadas da mesma forma pelos três adversários. Austrália, Sérvia e Alemanha fecharam o garrafão em cima de Kamilla, a nossa joia, e o Brasil respondeu na maior parte do tempo com uma absoluta incapacidade de criar outras formas de atacar a cesta que não por arremessos de três. Os 24% de aproveitamento nessa bola foram um dos pilares do fracasso.

Pesou também o ruim aproveitamento de lances-lives (69%), outro problema crônico da seleção, que repetiu o aproveitamento da Americup. 

Na estreia contra a Austrália, faltaram inteligência emocional e de jogo ao Brasil para sair com a vitória. Permitir uma falha de placar em casa diante de uma comissão técnica tão numerosa é imperdoável e uma sinalização evidente de que o trabalho de cada um precisa passar por uma análise mais humilde.

Mas o Brasil contava aquele jogo como uma derrota, né? Assim como nas edições anteriores, a impressão que dá é que o Brasil entra para ganhar um jogo. Precisávamos ganhar de Porto Rico ali, da Coreia acolá e agora da Alemanha. Acabamos falhando nas três missões.

Com a derrota da Sérvia para a Alemanha na abertura do torneio, o Brasil passou então a querer ganhar da Sérvia. A virtual vitória daria a vaga ao Brasil, mas aparentemente o time não se preparou para isso e ignorou que grande parte da resiliência sérvia vinha da armadora Yvonne Anderson. Depois de abrir 10-0 e deixar o Mangueirinho em brasas, após um tempo técnico de Marina Maljikovic o Brasil permitiu uma virada de 10-23 ao fim do primeiro quarto. Ao iniciar o segundo quarto já se via no rosto das brasileiras o medo de outras jornadas. Umas de nossas protagonistas estava visivelmente assustada. No jogo, o Brasil permitiu trinta pontos à armadora Anderson. Nas declarações pós-jogo, são de praxe elogios ao talento da "imarcável" rival. Mas é preciso humildemente reconhecer que tanto Sandy Brondello como Lisa Thomaidis conseguiram soluções mais eficazes nos respectivos duelos. Quando viu a derrota se aproximando, o Brasil se despreocupou do regulamento da competição, permitindo mais pontos à Sérvia e dificultando a sua missão para a partida final.

A partida final foi mais do mesmo. Nervoso, o Brasil começou jogando mal e uma série de escolhas equivocadas resultou na derrota. O retorno de Kamilla nos segundos finais do segundo quarto, quando acabou cometendo sua terceira falta foi um erro lamentável. A pivô acabaria eliminada nos momentos decisivos da partida. Com a obrigação de vencer por oito pontos e o relógio contra si, o Brasil se desacertou de vez e novamente faltaram orientações e inteligência para lidar com a última oportunidade: um empate para buscar a diferença em um prorrogação. Nesse jogo, foram tentadas formações até então não experimentadas: três pequenas juntas (Débora, Tainá e Cacá) e depois três pivôs (Stephanie, Damiris, Kamilla), que pareceram ter chegado tarde demais. Ineficazes foram também trocas entre as duplas Érika e Sassá para a defesa e Damiris e Kamilla para o ataque.

De maneira geral, achei a movimentação ofensiva muito pobre, com Damiris recebendo a bola na cabeça do garrafão tentando um arremesso de três ou um passe para Kamilla. A movimentação das alas (Tainá e Leila) foi abaixo da crítica, com raras tentativas de infiltração. 

O talento de Damiris foi reduzido aos chutes de três e a fadeaways próximos a cesta em geral em situação bastante desfavorável. Parecem não terem sido desenhadas ou treinadas jogadas para ela.

O jogo interno, que parecia ser nossa força, teve pouca atenção. Stepanhie é uma jogadora extremamente talentosa e inteligente, mas visivelmente fez um esforço para colaborar, já que está em fase final de recuperação de uma grave lesão e sem ritmo de jogo. Ainda assim, os seus índices plus/minus fazem pensar que poderia ter sido mais usada.

Por mais que seja uma estreante em competições maiores, me estranha o fato de Licinara não ter sido utilizada, ainda mais diante da improdutividade de Érika em sua despedida. Se Licinara não tinha condições de jogo, uma outra ala ou armadora não seria uma escolha melhor? Tenho impressão que mesmo que fora da forma que exibiu na LBF, a jovem poderia ser útil por ter um bom arremesso de média distância.

Também Sassá parece ter sido sub-utilizada, por mais que reconheça que sua improdutividade no ataque (assim como a de Ramona) seja por vezes limitante.

Acredito que esses problemas precisam ser reconhecidos e atacados por atletas e comissão técnica com maior assertividade.

Algumas pessoas argumentam que o nível que o Brasil ocupa seria esse mesmo: o de no máximo uma potência regional, em razão de seus poucos investimentos, do nível do seu elenco e da sua liga local. 

Eu discordo. Acredito que o nível técnico do basquete feminino mundial é baixo no momento e as festejadas e classificadas Austrália, Sérvia e Alemanha  mostram isso. São seleções equilibradas e bem-treinadas, mas sem excepcionalidades.

Para fazer parte desse time, o Brasil precisa jogar com esse nível de coesão e equilíbrio. Jogadoras precisam se apresentar mais atléticas e mais atentas ao jogo e a sua leitura, mostrando capacidade de lidar com coisas básicas, como o cronômetro. Por que ficar parada batendo bola se faltam segundos para o cronômetro zerar? Porque cometer uma falta quando o adversário está vendo seu tempo de bola zerar? 

Quando o Brasil repete esse fracasso e não se classifica novamente para as Olimpíadas, essa já debilitada estrutura da modalidade claudica ainda mais. Ao ficar fora das Olimpíadas, garantimos menos patrocínios, menos exposição, menos público e ficamos ainda mais privados de intercâmbio.

Mal se encerrou a competição em Belém, a FIBA divulgou um sistema bastante confuso e redundante para a classificação para o próximo Mundial (2026, Alemanha). Esse classificatório coloca na verdade em prática a ideia de um Mundial B, no qual os quatro barrados no baile olímpico (Brasil, Hungria, Nova Zelândia e Senegal) se reunem com outras doze seleções que fracassaram nos classificatórios pré-olímpicos regionais. A disputa vale duas vagas diretas para o Pré-Mundial.

Essa competição já acontece em agosto, de modo que se há um plano para que o Brasil volte ao cenário mundial, ele precisa ser executado. Não há muito tempo para elocubrações, caça às bruxas ou a elaboração de um plano mágico. 

O sino tocou em Belém e é preciso, mesmo envaidecidos(as) pelas conquistas, reconhecer humidelmente as falhas cometidas e trabalhar para que elas não continuem a acontecer e nos custem uma década de ausência das competições internacionais.






quarta-feira, 25 de abril de 2018

O "novo" painel em casa nova

Desde 2001 eu estive à frente do blog Painel do Basquete Feminino registrando com alta (ou às vezes nem tanta) intensidade os acontecimentos do basquete feminino, o mesmo que me encantou em 1991 na conquista do Pan de Havana.

Há cerca de um mês recebi um convite da Liga de Basquete Feminino para produzir conteúdo para publicação no site da LBF, mantendo as mesmas características desses dezessete anos.



Hoje o "Painel" entra no ar no site da LBF com textos novos que serão periodicamente atualizados.

Eu espero continuar contado com a sua leitura e a sua participação.

Nessa "despedida", eu queria agradecer especialmente ao Luiz Fernando e ao Paulo Roberto, dois amigos mais que esse blog me deu e que nos últimos anos foram colaboradores que permitiram a sobrevivência (ou a maioridade) do PBF.

Um abraço a todos.

Bert

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Equipe de Raphaella e Letícia chega à final da Liga Portuguesa


No último sábado (21/04), a equipe União Sportiva venceu na prorrogação a equipe do CAB Madeira por 72x68 (65x65) no tempo normal, fechando a série semifinal em 2 x 0 e chegando desta forma ao playoff final da Liga Portuguesa. 

As brasileiras foram as protagonistas da partida. Raphaella Monteiro com 20 pontos, 14 rebotes e 3 assistências e Letícia Rodrigues com 19 pontos e 6 rebotes. 

O playoff final começa do próximo domingo (29/04) e o adversário será Quinta dos Lombos, onde a pivô Rafona teve uma breve passagem durante a temporada.

Time de Erika enfrenta o time de Nádia na final da Liga Espanhola


Na última quarta-feira (18/04)  aconteceu a última rodada da fase semifinal da Liga Espanhola. 

O time de Erika, Perfumarias Avenidas venceu por 92x59 a equipe Star Center Ferrol. Fechando a série melhor de três em 2 x 0. 

O mesmo feito foi alcançado pelo time de Nádia. Spar Girona 57 x 44 foi o placar que encerrou a série semifinal diante o Mann Filter.

Erika foi a MVP da rodada com 18 pontos, 4 rebotes e 24 de eficiência. Nádia anotou 12 pontos, 12 rebotes e 19 de eficiência e com essa atuação garantiu vaga no melhor quinteto da rodada ao lado de Erika. 

O duelo entre as pivôs brasileiras começa na próxima quarta-feira (23/04) e será decidido num playoff melhor de 3 partidas.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Daedra Charles morre aos 49 anos



Uma das personagens da histórica semifinal do Mundial de Basquete Feminino de 1994 saiu de cena no último sábado.

A forte pivô americana Daedra Charles lutava desde 2009 contra um câncer de mama, que acabou afastando a ex-jogadora de uma promissora carreira como técnica.

Charles jogou por 21 minutos naquela semifinal contra o Brasil, marcando 9 pontos e 7 rebotes.

Dois anos antes ela havia participado na conquista da medalha de bronze na Olimpíada de Barcelona.


FIBA sinaliza mudança nas qualificatórias para competições femininas

Em uma reunião no mês passado, na Suíça, a FIBA sinalizou que os torneios classificatórios para as competições femininas internacionais devem sofre modificações e adotar o modelo em curso para o masculino, no qual os jogos acontecem dentro de "janelas internacionais".

O documento, no entanto, fornece poucas informações se limitando a dizer que "nos próximos meses os detalhes exatos" seriam definidos.

Seletivas - Basquete Feminino - Centro Olímpico (SP)

O objetivo da seletiva é formar novas turmas de atletas e buscar novos talentos para o esporte brasileiro. Os interessados devem estudar na rede pública ou particular de ensino e comparecer, na data indicada, devidamente trajados para a prática da modalidade escolhida.

Vale lembrar que todos os processos de seleção são gratuitos e que os atletas menores de 13 anos devem comparecer acompanhados de um responsável.

No dia da peneira, é necessário levar o requerimento de participação em peneira preenchido. O documento está disponível neste link ou na recepção do Centro Olímpico.

As peneiras acontecem nas dependências do próprio Centro Olímpico, localizado na Avenida Ibirapuera, 1315.

Basquete:

Para meninas nascidas entre 2003 e 2005 sempre ás 14h. Foram três peneiras em janeiro e uma em fevereiro. As próximas serão no dia 21 de Fevereiro,  07 de Março. Para as nascidas entre 2005 e 2007 as peneiras serão nos dias 18 de Abril, 23 de Maio e 13 de Junho.

Endereço: Av. Ibirapuera, 1315 - Vila Clementino – São Paulo – SP 

Telefones: 3396-6452/ 33966451

domingo, 15 de abril de 2018

Brasileiras na Europa

França

Charlevile 77 x 76 Bourges
Clarissa (Charleville): 7 pontos e 4 rebotes

Espanha

1a divisão

Semifinal - Jogo 1 - Avenida 95 x 56 Ferrol
Érika (Avenida): 12 pontos e 7 rebotes

Semifinal - Jogo 1 - Girona 87 x 64 Zaragoza
Nádia (Girona): 14 pontos e 8 rebotes

2a divisão

Valência 71 x 58 Claret
Ramona (Valência): 8 pontos, 4 rebotes, 5 assistências e 3 recuperações

Gijon 60 x 67 Arxil
Sangalli (Gijon): 10 pontos, 13 rebotes e 2 recuperações


Portugal

Semifinal - Jogo 1 - União Sportiva 67 x 64 CAB Madeira
Letícia Rodrigues (União): 21 pontos e 4 rebotes
Raphaella Monteiro (União): 17 pontos e 9 rebotes


quinta-feira, 12 de abril de 2018

Érika fala em entrevista sobre casamento, aposentadoria e discriminação no Brasil



A pivô Érika falou sem rodeios à agência espanhola EFE na última semana.

De volta desde 2016 à Salamanca, onde foi campeã da EuroLiga em 2011, Érika se prepara para os play-offs da Liga Espanhola. Seu time é o favorito ao título e lidera a competição com vinte e cinco vitórias e uma derrota.

A jogadora definiu sua temporada como "complicada", admitindo sentir o efeito da idade (36 anos) e de problemas nos tornozelos sobre a intensidade do seu jogo. Por essa razão se disse "surpresa" ao ter sido a jogadora mais valiosa da penúltima rodada, quando registrou 24 pontos e 11 rebotes contra o Bembibre logo após a eliminação na EuroCopa. Ainda assim se disse "muito bem, muito melhor que muitas meninas de 20 anos e cheias de dores".

A brasileira acredita que consiga jogar ainda mais dois anos em alto nível e pretende seguir na Europa, de preferência continuando em Salamanca.

Érika revela ter se casado há 1 mês com um professor de educação física brasileiro e que planeja ser mãe.

Afirmou que se sente discriminada por ser mulher no Brasil: "A seleção masculina voa de primeira classe e cada jogador ocupa um quarto de hotel. A seleção feminina está fora do Mundial".

E encerrou comentando os efeitos da crise sobre o basquete feminino espanhol, com redução de patrocínios e do nível de competitividade das equipes: "uma lástima".

terça-feira, 10 de abril de 2018

Jogo das Estrelas tem diferença de "temperatura" entre Brasil e Argentina


Aconteceu no último domingo o Jogo das Estrelas, o primeiro desde a mudança de rumos na gestão da LBF.



Se é verdade que os avanços da atual temporada da LBF são muitos, é preciso admitir que já houve bons momentos nas edições anteriores do Jogo das Estrelas, como a edição inicial, comandada por Hortência em São José dos Campos em um Dia da Mulher (2014) e a emocionante homenagem à técnica Maria Helena Cardoso em Campinas dois anos mais tarde.

Ainda assim a edição de anteontem supera as demais em organização e repercussão.

O Pedro Dell'Antonia estava lindo e lotado. O clima estava ótimo, muita gente boa reunida e as transmissões aconteceram on-line e em Tv aberta e fechada.



Os desafios foram legais e merece um registo a ousadia da Liga em bancar o torneio de enterradas para mulheres. Apesar de acreditar que a redução da altura do aro tem pouco potencial de se configurar numa alteração real e produtiva dentro do jogo feminino, foi de arrepiar a participação das meninas, em especial a de Thayná.




Na disputa do jogo, o prato principal do evento, uma certa incompatibilidade de posturas entre brasileiras e argentinas acabou tornando o encontro menos interessante.

Nos Jogos das Estrelas geralmente as partidas tem menor compromisso tático, menos trabalho defensivo, com maior ênfase no ataque, na diversão e em lances plásticos.

As argentinas, no entanto, não estavam nesse clima e entraram organizadas, marcando firme e mostrando um padrão tático consistente entre as jogadoras que atuam nos clubes argentinos e brasileiros.

Do lado da seleção da LBF, a temperatura estava mais morna, mais para o clima festa, com atuações bem inconsistentes. Quando esse time viu as argentinas abrindo no placar, não havia mais tempo para elevar a temperatura, a concentração e o nível da atuação.



Fora a derrota em si, incomoda o jogo não ter sido agradável de assistir, muito truncado e cheio de erros. Colaborou ainda o fato de o técnico João Camargo ter dosado mal o tempo de quadra do seu quarteto mais "disposto" no domingo (Gil, Kelly, Cacá e Patty).

Talvez a intenção da liga fosse oferecer uma oportunidade de intercâmbio às atletas brasileiras em um momento crítico da modalidade e da confederação. Só isso explicaria a decisão de excluir as estrangeiras da festa.

O resultado dessa primeira experiência faz pensar que talvez o mais acertado fosse deixar esse intercâmbio para um momento específico, como um torneio Interligas (como fez o NBB em suas primeiras edições) ou em uma Liga Sul-Americana, possibilidade que Ricardo Molina aventou no Fórum do Basquete Feminino no mês passado.

E segue a festa...

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Letícia Rodrigues é MVP do All Star da Liga Portuguesa



O final de semana também foi de Jogo das Estrelas em Portugal. 

Na disputa entre Norte e Sul, deu Sul por 73 a 69. 

As duas brasileiras que jogam a competição estavam na seleção do Norte.

Mesmo derrotadas, ambas brilharam: Letícia teve 20 pontos e 12 rebotes e foi eleita MVP, Raphaella Monteiro teve 11 pontos.


sexta-feira, 6 de abril de 2018

Classificação e destaques individuais da LBF, faltando duas rodada para fim da fase regular

A LBF vai fazer uma pausa neste final de semana para o Jogo das Estrelas , que será apresentado no domingo (08/04) a partir 12h30 na cidade de Santo André.

Faltando duas rodadas para o final da fase regular da LBF 2018 as equipes lutam para melhorar sua posição na tabela para ter um cruzamento mais favorável.

Vera Cruz Campinas segue como único invicto da competição. Catanduva por enquanto ainda não venceu e que 14 derrotas acumuladas e apenas um jogo para cumprir, já não tem mais chances de se classificar entre as oito melhores para a fase de playoffs.



Essas são as atletas que se destacaram até o momento nas estatísticas individuais


Fonte: LBF

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Argentina divulga time para a disputa do Jogo das Estrelas

A Liga Argentina divulgou suas escolhidas para a disputa do Jogo da Estrelas no próximo domingo.

O técnico Ignacio Narvaja contará com as seis argentinas que atuam na LBF: Melissa Gretter (Campinas), Macarena Durso e Agustina Leiva (Venceslau), Julieta Ale e Ornela Bacchini (Catanduva) e Zulema García (Blumenau).

As outras sete jogadoras estão em atividade na Liga Argentina. São elas:

- Célia Fiorotto
- Andrea Boquete
- Julieta Mungo
-Macarena Rosset
- Brenda Schmidt
- Natacha Perez
- Andrea Ledesma

terça-feira, 3 de abril de 2018

Com presenças de Paula e Alessandra, Draft define equipes para a jr. nba League 2018

Cerimônia realizada na noite da última segunda-feira, dia 2, reuniu atletas, familiares e representantes das 42 equipes, definindo franquias, chaves e tabela da competição. ‘Magic’ Paula e Alessandra estiveram presentes e o campeonato terá início no próximo sábado, dia 7, em São Paulo





Definidas as equipes para a jr. nba League 2018. Na noite da última segunda-feira, dia 2, no Teatro das Artes (Shopping Eldorado), com as presenças ilustres de ‘Magic’ Paula e Alessandra, campeãs mundiais em 1994 e medalhistas de prata nas Olimpíadas de Atlanta-1996, foi realizado o Draft da competição, com a definição das franquias que os times masculinos e femininos vão representar. A bola sobe para o campeonato no próximo sábado, dia 7, e as ‘Lendas’ do basquete feminino deram o recado.

- Eu comecei numa cidade pequena, sem estrutura e nem muito apoio, mas acreditei no meu sonho. Vocês estão tendo a oportunidade de participar de um evento da NBA, de competir por equipes da liga representando as suas escolas e projetos. Divirtam-se - afirmou Paula, idealizador do Instituto Passe de Mágica, que vai vestir a camisa do Brooklyn Nets.

- Joguei 20 anos na Seleção Brasileira, passei por times de diversos países e pela WNBA. O esporte me fez quem eu sou e sou muito grata ao basquete por isso. Imagino a alegria que estão sentindo e é muito legal ver o brilho nos olhos de vocês. Aproveitem ao máximo essa experiência - disse Alessandra, madrinha da Recanto Verde Sol, que vai jogar como Denver Nuggets.

Diante de quase 600 meninos e meninas, familiares e professores, que lotaram o espaço, Anderson Varejão, campeão pelo Golden State Warriors na temporada 2016-2017, deu as boas-vindas aos presentes no telão.

- Eu sei como é estar aí, nessa expectativa do Draft. Eu fui draftado, é uma ansiedade grande, mas uma alegria enorme também. Aproveitem e lembrem-se: na NBA, não há bola perdida!

Coube a Everaldo Marques conduzir o anúncio das equipes. Uma a uma, o narrador dos canais ESPN, foi anunciando as camisas que as 42 equipes (30 no torneio masculino e 12 no torneio feminino) vão vestir no campeonato. Desde o primeiro time, o Colégio Santi, que representará o Phoenix Suns, até o Instituto Superação, que será o Houston Rockets, dono da melhor campanha da liga na temporada 2017-2018, aplausos e muita comemoração a cada escolha revelada.

A jr. nba League traz muitas novidades para 2018. Além da inclusão da competição feminina, a liga escolar, que terá meninos e meninas de 12 a 14 anos (nascidos a partir de 2004 e não federados) e será disputada entre abril e junho, nos mesmos moldes da liga profissional dos Estados Unidos, vai promover, pela primeira vez, um ‘All-Star Game’, em 12 de maio, no Colégio Miguel de Cervantes. Tabela completa, chaves da competição e informações completas sobre a jr. nba League no site oficial do evento (www.jrnbaleague.com.br).

Como premiação, a organização vai oferecer troféus ao ‘MVP’ (Melhor Jogador) do All-Star Game e da competição, aos vencedores dos torneios individuais do ‘All-Star Weekend’ e anéis aos campeões, exatamente como acontece na NBA.

A jr. nba League é uma plataforma de sucesso em mais de 20 países como Espanha, Sérvia, Rússia, Congo, Itália, Quênia, Turquia, Argentina, México e Inglaterra, entre outros.

PROGRAMAÇÃO
07.04 a 09.05 - Temporada Regular
12.05 - All-Star Game (Colégio Miguel de Cervantes)
18.05 a 20.05 - Camp jr. nba (Clube Alto dos Pinheiros)
26.05 a 02.06 - Playoffs
09.06 - Finais (Colégio Salesiano Santa Teresinha)

RELEMBRANDO 2017...
O Colégio Bandeirantes, representando o New Orleans Pelicans, foi o campeão do primeiro jr. nba League no Brasil. Na decisão do torneio, disputada no Colégio Salesiano Santa Terezinha, o Pelicans / Band derrotou o Philadelphia 76ers / Dante Alighieri por 24 a 21 em confronto definido nos segundos finais. Rodrigo Gaspar, do Bandeirantes, foi eleito o 'MVP' (Jogador Mais Valioso). Nos desafios de arremessos e habilidades, cada escola teve um representante: Francisco Moura (Detroit Pistons / Escola Castanheiras) foi o vencedor nos arremessos, Guilherme Camargo (Golden State Warriors / Santi) levou a melhor em habilidades. Guilherme foi ainda o maior pontuador do campeonato. O Colégio Eduardo Gomes (Dallas Mavericks) foi a equipe preferida no 'Torcidômetro'.

Abaixo a relação das equipes participantes da jr. nba League:

MASCULINO
1 - Instituto Superação / Houston Rockets
2 - Escola Castanheiras / Golden State Warriors
3 - Colégio Notre Dame / Toronto Raptors
4 - Colégio Albert Sabin / Boston Celtics
5 - Colégio Dante Alighieri / Portland Trail Blazers
6 - Colégio Jardim São Paulo / Cleveland Cavaliers
7 - Colégio Marista Arquidiocesano / Oklahoma City Thunder
8 - Colégio Miguel de Cervantes / New Orleans Pelicans
9 - Colégio Pentágono Morumbi / San Antonio Spurs
10 - Escola Vértice / Philadelphia 76ers
11 - Saint Paul’s School / Indiana Pacers
12- Escola Morumbi / Minnesota Timberwolves
13 - Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré / Utah Jazz
14 - Colégio Amorim / Washington Wizards
15 - Instituto Brazolin / Denver Nuggets
16 - Colégio Bandeirantes / Miami Heat
17 - Colégio Batista Brasileiro / Los Angeles Clippers
18 - Colégio Etapa / Milwaukee Bucks
19 - Colégio Santo Américo / Detroit Pistons
20 - Colégio Mater Amabilis / Charlotte Hornets
21 - Colégio Humboldt / Los Angeles Lakers
22 - Colégio Eduardo Gomes / New York Knicks
23 - Escola Pública Professor Jácomo Stavale / Chicago Bulls
24 - Colégio Stella Maris / Sacramento Kings
25 - Instituto Passe de Mágica / Brooklyn Nets
26 - Fundação Bradesco Jardim Conceição / Dallas Mavericks
27 - Colégio Salesiano Santa Teresinha / Orlando Magic
28 - Santa Fé Hunters / Atlanta Hawks
29 - Graded School / Memphis Grizzlies
30 - Colégio Santi / Phoenix Suns

FEMININO
1 - Colégio Albert Sabin / Boston Celtics
2 - Colégio Dante Alighieri / Portland Trail Blazers
3 - Colégio Miguel de Cervantes / New Orleans Pelicans
4 - Colégio Vértice / Philadelphia 76ers
5 - Saint Paul’s School / Indiana Pacers
6 - Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré / Utah Jazz
7 - Colégio Amorim / Washington Wizards
8 - Recanto Verde Sol / Denver Nuggets
9 - Colégio Bandeirantes / Miami Heat
10 - Colégio Etapa / Milwaukee Bucks
11 - Instituto Passe de Mágica / Brooklyn Nets
12 - Graded School / Memphis Grizzlies

Todas as informações sobre a jr. nba League, tais como nomes dos atletas, informações das equipes, tabela de resultados e fotos para download em alta resolução, disponíveis no site www.jrnbaleague.com.br.

Jogo das Estrelas LBF 2018 acontece no próximo domingo (08/04)






A programação começa 12h30, com o primeiro Torneio de Enterradas da história do evento. O Desafio de Habilidades está previsto para 13h, seguido pelo Torneio de 3 pontos (13h30), todos com transmissão exclusiva pela LBF Live. A bola sobe às 14 horas para o Jogo das Estrelas, que terá transmissão ao vivo da TV Gazeta e do SporTV.

Com diversas ações de entretenimento para o público presente ao ginásio, a expectativa é de casa cheia para o evento. Os ingressos serão trocados com uma campanha do agasalho – basta levar uma peça de roupa de frio em bom estado de conservação. Ao todo, 3.500 ingressos estarão disponíveis para troca a partir da próxima segunda, 2 de abril, primeiro para clientes CAIXA, que poderão retirá-los exclusivamente no Ginásio Pedro Dell’Antonia até terça (3), das 10 às 17 horas. A troca para o público geral começa na quarta, 4 de abril e estará disponível em cinco pontos de Santo André. Cada pessoa poderá retirar até três ingressos.


QUINTETO SELEÇÃO LBF – JOGO DAS ESTRELAS 2018

Armadora: Débora (Santo André/Apaba – 2.063 votos)
Alas: Thayná (São Bernardo/Brazolin/Unip– 1.341 votos) e Jaqueline (Santo André/Apaba – 1.956 votos)
Pivôs: Gil (Uninassau Basquete – 2.523 votos) e Silvinha (Santo André/Apaba – 1.935 votos)

Comissão eleita por votos dos representantes de clubes

Técnico: João Camargo (Blumenau)
Assistente técnico: Bruno Guidorizzi (Santo André/Apaba)

Atletas escolhidas pela comissão:

Armadora: Natália (Poty/BAX/Catanduva)
Alas: Mariana (Blumenau), Patty (Vera Cruz Campinas), Tassia (Uninassau) e Tati Pacheco (Sampaio)
Pivôs: Barbara (Presidente Venceslau) e Kelly (Funvic/Ituano)

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Entrevista - Alessandra

Link: aqui!

Time de Érika cai nas semifinais da EuroCopa

O clube espanhol Avenida, da pivô Érika, encerrou sua trajetória na EuroCopa no confronto das semifinais contra o turco Galatasaray. 

Na etapa anterior da competição o clube turco havia eliminado outro clube espanhol, o Girona _ onde joga Nádia.

Na partida de ida, em Istambul, as donas da casa fizeram 69-62, com 15 pontos de Jelena Dublijevic.

Érika jogou por 12 minutos e marcou 1 ponto e 5 rebotes.

Na partida em Salamanca, no último dia 28, o Avenida venceu, mas a margem foi insuficiente: 57-55.

Nesse jogo Érika teve 6 pontos e 4 rebotes em 16 minutos.

O adversário do Galatasaray na final será o italiano Venezia.

O Avenida se concentra agora nos play-offs espanhóis.


Raphaella Monteiro e Letícia Rodrigues avançam às semifinais em Portugal



A equipe União Sportiva, onde jogam Raphaella Monteiro e Letícia Rodrigues, se classificou para as semifinais da Liga Portuguesa, ao fechar sua série de quartas de finais em 2 x 0 na última sexta-feira (30/03), com a vitória sobre a equipe União Guimarães por 65 x 53.

A ala/pivô Letícia foi a cestinha da partida com 21 pontos, 12 rebotes e 24 de eficiência. A ala Raphaella marcou 12 pontos, 7 rebotes, 3 assistências e 16,5 de eficiência.

Na temporada regular o time das brasileiras terminou em 1.º lugar com 19 vitórias e 3 derrotas.

Letícia alcançou médias de 14,8 pontos (9.º lugar), 8,7 rebotes (11.º lugar) e 17,6 de eficiência (11.º lugar). Raphaella obteve 14,2 pontos (13.º lugar), 8,8 rebotes (9.º lugar) e 18,6 de eficiência (8.º lugar).

Damiris vice campeã da Liga Coreana



Damiris encerrou sua primeira temporada na Coreia do Sul com o vice campeonato da WKBL.

No dia 21 de março a equipe da brasileira, KB Stars foi derrotada pelo penta campeão Woori Bank por 75 x 57, na terceira partida do playoff final. Damiris anotou 9 pontos nessa partida.

As médias da ala/pivô de 25 anos na temporada regular foram de 20,34 pontos e 9,9 rebotes em 32 jogos. Nos playoffs, suas médias foram de 13 pontos e 7 rebotes em 6 jogos.

Na sequência da temporada, Damiris retorna ao Atlanta Dream para a disputa da WNBA, que terá início no dia 20 de maio. Na temporada passada, a brasileira também jogou em Atlanta e contribuiu com 7,7 pontos e 3,6 rebotes. Em 2018, Damiris tem tudo para crescer e se consolidar na equipe, porque Sancho Little, titular absoluta da posição 4 durante nove anos, se transferiu para o Phoenix Mercury.

Tainá encerra sua primeira experiência internacional com bons números


Tainá concluiu sua primeira experiência internacional no dia 18 de março, na rodada de encerramento da temporada regular na Liga Portuguesa.

A equipe da jogadora brasileira, Olivais Coimbra foi derrotada por 51 x 62. A armadora anotou 3 pontos, 7 rebotes e 4 assistências.

O melhor desempenho que ela alcançou em Portugal aconteceu no dia 17 de dezembro, quando anotou 30 pontos, 10 assistências, 8 rebotes e 43,5 de eficiência, sendo eleita a melhor jogadora da rodada.

Tainá foi contratada para ajudar a salvar sua equipe do rebaixamento e o objetivo foi alcançado. Ela estreou na oitava rodada , quando o time de Coimbra ocupava a lanterna da Liga Portuguesa. Após 17 jogos o time saiu da 12.ª colocação e alcançou o 10.º lugar.

Na competição a armadora também obteve boas médias individuais: 15,6 pontos (5.º lugar), 5,4 assistências (1.º lugar), 37% nos arremessos de 3 pontos (5.º lugar) e 17,7 em  eficiência (10.º lugar).

terça-feira, 27 de março de 2018

Depois de experiência em Portugal, Rafona deve reforçar equipe de Presidente Venceslau

Destaque da equipe de São Bernardo no Campeonato Paulista, a ala-pivô Raphaella Marciano (a Rafona), 19 anos, decidiu não continuar na equipe para a disputa da LBF.

Rumou para Portugal, onde reforçou temporariamente o Quinta dos Lombos, segundo colocado na liga de lá. Mas jogou pouco: apenas quatro partidas no torneio.


No terreno das hipóteses, permanecer sob o comando do técnico Marcio Bellicieri teria sido uma decisão mais inteligente da jogadora e de seu agente, considerando o atual estágio de desenvolvimento da atleta, sua idade, necessidade de tempo de quadra, espaço no time, etc e tal. 

Mas agora é torcer para que a jogadora consiga espaço e evolução num clube onde as três atletas da posição tem a confiança inabalável do treinador.

Assembleia da CBB suspende ex-presidente por 10 anos e pede medidas jurídicas por gestão temerária

A primeira Assembleia Geral Ordinária da Confederação Brasileira de Basketball (CBB) sob o novo estatuto, com a participação de atletas, clubes e técnicos, foi realizada nesta segunda-feira, dia 26 de março. Os 24 presentes, entre eles Oscar, Paula, Marcel e Cadum, decidiram, por unanimidade, o enquadramento do ex-presidente Carlos Nunes no ato de gestão temerária, com proibição imediata pelo prazo de 10 anos de ocupar e se eleger para qualquer cargo na CBB ou em suas afiliadas. Além disso, a assembleia deliberou que sejam tomadas as medidas judiciais cabíveis referentes a atos ilícitos de sua gestão.

A decisão foi tomada após a apresentação do relatório da auditoria contratada para revelar ao atual presidente Guy Peixoto a real situação financeira da entidade e a dívida acumulada ao longo dos últimos anos. O trabalho realizado pela BDO Auditores revelou um passivo até dezembro de 2017 de R$ 38 milhões e uma série de irregularidades. “Desde que me tornei candidato disse que contrataria uma auditoria e assim fiz. Foi uma despesa minha porque a CBB não teria recursos para tal. Fiquei fortemente impressionado com a situação que a Confederação viveu nos últimos anos”, disse Guy Peixoto.

O relatório apresentado pelo Secretário Geral da CBB Carlos Fontenele aponta irregularidades diversas: a omissão frequente de valores no balanço; a assinatura de um só funcionário, contrariando o estatuto, confissões de dívidas sem a devida comprovação de serviços prestados, existência de um sistema extra contábil; contratos assinados apenas pelo presidente com data além de seu mandato e adiantamentos para empresas sem justificativas que provocavam ajustes para viabilizar o balanço.

As não conformidades realizadas vão além. Foram apontados ainda gastos em cartão de crédito corporativo, pagamento de cruzeiros, viagens e hospedagem de familiares do ex-presidente, saques com o cartão corporativo sem justificativa, além do pagamento de cartão de crédito de familiares.

O ex-jogador Cadum, um dos eleitos para representar os atletas na CBB, foi quem levantou a questão da punição ao ex-presidente: “Agora que ficou clara a conduta administrativa do ex-presidente, que culminou com a situação em que a CBB se encontra hoje, queria propor à Assembleia deliberar o enquadramento dele por gestão temerária”.

A Assembleia aprovou ainda o pedido da atual gestão de prorrogação de 40 dias para a prestação de contas do ano de 2017, em nova Assembleia, com agenda única. “O relatório da BDO apontou pontos relevantes de períodos anteriores que ainda passam por apuração. Isso impacta no balanço de 2017”, justificou Andre Simoes, da MCS Markup, empresa contratada para auditar o primeiro ano de gestão de Guy Peixoto. “Na última reunião de trabalho a auditoria mostrou que não era possível emitir o parecer sem que fossem reabertos os números de 2016 para que sejam confrontadas as discrepâncias entre o balanço auditado e o relatório da BDO”, explicou Fontenelle.

Por fim, foram aprovados ajustes no estatuto para se adequar a novas conformidades da FIBA e do Ministério do Esporte. Os atletas deixaram a Assembleia certos de que é preciso participar e colaborar para a reestruturação do basquete. “Não podemos ver isso aqui como uma participação pontual. Temos que estar próximos. Nós somos responsáveis sim pelo que acontece na CBB, não podemos nos eximir e temos que olhar tudo com bastante atenção para não repetirmos os mesmos erros”, alertou Paula.

Fonte: CBB